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DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL - MEAC

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MATERNIDADE-ESCOLA ASSIS<br />

CHATEAUBRIAND<br />

Diretrizes<br />

assistenciais<br />

<strong>DOENÇA</strong><br />

<strong>TROFOBLÁSTICA</strong><br />

<strong>GESTACIONAL</strong>


<strong>DOENÇA</strong> <strong>TROFOBLÁSTICA</strong> <strong>GESTACIONAL</strong><br />

Cecília Maria Pontes<br />

Francisco Edson de Lucena Feitosa<br />

CONCEITO: Os tumores trofoblásticos gestacionais caracterizam-se por blastomas<br />

originados do tecido de revestimento das vilosidades coriais (cito e sinciciotrofoblasto) e<br />

que apresentam aspectos degenerativos (hidropsia do estroma) e proliferativos.<br />

Aparecem, geralmente, sob a forma de vesículas de diferentes tamanhos e que contém,<br />

em seu interior, maior ou menor quantidade de substancia serosa.<br />

FORMAS CLÍNICAS:<br />

o Mola hidatiforme<br />

Mola completa<br />

Mola parcial<br />

o Mola invasora<br />

o Coriocarcinoma<br />

o Tumor trofoblástico do sítio placentário<br />

FATORES DE RISCO:<br />

• Beta HCG > 100.000 mUI/ml<br />

• Duração da doença > 6 meses desde o término da gravidez antecedente<br />

• Quimioterapia prévia<br />

• Tumor trofoblástico do sítio placentário<br />

ESCORES DE RISCO DA FIGO (2001)<br />

Escore FIGO 0 1 2 4<br />

Ida<br />

Gestação anterior<br />

Intervalo (meses) *<br />

Mola<br />

≤<br />

<<br />

><br />

Aborto<br />

4<br />

a termo<br />

7- ><br />

Beta<br />

HCG<br />

Tamanho Tu incluindo<br />

< 1000<br />

3<br />

1000 –<br />

10.000<br />

5<br />

>10.000–<br />

100.000<br />

-<br />

> 100.000<br />

-<br />

útero<br />

Sitío de metástase<br />

No. de metástases<br />

Falha da QT<br />

-<br />

Pulmão,<br />

vagina<br />

0<br />

-<br />

Baço, Rins<br />

1-<br />

-<br />

T<br />

G<br />

4-<br />

Droga única<br />

Céreb<br />

ro,<br />

><br />

2 ou +<br />

drogas<br />

Total do Escore: 0 a 6 = Baixo risco; ≥ 7 = Alto risco<br />

* Intervalo (em meses) entre o fim da gravidez anterior e o início da QT<br />

DIAGNÓSTICO:<br />

<strong>MEAC</strong>-UFC 2


CLÍNICO:<br />

• Sinais e sintomas funcionais<br />

o Hemorragia precoce<br />

o Corrimento amarelado mesclado com sangue<br />

o Emissão de vesículas<br />

o Dores abdominais e lombares<br />

• Sintomas gerais ou tóxicos<br />

o Anemia<br />

o Náuseas e vômitos repetidos<br />

o Hiperêmese gravídica<br />

o Comprometimento do estado geral<br />

• Sinais Físicos<br />

o Aumento exagerado do volume abdominal<br />

o Ausência de rechaço fetal ou BCF<br />

o Amolecimento uterino exagerado<br />

o Cistose ovariana uni ou bilateral<br />

LABORATORIAL:<br />

• Dosagem de beta-HCG – Fundamental tanto para comprovar o diagnóstico<br />

como para o acompanhamento pós-molar.<br />

• Ultrassonografia – Método propedêutico mais prático e eficiente para confirmar o<br />

diagnóstico de doença trofoblástica gestacional. Há necessidade de descrição<br />

detalhada do útero, conteúdo intrauterino e anexos.<br />

Diagnóstico diferencial:<br />

• Abortamento 1º. trimestre<br />

• Prenhez ectópica<br />

• Patologias cervicais hemorrágicas coincidentes com a gestação<br />

TRATAMENTO - Antes do esvaziamento uterino solicitar: Hemograma completo, Tipagem<br />

sanguínea, Beta HCG, Raio X de Tórax, Ultrassonografia pélvica e transvaginal.<br />

ESVAZIAMENTO UTERINO - Preparação cervical, dilatação e curetagem uterina<br />

• Até 12 semanas de gestação ou fundo uterino à meia distância entre a sínfise e<br />

a cicatriz umbilical – Colocar 02 comprimidos de misoprostol de 200mcg em<br />

fundo de saco vaginal e após 4 a 6h proceder a curetagem com AMIU na<br />

EMERGÊNCIA.<br />

o OBS – Não há necessidade de expulsão do material intra-uterino, apenas<br />

dilatação do colo.<br />

• 13 a 20 semanas ou fundo uterino acima da metade da distância entre a sínfise<br />

e a cicatriz umbilical – Colocar 01 comprimido de misoprostol em fundo de saco<br />

vaginal e realizar Vácuo-aspiracão, após 6h, no CENTRO CIRÚRGICO.<br />

o Durante o procedimento cirúrgico utilizar ocitocina e mantê-la por 24h.<br />

• Acima de 20 semanas – Utilizar 200mcg de misoprostol vaginal até que surja<br />

