17.04.2013 Views

Patologia do Trato Genital Inferior - MEAC

Patologia do Trato Genital Inferior - MEAC

Patologia do Trato Genital Inferior - MEAC

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Méto<strong>do</strong>s mais freqüentemente emprega<strong>do</strong>s em diagnóstico<br />

complementar de patologia <strong>do</strong> trato genital inferior<br />

Exame de conteú<strong>do</strong> vaginal direto ou à fresco (Exame em tempo real).<br />

» Indica<strong>do</strong> para estu<strong>do</strong> de quadros inflamatórios vaginais para diagnóstico<br />

de patógenos tais como:<br />

• Trichomonas vaginalis: aparece como estrutura piriforme móvel.<br />

• Cândida sp: é identificada nas formas de blastoconídios (estruturas<br />

ovaladas e que se apresentam aderidas a outras menores, diz-se<br />

gemulan<strong>do</strong>), pseu<strong>do</strong>-hifas (em “bambu” isoladas) e pseu<strong>do</strong>micélios<br />

(em “bambu” ramificadas). Sua visualização é enaltecida com o uso de<br />

hidróxi<strong>do</strong> de potássio a 10 % (KOH a 10%).<br />

• Mobiluncus sp: aparece como um pequeno bacilo móvel, com<br />

movimento característico em turbilhão sobre seu próprio eixo e que<br />

dá a impressão de penetração na célula escamosa ao se aderir a ela,<br />

onde mantém um movimento “parkinsoniano”, forman<strong>do</strong> a “comma<br />

cell”, célula cabeluda ou célula porco espinho.<br />

• Gardnerella vaginalis: identificação de células indica<strong>do</strong>ras, células<br />

chave ou “clue cells”, que nada mais são <strong>do</strong> que células escamosas<br />

com citoplasma preenchi<strong>do</strong> por cocobacilos.<br />

» Colheita <strong>do</strong> material:<br />

• Deve ser feita em parede vaginal.<br />

CAPÍTULO 13<br />

PATOLOGIA DO TRATOGENITAL INFERIOR:<br />

MÉTODOS COMPLEMENTARES<br />

DE DIAGNÓSTICO<br />

José Eleutério Junior<br />

Francisco das Chagas Medeiros<br />

Raquel Autran Coelho<br />

105


Protocolos de Conduta<br />

106<br />

» Preparo e leitura:<br />

• O material colhi<strong>do</strong> pode ser coloca<strong>do</strong> de imediato na lâmina ou pode<br />

ser coloca<strong>do</strong> em frasco com pequena quantidade de solução salina<br />

(cerca de 1 a 2 ml).<br />

• Se coloca<strong>do</strong> em lâmina de adicionam duas gotas de solução salina<br />

ou de KOH a 10 % e coloca lamínula sobre a lâmina para leitura em<br />

microscópio óptico com aumentos de 100 e 400 vezes.<br />

• Se diluí<strong>do</strong> no frasco com salina, retirar duas a três gotas da solução<br />

e colocar sobre lâmina cobrin<strong>do</strong>-a com lamínula para leitura em<br />

microscópio óptico com aumentos de 100 e 400 vezes.<br />

• No microscópio óptico é interessante que se feche parcialmente<br />

o diafragma para que se consiga um melhor contraste entre as<br />

estruturas.<br />

pH vaginal<br />

» Seu auxílio é para diagnóstico de condições como vaginoses bacteriana<br />

e citolítica e candidíase.<br />

» Com um papel de nitrazina coloca<strong>do</strong> em contato com conteú<strong>do</strong> e/ou<br />

paredes vaginais se identifica o pH.<br />

Teste <strong>do</strong> KOH a 10% (Whiff test)<br />

» Colhe-se material da vagina que é posto em uma lâmina. A adição de<br />

hidróxi<strong>do</strong> de potássio alcaliniza o conteú<strong>do</strong> vaginal e isto permite que<br />

determinadas substâncias volatilizem e levem a o<strong>do</strong>res característicos,<br />

