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Livro: Fabiano de Cristo O Peregrino da Caridade - GE Fabiano de ...

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7<br />

O JOVEM<br />

POSSESSO<br />

<strong>Fabiano</strong> <strong>de</strong> <strong>Cristo</strong> interrompeu a limpeza do chão, ao ouvir altas vozes em<br />

discussão, na entra<strong>da</strong> do convento.<br />

Alcançou a porta e a abriu.<br />

Um frei altercava com um homem idoso.<br />

— Fora os dois! Fora <strong>da</strong>qui com esse en<strong>de</strong>moniado!<br />

— Pai <strong>Fabiano</strong>, aju<strong>de</strong>-me — pediu o velho, assim que viu <strong>Fabiano</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Cristo</strong> surgir à porta. Aju<strong>de</strong>-me, pelo amor <strong>de</strong> Deus!<br />

— Fora <strong>da</strong>qui — insistia o outro frei, irredutível. — Nesta casa <strong>de</strong> Deus,<br />

não entra o <strong>de</strong>mônio, no corpo <strong>de</strong> um menino!<br />

O garoto possesso se contorcia no chão.<br />

— Irmão — diz <strong>Fabiano</strong> dirigindo-se ao outro frei, num tom conciliador —<br />

Deus não teme <strong>de</strong>mônios! Lembremo-nos, por outro lado, que Jesus disse:<br />

“Deixai vir a mim as criancinhas”.<br />

— Não criancinhas com o <strong>de</strong>mônio no corpo!<br />

— Jesus, quando assim falou, não disse se elas viriam em sorrisos ou em<br />

dores!<br />

Houve um momento <strong>de</strong> admiração.<br />

— Entra, meu amigo, e traz teu filho em paz! — complementou <strong>Fabiano</strong>,<br />

antes que o outro frei voltasse do espanto que o tomara.<br />

Todos entraram.<br />

O pai arrastava o menino, seu jovem filho, amarrado por fortes cor<strong>da</strong>s para<br />

contê-lo. E o jovem estertorava, gritava, agitava-se medonhamente.<br />

Cai o pai <strong>de</strong> joelhos, aos pés <strong>de</strong> <strong>Fabiano</strong>.<br />

— Livra meu filho do <strong>de</strong>mônio!<br />

O olhar <strong>de</strong> <strong>Fabiano</strong> se <strong>de</strong>rramava, pleno <strong>de</strong> compaixão, sobre o jovem<br />

lunático e, além <strong>de</strong> fitá-lo, num clima <strong>de</strong> pie<strong>da</strong><strong>de</strong> infinita, vai a seu<br />

encontro, calmo e seguro.<br />

O jovem, em convulsão, afasta-se, grita, trazendo um mundo <strong>de</strong> curiosos<br />

para observá-lo, entre céticos e amedrontados pelas conseqüências do fato<br />

incomum naquela comuni<strong>da</strong><strong>de</strong>.<br />

— Desata teu filho! — or<strong>de</strong>na <strong>Fabiano</strong>.<br />

— Não! Ele é perigoso... Po<strong>de</strong> ferir-te!<br />

Abençoa antes! — roga o pai aflito e temeroso.<br />

— Desata-o, eu te or<strong>de</strong>no!

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