EUROPA RENOVADA: RENASCIMENTO E HUMANISMO- DO ...
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De acordo com Sevcenko 3 “O predomínio de uma aristocracia guerreira e<br />
militante fervorosa em favor da expansão do Cristianismo; a ascensão de uma<br />
monarquia centralizada, forte e voltada para a ampliação permanente de seus<br />
domínios...”<br />
Nestes princípios de fidelidade monárquica e religiosa, constituiu-se a sociedade<br />
Espanhola, onde o renascimento perdurou muito pouco, sendo suplantado pela<br />
intolerância da contra-reforma tão solidificada na Espanha católica do século XVI,<br />
abrindo campo para o maneirismo que antecedeu o século de Ouro barroco no<br />
setecentos. O estilo renascentista se imporia ao mudéjar com a presença de artistas,<br />
flamengos e italianos ou do trabalho de artesãos espanhóis, enviados a estes dois<br />
grandes centros de irradiação de renascimento para inteirar-se do estilo em voga.<br />
A temática sacra é uma constante nos trabalhos plásticos reflexo da exaltação do<br />
catolicismo que tem na literatura mística, o fervor inconfundível de Inácio de Loyola,<br />
fundador da Companhia de Jesus, autor de Exercícios Espirituais, Teresa de Ávila,<br />
reformadora da “Ordem Carmelita, Espanhola feminina”, autora de Castelo Interior e O<br />
Caminho da Perfeição, e Obras Espirituais, atribuídas a seu coetâneo e entusiasta na<br />
Reforma do Carmelo masculino, João da Cruz.<br />
“Essas obras devocionais, mas revestidas de extraordinária densidade poética se<br />
somariam à parte mais significativa da cultura do Renascimento espanhol, representada<br />
pela literatura de Herrera e Cervantes e pelo teatro de Garcilaso de La Vega e Lope de<br />
Vega [...]” (SEVCENKO, 1985. p. 70).<br />
Assim como Espanha, Portugal encontrava-se eufórica com o bom êxito da<br />
expansão marítima, também patrocinada pela burguesia que, a partir do século XV,<br />
rompeu o monopólio naval italiano, detentor da única rota para a Ásia, oferecendo com<br />
as expedições navais a rota atlântica contornando a costa da África. O controle do<br />
comércio de especiarias e a expansão territorial, fez dos portugueses no século XVI<br />
detentores da mais prospera economia européia.<br />
Surge na arquitetura e na decoração de edifícios militares, palacianos e<br />
religiosos, o estilo manuelino, que mesclava elementos mouricos do mudéjar com<br />
elementos góticos. O estilo manuelino é caracterizado pela abundância de ornamentos,<br />
muitos dos quais alusivos aos cordames das caravelas que se lançavam na aventura dos<br />
descobrimentos.<br />
3 SEVCENKO, 1985. p. 69.<br />
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