ItinerárioRomânicoBeneditino - Rota do Românico
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I TI T IN N ER E RÁ Á R I O R OM O MÂN Â NI I CO C O BE B EN NED E DI ITI T IN N O<br />
E VA V AL L OR O RI I ZA Z AÇ ÇÃ ÃO O DA D A EN E NVO V OL LVE V EN NTE T E DO D O<br />
M OS O ST TE EI IR R O DE D E CÊ C ÊT TE E<br />
Ωα Ωα Ωα<br />
Pós Graduação: Turismo Cultural<br />
Entidade – ADERSOUSA<br />
Elabora<strong>do</strong> por: Vitória Alves<br />
Maio de 2006
Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
________________________________<br />
ÍNDICE<br />
INDICE DE GRÁFICOS................................................................................................................................ 2<br />
INDICE DE QUADROS................................................................................................................................. 3<br />
INDICE DE FIGURAS................................................................................................................................... 4<br />
INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................. 5<br />
OBJECTIVOS DO ESTUDO ......................................................................................................................... 6<br />
METODOLOGIA........................................................................................................................................... 7<br />
1 TURISMO CULTURAL ............................................................................................................................ 8<br />
1.1 TURISMO E PATRIMÓNIO........................................................................................................ 10<br />
1.2 TURISMO CULTURAL OU TURISMO PATRIMONIAL............................................................ 12<br />
1.3 O TURISTA CULTURAL AS SUAS NECESSIDADES ............................................................. 12<br />
1.4 ELEMENTOS QUE COMPÕE O PRODUTO TURISMO CULTURAL ........................................ 14<br />
2 – ANÁLISE DOS RECURSOS SÓCIO ECONÓMICOS QUE INTEGRAM OS CONCELHOS DO<br />
ITINERÁRIO BENEDITINO ...................................................................................................................... 15<br />
2.1 TERRITÓRIO E POPULAÇÃO .......................................................................................................... 15<br />
2.1.1 Densidade Populacional ............................................................................................................. 15<br />
2.1.2 – População residente segun<strong>do</strong> idade e sexo em 2001.................................................................... 17<br />
2.1.3 – Indica<strong>do</strong>res Demográficos em 2001............................................................................................ 19<br />
2.2 – INFRAESTRUTURAS AMBIENTAIS .............................................................................................. 19<br />
2.3 – EQUIPAMENTOS DE LAZER.......................................................................................................... 21<br />
2.3.1 – Bibliotecas ................................................................................................................................. 21<br />
2.3.2 Cinemas, Museus e Galerias de arte em 2001............................................................................... 22<br />
2.4 – ACTIVIDADES ECONÓMICAS....................................................................................................... 23<br />
3 IVENTÁRIO DOS RECURSOS TURÍSTICOS ...................................................................................... 25<br />
3.1 – ANÁLISE ESTATÍSTICA DO TURISMO NOS CONCELHOS ......................................................... 25<br />
3.1.1 – Estabelecimentos e capacidade de alojamento nos estabelecimentos hoteleiros ........................... 25<br />
3.1.2 Estada média nos estabelecimentos hoteleiros em 2002 ............................................................... 27<br />
3.1.3 Dormidas em estabelecimentos hoteleiros segun<strong>do</strong> o país de residência, em 2002........................ 28<br />
3.1.4 Estabelecimentos e Capacidade de alojamento no Turismo em Espaço Rural 2002....................... 29<br />
3.2 – RECURSOS HISTÓRICOS ............................................................................................................... 30<br />
3.3 – RECURSOS NATURAIS................................................................................................................... 31<br />
3.4 – RECURSOS CULTURAIS – ARTESANATO E FESTIVIDADES ..................................................... 32<br />
3.4.1 Artesanato .................................................................................................................................. 32<br />
3.4.2 – Gastronomia .............................................................................................................................. 33<br />
3.4.3 – Festas, Romarias e Eventos Culturais......................................................................................... 33<br />
4 ITINERÁRIO ROMÂNICO BENEDITINO ........................................................................................... 34<br />
4.1 OS BENEDITINOS EM PORTUGAL ................................................................................................. 34<br />
4.1.2 A ESCOLHA DO LOCAL............................................................................................................. 36<br />
4.1.3 A REGRA DE S. BENTO............................................................................................................. 36<br />
4.2 PROPOSTA DE PERCURSO.............................................................................................................. 37<br />
4.2.1 DESCRIÇÃO DOS MONUMENTOS............................................................................................ 39<br />
5 ANÁLISE SWOT AO ITINERÁRIO ROMÂNICO BENEDITINO....................................................... 47<br />
6 PROJECTO DE VALORIZAÇÃO DA ENVOLVENTE DO MOSTEIRO DE CÊTE .......................... 49<br />
CONCLUSÃO............................................................................................................................................... 54<br />
BIBLIOGRAFIA .......................................................................................................................................... 55<br />
1
Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
________________________________<br />
INDICE DE GRÁFICOS<br />
Gráfico n.º1 – Pirâmide etária da população de Póvoa de Varzim17<br />
Gráfico n.º2 – Pirâmide etária da população de Santo Tirso17<br />
Gráfico n.º3 – Pirâmide etária da população de Felgueiras17<br />
Gráfico n.º4 – Pirâmide etária da população de Penafiel17<br />
Gráfico n.º5 – Pirâmide etária da população de Paredes18<br />
Gráfico n.º6 – Populaça servida por abastecimento de água em 200119<br />
Gráfico n.º7 – População servida com estações de tratamento de águas residuais20<br />
Gráfico n.º8 – Pessoal ao serviço por CAE na Póvoa de Varzim23<br />
Gráfico n.º9 – Pessoal ao serviço por CAE em Santo Tirso23<br />
Gráfico n.º10 – Pessoal ao serviço por CAE em Felgueiras24<br />
Gráfico n.º11 – Pessoal ao serviço por CAE em Penafiel24<br />
