PERDA GRAVÍDICA RECORRENTE - MEAC
PERDA GRAVÍDICA RECORRENTE - MEAC
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1. Definição:<br />
<strong>PERDA</strong> <strong>GRAVÍDICA</strong> <strong>RECORRENTE</strong> Ago 2012<br />
<strong>PERDA</strong> <strong>GRAVÍDICA</strong> <strong>RECORRENTE</strong><br />
Francisco Augusto Neto<br />
Francisco C Medeiros<br />
Três ou mais abortamentos nas primeiras 20 semanas de gravidez.<br />
Dois ou mais abortamentos nas primeiras 20 semanas de gravidez.<br />
Duas ou mais perdas gravídicas (em qualquer idade gestacional).<br />
2. Classificação:<br />
Primária: Mulheres que nunca tiveram uma gravidez a termo.<br />
Secundária: Perdas gravídicas seguidas a uma gravidez de termo.<br />
3. Etiologia:<br />
Causas cromossômicas. Incompetência cervical.<br />
Anomalias Mullerianas. Miomas uterinos.<br />
Sinéquias intra-uterinas. Defeito da fase lútea.<br />
Causa imunológica. Síndrome antifosfolipídica.<br />
Doenças infecciosas. Endometriose.<br />
Diabetes Mellitus. Exposição ao dietilestilbestrol in<br />
útero.<br />
Tireoidopatias. Toxinas ambientais<br />
3.1. Causas cromossômicas<br />
Anormalidades cromossômicas<br />
numéricas:<br />
1. Trissomia autossômica.<br />
2. Monossomia X.<br />
3. Triploidia.<br />
4. Tetraploidia.<br />
Anormalidades cromossômicas<br />
estruturais:<br />
1. Translocações.<br />
2. Inversões.<br />
3. (Polissomia dos cromossomos<br />
sexuais).<br />
1
História:<br />
Sobre gravidezes prévias.<br />
Exposição a drogas in útero.<br />
Padrão menstrual.<br />
Problemas médicos gerais<br />
Uso de cigarro, álcool, etc.<br />
Ocupação.<br />
Exposição ambiental.<br />
Avaliação Radiológica:<br />
Histerossalpingografia.<br />
Pielograma intravenoso (SN).<br />
Tomografia da sela túrcica (SN).<br />
Ecografia transvaginal pélvica.<br />
Ecografia abdominal (SN).<br />
Avaliação Cromossômica:<br />
Indicação para Avaliação :<br />
Após três perdas em qualquer paciente.<br />
Após duas perdas:<br />
Em mulheres acima de 35 anos de idade.<br />
Cariótipo periférico do casal.<br />
Citogenética dos produtos da<br />
concepção.<br />
Sem filhos vivos.<br />
Se um concepto mal formado.<br />
Avaliação clínica:<br />
<strong>PERDA</strong> <strong>GRAVÍDICA</strong> <strong>RECORRENTE</strong> Ago 2012<br />
Exame Físico Ginecológico:<br />
Anormalidades pélvicas -<br />
1. Anomalias uterinas.<br />
2. Útero aumentado.<br />
Alterações cervicais.<br />
Exame Físico Geral:<br />
1. Tireoidomegalia.<br />
2. Galactorréia.<br />
3. Evidências de doença sistêmica<br />
Avaliação Endoscópica:<br />
Histeroscopia rotineira.<br />
Laparoscopia (SN).<br />
Avaliação Controvertida:<br />
Determinação dos antígenos<br />
leucocitários no casal.<br />
Cultura linfocítica mista.<br />
2
Figura 1<br />
<strong>PERDA</strong> <strong>GRAVÍDICA</strong> <strong>RECORRENTE</strong> Ago 2012<br />
3
Figura 2<br />
<strong>PERDA</strong> <strong>GRAVÍDICA</strong> <strong>RECORRENTE</strong> Ago 2012<br />
<strong>PERDA</strong>S <strong>GRAVÍDICA</strong>S <strong>RECORRENTE</strong>S<br />
Fator uterino<br />
Biópsia de endométrio Histeroscopia<br />
Tuberculose<br />
(suspeita)<br />
Cultura<br />
para BK<br />
Curetagem uterina<br />
durante a<br />
menstruação<br />
Receptividade endometrial<br />
Pesquisa<br />
de BAAR<br />
Endometrites<br />
Histopatológico<br />
Positivo<br />
Tuberculose<br />
(tratar)<br />
Rebiopsiar<br />