como é o caso de aminas liberadas por bactérias anaeróbias na vaginose<br />

bacteriana. Assim, considera-se o teste positivo.<br />

Estu<strong>do</strong> de microbiota por coloração de Gram<br />

» Por ser um méto<strong>do</strong> para estu<strong>do</strong> microbiológico, o sítio de colheita<br />

depende <strong>do</strong> patógeno que se quer pesquisar:<br />

Patógeno Sítio<br />

Gonococo En<strong>do</strong>cérvice<br />

Uretra<br />

Gardnerella vaginalis / Mobiluncus sp<br />

Vagina<br />

(vaginose bacteriana)<br />

Candida sp Vagina<br />

» Uma vez colhi<strong>do</strong> o material a ser examina<strong>do</strong>, este deve ser espalha<strong>do</strong><br />

em forma de uma camada fina e em movimentos circular no centro


da lâmina e deixa<strong>do</strong> secar ao ar para ser submeti<strong>do</strong> no laboratório à<br />

coloração de Gram.<br />

» Alguns serviços usam o escore de Nugent.<br />

Estu<strong>do</strong> citopatológico por coloração de Papanicolaou<br />

» Este é um méto<strong>do</strong> de identificação de lesões precursoras e neoplásicas<br />

<strong>do</strong> colo de útero. Sobre seu lau<strong>do</strong> e interpretação há um capítulo<br />

específico.<br />

Um bom exame de Papanicolaou começa por um colheita adequada.<br />

Daí a grande responsabilidade <strong>do</strong> profissional que faz este procedimento<br />

Um bom exame de Papanicolaou começa por uma colheita adequada. Daí<br />

a grande responsabilidade <strong>do</strong> profissional que faz este procedimento. A noção de<br />

que as alterações no colo <strong>do</strong> útero ocorrem na JEC implicam na necessidade da<br />

amostragem desta região.<br />

» A colheita de material pode ser em um único sítio (ectocérvice), em<br />

<strong>do</strong>is sítios (ectocérvice e en<strong>do</strong>cérvice) ou em três sítios (fun<strong>do</strong> de saco<br />

posterior, ectocérvice e en<strong>do</strong>cérvice).<br />

» Em mulheres pós menopausadas e não usuárias de terapia hormonal a<br />

JEC freqüentemente está na en<strong>do</strong>cérvice. Assim, nestas circunstâncias,<br />

o uso de escovinha para colheita en<strong>do</strong>cervical é obrigatória.<br />

» Méto<strong>do</strong>s:<br />

• Convencional: Uma vez colhi<strong>do</strong> o material a ser estuda<strong>do</strong>, este deve<br />

ser espalha<strong>do</strong> de maneira homogênia e mais fina possível sobre uma<br />

lâmina limpa de ponta fosca devidamente identificada. Em seguida,<br />

de imediato, esta lâmina deve ser fixada, colocada em frasco com<br />

álcool a 95% ou através de spray fixa<strong>do</strong>r, no qual é aplica<strong>do</strong> jato<br />

com uma distância de cerca de 15 a 20 cm e em pequena quantidade<br />

para que o excesso de fixa<strong>do</strong>r não prejudique a leitura por causa de<br />

artefatos que não poderão ser retira<strong>do</strong>s no laboratório.<br />

• Citologia em meio líqui<strong>do</strong>:<br />

▪ Técnicas:<br />

- Thin prep (Cytic ®)<br />

- SurePath(BD ®)<br />

▪ Qualquer que seja a técnica específica, os sítios de colheita não<br />

diferem e a necessidade de amostragem da JEC se mantém.<br />

▪ O material colhi<strong>do</strong> é coloca<strong>do</strong> em um meio de transporte, devidamente<br />