Gráfico n.º12 – Pessoal ao serviço por CAE na Paredes24<br />
Gráfico n.º13 – Dormidas nos estabelecimentos hoteleiros segun<strong>do</strong> o país de residência 28<br />
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Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
________________________________<br />
INDICE DE QUADROS<br />
Quadro n.º 1 Indica<strong>do</strong>res demográficos19<br />
Quadro n.º 2Bibliotecas em 200121<br />
Quadro n.º 3 Cinemas, Museus e Galerias de Arte22<br />
Quadro n.º 4Estabelecimentos e capacidade de alojamento em 2002 e proveitos de aposento<br />
nos estabelecimentos hoteleiros em 200225<br />
Quadro n.º5 Estada média nos estabelecimentos hoteleiros em 200227<br />
Quadro n.º6 Estabelecimentos e capacidade de alojamento em TER em 200229<br />
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Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
________________________________<br />
INDICE DE FIGURAS<br />
Imagem n.º1 – Igreja de S. Pedro de Rates40<br />
Imagem n.º 2 Igreja de S. Pedro de Roriz42<br />
Imagem n.º 3 – Mosteiro de Pombeiro43<br />
Imagem n.º 4 – Túmulo de Egas Moniz45<br />
Imagem n.º 5 – Igreja de Cête46<br />
Imagem n.º 6 – Área exterior com sequeiro e espigueiros52<br />
Imagem n.º 7 – Jardim exterior52<br />
Imagem n.º 8 – Pormenor <strong>do</strong> exterior junto à cabeceira da igreja53<br />
Imagem n.º 9 – Propriedade privada contígua à igreja53<br />
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Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
________________________________<br />
INTRODUÇÃO<br />
No âmbito <strong>do</strong> curso de pósgraduação em Turismo cultural desenvolvi<strong>do</strong> pela ADERSOUSA,<br />
propus a elaboração de um itinerário românico Beneditino que vai além <strong>do</strong>s concelhos <strong>do</strong><br />
Vale <strong>do</strong> Sousa bem como apresentar um projecto de valorização da envolvente <strong>do</strong> Mosteiro<br />
de Cête.<br />
O turismo cultural é um segmento em franco crescimento e nomeadamente nestes concelhos<br />
que possuem recursos de eleva<strong>do</strong> valor a esse nível é necessário implementar complementos<br />
para os tornar atractivos. Este itinerário em concreto para o Vale <strong>do</strong> Sousa funciona como<br />
uma alternativa ao itinerário românico <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> Sousa.<br />
Pelo facto de integrar uma parte de pesquisa e de trabalho de campo bem como a<br />
possibilidade de desenvolver algumas ideias criativas este trabalho transformouse num<br />
desafio agradável, que espero futuramente possa constituir um contributo positivo para o<br />
desenvolvimento de itinerários culturais nos concelhos a promover por algumas entidades.<br />
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Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
________________________________<br />
OBJECTIVOS DO ESTUDO<br />
Estudar o turismo cultural para enquadramento da temática;<br />
Estudar os concelhos que integram o itinerário nas várias vertentes (económica,<br />
cultural, social e turística);<br />
Demonstrar que monumentos fora da fronteira <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> Sousa têm semelhanças<br />
com os <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> Sousa e esta sinergia pode ser positiva para todas as partes;<br />
Estruturar um itinerário Beneditino coerente e atractivo;<br />
Breve estu<strong>do</strong> da vivência <strong>do</strong>s Beneditinos e da chegada desta ordem a Portugal;<br />
Descrever os monumentos <strong>do</strong> itinerário;<br />
Analisar os pontos fracos, fortes, oportunidades e ameaças <strong>do</strong> itinerário;<br />
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Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
________________________________<br />
METODOLOGIA<br />
Para a realização <strong>do</strong> trabalho foi privilegiada a pesquisa bibliográfica, nomeadamente<br />
na vertente de da<strong>do</strong>s estatísticos para a caracterização económica, social e turística <strong>do</strong>s<br />
concelhos. Foi também utilizada a Internet para pesquisa de informação no que se refere aos<br />
recursos culturais e históricos de cada concelho. Na elaboração <strong>do</strong> próprio itinerário recorri ao<br />
trabalho de campo, onde visitei to<strong>do</strong>s os monumentos e inventarei as estradas a percorrer.<br />
Recorri ao departamento de licenciamentos e projectos da Câmara de Paredes para obter a<br />
planta topográfica da área envolvente de Cête para o projecto de caracterização da envolvente.<br />
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Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
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1 TURISMO CULTURAL<br />
O que torna um local um espaço turístico por excelência? As atracções que o mesmo tem. São<br />
as atracções que definem os destinos turísticos e constituem uma das principais componentes<br />
<strong>do</strong> sistema turístico: os visitantes deslocamse para um determina<strong>do</strong> destino porque aí existem<br />
elementos ou factores, qualquer que seja a natureza, que sobre eles exercem uma atracção<br />
(Cunha, 2001). No caso específico <strong>do</strong> itinerário Beneditino que é apresenta<strong>do</strong>, o motivo que<br />
leva uma pessoa a deslocarse é cultural, o elemento que atrai os visitantes são os mosteiros.<br />
Swarbrooke (cita<strong>do</strong> por Cunha, 2001) classifica as atracções turísticas da seguinte forma:<br />
1. Atracções naturais: praias, montanhas, parques naturais, rios etc.<br />
2. Atracções criadas pelo homem sem a intenção de atrair visitantes: catedrais, monumentos,<br />
palácios, centros urbanos.<br />
3. Atracções artificiais criadas com o fim de atrair visitantes: parques temáticos, casinos,<br />
centros de convenções, recintos desportivos etc.<br />
4. Eventos especiais e mega eventos: festivais de arte, música, desportivos, exposições (ex:<br />
Expo 98, Euro 2004).<br />
O turismo cultural é uma actividade que tem como fundamento o elo de ligação entre o<br />
passa<strong>do</strong> e o presente, o contacto com o lega<strong>do</strong> cultural com as tradições que permanecem. O<br />
turismo cultural definese segun<strong>do</strong> as visitas realizadas por pessoas externas ao local<br />
motivadas total ou parcialmente pelo interesse na oferta histórica, artística, científica, estilo de<br />
vida e património de uma comunidade (Izquier<strong>do</strong>, et all, 2004).<br />
Segun<strong>do</strong> Beni (1997), a vocação turística <strong>do</strong> núcleo receptor na vertente turismo cultural<br />
manifestase naquilo que “oferecem como produto essencial o lega<strong>do</strong> histórico <strong>do</strong> homem em<br />
distintas épocas, representa<strong>do</strong> a partir <strong>do</strong> património e <strong>do</strong> acervo cultural, encontra<strong>do</strong> nas<br />
ruínas, nos monumentos, nos museus e nas obras de arte…”.<br />
Neste senti<strong>do</strong> o autor vais mais além e encontra outro tipo de turismo cultural que designa de<br />
turismo étnico histórico cultural cujos fluxos turísticos são motiva<strong>do</strong>s pelas suas origens<br />
étnicas locais e regionais, pelo lega<strong>do</strong> histórico e por aqueles que se deslocam com objectivos<br />