STV. Em seguida iniciar infusão de ocitocina até expulsão substancial da mola e<br />

redução do volume uterino, quando se procederá a vácuo-aspiração reduzindo<br />

assim o risco de perfuração.<br />

• OBS: Mulheres com útero de volume ≥ 600cm 3 ou oriundas do interior do<br />

estado, devem realizar USG de controle 48h após esvaziamento uterino.<br />

Nas outras situações realizar USG controle depois de 1 a 2 semanas.<br />

<strong>MEAC</strong>-UFC 3


• Método de Krause e histerotomia (curetagem a céu aberto) – Métodos de<br />

exceção.<br />

SEGUIMENTO:<br />

• Exame pélvico: intervalos semanais/quinzenais/mensais até a remissão<br />

seguindo o controle do beta HCG.<br />

• Dosagem de beta HCG<br />

o Intervalos semanais até obter três dosagens consecutivas negativas.<br />

A expectativa de remissão espontânea não deve ultrapassar oito<br />

semanas.<br />

o Intervalo quinzenal – Uma dosagem<br />

o Mensal – Até completar 6 meses após o 1º. resultado negativo quando<br />

houver remissão espontânea e de um ano se a paciente foi submetida à<br />

quimioterapia.<br />

• Rx de tórax – Mensal até a remissão da doença<br />

• Anticoncepção – Deve ser instituída imediatamente após o esvaziamento<br />

uterino. Dá-se preferência aos anticoncepcionais orais combinados.<br />

• Expectativa de cura espontânea enquanto se mantiver curva regressiva das<br />

dosagens de beta HCG. Ocorrendo nivelamento ou elevação dos níveis de beta<br />

HCG ou surgindo metástases deve ser iniciado o tratamento quimioterápico.<br />

REMISÃO ESPONTÂNEA: 70% dos casos curam-se espontaneamente; os restantes<br />

evoluem para as formas invasoras. Considera-se remissão espontânea quando:<br />

• Níveis de beta HCG descrescerem progressivamente e negativarem<br />

• Involução uterina e imediata cessação da hemorragia<br />

• Involução da cistose ovariana<br />

• Ausência de metástases ou infiltração miometrial<br />

• Rápida melhora do estado geral<br />

QUIMIOTERAPIA<br />

• Profilática - pode ser empregada nos casos de mola hidatiforme completa, de<br />

risco, nas pacientes cujo seguimento se mostre improvável e em particular<br />

quando apresentar as seguintes situações:<br />

o<br />

o<br />

o<br />

o<br />

o<br />

Beta HCG > 100.000 muI/ml antes do esvaziamento uterino<br />

Útero grande para idade gestacional<br />

Cistose ovariana > 6 cm<br />

Idade materna superior a 40 anos<br />

Laudo Histopatológico: Trofoblasto compacto,<br />

infiltração<br />

linfoplasmocitária e depósito fibrinóide escasso ou ausente; na<br />

classificação de “Hertig e Mansell” potencialmente maligna.<br />

• ESQUEMAS<br />

o Único<br />

Observar intervalo, entre as séries, mínimo de 7 dias e máximo<br />

de 14 dias. Ao fim de 4 séries não ocorrer remissão está indicado<br />

poliquimioterapia.<br />

Metotrexato (MTX – 50mg/m 2 ) com resgate folínico – esquema de<br />

preferência<br />

Actinomicina D – Nos casos de comprometimento hepático<br />

o Poliquimioterapia<br />

<strong>MEAC</strong>-UFC 4


EMA-CO (Etoposide + Metotrexato + Actinomicina-D +<br />

Ciclofosfamida + Oncovin)<br />

HISTERECTOMIA PROFILÁTICA:<br />

• Idade > 40 anos<br />

• Multíparas ou tendo pelo menos três filhos com dificuldade de acompanhamento<br />

clínico<br />

• Cistos tecaluteínicos volumosos, bilaterais associado a útero grande<br />

• Não desejosas de procriar<br />

• Doença trofoblástica resistente à quimioterapia<br />

• Hemorragias de repetição e incoercível<br />

• Invasão miometrial avaliada atualmente principalmente através da<br />

Dopplervelocimetria<br />

• Perfuração uterina pela tumoracão<br />

ESTADIAMENTO CLÍNICO-PATOLOGICO<br />

• Estágio I- Doença limitada ao útero<br />

• A- Doença limitada ao útero sem fator de risco<br />

• B- Doença limitada ao útero com um fator de risco<br />

• C- Doença limitada ao útero com dois fatores de risco<br />

• Estágio II- Tumor trofoblástico gestacional ultrapassa os limites do útero,<br />

porém, confinado às estruturas genitais<br />

• A- Envolve estruturas genitais sem fator de risco<br />

• B- Envolve estruturas genitais com um fator de risco<br />

• C- Envolve estruturas genitais com dois fatores de risco<br />

• Estágio III- Tumor trofoblástico gestacional (TTG) se estende aos pulmões com<br />

ou sem envolvimento conhecido do trato genital<br />

• A- TTG se estende aos pulmões com ou sem envolvimento do trato<br />

genital e sem fatores de risco<br />

• B- TTG se estende aos pulmões com ou sem envolvimento do trato<br />

genital e com um fator de risco<br />

• C- TTG se estende aos pulmões com ou sem envolvimento e com dois<br />

fatores de risco<br />

• Estágio IV- Metástases em qualquer localização<br />

• A- Metástases sem fatores de risco<br />

• B- Metástases com um fator de risco<br />

• C- Metástases com dois fatores de risco<br />

<strong>MEAC</strong>-UFC 5

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