107


Protocolos de Conduta<br />

108<br />

identifica<strong>do</strong>, e apenas no laboratório é que lâminas serão confeccionadas<br />

e fixadas.<br />

▪ Considera-se que teria as seguintes vantagens:<br />

- Maior sensibilidade para detecção de lesões intra- epiteliais<br />

escamosas.<br />

- Possibilidade de uso de material residual para novas lâminas e<br />

para testes de biologia molecular, como como pesquisa de HPV.<br />

• Desvantagens:<br />

- Necessidade de treinamento de pessoal.<br />

- Menor sensibilidade na detecção de alguns patógenos<br />

Cultura<br />

» Culturas específicas podem ajudar na identificação de determinadas<br />

espécies. Algumas culturas são relativamente mais fáceis poden<strong>do</strong><br />

ser utilizadas no dia a dia. Tais como a cultura de Thayer-Martin para<br />

gonococo ou da Sabouraud para fungos.<br />

» A colheita <strong>do</strong> material deve direcionada ao sítio de preferência <strong>do</strong><br />

patógeno a ser pesquisa<strong>do</strong> e o material deve ser acondiciona<strong>do</strong> em<br />

meio de transporte específico. Caso não haja esta disponibilidade a<br />

colheita deverá ser feita no próprio laboratório.<br />

Biologia molecular<br />

» Méto<strong>do</strong>s que se utilizam de reações para pesquisa de material genético<br />

específico <strong>do</strong> microorganismo pesquisa<strong>do</strong>.<br />

» Opções: PCR e captura de híbri<strong>do</strong>s<br />

Histopatológico<br />

» O diagnóstico histopatológico é o marco dentro <strong>do</strong> diagnóstico de<br />

lesões <strong>do</strong> trato genital inferior que pode comprovar uma suposição<br />

diagnóstica.<br />

» A importância de se ter uma localização precisa para o melhor sítio de<br />

biopsia é capital.<br />

» O manuseio <strong>do</strong> material antes, durante e após o procedimento da<br />

biópsia é essencial. Não se pode esperar que o patologista seja um<br />

mágico que vai corrigir to<strong>do</strong>s os erros cometi<strong>do</strong>s antes de lhes chegar<br />

às mãos o material a ser estuda<strong>do</strong>.


Regras para um bom manuseio de material de biopsia<br />

• Identificar adequadamente o sítio a ser biopsia<strong>do</strong>.<br />

• Proceder a biópsia conforme a experiência e respeitan<strong>do</strong> a técnica <strong>do</strong><br />

méto<strong>do</strong>emprega<strong>do</strong> (saca-boca<strong>do</strong>, cirurgia de alta freqüência, cone a frio,<br />

pinça e tesoura).<br />

• Evitar escassez de material, que pode comprometer a avaliação histopatológica.<br />

É essencial haver estroma para identificação de eventual invasão.<br />

• Acondicionar o material de biópsia em uma quantidade adequada de formalina<br />

a 10 % (10 vezes o volume da peça).<br />

• Certificar-se de que pequenas biópsias não fiquem aderidas a tampa <strong>do</strong><br />

frasco, mas sim imersas no formol a 10%.<br />

• Identificar corretamente o frasco e enviar da<strong>do</strong>s clínicos mínimos para<br />

adequada correlação histopatológica.<br />

Imunohistoquímica<br />

» Méto<strong>do</strong>s imunohistoquímicos consistem <strong>do</strong> uso de anticorpos<br />

identifica<strong>do</strong>res de elementos associa<strong>do</strong>s a determinadas lesões<br />

e que podem ser reveladas por reação específica em teci<strong>do</strong>s<br />

(imunohistoquímica) e células (imunocitoquímica).<br />

» Substâncias elaboradas por células alteradas são o foco desta<br />

meto<strong>do</strong>logia que identificaria, por exemplo, lesões com maior<br />

potencial evolutivo poden<strong>do</strong> traduzir prognóstico através <strong>do</strong>s<br />

chama<strong>do</strong>s marca<strong>do</strong>res tumorais.<br />

» Alguns estu<strong>do</strong>s já foram realiza<strong>do</strong>s com MIB-1, P53 e, mais recentemente<br />

p16. O último tem se mostra<strong>do</strong> mais útil no reconhecimento de lesões<br />

escamosas de alto grau.<br />

109

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!