Violência Sexual e Saúde Mental: análise dos programas - Virtual ...

por boletins de ocorrência da 6ª Delegacia de Polícia de Florianópolis, compreendendo os
meses de janeiro à março e outubro à dezembro de 2006, com foco nas questões da violência
doméstica e violência sexual, constando a atenção a moradores do município de
Florianópolis/SC e cercanias. Os dados obtidos foram analisados quantitativamente
(freqüência e média) dialogando com a literatura especializada.
A princípio, como estava previsto no projeto, contatamos os psicólogos da 6ª DP, onde
outra parte da pesquisa se instalava na tentativa de propiciar um grupo piloto com homens
autores de agressão contra a mulher, através de um projeto que tinha em vista a então recente
Lei Maria da Penha. A Delegacia da Mulher, da Infância e da Juventude de Florianópolis (6ª
DP) situa-se no bairro Agronômica, e é a única Delegacia da Mulher do município, atendendo
à demanda de toda a capital. Com o contato com estes psicólogos e as Delegadas que lá
trabalham foi levantada a possibilidade de fazer uma pesquisa exploratória sobre os níveis de
violência contra a mulher em Florianópolis, visto que estes dados não estão sistematizados na
própria Secretaria de Segurança Pública. Porém, como o acesso via o próprio sistema
informatizado da Delegacia da Mulher não nos foi apresentado houve a necessidade da coleta
manual dos dados destes Boletins, o que ocasionou observações aprofundadas e um volume
grande de informações.
Os dados apresentados neste relatório compreendem a análise de 1005 boletins de
ocorrência, subdivididos em 1321 crimes, compreendendo seis meses do ano de 2006 –três
anteriores e três posteriores à Lei Maria da Penha – com o intuito de estabelecer um perfil
sócio-demográfico do autor de agressão contra a mulher, e compreender o impacto que esta
nova lei teve nos registros de violência doméstica e sexual, assim como a ocorrência e registro
de outros crimes no município de Florianópolis/SC.
Com o contato com a delegacia já bem estabelecido, não houve muitos problemas em
ter acesso aos Boletins de Ocorrência e sua conseqüente coleta, proporcionando, também pela
própria demora do processo, um convívio com os profissionais que se mostrou bastante útil
para compreender como a passagem por essa delegacia especializada se dá. Assim como a
presença dos pesquisadores também com um olhar de cunho antropológico ajudou a
compreensão da cultura institucional e os vários meandros percorridos tantos pelos autores de
violência como por suas vítimas que por ali passaram no decorrer deste ano.
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