Insuficiência<br />
lútea<br />
Infiltração<br />
granulomatosa<br />
(não-caseosa)<br />
4
Figura 3<br />
<strong>PERDA</strong> <strong>GRAVÍDICA</strong> <strong>RECORRENTE</strong> Ago 2012<br />
<strong>PERDA</strong>S <strong>GRAVÍDICA</strong>S <strong>RECORRENTE</strong>S<br />
Fator uterino<br />
Biópsia de endométrio Histeroscopia<br />
Tuberculose<br />
(suspeita)<br />
Progesterona sérica<br />
no 22 o , 24 o e 26 o dias<br />
Receptividade endometrial<br />
Insuficiência<br />
lútea<br />
Biópsia endometrial<br />
entre 22 o 26 o dia<br />
Anormal<br />
Endometrites<br />
Curva térmica<br />
basal<br />
RIE Prolactina Sulfato de<br />
deidroepiandrosterona<br />
Testosterona<br />
PRL elevado<br />
(Tratamento<br />
específico)<br />
Anovulação<br />
5
Figura 4<br />
<strong>PERDA</strong> <strong>GRAVÍDICA</strong> <strong>RECORRENTE</strong> Ago 2012<br />
<strong>PERDA</strong>S <strong>GRAVÍDICA</strong>S <strong>RECORRENTE</strong>S<br />
Fator uterino<br />
Biópsia de endométrio Histeroscopia<br />
Receptividade endometrial<br />
Histerossalpingografia<br />
Miomas<br />
uterinos<br />
Ecografia pélvica<br />
transvaginal<br />
Histerossonografia<br />
Aderências<br />
endometriais<br />
Deformidades da<br />
cavidade<br />
uterina<br />
Pólipos<br />
endometriais<br />
Polipectomia<br />
histeroscópica<br />
Mal-formações<br />
uterinas<br />
6
Figura 5<br />
<strong>PERDA</strong> <strong>GRAVÍDICA</strong> <strong>RECORRENTE</strong> Ago 2012<br />
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ<br />
Maternidade Escola Assis-Chateaubriand<br />
Serviço de Reprodução Humana<br />
Setor de Video-histeroscopia<br />
Paciente Prontuário Data<br />
Idade G P AE AP Infertil: Sim ( ) Não ( )<br />
História pregressa significante (i.e. cirurgia, ectópica, infecção, etc)<br />
HSG( ) Sonografia ( ) Histeroscopia ( ) Histerossonografia ( ) Documentação ( )<br />
Classificação da Sociedade de Fertilidade Americana para as aderências intra-uterinas<br />
Escore da HSG<br />
Escore da Histeroscopia<br />
Estágio I Leve 1 a 4<br />
Estágio II Moderado 5 a 8<br />
Estágio III Severo 9 a 12<br />
Achados histerossalpingográficos Achados histeroscópicos<br />
Extenção da<br />
cavidade envolvida<br />
2/3 Achados adicionais<br />
Escore 1 2 4<br />
Tipo de aderência velamentosa velamentosa/densa densa<br />
Escore 1 2 4<br />
Padrão menstrual normal hipomenorréia Amenorréia<br />
Escore 0 2 4<br />
Prognóstico:<br />
Prognóstico dependente de permeabilidade tubária:<br />
TRATAMENTO/SEGUIMENTO PROPOSTO:<br />
RESULTADOS:<br />
Prof. F. C. Medeiros<br />
(The American Fertility Society Classification of intrauterine adhesions. Fertil Steril 49:944, 1988).<br />
7
<strong>PERDA</strong> <strong>GRAVÍDICA</strong> <strong>RECORRENTE</strong> Ago 2012<br />
OPÇÕES TERAPÊUTICAS PARA AS ADERÊNCIAS INTRA-UTERINAS<br />
Lise de aderência atraves de histerotomia.<br />
Lise de aderência trans-vaginal.<br />
Lise de aderência histeroscópica<br />
Associados ou não a:<br />
Inserção de DIU.<br />
Cateter de Foley.<br />
Estrogenioterapia<br />
OPÇÕES TERAPÊUTICAS PARA MIOMAS UTERINOS<br />
Miomectomia translaparotômica.<br />
Miomectomia translaparoscópica.<br />
Miomectomia trans-Histeroscópica.<br />
Associados ou não a tratamento clínico:<br />
Análogos do GnRH.<br />
Análogos isoladamente<br />
Outros<br />
8
Figura 6<br />
<strong>PERDA</strong> <strong>GRAVÍDICA</strong> <strong>RECORRENTE</strong> Ago 2012<br />