antropológicos para conhecer in loco as características étnico culturais <strong>do</strong>s autóctones.<br />
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Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
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Assim pensan<strong>do</strong>, a actividade turística cultural centrase na revitalização da identidade<br />
cultural, da preservação <strong>do</strong>s bens culturais e das suas tradições e no estimular a participação<br />
da comunidade local, ten<strong>do</strong> em conta mecanismos que garantem a sustentabilidade das<br />
actividades turísticas.<br />
Os monumentos são a expressão da cultura e da maneira de viver <strong>do</strong>s povos que tornamse<br />
num símbolo representativo de um país, localidade ou região que interferem na decisão da<br />
viagem (Cunha, 2001). Pode então dizerse que a arte, monumentos, a cultura são um factor<br />
de incremento <strong>do</strong> turismo. No Egipto, as pirâmides, na Grécia o parténon, na França a Torre<br />
Eiffel, em Barcelona a Sagrada Família, em Londres Westminster Cathedral constituem<br />
ícones motivo de visita de milhões de pessoas.<br />
Neste contexto são consideradas as cidades, vilas ou aldeias históricas que se caracterizam<br />
pela existência de um património arquitectónico específico ou que representam épocas <strong>do</strong><br />
passa<strong>do</strong>. São exemplos de aglomera<strong>do</strong>s históricos as aldeias históricas de Portugal, como o<br />
caso de Castelo Rodrigo, muralhas vestígio <strong>do</strong>s nossos antepassa<strong>do</strong>s.<br />
Dada a importância <strong>do</strong> património histórico, a ONU, através da UNESCO, procurou encontrar<br />
medidas que o salvaguardassem, caso da “Declaração de Património da Humanidade”, que se<br />
tem revela<strong>do</strong> um instrumento para a preservação <strong>do</strong>s valores históricoculturais. Em Portugal<br />
temos alguns exemplos como o centro histórico de Guimarães, <strong>do</strong> Porto, Óbi<strong>do</strong>s, Sintra,<br />
Douro Vinhateiro, que pelas suas características constituem atracções turísticas únicas.<br />
Muito para além <strong>do</strong> património existente propriamente dito é imprescindível a sua<br />
preservação. Nesse senti<strong>do</strong> a “Carta de Veneza”, aprovada pelo Congresso Internacional <strong>do</strong>s<br />
Arquitectos e Técnicos de Monumentos Históricos estabelece princípios a seguir para a<br />
preservação <strong>do</strong>s monumentos. Desde a conservação e restauro <strong>do</strong> monumento que deve<br />
salvaguardar as características básicas e a sua integridade que compreende também a<br />
envolvente em que está inseri<strong>do</strong>, passan<strong>do</strong> pela atribuição a estes de uma função útil à<br />
sociedade (caso das Pousadas de Portugal em monumentos recupera<strong>do</strong>s para alojamento).<br />
Para tal, toda e qualquer intervenção patrimonial deve ser desenvolvida a nível local, com a<br />
participação activa de to<strong>do</strong>s os agentes locais.<br />
O turismo cultural como elemento de atracção produz actividades motiva<strong>do</strong>ras para os turistas<br />
expressas no:<br />
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Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
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Artesanato;<br />
Idioma;<br />
Gastronomia;<br />
Tradição;<br />
Arte e Música (concertos, teatro, pintura);<br />
História da região (monumentos, património cultural e natural);<br />
Tipos de trabalho que os habitantes desenvolvem;<br />
Religião com as suas manifestações habituais (ex.: festas e romarias);<br />
Vestimentas (ex.: trajes típicos)<br />
1.1 TURISMO E PATRIMÓNIO<br />
Segun<strong>do</strong> a acepção clássica, o conceito de património referese ao lega<strong>do</strong> que herdamos <strong>do</strong><br />
passa<strong>do</strong> e que é transmiti<strong>do</strong> às gerações futuras. (Moreira, 1996)<br />
Ten<strong>do</strong> em conta estas características, não podemos entender o património apenas como<br />
vestígios tangíveis <strong>do</strong> património histórico, mas alia<strong>do</strong> aos costumes da região.<br />
Assim sen<strong>do</strong> o património cultural compreenderá então to<strong>do</strong>s aqueles elementos que fundam<br />
a identidade de um grupo e que o diferenciam <strong>do</strong>s demais. (Moreira, 1996)<br />
Actualmente o património representa para a sociedade uma verdadeira necessidade, uma<br />
forma de recuperação <strong>do</strong> passa<strong>do</strong> que se tornou culto popular.<br />
A exploração turística <strong>do</strong>s recursos patrimoniais trás alguns benefícios para as comunidades<br />
locais:<br />
Revitalização das economias locais;<br />
Criação de emprego;<br />
Benefícios económicos para ajuda na recuperação e preservação <strong>do</strong> património<br />
(Moreira, 1996).<br />
Para além destes benefícios Izquier<strong>do</strong> et all, (2004) refere a melhoria da qualidade de vida da<br />
população, desenvolvimento de oportunidades de negócio, atracções de programas Europeus<br />
de desenvolvimento local, entrada de divisas, recuperação de actividades artesanais e<br />
tradicionais e financiamento para projectos de conservação.<br />
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Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
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No caso português especificamente, o turismo cultural surge como uma alternativa à forte<br />
exploração da vertente turismo sol e praia no litoral permitin<strong>do</strong> uma deslocalização <strong>do</strong><br />
turismo para o interior e distribuição equitativa <strong>do</strong>s benefícios.<br />
Não podemos negar que o relacionamento entre património e turismo se instalou<br />
definitivamente. Há porém que estabelecer regras de convivência entre ambos numa<br />
perspectiva de rentabilização económica e de desenvolvimento social. O desafio que se coloca<br />
no turismo é o de utilizar os recursos patrimoniais numa perspectiva de desenvolvimento<br />
sustentável, assente em critérios de qualidade, para que os seus benefícios resultem numa<br />
efectiva melhoria da qualidade de vida <strong>do</strong>s cidadãos, tanto daqueles que o praticam como<br />
daqueles que o acolhem.<br />
Contu<strong>do</strong> há um perigo latente. O turismo pode produzir um efeito negativo sobre as<br />
comunidades em que se desenvolve. O 1º efeito prendese com o crescimento de infra<br />
estruturas que arquitectónicamente não se coadunam com o espaço e o sobrecarregam à<br />
medida que as visitas aumentam exceden<strong>do</strong> a capacidade de carga. Um número excessivo de<br />
turistas e um uso demasia<strong>do</strong> intensivo pode gerar a destruição total ou parcial <strong>do</strong> património.<br />
No entanto e como vimos em alguns casos não é só o turismo o causa<strong>do</strong>r desses males. O<br />
crescimento demográfico, desordenamento urbanístico e a especulação imobiliária contribuem<br />
muito para a desvirtualização <strong>do</strong>s espaços (Izquier<strong>do</strong> et. all, 2004).<br />
Izquier<strong>do</strong> et all (2004) define um conjunto de princípios que visam o desenvolvimento<br />
