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Historia das estatisticas brasileiras v04 - Biblioteca - IBGE

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<strong>Historia</strong> <strong>das</strong><br />

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Estatisticas<br />

Brasileiras<br />

“Toda investigação histórica supõe, desde seus primeiros passos, que a busca<br />

tenha uma direção” (BLOCH, 2001, p. 79).<br />

“O historiador tem que ter uma idéia na cabeça e um documento na mão”<br />

(CARVALHO, 2003, p. 51).<br />

Os Estados desde (quase) sempre quiseram enumerar, mensurar, quantifi car<br />

suas populações, suas riquezas, seus recursos; quiseram as estatísticas. De início, com vistas<br />

às guerras, para tributar e para recrutar; depois, para além disso, com vistas a legislar<br />

e administrar inúmeros aspectos <strong>das</strong> esferas pública e privada. No tempo, diversifi cou e<br />

sofi sticou a demanda por estatísticas, num movimento contínuo e intenso.<br />

Em contraparte, no que tange à oferta, por muito tempo, diante da pobreza<br />

dos métodos, decorrente da fragilidade <strong>das</strong> instituições, e, circularmente, decorrendo-a,<br />

o fruto dos ingentes esforços resultava insufi ciente e insatisfatório; mas nem por<br />

isso se ignorava e se dispensava as estatísticas. Pouco a pouco, com o avanço <strong>das</strong> ciências<br />

e <strong>das</strong> técnicas e, sobretudo, com suas assimilações à elaboração <strong>das</strong> estatísticas os<br />

resultados ganham robustez, assim, mais e mais, sustentando discursos de verdade,<br />

vale dizer, integrando o vocabulário e a gramática dos governos dos Estados Nacionais,<br />

quando do triunfo <strong>das</strong> forças centrípetas sobre as forças centrífugas, ao fi m e<br />

ao cabo da longa Idade Média. Então, no contexto dos Estados Nacionais, com seus<br />

governos centrais, emergem e se consolidam os monopólios fi scal, militar e policial,<br />

se lhes associando uma burocracia continuada, essencial, fortemente papeleira, que<br />

a tudo e a todos, a todo instante, registrava e sintetizava, inclusive e sobretudo pelas<br />

quantidades.<br />

Vemos o Estado Nacional como uma organização de natureza política atuante<br />

sobre um território específi co, claramente demarcado, que controla e sustenta<br />

pela posse legítima da violência (policial e militar), para tanto, deve poder contar<br />

com um aparato regular e efi ciente de natureza administrativa, com uma hierarquia<br />

de funcionários especializados, fazendo registros e registros, de todos e de tudo, dessa<br />

forma, fi gurando a nação, ou seja, a coletividade, por certo não monolítica, existente<br />

naquele território e sujeita ao aparato estatal. Doutra forma, confi gura-se o Estado,<br />

com “E” maiúsculo, na medida em que se registra os estados, com “e” minúsculo, <strong>das</strong><br />

pessoas e <strong>das</strong> coisas; esses muitos registros maravilhosos e suas incríveis sínteses permitem,<br />

ontem e sempre, saber-se e pensar-se e governar-se, porquanto tornando pró-<br />

Introdução geral à obra<br />

Estatísticas organiza<strong>das</strong> (c.1936 - c.1972)

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