<strong>PERDA</strong>S <strong>GRAVÍDICA</strong>S <strong>RECORRENTE</strong>S<br />
Fator uterino<br />
Biópsia de endométrio Histeroscopia<br />
Receptividade endometrial<br />
Histerossalpingografia<br />
Bicorno<br />
Rudimentar Simétrico<br />
Excisão do<br />
corno<br />
vestigial<br />
Ecografia pélvica<br />
transvaginal<br />
Histerossonografia<br />
Mal-formações<br />
uterinas<br />
Didelfo Septado Arqueado<br />
Rever história obstétrica<br />
Infertilidade<br />
Perda gravídica recorrente<br />
Metroplastia<br />
Ressecção<br />
trans-histeroscópica<br />
do septo<br />
Útero<br />
unicorno<br />
Seguimento<br />
9
Figura 7<br />
<strong>PERDA</strong> <strong>GRAVÍDICA</strong> <strong>RECORRENTE</strong> Ago 2012<br />
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ<br />
Maternidade Escola Assis-Chateaubriand<br />
Serviço de Reprodução Humana<br />
Setor de Video-histeroscopia<br />
Paciente Prontuário Data<br />
Idade G P AE AP Infertil: Sim ( ) Não ( )<br />
História pregressa significante (i.e. cirurgia, ectópica, infecção, etc)<br />
HSG ( ) Sonografia ( ) Histeroscopia ( ) Laparoscopia ( ) Laparotomia ( )<br />
Classificação da Sociedade de Fertilidade Americana para as anomalias Mülerianas<br />
Laudo:<br />
1. Hipoplásico/Agenesia<br />
4. Bicorno<br />
____________________________________<br />
Prof. Francisco C. Medeiros<br />
Chefe do SRH-<strong>MEAC</strong>/UFC<br />
2. Unicorno<br />
5. Septado<br />
3. Didelfo<br />
6. Arqueado<br />
7. Relacionado a<br />
drogas (DES)<br />
10
<strong>PERDA</strong> <strong>GRAVÍDICA</strong> <strong>RECORRENTE</strong> Ago 2012<br />
<strong>PERDA</strong>S <strong>GRAVÍDICA</strong>S <strong>RECORRENTE</strong>S<br />
Fator cervical<br />
Incompetência ístmo-cervical: É a incapacidade do cervice uterino de manter<br />
uma gravidez intra-uterina até o termo devido a causas adquiridas como<br />
multiparidade anterior, abortamentos, dilatações cervicais acima de 12 mm,<br />
lacerações cervicais, conizações entre outras ou devido a causas congênitas como<br />
exposição in uteru ao dietilestilbestrol e associadas a anomalias do ductos<br />
Mulerianos.<br />
Diagnóstico pré-concepcional:<br />
Clínico:<br />
História de perdas gravídicas repetidas no 2 o trimestre, de amniorrexe prematura,<br />
Permeabilidade do orifício interno cervical até a vela de Hegar no 8 (Não deve ser<br />
realizado durante a menstruação ou no meio do ciclo).<br />
Radiológico (Histerossalpingografia):<br />
Ausência do contorno ístmico.<br />
Ístmo medindo 6 ou mais mm em largura.<br />
Orifício interno do colo uterino maior que 6 mm.<br />
Diagnóstico durante a gravidez:<br />
Clínico:<br />
Dilatação do orifício interno do colo<br />
Apagamento<br />
Ecográfico:<br />
Se houver suspeita a paciente deve ser examinada semanalmente à partir da 10 a semana.<br />
Qualquer apagamento ou dilatação cervical é indicação para cerclagem.<br />
A medida obtida com ultrassonografia é padrão ouro no diagnóstico. O comprimento<br />
cervical no 2 o trimestre é de 2,5 a 6cm, um comprimento menor que 2,5 significa<br />
incompetência.<br />
Orifício cervical interno > 2cm.<br />
Tratamento<br />
Pré-concepcional:<br />
Sem tratamento<br />
11
Cirurgia de Lash<br />
Durante a gravidez:<br />
repouso no leito (relativo)<br />
Progesterona<br />
Cerclagem profilática ? em casos de malformações uterinas<br />
Cerclagem (entre 13 e 15 semanas)<br />