económico sustentável <strong>do</strong>s projectos turísticos ten<strong>do</strong> em conta os recursos culturais e naturais<br />
e o seu uso racional:<br />
Preservação <strong>do</strong> património e da identidade cultural;<br />
Participação <strong>do</strong>s locais no desenvolvimento económico local;<br />
Melhoria das condições de vida <strong>do</strong>s locais, por exemplo dan<strong>do</strong>lhe perspectivas<br />
de criação de emprego, formação profissional;<br />
Planeamentos segun<strong>do</strong> critérios rigorosos que não tenham em conta apenas a<br />
procura.<br />
Não podemos esquecer que a massificação <strong>do</strong> turismo o atingir o limite da capacidade de<br />
carga que o espaço suporta pode originar o fim desse produto. É cada vez mais necessário a<br />
existência de projectos de ordenamento territorial que evitem a destruição de monumentos ou<br />
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Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
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centros históricos. Por exemplo o parque Nacional da Peneda Gerês tem medidas que<br />
impedem a entrada de visitantes em áreas preservadas, ou o Palácio Nacional de Sintra que<br />
para além <strong>do</strong> limite de visitantes por razões espaciais tem determinadas épocas em que fecha<br />
para trabalhos de conservação. Ao nível <strong>do</strong> ordenamento <strong>do</strong>s espaços territoriais temos vários<br />
exemplos que vão desde o mau ordenamento no litoral com a construção nas dunas, caso de<br />
Esposende e o bom exemplo de ordenamento que foi a recuperação <strong>do</strong> centro histórico de<br />
Guimarães.<br />
1.2 TURISMO CULTURAL OU TURISMO PATRIMONIAL<br />
O desenvolvimento <strong>do</strong> turismo cultural como uma nova forma de actividade converteuse no<br />
objectivo de muitas entidades. Regra geral o turismo cultural e patrimonial consiste em viajar<br />
para experimentar nos lugares aquilo que têm para oferecer.<br />
Segun<strong>do</strong> Izquier<strong>do</strong> et. all (2004), existem diferenças entre aquilo que se designa de turismo<br />
cultural e turismo <strong>do</strong> património. O turismo patrimonial assenta num território específico<br />
ten<strong>do</strong> em conta as suas especificidades, o seu povo, as tradições e as histórias enquanto que o<br />
turismo cultural relacionase com menor ênfase no lugar. Por exemplo visitar a oficina de um<br />
artesão é um evento patrimonial, mas ver o mesmo trabalho numa exposição itinerante é<br />
considera<strong>do</strong> evento cultural.<br />
Neste senti<strong>do</strong> podemos afirmar que o itinerário Beneditino, pela sua especificidade, pela<br />
necessidade intrínseca que tem de usufruto <strong>do</strong> espaço é considera<strong>do</strong> turismo patrimonial.<br />
1.3 O TURISTA CULTURAL AS SUAS NECESSIDADES<br />
O turista tem ao seu dispor várias actividades que vão desde o turismo sol e praia, turismo<br />
ecológico, turismo neve, turismo natureza, turismo cultural, entre outros. Ao seleccionar<br />
visitar um monumento ou museu em detrimento de outros o turista teve em conta um conjunto<br />
concreto de expectativas. Podemos considerar que essa opção pode ter si<strong>do</strong> tomada<br />
antecipadamente recolhen<strong>do</strong> informações sobre o destino que pesou na sua escolha. Os<br />
factores que desencadeiam esse processo de escolha podem ter si<strong>do</strong> de forma espontânea, pela<br />
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Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
________________________________<br />
vontade de visitar aquele monumento ou por influência de amigos, um anúncio ou um agente<br />
de viagens (Izquier<strong>do</strong> et all, 2004).<br />
Izquier<strong>do</strong> et all (2004) identifica um conjunto de necessidades básicas essenciais para que a<br />
visita se torne positiva e influencie a compra desse “produto”:<br />
• Segurança – factor básico para que os visitantes se movimentem à vontade, desde<br />
a correcta sinalética e informação turística, passan<strong>do</strong> pelos espaços de<br />
parqueamento que facilitem o usufruto <strong>do</strong> espaço turístico. Por exemplo na RRVS<br />
(<strong>Rota</strong> <strong>do</strong> <strong>Românico</strong> <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> Sousa) a sinalização e informação junto <strong>do</strong>s<br />
monumentos é praticamente inexistente.<br />
• Pertença – o turista pretende viver experiências únicas, busca vestígios da sua<br />
identidade. O objectivo é conseguir que o turista seja participante da visita. Neste<br />
caso para a entidade gestora impõemse a criação de actividades interactivas que<br />
incitem a participação <strong>do</strong> visitante. Envolver os visitantes em festas das vindimas,<br />
criar um centro interpretativo com dispositivos interactivos são actividades que se<br />
podem desenvolver.<br />
• Auto estima – o visitante gosta de sentirse bem recebi<strong>do</strong> por isso há necessidade<br />
de formar aqueles que contactam directamente com o público sejam os guias,<br />
motoristas, técnicos de turismo que estão nos postos de informação turística e<br />
inclusive a polícia e a população local. Portugal tem o rótulo de bem saber<br />
receber, há sempre alguém disposto a indicar onde fica este ou aquele<br />
monumento, salvo alguns casos em que fazem mesmo questão acompanhar o<br />
turista ao local. Isso revela desde logo uma atitude positiva perante aqueles que<br />
entre múltiplos destinos escolhem o nosso.<br />
• Modernização <strong>do</strong>s serviços – é importante a actualização de sistemas face às<br />
novas tecnologias, no senti<strong>do</strong> de melhorar a oferta. Um exemplo concreto, na<br />
Póvoa de Lanhoso, a informação disponibilizada no castelo de Lanhoso evoluiu<br />
de um programa de vídeo para um sistema multimédia interactivo que permite ao<br />
turista seleccionar a informação sobre o espaço em que se encontra.<br />
• Conhecimento e compreensão – esta é uma necessidade muito importante, pois o<br />
turista que visita um da<strong>do</strong> monumento quer conhecer, ter informações para<br />
compreender aquilo que observa. Os centros interpretativos colmatam essa<br />
necessidade.<br />
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Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
________________________________<br />
• Estética – é necessário estabelecer uma uniformização <strong>do</strong>s elementos que fazem<br />
parte desse produto turístico. Criar uma imagem de marca, que esteja presente em<br />
to<strong>do</strong>s os matérias de merchandising, sinalização, estabelecer critérios de<br />
informação quanto ao conteú<strong>do</strong> e à forma.<br />
1.4 ELEMENTOS QUE COMPÕE O PRODUTO TURISMO CULTURAL<br />
O turismo é uma actividade complexa que implica uma série de serviços e recursos para a sua<br />
constituição.<br />
1 – Recursos – estes são os elementos base da constituição de um produto turístico. São<br />
considera<strong>do</strong>s os seguintes recursos:<br />
o Recursos históricos – igrejas, museus, espaços arqueológicos, castelos,<br />
pontes, entre outros;<br />
o Recursos culturais – tradições, gastronomia, folclore, artesanato,<br />
festividades;<br />
o Recursos naturais – clima, praias, paisagens, fauna, flora, rios, montanhas,<br />
