Orientações em Formulações Caseiras - PET-Farmácia/UFPR
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APRESENTAÇÃO<br />
O objetivo deste mini-curso é orientar o profissional farmacêutico e os<br />
estudantes para atender uma realidade muito presente nos balcões de nossas<br />
farmácias: o uso de medicamentos caseiros elaborados a partir de fitoterápicos<br />
e produtos simples encontrados geralmente <strong>em</strong> casa ou na própria farmácia,<br />
como pomadas, cr<strong>em</strong>es e xaropes. O farmacêutico deve estar apto a atender<br />
esta d<strong>em</strong>anda, visto que <strong>em</strong> regiões mais carentes este tipo de atendimento<br />
chega a 30% das vendas diárias e mesmo nos locais de renda mais elevada há<br />
uma procura muito grande por tratamentos naturais. Também existe uma idéia<br />
muito forte, nas regiões de maior renda per capita, de “vou fazer meu próprio<br />
medicamento”, que chega quase a ser um modismo.<br />
Para entender primeiramente o significado de “medicamentos caseiros”,<br />
dev<strong>em</strong>os esclarecer que são as preparações mais simples, geralmente<br />
derivadas de plantas medicinais, como chás, infusões (que são utilizadas para<br />
lavar feridas, queimaduras, banhos medicinais), compressas, cataplasmas, até<br />
às vezes sendo usadas preparações mais elaboradas como pomadas feitas de<br />
cera de abelha e xaropes com mel e ervas medicinais, passando pelos óleos,<br />
linimentos, vinhos medicinais, inalações, pílulas, compl<strong>em</strong>entos alimentares,<br />
farinhas, etc. Na realidade exist<strong>em</strong> milhões de formas, todas válidas, e cada<br />
lugar, cada bairro, cada cidade possui suas peculiaridades.<br />
Dev<strong>em</strong>os entender que, quando entra <strong>em</strong> uma farmácia <strong>em</strong> busca de<br />
informações, o “cliente-paciente” pode ser, a rigor, de duas índoles: ou é um<br />
paciente com necessidades específicas, de baixa renda, que quer medicar um<br />
ou vários filhos a baixo custo, como quando procura um chá de calêndula para<br />
fazer banho de assento para diminuir as assaduras do bebê, ou um chá de<br />
malva para fazer bochechos para as aftas ou pequenas inflamações na boca,<br />
atos simples que irão retardar ou até impedir a sua ida ao pediatra ou ao<br />
dentista do posto de saúde, de madrugada, enfrentando filas e mauatendimento.<br />
Neste caso, t<strong>em</strong>os que verificar a real situação através de<br />
questionamentos simples e, acima de tudo, entender que se trata de um<br />
probl<strong>em</strong>a de saúde pública, de falta de atenção primária às necessidades mais<br />
básicas e simples do ser humano, e tentar aliviar a dor, o desconforto, a falta<br />
de higiene, no que houver ao alcance de nossas mãos, como profissionais da<br />
saúde que somos.<br />
Mas há também um outro caso, como já havia citado, uma outra “índole”: o<br />
consumidor que entra na farmácia e que, durante o final de s<strong>em</strong>ana, fez um<br />
“curso” sobre plantas medicinais, e que acha que sabe tudo ou, pior, quer<br />
testar se os conhecimentos que recebeu são “sérios”. Creio positivamente que<br />
esse é o caso pior, pois se no primeiro há somente a busca pelo medicamento<br />
como fim, neste há primeiro que se filtrar a essência do que o “cliente” precisa,<br />
verificar quais foram as supostas “verdades” que ele aprendeu, descobrir quais<br />
foram as inverdades da maioria dos casos, e, com todo o tato e educação,<br />
responder às questões de forma segura, para que essa pessoa passe a confiar<br />
no trabalho do farmacêutico. Este é o paciente que irá lhe pedir produtos mais<br />
acabados, por ex<strong>em</strong>plo “Você t<strong>em</strong> álcool 70%?” “Trabalha com álcool de