Tocólise com -miméticos<br />
Antibiótico-profilaxia<br />
<strong>PERDA</strong> <strong>GRAVÍDICA</strong> <strong>RECORRENTE</strong> Ago 2012<br />
Condições: Feto vivo, ausência de malformação fetal pela ecografia, bolsa íntegra,<br />
ausência de sangramento e contrações uterinas.<br />
Contra-indicações: corioamnionite e dilatação cervical maior que 4 cm.<br />
Acompanhamento visual semanal e ultrassonografia. Eventualmente uma 2 a cerclagem<br />
é necessária.<br />
12
Figura 8<br />
<strong>PERDA</strong> <strong>GRAVÍDICA</strong> <strong>RECORRENTE</strong> Ago 2012<br />
<strong>PERDA</strong>S <strong>GRAVÍDICA</strong>S <strong>RECORRENTE</strong>S<br />
Fator endócrino<br />
Diabetes Tireóide<br />
Curva glicêmica/<br />
Glicemia de jejum<br />
TSH elevado<br />
T 4 normal<br />
Hipotireoidismo<br />
sub-clínico<br />
TSH elevado<br />
T 4 baixo<br />
Hipotireoidismo<br />
TSH<br />
T 4 livre<br />
TSH baixo<br />
T 4 elevado<br />
Hipertireoidismo<br />
13
Figura 9<br />
<strong>PERDA</strong> <strong>GRAVÍDICA</strong> <strong>RECORRENTE</strong> Ago 2012<br />
<strong>PERDA</strong>S <strong>GRAVÍDICA</strong>S <strong>RECORRENTE</strong>S<br />
Reserva ovariana<br />
FSH, LH, Estradiol<br />
3 o dia do ciclo<br />
Protocolo<br />
específico<br />
Biópsia de<br />
endométrio<br />
Fator endócrino<br />
Ovário<br />
Protocolo do<br />
fator uterino<br />
Testes<br />
estimulados<br />
Curva de<br />
temperatura<br />
basal<br />
Função lútea<br />
Bifásica<br />
< 11 dias<br />
Insuficiência<br />
lútea<br />
Progesterona<br />
< 12 ng/ml<br />
Insuficiência<br />
lútea<br />
14
Figura 10<br />
<strong>PERDA</strong> <strong>GRAVÍDICA</strong> <strong>RECORRENTE</strong> Ago 2012<br />
<strong>PERDA</strong>S <strong>GRAVÍDICA</strong>S <strong>RECORRENTE</strong>S<br />
Fator endócrino<br />
Ovário Hipófise<br />
FSH, LH, Estradiol<br />
3 o dia do ciclo<br />
Elevada<br />
(>50 ng/ml)<br />
TSH, T 4 ,<br />
creatinina<br />
Elevada<br />
( 20 ng/ml)<br />
Repete 2 vêzes Hiperprolactimemia<br />
idiopática ?<br />
Normal<br />
Elevada<br />
(>50 ng/ml)<br />
Elevada<br />
(
Figura 11<br />
<strong>PERDA</strong> <strong>GRAVÍDICA</strong> <strong>RECORRENTE</strong> Ago 2012<br />
<strong>PERDA</strong>S <strong>GRAVÍDICA</strong>S <strong>RECORRENTE</strong>S<br />
Fator endócrino<br />
Ovário Hipófise<br />
Tomografia computorizada ou<br />
Ressonância magnética: massa<br />
> 20mm com extensão extrasselar<br />
PRL > 10<br />
x normal<br />
Prolactinoma<br />
invasivo<br />
Prolactina<br />
Tomografia computorizada ou<br />
Ressonância magnética:<br />
massa de 3 a 10 mm<br />
PRL 2 a 10<br />
x normal<br />
Microadenoma<br />
16
Figura 12<br />
<strong>PERDA</strong> <strong>GRAVÍDICA</strong> <strong>RECORRENTE</strong> Ago 2012<br />
<strong>PERDA</strong>S <strong>GRAVÍDICA</strong>S <strong>RECORRENTE</strong>S<br />
Fator endócrino<br />
Ovário Hipófise<br />
Tomografia computorizada<br />
ou<br />
Ressonância magnética normal<br />
PRL < 5x<br />
normal<br />
Hiperprolactinemia<br />
idiopática<br />
PRL 2 a 10<br />
x normal<br />
Macroprolactinemia<br />
Prolactina<br />
Tomografia computorizada ou<br />
Ressonância magnética: massa<br />
> 10mm + extensão extrasselar<br />
PRL >10<br />
x normal<br />
Macroadenoma<br />
PRL < 5<br />
x normal<br />
Pseudoprolactinoma<br />
(não-secretor de PRL<br />
17
<strong>PERDA</strong> <strong>GRAVÍDICA</strong> <strong>RECORRENTE</strong> Ago 2012<br />
