Livro: Fabiano de Cristo O Peregrino da Caridade - GE Fabiano de ...
Livro: Fabiano de Cristo O Peregrino da Caridade - GE Fabiano de ...
Livro: Fabiano de Cristo O Peregrino da Caridade - GE Fabiano de ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
2<br />
È A MIM<br />
QUE SOCORRES<br />
Quase noite.<br />
Pelas vielas <strong>de</strong> terra, o comerciante Barbosa segue pensativo. Já aten<strong>de</strong>ra a<br />
família distante, remetendo-lhe muitos recursos amoe<strong>da</strong>dos.<br />
Que lhe resta fazer?<br />
Há um vazio em sua alma!<br />
Como que <strong>de</strong>spertando, vê os transeuntes se fazendo ao largo, <strong>de</strong>sviando-se<br />
<strong>de</strong> um corpo inerte que estava se confundindo com o pó do chão.<br />
Aproxima-se e, vendo o caído a estertorar, abaixa-se.<br />
Há sinais <strong>de</strong> sofrimento intenso naquela fisionomia.<br />
Recolhe-o em seus braços e enxuga-lhe o suor abun<strong>da</strong>nte.<br />
— Amigo, — diz-lhe compassivo — na<strong>da</strong> temas!<br />
Barbosa sente, <strong>de</strong> súbito, uma estranha luz a iluminar-lhe o coração. Os<br />
olhos do <strong>de</strong>sconhecido se abrem muito e alguns sons são articulados.<br />
— Caí. .. vítima.., <strong>de</strong> assaltantes!<br />
— Virás comigo!<br />
Levando-o a uma estalagem, presta-lhe socorro.<br />
Altas horas <strong>da</strong> noite, quando a febre cresce em intensi<strong>da</strong><strong>de</strong>, Barbosa o<br />
escuta falar em viva e doce voz:<br />
— Barbosa, amigo! Eis que me tens contigo!<br />
Quem és?<br />
— Sou aquele a quem serves, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> muitos séculos! Voltaste a procurarme,<br />
após te cansares <strong>de</strong> juntar os bens <strong>da</strong> Terra. E me encontraste, on<strong>de</strong><br />
sempre há um pe<strong>da</strong>ço <strong>de</strong> minha alma: no coração <strong>de</strong> ca<strong>da</strong> aflito.<br />
Uma pequena pausa, e a Voz continuou:<br />
— Que fazer, meu filho? Voltar a servir-me! É preciso que me encontres<br />
on<strong>de</strong> houver a dor. E voltaremos a rever-nos sempre e para sempre!<br />
“Em ca<strong>da</strong> lágrima que enxugares, em ca<strong>da</strong> coração que apascentares, em<br />
ca<strong>da</strong> dor que suavizares, será a mim que estarás socorrendo.<br />
“A hora é <strong>de</strong> juntares, <strong>de</strong> novo, tesouros no céu!”<br />
— E... quem és, afinal? — in<strong>da</strong>ga Barbosa.<br />
— Eu sou o <strong>Cristo</strong>, a quem servirás e que voltei a buscar-te!<br />
Dos olhos <strong>da</strong>quele comerciante caíram duas lágrimas.