› Coro <strong>Gulbenkian</strong> e Grupo de Percussão Drumming nos 25 os Encontros <strong>Gulbenkian</strong> de <strong>Música</strong> Contemporânea (Direcção: Fernando Eldoro e Artur Carneiro; Pianistas: Pedro Burmester e Fausto Neves), 3.6.2001 pg.30 © Eduardo Saraiva
diversos períodos, com particular incidência na música dos séculos XVI a XVIII. O trabalho de pesquisa musicológica do Serviço de <strong>Música</strong>, bem como do maestro Jorge Matta, em muito contribuíu para que obras importantes da música portuguesa renascessem dos arquivos. Assim, a 20 de Fevereiro de 1984, o Coro <strong>Gulbenkian</strong> daria em estreia moderna o Stabat Mater de João Rodrigues Esteves, sob direcção do maestro Jorge Matta. A 10 de Maio do ano seguinte, seria dada, também em estreia moderna, a Missa em Sol maior de Carlos Seixas, pelos mesmos intérpretes. A 11 de Fevereiro de 1988, Coro e Orquestra <strong>Gulbenkian</strong>, dariam em primeira audição moderna o monumental Te Deum de António Teixeira, sob direcção do maestro Fernando Eldoro. Entre 1995 e 1996, foram dados diversos concertos com obras de Joaquim Casimiro Júnior, alargando o conhecinhemto efectivo da música sacra do século XIX português. Estas obras viriam a ser registadas para a EMI, sob direcção do maestro Jorge Matta. A 18 de Dezembro de 1997, seria dada em estreia absoluta o Kyrie & Glória de João Domingos Bomtempo, em colaboração com a Orquestra <strong>Gulbenkian</strong>, sob direcção do maestro Michel Corboz, obra que viria a ser gravada para a Strauss/PortugalSom. Em 1999, a 18 de Fevereiro, o Coro <strong>Gulbenkian</strong> daria em primeira audição moderna o Miserere de José Joaquim dos Santos, com direcção do maestro Jorge Matta. Nos últimos quarenta anos, pode dizer-se que Portugal assistiu a uma dificuldade generalizada para desenvolver de forma consistente projectos na área da música com carácter permanente. Assim, o Coro <strong>Gulbenkian</strong> tornou-se numa referência nacional, pela sua constante qualidade e brio. O facto de ser um coro semi-profissional comporta, na sua essência, uma grande paixão pela música, e por um importante envolvimento emocional que raramente esmorece. O próprio desenvolvimento de uma escola de canto em Portugal, ao longo das últimas décadas, permitiu dotar o Coro <strong>Gulbenkian</strong> de novos elementos, com uma formação mais abrangente e especializada na área, sendo, obviamente, uma mais valia artística. Ao ser amador, que ama a música, o Coro <strong>Gulbenkian</strong> dá ao público o melhor que tem de si, o de viver a música e de a transformar num veículo de comunicação fundamental no Mundo de hoje. O seu maestro titular, Michel Corboz, afirmou «o Coro <strong>Gulbenkian</strong> é como uma grande árvore que dá frutos. Desses frutos tiramos as sementes que permitem novas árvores, novos coros, novos músicos». Acreditamos que no futuro, o Coro <strong>Gulbenkian</strong> manterá esta presença activa e dinamizadora na vida cultural portuguesa, enquanto instituição perene do mundo musical. pg.31 : Coro <strong>Gulbenkian</strong> 1984/2004