TRATAMENTO DO FATOR HORMONAL<br />
Progesterona supositórios vaginais<br />
Progesterona creme vaginal<br />
Citrato de clomifene<br />
Gonadotrofina coriônica humana<br />
(HCG)<br />
Gonadotrofinas de mulher<br />
menopausada<br />
Progesterona oleosa injetável (50mg/ml)<br />
Progesterona<br />
Insuficiência Lútea<br />
Durante a gravidez<br />
25 a 50mg 2 a 3 vêzes ao dia<br />
25 a 50mg 2 a 3 vêzes ao dia<br />
50 a 100mg vo do 5 o ao 9 o dia do ciclo<br />
10.000UI para desencadear a ovulação e<br />
em seguida 5.000UI na fase lútea média<br />
protocolos específicos<br />
1ml IM ao dia durante a fase lútea<br />
50 a 150 mg via vaginal ao dia<br />
50 mg IM ao dia<br />
(até completadas 12 semanas)<br />
Hipotireoidismo<br />
(A dose deve ser ajustada mensalmente: clínica, TSH, T4 livre e T3)<br />
L-tiroxina<br />
100 a 200 mg vo ao dia<br />
Hipertireoidismo<br />
(A dose deve ser ajustada mensalmente: clínica, TSH, T4 livre e T3)<br />
Propiltiuracil<br />
Metimazol<br />
100 a 150 mg vo 3 vêzes ao dia<br />
20 mg vo 2 vêzes ao dia<br />
18
<strong>PERDA</strong> <strong>GRAVÍDICA</strong> <strong>RECORRENTE</strong> Ago 2012<br />
TRATAMENTO DO FATOR HORMONAL<br />
Derivados do ergot<br />
Derivados do ácido lisérgico:<br />
bromocriptina<br />
Derivado da clavina: pergolida<br />
Derivado do 8--amino-ergolina:<br />
lisurida<br />
Bromocriptina injetável<br />
Bromocriptina via vaginal<br />
Hiperprolactinemia<br />
Agonista dopaminérgico<br />
2,5 a 7,5 mg vo ao dia<br />
3mg vo ao dia<br />
0,2 mg vo 3 vêzes ao dia<br />
Não existe no Brasil<br />
2,5 a 7,5 mg ao dia<br />
Terapia alternativa para diminuir a prolactina<br />
Citrato de clomifene<br />
Gonadotrofinas<br />
Cirurgia transesfenoidal<br />
Radioterapia<br />
50 a 150 mg vo do 5 o ao 9 o dia do ciclo.<br />
(protocolos de indução da ovulação).<br />
Macroprolactinomas sintomáticos<br />
Microprolactinomas (custo-efetividade).<br />
Quando outras formas de tratamento<br />
falharam ou são contraindicadas.<br />
Os tratamentos clínicos com agonistas dopaminérgicos devem ser iniciados em<br />
pequena dose e aumentados lenta e progressivamente. As doses devem ser<br />
mantidas para normalização da prolactina que deve ser triada frequentemente.<br />
Figura 13<br />
19
<strong>PERDA</strong> <strong>GRAVÍDICA</strong> <strong>RECORRENTE</strong> Ago 2012<br />
<strong>PERDA</strong>S <strong>GRAVÍDICA</strong>S <strong>RECORRENTE</strong>S<br />
Cariótipo fetal<br />
Anormal<br />
Repetir cariótipo<br />
Danos cromossomiais<br />
secundários a toxinas ou<br />
irradiação<br />
Translocações<br />
balanceadas<br />
Avaliação genética<br />
Cariótipo<br />
do<br />
casal<br />
Possível inseminação com doador<br />
doadora de óvulo<br />
doadora de embrião<br />
adoção<br />
Normal<br />
(procurar outras causas)<br />
Cariótipo fetal anormal (+)<br />
Cariótipo paternos normais<br />
Aconselhamento<br />
genético<br />
20
<strong>PERDA</strong> <strong>GRAVÍDICA</strong> <strong>RECORRENTE</strong> Ago 2012<br />
<strong>PERDA</strong>S <strong>GRAVÍDICA</strong>S <strong>RECORRENTE</strong>S: CAUSAS<br />
IMUNOLÓGICAS:<br />
Isoimune : Destruição das hemácias fetais por Ac maternos frente a antigenos<br />
eritrocitarios fetopaternos.<br />
Aloimune: Fracasso no desenvolvimento por parte da mãe dos mecanismos imunes<br />
protetores que normalmente se estabelecem na gravidez.<br />