entre outros (Cunha, 2001).<br />
2 – Serviços e equipamentos – os serviços e equipamentos necessários à oferta turística,<br />
hotéis, meios de transporte, restaurantes, lojas de artesanato, postos de turismo, empresas<br />
de animação permitem ao turista suprir as suas necessidades básicas e desfrutar das<br />
atracções <strong>do</strong> destino (Cunha, 2001).<br />
Ten<strong>do</strong> em conta os serviços disponíveis, não podemos falar de uma única oferta turística, mas<br />
de várias ofertas. O turista, por vezes, não visita um local apenas por uma única motivação,<br />
por isso impõemse a existência de produtos complementares. Por exemplo associar à cultura<br />
a gastronomia, as actividades de animação que são um bom complemento que vai contribuir<br />
para a originalidade e valorização de um itinerário.<br />
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Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
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2 – ANÁLISE DOS RECURSOS SÓCIO ECONÓMICOS QUE INTEGRAM OS<br />
CONCELHOS DO ITINERÁRIO BENEDITINO<br />
Feita uma breve abordagem à temática <strong>do</strong> turismo cultural, importa também fazer uma<br />
contextualização a nível sócio económico e demográfico <strong>do</strong>s concelhos de Póvoa de Varzim,<br />
Santo Tirso, Felgueiras, Penafiel e Paredes, que entram no Itinerário Beneditino proposto.<br />
2.1 TERRITÓRIO E POPULAÇÃO<br />
2.1.1 Densidade Populacional<br />
Mapa nº.1 Densidade populacional 2001 Póva de Varzim<br />
Fonte: INE – Atlas das Cidades de Portugal, 2002<br />
Mapa nº.3 Densidade populacional 2001 Felgueiras<br />
Fonte: INE – Atlas das Cidades de Portugal, 2002<br />
Mapa nº.2 Densidade populacional 2001 Santo Tirso<br />
Fonte: INE – Atlas das Cidades de Portugal, 2002<br />
Mapa nº.4 Densidade populacional 2001 Penafiel<br />
Fonte: INE – Atlas das Cidades de Portugal, 2002<br />
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Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
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Mapa nº.5 Densidade populacional 2001 Paredes<br />
Fonte: INE – Atlas das Cidades de Portugal, 2002<br />
Dos concelhos em análise Póvoa de Varzim é aquele que apresenta menor área total<br />
(82,1km2), mas ao mesmo tempo aquele que detém maior densidade populacional 771<br />
hab./km2 em 2001. Como se pode verificar através <strong>do</strong> mapa n.º 1 a população está<br />
concentrada no centro urbano, junto à área marítima sen<strong>do</strong> que à medida que caminhamos<br />
para o interior a densidade populacional diminui.<br />
O concelho de Santo Tirso com uma área total de 135,6 km2 distribuí<strong>do</strong>s por 24 freguesias<br />
apresenta 516 hab./km2 e uma distribuição da população com uma concentração no núcleo<br />
urbano central diminuin<strong>do</strong> de densidade para os núcleos rurais das extremidades das<br />
fronteiras concelhias.<br />
A nível <strong>do</strong>s concelhos <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> Sousa, Penafiel tem 212,2 km2 de área total segui<strong>do</strong> de<br />
Paredes com 156,3 km2 e Felgueiras com 115,7 km2, cada com 38, 24 e 32 freguesias<br />
respectivamente. Nos 3 concelhos à semelhança <strong>do</strong> de Santo Tirso, encontramse pequenos<br />
núcleos urbanos com maior densidade populacional, haven<strong>do</strong> grandes espaços em que se situa<br />
entre [0500] hab./km2 que corresponde aos núcleos rurais tradicionais que ainda persistem.<br />
O concelho com maior densidade populacional é Paredes com 531,3 hab./km2 e aquele que<br />
tem menor densidade é o de Penafiel com 335,5 hab./km2.<br />
16
Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
________________________________<br />
2.1.2 – População residente segun<strong>do</strong> idade e sexo em 2001<br />
Gráfico n.º 1 – Pirâmide etária da População<br />
residente Póvoa de Varzim<br />
Fonte: INE Atlas das Cidades de Portugal, 2002<br />
Gráfico n.º3 – Pirâmide etária da População<br />
residente Felgueiras<br />
Fonte: INE Atlas das Cidades de Portugal, 2002<br />
Gráfico n.º 2 – Pirâmide etária da População residente<br />
Santo Tirso<br />
Fonte: INE Atlas das Cidades de Portugal, 2002<br />
Gráfico n.º4 – Pirâmide etária da População residente<br />
Penafiel<br />
Fonte: INE Atlas das Cidades de Portugal, 2002<br />
17
Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
________________________________<br />
Gráfico n.º5 – Pirâmide etária da População<br />
residente Paredes<br />
Fonte: INE Atlas das Cidades de Portugal, 2002<br />
As pirâmides etárias comparan<strong>do</strong> com o quadro n.º 1 que mostra os indica<strong>do</strong>res demográficos<br />
permitenos tirar as seguintes elações:<br />
Na pirâmide etária da Póvoa de Varzim a faixa etária com maior população é a de<br />
entre os 2529 anos. Tem a taxa de natalidade mais alta <strong>do</strong>s concelhos em análise<br />
13,7% que está acima da média nacional e da região Norte.<br />
A pirâmide etária de Santo Tirso permitenos concluir que se trata de um concelho<br />
envelheci<strong>do</strong> com um índice de envelhecimento de 93,4%. Do total de 71644<br />
habitantes 10470 têm mais de 65 anos.<br />
Paredes é o concelho com menor taxa de mortalidade 6%, inferior à <strong>do</strong> país e da<br />
região Norte. Dos [0 aos 14anos] <strong>do</strong>s 3 concelhos <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> Sousa, Paredes é o que<br />
tem mais população.<br />
Felgueiras é o concelho com maior taxa de fecundidade.<br />
To<strong>do</strong>s s concelhos apresentam uma taxa de crescimento natural positiva (taxa de<br />
mortalidade mais baixa que a taxa de natalidade).<br />
18
Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
________________________________<br />
2.1.3 – Indica<strong>do</strong>res Demográficos em 2001<br />
Quadro n.º 1 – Indica<strong>do</strong>res demográficos em 2001<br />
NUTS<br />
Concelhos<br />
Txa.<br />
Natalidade<br />
Txa Mortalidade<br />
Txa Crescimento<br />
natural<br />
Txa de Fecundidade Índice de envelhecimento<br />
Portugal 10.9 10.2 0.7 43.2 103.6<br />
Norte 11.4 8.7 2.6 42.8 81.9<br />
Póvoa Varzim 13.7 8.3 5.3 49.5 53.1<br />
Santo Tirso 11.0 8.2 2.8 41.4 93.4<br />
Felgueiras 13.7 6.1 7.6 51.5 58.5<br />
Penafiel 13.3 7.5 5.8 49 61.9<br />
Paredes 13.7 6.0 7.7 49.4 53.4<br />
Fonte: INE Anuário estatístico da Região Norte 2002<br />
2.2 – INFRAESTRUTURAS AMBIENTAIS<br />
Os indica<strong>do</strong>res de abastecimento de água e tratamento de águas residuais evidenciam o grau<br />
de empenho e desenvolvimento <strong>do</strong>s Municípios.<br />
Gráfico n.º6 – População servida por abastecimento de água 2001<br />
100,00%<br />
80,00%<br />
60,00%<br />
40,00%<br />
20,00%<br />
0,00%<br />
Portugal<br />
90,40% 95%<br />
78,80%<br />
Norte<br />
Póvoa<br />
Varzim<br />
Santo Tirso<br />
29,40%<br />
Felgueiras<br />
67% 75%<br />
Penafiel<br />
Paredes<br />
26%<br />
Fonte: INE Anuário estatístico da Região Norte 2002<br />
O município da Póvoa de Varzim é aquele que tem mais população servida por abastecimento<br />
de água, 95%. Neste senti<strong>do</strong> importa ter em conta que a Póvoa de Varzim é o concelho com<br />
menos área e que a população está mais concentrada no núcleo urbano o que torna mais fácil<br />
%<br />
19
Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
