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Violência Sexual e Saúde Mental: análise dos programas - Virtual ...

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forma de se localizar como homem em nossa sociedade. “Masculinity challenges may<br />

motivate social action toward masculine resources that correct the subordinating social<br />

situation, and various forms of crime can be the result” (Messerschmidt, 2000, p 198-199).<br />

Kronbauer e Meneghel (2005, p. 696) colocam que “para abordar a violência contra a<br />

mulher, faz-se necessário o entendimento de gênero como elemento constitutivo das relações<br />

sociais, baseadas nas diferenças entre os sexos e como modo primordial das relações de<br />

poder”. A ordem social de tradição patriarcalista durante muito tempo consentiu a prática da<br />

violência masculina contra a mulher, colocando o homem na posição de sujeito ativo nas<br />

relações, enquanto restringia a sexualidade feminina à passividade e à reprodução. (Dantas-<br />

Berger & Giffin, 2005). No entanto, como coloca Saffioti (2001, apud Araújo, 2005), a<br />

ideologia de gênero não é suficiente para garantir a obediência das mulheres diante <strong>dos</strong><br />

ditames do patriarca, desta forma este faz uso da violência para garanti-la. É possível que uma<br />

mulher também pratique a violência ao companheiro, no entanto, ela não teria um projeto de<br />

“dominação-exploração” <strong>dos</strong> homens.<br />

De acordo com um trabalho realizado em 1994, que reuniu da<strong>dos</strong> de 35 estu<strong>dos</strong> em 24<br />

países, foi comprovada estatisticamente a alta incidência de violência de homens contra<br />

mulheres, sendo que a forma mais endêmica foi a violência sexual e física de companheiros<br />

íntimos (Dantas-Berger & Giffin, 2005). Este trabalho revelou ainda que entre 20%<br />

(Colômbia) e 75% (Índia) das mulheres já foram vítimas de violência física ou sexual <strong>dos</strong><br />

parceiros. Entre as mulheres que sofrem habitualmente com a violência do parceiro, 46% na<br />

Colômbia e 58% na Bolívia e Porto Rico declararam que já foram forçadas a fazer sexo contra<br />

sua vontade. No Brasil, desde os anos 80 alguns estu<strong>dos</strong> vêm abordando a questão da<br />

violência doméstica e conjugal, sendo que grande parte destes foi influenciado pelo<br />

movimento das mulheres. Segundo Dantas-Berger e Giffin (2005), a maior parte <strong>dos</strong> da<strong>dos</strong><br />

aponta para a maior ocorrência (ou visibilidade) das violências físicas, seguidas pelas<br />

violências psicológicas (ameaça, difamação, injúria). “A violência sexual, especialmente a<br />

coerção e/ou violência sexual praticada por parceiro íntimo no âmbito privado, está pouco<br />

evidenciada ou inexistente nas estatísticas disponíveis” (p. 419-420).<br />

Em um estudo nacional sobre a violência doméstica e sexual realizado pela USP,<br />

baseado em 3.193 entrevistas com usuárias de 19 serviços de saúde, verificou-se que 40% das<br />

mulheres declarou ter sofrido violência física, tanto exclusiva como conjugada com a forma<br />

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