Autoimune : Autoanticorpos maternos dirigidos contra antígenos fetomaternos.<br />
Dentre as três descritas acima trataremos por ordem de frequência e importancia quanto<br />
ao resultado, autoimune:<br />
Achados Clínicos<br />
Perda gravídica<br />
Morte fetal<br />
Perda gravídica recorrente<br />
Trombose<br />
Venosa<br />
Arterial<br />
AVC<br />
Trombocitopenia auto-imune.<br />
Anemia hemolítica Coombs positivo.<br />
Livedo reticularis<br />
SINDROME ANTIFOSFOLIPÍDICA<br />
Achados Laboratoriais<br />
Lúpus anticoagulante<br />
Tempo de tromboplastina parcial<br />
ativado (TTPA)<br />
Prova de tromboplastina diluída<br />
Elisa<br />
Anticorpo anticardiolipina IgG positivo<br />
Anticorpo anticardiolipina IgM mediana<br />
ou altamente positivo.<br />
Ac anticardiolipina<br />
VDRL positivo<br />
FTA-ABS negativo<br />
Plaquetopenia<br />
* “ Para o diagnóstico da síndrome antifosfolipídica é necessário que um sinal<br />
clínico esteja presente e associado com um dado laboratorial “.<br />
Outros critérios diagnósticos para perdas gravídicas recorrentes de causa<br />
imunológica:<br />
21
<strong>PERDA</strong> <strong>GRAVÍDICA</strong> <strong>RECORRENTE</strong> Ago 2012<br />
Os níveis de imunoglobulinas totais podem servir como potencial função linfocitaria B<br />
anormal em pacientes com falha reprodutiva:<br />
1. perdas gravídicas repetidas<br />
2. Infertilidade inexplicada<br />
3. Endometriose<br />
4. Pacientes com Ac. Espermaticos<br />
Condições médicas associadas:<br />
Doença de Crohn<br />
Hepatite ativa crônica<br />
Doença tireoideana<br />
Diabetes mellitus<br />
Endometriose<br />
Colite ulcerativa<br />
TRATAMENTO DA SÍNDROME ANTIFOSFOLIPÍDICA<br />
Droga Dose<br />
Ácido acetil salicílico 80mg /dia<br />
Heparina 10.000 UI / dia<br />
Prednisona 40 ou 60 mg/ dia<br />
Associações<br />
1. Prednisona (+)<br />
AAS<br />
2. AAS (+)<br />
Heparina<br />
Nào menos que 10mg/dia<br />
20 - 40 mg / dia<br />
80 mg / dia<br />
80 mg/ dia<br />
5.000 UI sc/dia<br />
O tratamento deve iniciar-se pelo menos 48 horas após a ovulação na qual houve<br />
gravidez.<br />
A associação de heparina com AAS tem sido melhor aceita, pois parece trazer<br />
menos morbidade materna.<br />
LA é mais sensitivo a prednisona que ACL<br />
Os níveis de Ac circulantes são critérios para o aumento da dose da prednisona ou<br />
para associação a outras drogas.<br />
Se houver história de trombose prévia usar preferivelmente heparina ( as doses<br />
ainda não estão bem determinadas). O prolongamento do PTTa está aumentado<br />
antes do tratamento e portanto não deve ser parâmetro para monitorar a terapia.<br />
22
Riscos da terapia com corticoesteróides:<br />
<strong>PERDA</strong> <strong>GRAVÍDICA</strong> <strong>RECORRENTE</strong> Ago 2012<br />
Insuficiencia adrenal Necrose asséptica da cabeça do femur<br />
Acne severa Hipertensão arterial<br />
Intolerancia a glicose Infecções<br />
Cicatrização defeituosa Anormalidade plaquetária<br />
Fáscies cushingóide Osteopenia<br />
Riscos da terapia imunoestimulante:<br />
Anafilaxia Infecção<br />
Doença do soro Doença do hospedeiro x enxerto<br />
Sensibilização<br />
Retardo do crescimento intrauterino<br />
Indicações para imunização com leucócitos:<br />
Incapacidade de receber orgãos de<br />
doadores<br />
HLA paterno Deficiencia materna de Ac antipaternos<br />
linfocitotóxicos<br />
Hipo-responsividade MHC materno Eficácia<br />