________________________________<br />
o processo. Apesar disso Penafiel é <strong>do</strong>s concelhos com maior área e 75% da população já está<br />
com esse serviço.<br />
Gráfico N.º 7 – População servida com estações de tratamento de águas residuais – 2001<br />
80,00%<br />
60,00%<br />
40,00%<br />
20,00%<br />
0,00%<br />
Portugal<br />
54,90%<br />
42,30% 65%<br />
Norte<br />
Póvoa de<br />
Varzim<br />
Santo<br />
Tirso<br />
34% 30% 20% 13%<br />
Fonte: INE Anuário estatístico da Região Norte 2002<br />
Felgueiras<br />
Penafiel<br />
Paredes<br />
A nível da população servida por estações de tratamento de águas residuais Póvoa de Varzim<br />
continua a ser o concelho com maior % que inclusive está acima da média nacional e da<br />
região Norte. Em relação à população servida por abastecimento de água, o tratamento de<br />
águas residuais é inferior em to<strong>do</strong>s os concelhos.<br />
20
Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
________________________________<br />
2.3 – EQUIPAMENTOS DE LAZER<br />
Os equipamentos de lazer quer cultural quer desportivos (pavilhões desportivos, campos de<br />
futebol, piscinas) proliferam por to<strong>do</strong>s os concelhos.<br />
2.3.1 – Bibliotecas<br />
Quadro n.º 2 – Bibliotecas em 2001<br />
NUTS<br />
Concelhos<br />
Total<br />
Existentes<br />
Documentos Utiliza<strong>do</strong>res<br />
Adquiri<strong>do</strong>s no<br />
ano<br />
Consulta<strong>do</strong>s Empresta<strong>do</strong>s Por consulta<br />
Para<br />
empréstimo<br />
Portugal 1912 40440698 2140186 16473271 6049245 12095624 3157436<br />
Norte 514 9812466 607646 5527472 1797517 3642245 1079799<br />
Póvoa<br />
Varzim<br />
Santo<br />
Tirso<br />
Nº<br />
7 150349 13102 419285 41336 165586 50631<br />
8 98210 8838 63322 23819 133782 10997<br />
Felgueiras 7 81941 4589 41108 32643 23473 19110<br />
Penafiel 5 96894 6500 34680 10360 11634 7531<br />
Paredes 9 67079 6360 24576 9566 23030 7335<br />
Fonte: INE Anuário estatístico da Região Norte 2002<br />
Segun<strong>do</strong> o INE, Paredes é o concelho com mais bibliotecas, sen<strong>do</strong> que as da Póvoa de Varzim<br />
são as mais consultadas e as que possuem no seu conjunto maior <strong>do</strong>cumentação. De salientar<br />
neste aspecto que grande parte das bibliotecas estão equipadas com espaço Internet e<br />
auditórios bem como bibliotecas móveis que vão ao encontro <strong>do</strong>s leitores. Por exemplo o<br />
auditório de Felgueiras tem capacidade para 200 pessoas, Paredes 178 e Santo Tirso 200.<br />
21
Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
________________________________<br />
2.3.2 Cinemas, Museus e Galerias de arte em 2001<br />
Quadro n.º 3 – Cinemas, Museus e Galerias de Arte em 2001<br />
NUTS<br />
Concelhos<br />
Cinema Museus<br />
Recintos Ecrãs Lotação Sessões Especta<strong>do</strong>res Receitas<br />
Nº Milhares €<br />
Galerias de<br />
Arte<br />
Nº Visitantes Nº Visitantes<br />
Portugal 238 455 102001 450201 19470793 69182 234 8556042 556 4196013<br />
Norte 60 140 31233 157984 6444596 21829 57 1719470 144 1191666<br />
Póvoa<br />
Varzim<br />
2 1 2 <br />
Santo Tirso 1 1 1 <br />
Felgueiras 1 1 <br />
Penefiel 2 <br />
Paredes 1 <br />
Fonte: INE Anuário estatístico da Região Norte 2002<br />
No que diz respeito a cinemas, museus e galerias de arte Póvoa de Varzim é o concelho com<br />
mais recintos.<br />
O museu que existe na Póvoa de Varzim – Museu Municipal de Etnografia e História está<br />
instala<strong>do</strong> no solar <strong>do</strong>s Carneiros, um edifício brasona<strong>do</strong> da 2ª metade <strong>do</strong> século XVIII.<br />
Santo Tirso integra 2 museus, um <strong>do</strong>s quais o Museu Abade Pedrosa a que se refere o quadro<br />
n.º 3, instala<strong>do</strong> no edifício <strong>do</strong> Mosteiro Beneditino da cidade com espólio das escavações <strong>do</strong><br />
Monte Padrão e outro ao ar livre Museu de Escultura Contemporânea, com esculturas<br />
espalhadas pelos jardins.<br />
Apesar de o quadro <strong>do</strong> INE não indicar a existência de museu no concelho de Penafiel<br />
através <strong>do</strong> site da entidade é possível comprovar que já existem. Quanto a Paredes está<br />
previsto a inauguração <strong>do</strong> Museu Municipal em Setembro de 2006.<br />
22
Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
________________________________<br />
De referir também, a Casa da Cultura de Paredes, cita no Palacete Granja com anfiteatro ao ar<br />
livre, 3 salas de exposição e um auditório.<br />
Estes espaços, museus, bibliotecas, auditórios, centros de exposições são importantes ao<br />
serviço da população bem como <strong>do</strong>s turistas. Os auditórios são uma forma de dinamização e<br />
atribuir funcionalidade a muitos espaços que de outra forma estariam ao aban<strong>do</strong>no,<br />
permitin<strong>do</strong> a realização de eventos liga<strong>do</strong>s ao turismo cultural, com a realização de<br />
seminários, encontros culturais, festivais de música, ou turismo de negócios.<br />
2.4 – ACTIVIDADES ECONÓMICAS<br />
Este ponto em análise vai incidir sobretu<strong>do</strong> sobre a população ao serviço nos concelhos.<br />
As principais actividades económicas no conjunto <strong>do</strong>s municípios são a indústria têxtil,<br />
calça<strong>do</strong> e mobiliário. Póvoa de Varzim, como cidade piscatória não poderiam as suas<br />
populações estar ligadas ao mar. Os gráficos apresenta<strong>do</strong>s não fazem referência, mas estes<br />
concelhos integram a rota <strong>do</strong>s vinhos verdes e têm unidades de produção, com pessoal ao<br />
serviço. Por outro la<strong>do</strong>, ainda na vertente <strong>do</strong> sector agrícola a Póvoa de Varzim tem várias<br />
unidades de produção de produtos hortícolas em estufas.<br />
Gráfico nº 8 – Pessoal ao serviço por CAE Póvoa de<br />
Varzim<br />
Fonte: INE Atlas das Cidades de Portugal, 2002<br />
Gráfico nº 9 – Pessoal ao serviço por CAE Santo<br />
Tirso<br />
Fonte: INE Atlas das Cidades de Portugal, 2002<br />
23
Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
________________________________<br />
Nos gráficos apresenta<strong>do</strong>s é notório uma dependência elevada face à actividade industrial,<br />
80% da população em Felgueiras, 70% em Santo Tirso são um exemplo. A crise industrial<br />
têxtil e <strong>do</strong> calça<strong>do</strong> tem aumenta<strong>do</strong> nos últimos anos deixan<strong>do</strong> muitos no desemprego,<br />
obrigan<strong>do</strong> à criação de alternativas por parte de entidades públicas e privadas na criação de<br />
novas empresas e na modernização das existentes.<br />
O sector <strong>do</strong> comércio é mais significativo em Paredes e Penafiel e tem vin<strong>do</strong> a crescer no<br />
número de pessoas ao serviço.<br />
Gráfico nº 10 – Pessoal ao serviço por CAE<br />
Felgueiras<br />
Fonte: INE Atlas das Cidades de Portugal, 2002<br />
Gráfico nº 12 – Pessoal ao serviço por CAE Paredes<br />
Fonte: INE Atlas das Cidades de Portugal, 2002<br />
CAE – Classificação das Actividades Económicas<br />
Gráfico nº 11 – Pessoal ao serviço por CAE Penafiel<br />
Fonte: INE Atlas das Cidades de Portugal, 2002<br />
24
Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
