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EUROPA RENOVADA: RENASCIMENTO E HUMANISMO- DO ...

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As opiniões acerca das intervenções plásticas são variadas, mostra da dualidade<br />

presente no ser humano que ora penetra a fundo na mística em busca de um novo<br />

sentido para a vida religiosa, ora busca a racionalidade que altera a realidade habitual. O<br />

maneirismo seria o novo estilo artístico intermediário entre a rigidez metódica da<br />

Renascença e a profusão estilística barroca, mais do que isso seria a ousadia do artista<br />

em romper com a excessiva matematização do espaço e do ideário filosófico ao qual a<br />

arte se prestava, para, imprimir em sua obra rejeição ao classicismo exacerbado.<br />

Tintoreto e El Greco ilustravam bem através de seus trabalhos “[...] o maneirismo, como<br />

expressão do entusiasmo entre as tendências espirituais e sensualistas da época [...]”<br />

(HAUSER, 1954. p.478).<br />

Maneirismo, contudo não se detém apenas a uma terminologia artística, mas<br />

denota significativamente os conflitos políticos, religiosos e culturais que abalavam as<br />

estruturas sociais da Europa do século XVI. A invasão da Itália por tropas francesas e<br />

espanholas demonstram a rápida ascensão destes dois impérios fortalecidos<br />

internamente pela conclusão de bem sucedidas guerras e empreendimentos marítimos<br />

expansionistas que lhes proporcionavam respeito e credibilidade ante as outras nações<br />

que segundo complexo jogo de interesses, estreitavam relações diplomáticas como se<br />

nota na união entre Alemanha, Países Baixos e Espanha, dando origem a uma aliança<br />

forte o suficiente para encabeçarem empreitadas expansionistas continentais na região<br />

sede do papado, dos mecenas e berço das artes renascentistas.<br />

O auge do poderio Espanhol evidencia-se na invasão e saque à cidade de Roma,<br />

quando Carlos V “[...] já não sentia vontade de se submeter às intrigas do Papa.”<br />

(HAUSER, 1954. p. 484), e como forma de subjugá-lo, expoliou todo o tesouro milenar<br />

presente em mosteiros e basílicas, deixando o Pontífice impotente ante a orda<br />

mercenária que saqueou a cidade Eterna.<br />

Nápoles, Milão e Florença constituíam redutos de possessão francesa até serem<br />

expulsos pelas tropas Hispano-germânicas que a partir de então, redefinem o controle<br />

político italiano onde: “Um vice-rei espanhol reside em Nápoles e um governador<br />

espanhol em Milão, em Florença, os espanhóis governavam através de Médicis, em<br />

Ferrara através de Este, e em Mântua através de Gonzaga” (HAUSER, 1954. p. 484).<br />

Contígua a agitação política, desencadeou-se na região germânica da Saxônia a<br />

Reforma Protestante, fruto da insatisfação popular ante a degeneração moral do clero e<br />

o abuso de poder exercido pelo papado que legitimava suas ações pautadas na<br />

interpretação errônea da doutrina cristã. Este cisma do ocidente católico, fruto de um<br />

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