Imunoterapias propostas<br />
1. Imunoestimulação<br />
transfusão de leucócitos<br />
transfusão de fluido da vesícula trofoblástica<br />
supositórios de plasma seminal<br />
transfusões de imunoglobulinas<br />
2. Imunossupressão<br />
corticoesteróides<br />
aspirina<br />
heparina<br />
progesterona<br />
pentoxifilina<br />
ciclosporina A<br />
nifedipina<br />
23
Figura 14<br />
<strong>PERDA</strong> <strong>GRAVÍDICA</strong> <strong>RECORRENTE</strong> Ago 2012<br />
<strong>PERDA</strong>S <strong>GRAVÍDICA</strong>S <strong>RECORRENTE</strong>S<br />
Tipagem<br />
do HLA<br />
Antígenos<br />
partidos<br />
(considerar<br />
transfusão<br />
de leucócitos)<br />
Fator Imunológico<br />
Avaliar síndrome<br />
antifosfolipídica *<br />
Tipagem do<br />
sistema ABO<br />
Investigar<br />
doenças<br />
auto-imunes<br />
Hemograma completo<br />
Reticulocitose<br />
Trombocitopenia<br />
Células LE<br />
Anti-DNA<br />
Anti-Sm<br />
VDRL falso-positivo<br />
Anticorpo antinuclear<br />
Parecer do reumatologista<br />
Compatibilidade<br />
* A síndrome antifosfolipídica deve ser avaliada como no texto.<br />
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<strong>PERDA</strong>S <strong>GRAVÍDICA</strong>S <strong>RECORRENTE</strong>S<br />
As infecções sistemicas agudas são<br />
sabidamente causadoras de abortamentos<br />
espontâneos<br />
Fator infeccioso<br />
<strong>PERDA</strong> <strong>GRAVÍDICA</strong> <strong>RECORRENTE</strong> Ago 2012<br />
Um grupo de infecções agudas que<br />
podem causar perdas gravídicas e<br />
anormalidades fetais é conhecido por<br />
TORCHES<br />
As infecções são vistas hoje em dia como causas raras de perdas gravídicas<br />
recorrentes<br />
PACIENTES QUE DEVEM SE SUBMETER A AVALIAÇÃO DE TAIS<br />
DOENÇAS INFECCIOSAS<br />
Categoria I<br />
Categoria II<br />
Categoria III<br />
Indivíduos sadios<br />
Exame físico normal<br />
Monogamicos<br />
Sem antecedentes de<br />
DST<br />
Sadios<br />
História de DST<br />
Imunocomprometido<br />
A avaliação não é necessária<br />
Investigar:<br />
Investigar:<br />
Clamídia<br />
Gonorréia<br />
Sífiles<br />
CRITÉRIOS PARA AS CAUSAS INFECCIOSAS<br />
Herpes virus hominis<br />
Citomegaloviros<br />
Listeriose<br />
Toxoplasmose<br />
O organismo deve estar presente durante anos (infecção crônica).<br />
A infecção não deve debilitar a paciente o bastante para impedir a ovulação ou o<br />
coito.<br />
O microorganismo deve infectar os tecidos gestacionais : decídua, trofoblasto, feto.<br />
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Avaliação deve ser feita para<br />
<strong>PERDA</strong> <strong>GRAVÍDICA</strong> <strong>RECORRENTE</strong> Ago 2012<br />
Infecções sistêmicas (TORCHES) Infecções genitais<br />
Toxoplasmose:<br />
Histologia de linfonodos<br />
Demonstração do trofozoíta nos tecidos e<br />
líquidos corporeos<br />
Sorologia (ELISA) , os títulos de IgM<br />
aparecem precocemente (5 dias) e<br />
desaparecem em vários meses.<br />
Rubéola:<br />
Sorologia<br />
Citomegalovirose:<br />
Cultura e isolamento do virus<br />
Sorologia (ELISA) IgM CMV-específico é<br />
utilizada para identificar infecções recentes<br />
Herpes virose tipo I e II:<br />
Cultura e isolamento do vírus<br />
Sífiles:<br />
FTA-ABS<br />
VDRL quantitativo<br />
Clamídia:<br />
Cultura de células infectadas<br />
Imunodiagnóstico (ELISA) das<br />
secreções infectadas<br />
Micoplasma (Ureaplasma<br />