________________________________<br />
O alojamento e a restauração, a abordar no capítulo seguinte, são essenciais para a<br />
constituição de um produto turístico. Tem mais pessoal ao serviço em Penafiel, 16% e Póvoa<br />
de Varzim 5,4%.<br />
3 IVENTÁRIO DOS RECURSOS TURÍSTICOS<br />
Neste ponto são apresenta<strong>do</strong>s os recursos e serviços e equipamentos necessários à<br />
constituição de um produto turístico.<br />
3.1 – ANÁLISE ESTATÍSTICA DO TURISMO NOS CONCELHOS<br />
A análise estatística <strong>do</strong> turismo nos concelhos vai estar centrada no alojamento (hotéis e<br />
unidades de turismo em espaço rural), fazen<strong>do</strong> uma comparação <strong>do</strong>s concelhos com a região<br />
Norte e o Vale <strong>do</strong> Sousa.<br />
3.1.1 – Estabelecimentos e capacidade de alojamento nos estabelecimentos hoteleiros<br />
Quadro n.º 4 – Estabelecimentos e capacidade de alojamento em 31.07.2002 e proveitos de<br />
aposento nos estabelecimentos hoteleiros em 2002<br />
NUTS<br />
Concelhos<br />
Estabelecimentos Capacidade de Alojamento Proveitos de Aposento<br />
N.º Milhares de euros<br />
T H P O T H P O T H P O<br />
Portugal 1898 525 860 513 239903 104727 40594 94582 995758 635749 76819 283190<br />
Norte 436 107 271 58 31308 16317 11501 3490 104621 74267 15789 14565<br />
Póvoa de<br />
Varzim<br />
Santo<br />
Tirso<br />
14 7 3 4 1598 1200 80 318 4657 3844 221 593<br />
6 1 5 285 136 149 1089 <br />
Felgueiras 3 1 1 1 143 86 24 33 291 <br />
Penafiel 6 1 5 294 106 188 337 <br />
Paredes 3 1 2 184 92 92 367 <br />
Totais<br />
concelhos<br />
32 11 16 5 2504 1620 533 351 6037 4548 221 593<br />
Fonte: INE – Anuário Estatístico da Região Norte 2002<br />
25
Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
________________________________<br />
Legenda: T Totais, H – Hotéis, P – Pensões, O – Outros<br />
A nível da oferta hoteleira e capacidade de alojamento é pouco expressiva nos concelhos <strong>do</strong><br />
Vale <strong>do</strong> Sousa. A maioria são estabelecimentos de carácter familiar com pouca qualidade nos<br />
serviços presta<strong>do</strong>s, sen<strong>do</strong> nesse senti<strong>do</strong> necessário inovação e formação nessa área. Sen<strong>do</strong> que<br />
o Vale <strong>do</strong> Sousa se centra num eixo de fluxos turísticos relevante no Norte <strong>do</strong> país, quer mais a<br />
norte por Braga e Guimarães e a sul pelo Douro e pela cidade <strong>do</strong> Porto e área metropolitana, o<br />
Vale <strong>do</strong> Sousa pode apresentarse como um elemento inova<strong>do</strong>r e suplementar à oferta desses<br />
destinos. Importa sobretu<strong>do</strong> criar as condições necessárias para que os opera<strong>do</strong>res turísticos<br />
possam incluir na sua oferta o Vale <strong>do</strong> Sousa. Um exemplo muito concreto é o Douro,<br />
Património da Humanidade e destino consolida<strong>do</strong> no ramo <strong>do</strong>s cruzeiros que pode ser uma<br />
porta de entrada para a visita aos monumentos <strong>do</strong> sul <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> Sousa. As facilidades de<br />
acesso entre to<strong>do</strong>s os concelhos são um factor importante na circulação de turistas e no<br />
estabelecimento de sinergias como é o caso <strong>do</strong> itinerário Beneditino apresenta<strong>do</strong> que se inicia<br />
no concelho da Póvoa de Varzim e finda em Paredes.<br />
No quadro n.º4 são apresenta<strong>do</strong>s da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> INE relativos aos estabelecimentos, capacidade de<br />
alojamento e proveitos <strong>do</strong>s concelhos. Neste senti<strong>do</strong> podemos concluir:<br />
A Póvoa de Varzim é o concelho com maior número de hotéis, alguns <strong>do</strong>s quais de<br />
cadeias hoteleiras como o Mercure e o Novotel Vermar ambos de 4 estrelas, sen<strong>do</strong> este<br />
um destino de estância de veraneio. De referir também a existência elevada de segunda<br />
habitação por parte de muitos veraneantes e de casas que são alugadas que não são<br />
contabilizadas estatisticamente no turismo.<br />
A Póvoa de Varzim representa 3,2% <strong>do</strong> alojamento da região com 5,1% da capacidade<br />
de alojamento enquanto que o Vale <strong>do</strong> Sousa representa 4,2% <strong>do</strong>s estabelecimentos e<br />
2,3% da capacidade de alojamento. Tal facto é indicativo que o Vale <strong>do</strong> Sousa possui<br />
pequenas unidades de carácter familiar à excepção <strong>do</strong>s hotéis de Felgueiras com<br />
capacidade para 86 camas, Penafiel 106 e Paredes 92.<br />
A capacidade de alojamento o tipo de unidades reflectese posteriormente nos proveitos<br />
provenientes. Póvoa de Varzim obtém mais ganhos que os 3 concelhos <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong><br />
Sousa que integram o itinerário.<br />
26
Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
________________________________<br />
Esta área <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> Sousa é um pólo de desenvolvimento económico que se reflecte<br />
na vertente turismo de negócios que se desenvolve. Estes homens de negócio são pela<br />
sua natureza exigentes, quer na qualidade <strong>do</strong>s estabelecimentos e serviços presta<strong>do</strong>s<br />
quer pelos meios que devem estar à disposição, espaço para reuniões e meios de<br />
comunicação, que se são incipientes, pelos fáceis acessos à região <strong>do</strong> Porto ou<br />
Guimarães leva a região a perder economicamente.<br />
Fora desta análise ficaram os parques de campismo, mas fica aqui a referência de um<br />
que existe em Felgueiras, o parque de campismo rural de Vila Fria com capacidade<br />
para albergar 30 tendas e o da Póvoa de Varzim<br />
Analisada que está a oferta de estabelecimentos turísticos importa saber o tempo de<br />
permanência e a nacionalidade de quem nos visita.<br />
3.1.2 Estada média nos estabelecimentos hoteleiros em 2002<br />
Quadro n.º 5 – Estada média nos estabelecimentos hoteleiros em 2002<br />
NUTS<br />
Concelhos<br />
Estabelecimentos<br />
Taxa de ocupação cama<br />
(bruta)<br />
N.º de noites %<br />
T H P O T H P O<br />
Portugal 3.2 2.6 2.2 5.3 41.1 44.4 24.5 44.3<br />
Norte 1.8 1.8 1.8 1.7 29.4 35.4 19.4 33.1<br />
Póvoa de Varzim 2.0 2.0 1.2 2.7 32.6 33.8 23.8<br />
Santo Tirso 2.2 30.2 <br />
Felgueiras 1.7 14.4 <br />
Penafiel 1.7 18.8 <br />
Paredes 1.6 22.3<br />
Fonte: INE – Anuário Estatístico da Região Norte 2002<br />
Legenda: T Totais, H – Hotéis, P – Pensões, O – Outros<br />
A este nível a conclusão que podemos tirar é que o número de noites nos estabelecimentos é<br />
superior no concelho se Santo Tirso 2,2 noites e na Póvoa de Varzim com 2 noites indicativo<br />
27
Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
________________________________<br />
que são estadas de curta duração normalmente de turismo de negócios, famílias que repartem<br />
as férias fazen<strong>do</strong> circuitos pelo país com estadia em várias unidades. Tal facto é comprova<strong>do</strong><br />
nas agências de viagens pela crescente procura de unidades hoteleiras para finsdesemana em<br />
família como fuga e terapia ao stress da vida quotidiana.<br />
Sobre este ponto, devi<strong>do</strong> à escassez de da<strong>do</strong>s estatísticos não podemos verificar se a<br />