urealyticum e Mycoplasma hominis):<br />
O material corado pelo Gram mostra<br />
células inflamatórias sem evidências de<br />
bactérias<br />
Titulação de anticorpos (sorologia)<br />
Listeriose:<br />
Cultura do sangue ou outros tecidos<br />
Gonorréia:<br />
Coloração pelo Gram do exudato<br />
(uretral, cervical, retal, faringe)<br />
Cultura do exudato<br />
DIP:<br />
(protocolo específico)<br />
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Toxoplasmose<br />
Rubéola<br />
Citomegalovirose<br />
Herpes virose tipo I e II<br />
Sífiles<br />
Tratamento<br />
Infecções sistêmicas (TORCHES)<br />
Tratar somente a doença ativa:<br />
Sintomas constitucionais severos e<br />
persistentes<br />
Com disfunções órgão-específicas<br />
Imunoincompetentes<br />
Infectados por inoculação direta em<br />
laboratórios<br />
Não existe terapia antiviral específica.<br />
Vacinar os indivíduos não imunes.<br />
Adiar a gravidez por no mínimo 3 meses.<br />
Sem tratamento<br />
Interferon?<br />
9-(1, 3 dihidroxi-2-propoximetil) guanina [DHPG]<br />
Sem tratamento<br />
Acyclovir, 400 mg 5 x dia por 10 dias.<br />
<strong>PERDA</strong> <strong>GRAVÍDICA</strong> <strong>RECORRENTE</strong> Ago 2012<br />
Pirimetamina: 75mg vo inicialmente,<br />
seguido de 25 mg por dia<br />
associada a<br />
Sulfadiazina: 1 a 1,5 g vo cada 6 horas<br />
O tratamento deve durar de 4 a 6<br />
semanas.<br />
Hidratação abundante par aevitar<br />
cristalúria.<br />
Dar sempre ácido folínico, 5 a 10mg vo 2<br />
a 3 vêzes por semana para evitar<br />
toxicidade medular óssea.<br />
Primária:<br />
Penicilina G procaina, 4,8 milhões de unidades IM em doses de 600.000 U<br />
por dia por 8 dias consecutivos<br />
ou<br />
Penicilina Benzatina 2,4 milhões de unidades I.M. dose única (1,4 milhões<br />
em cada músculo na mesma hora).<br />
Secundária:<br />
Penicilina G procaina, 9 milhões de unidades IM em doses de 600.000 U por<br />
dia por 15 dias consecutivos.<br />
ou<br />
Penicilina Benzatina 7,2 milhões de unidades I.M. em doses de 2,4 milhões<br />
em intervalos de 7 dias por 21 dias (1,4 milhões em cada músculo na mesma<br />
hora).<br />
ou para alérgicos a penicilina<br />
Tetraciclina, 500 mg v.o. 4xdia, 12 dias.<br />
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Clamídia<br />
cervicite<br />
uretrite<br />
proctite<br />
conjuntivite<br />
faringite<br />
bartolinite<br />
salpingite<br />
DIP<br />
Micoplasma (Ureaplasma<br />
urealyticum e<br />
Mycoplasma hominis)<br />
Listeria<br />
Gonorréia<br />
DIP<br />
Infecções genitais<br />
<strong>PERDA</strong> <strong>GRAVÍDICA</strong> <strong>RECORRENTE</strong> Ago 2012<br />
Doxiciclina: 200 mg v.o. no primeiro dia e em seguida 100mg/dia por 11<br />
dias.<br />
Minociclina:<br />
Sulfametoxazol + trimetoprin:<br />
Ofloxacin:<br />
Eritromicina:<br />
(Qualquer opção requer de 7 a 21 dias de tratamento)<br />
Doxiciclina: 200 mg v.o. no primeiro dia e em seguida 100mg/dia por 11<br />
dias.<br />
Eritromicina:<br />
Ampicilina: 200mg/Kg I.V. dividida em 6 doses<br />
Não complicada:<br />
Amoxicilina: 3g v.o. dose única<br />
+<br />
Doxiciclina: 200 mg v.o. /dia/ 7 dias<br />
protocolo específico<br />
Todas as outras formas:<br />
Ceftriaxone: 250mg IM (+)<br />
Doxiciclina: 200 mg v.o. /dia/ 7 dias<br />
ou<br />
spectinomicina: 2,0 g IM +<br />
Doxiciclina, mesma dose.<br />
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