permanência será maior ou não nos hotéis, pensões ou outros estabelecimentos (estalagens,<br />
residenciais).<br />
Quanto à taxa de ocupação estas são novamente mais elevadas nos concelhos da Póvoa de<br />
Varzim e Santo Tirso.<br />
3.1.3 Dormidas em estabelecimentos hoteleiros segun<strong>do</strong> o país de residência, em 2002<br />
Gráfico n.º 13 Dormidas em estabelecimentos hoteleiros segun<strong>do</strong> o país de residência, em<br />
2002<br />
90%<br />
80%<br />
70%<br />
60%<br />
50%<br />
40%<br />
30%<br />
20%<br />
10%<br />
0%<br />
P S.T. F PE PA<br />
Concelhos<br />
Portugal Alemanha Espanha<br />
França Itália Países Baixos<br />
Reino Uni<strong>do</strong> E.U.A Outros<br />
Legenda: P – Póvoa de Varzim, S.T. – Santo Tirso, F Felgueiras, PE – Penafiel, PA Paredes<br />
Fonte: INE – Anuário Estatístico da Região Norte, 2002<br />
28
Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
________________________________<br />
Em to<strong>do</strong>s os concelhos a maioria das <strong>do</strong>rmidas são de nacionais, o que demonstra a forte<br />
dependência destes destinos. O segun<strong>do</strong> país é Espanha, mas com uma percentagem muito<br />
baixa face à primeira, o que é indicativo da fraca promoção exterior <strong>do</strong>s concelhos.<br />
3.1.4 Estabelecimentos e Capacidade de alojamento no Turismo em Espaço Rural 2002<br />
Quadro n.º 6 Estabelecimentos e Capacidade de alojamento no Turismo em Espaço Rural<br />
2002<br />
NUTS<br />
Concelhos<br />
Total<br />
Turismo<br />
rural<br />
Estabelecimentos (n.º)<br />
Turismo de<br />
Habitação<br />
Agro<br />
turismo<br />
Casas de<br />
Campo<br />
Turismo<br />
de Aldeia<br />
Total de<br />
Quartos<br />
Capacidade de<br />
alojamento<br />
Portugal 866 359 243 145 116 3 4351 8579<br />
Norte 372 178 114 47 33 1826 3594<br />
Póvoa de<br />
Varzim<br />
1 1 5 6<br />
Santo Tirso 2 2 14 28<br />
Felgueiras 6 3 2 1 28 56<br />
Penafiel 6 4 1 1 33 66<br />
Paredes 2 1 1 6 12<br />
Fonte: INE – Anuário Estatístico da região Norte 2002<br />
O Turismo em Espaço Rural (TER) com as diferentes tipologias de unidades de alojamento foi<br />
uma alternativa à recuperação de muitas habitações através de inúmeros projectos de apoio<br />
financeiro que surgiram que de outra forma, pelas despesas que tais obras implicam teríamos<br />
perdi<strong>do</strong> esse património rural. As receitas inerentes <strong>do</strong> alojamento permitem dessa forma a<br />
manutenção desses espaços e aos turistas sentir mais de perto as vivências e a cultura das<br />
populações que os acolhem. São espaços que pela sua natureza tem pouca capacidade de<br />
alojamento, mas impõemse um serviço personaliza<strong>do</strong> e de qualidade. Pressupõemse que o<br />
proprietário, em algumas tipologias habite na casa e possa ser um cicerone para os visitantes.<br />
total<br />
29
Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
________________________________<br />
Nestes concelhos prolifera a tipologia de casas de turismo rural, ten<strong>do</strong> Penafiel o maior<br />
número. De referir que em Penafiel tem uma casa de agroturismo, que pelas suas<br />
características integram uma unidade de produção e possibilitam aos hóspedes estar em<br />
contacto e até participar nas actividades agrícolas.<br />
Na vertente <strong>do</strong> TER estão em desenvolvimento alguns projectos que visam a implementação<br />
de mais unidades mas que não vão implicar um crescente aumento da capacidade de<br />
alojamento no Vale <strong>do</strong> Sousa.<br />
Não fazen<strong>do</strong> parte <strong>do</strong>s concelhos que integram o itinerário Beneditino o Vale <strong>do</strong> Sousa<br />
dispõem de 4 unidades de hotéis rurais num total de 60 camas.<br />
3.2 – RECURSOS HISTÓRICOS<br />
Para além <strong>do</strong>s monumentos que integram o Itinerário Beneditino os concelhos dispõem de<br />
uma panóplia de recursos históricos, naturais e culturais os quais vamos enumerar os mais<br />
importantes segun<strong>do</strong> o concelho.<br />
Assim ao nível <strong>do</strong>s recursos históricos no concelho da Póvoa de Varzim temos os seguintes<br />
monumentos:<br />
o Igreja Românica de S. Pedro de Rates;<br />
o Pelourinho de Rates;<br />
o Aqueduto, construção <strong>do</strong> século XIII com 999 arcos que transportavam água das<br />
nascentes de Terroso para o Mosteiro de Santa Clara, em Vila <strong>do</strong> Conde;<br />
o Igreja de N.sa Sr.ª da Conceição;<br />
o Igreja Matriz;<br />
o Paços <strong>do</strong> Concelho<br />
Em Santo Tirso merecem a visita:<br />
o Mosteiro de S. Bento, funda<strong>do</strong> no século X por S. Frutuoso ou S. Martinho de Dume e<br />
reedifica<strong>do</strong> no século XVII cuja igreja tem um exuberante altarmor Barroco. Na<br />
fachada abrese uma galilé de 3 arcos, sobre as quais se rasgam nichos com as<br />
esculturas de S. Bento, Santo Tirso e Santa Escolástica. Integra o espaço a escola<br />
agrícola de Santo Tirso e o Museu Municipal Abade Pedrosa.;<br />
30
Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
________________________________<br />
o Mosteiro de Roriz;<br />
o Basílica de Nsa. Sr. da Assunção;<br />
o Castro <strong>do</strong> Monte Padrão;<br />
o Mosteiro de Vilarinho.<br />
Em Felgueiras, a estação arqueológica <strong>do</strong> Sr. Dos Perdi<strong>do</strong>s, a igreja românica de Airães, a de<br />
Unhão, pertencente a um antigo Mosteiro rural com um curioso tímpano de cruza vazada com<br />
decoração de laçaria, Santuário de Santa Quitéria e o Mosteiro de Pombeiro alvo de<br />
caracterização no capítulo seguinte.<br />
Para além de Paço de Sousa, os monumentos como a igreja da Misericórdia, Torre de Durigo,<br />
Castro <strong>do</strong> Monte Mózinho, Igreja de S. Gens de Boelhe, Memorial da Ermida, Igreja de S.<br />
Miguel de Gândara/ Cabeça Santa, Igreja de S. Pedro de Abragão (fundada no século XII com<br />
particular interesse pela escultura românica que apresenta), e o Sameiro são o património<br />
histórico que se pode visitar em Penafiel. Neste concelho de referir também a aldeia preservada<br />
de Quintan<strong>do</strong>na com incidência na vertente da arquitectura rural.<br />
Quanto ao concelho de Paredes, faz parte <strong>do</strong> património edifica<strong>do</strong>:<br />
o Termas de S. Vicente;<br />
o Igreja de S. Pedro de Cête;<br />
o Capela de Nsa. Sr.a <strong>do</strong> Vale;<br />
o Dólmen <strong>do</strong> Padrão – tratase de um <strong>do</strong>s monumentos megalíticos mais importantes no<br />
noroeste peninsular pelas pinturas que representam uma figura humana e figura astral<br />
ou solar;<br />
o Pelourinho de Loure<strong>do</strong>;<br />
o Torre/Castelo de Aguiar <strong>do</strong> Sousa;<br />
o Palacete Granja<br />
3.3 – RECURSOS NATURAIS<br />
Do oceano Atlântico aos concelhos <strong>do</strong> interior com paisagens idílicas serpenteadas por cursos<br />
de água (Ave, Vizela, Sousa, Tâmega) com excelentes planos de água este é um itinerário que<br />
permite desfrutar de paisagens eminentemente rurais.<br />
31
Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
________________________________<br />
Nos centros das cidades podemse apreciar os jardins e parques de lazer urbanos, como por<br />
exemplo o parque da cidade de Penafiel, o Parque D. Maria com casa de chá em Santo Tirso<br />
ou os jardins <strong>do</strong> Palacete Granja em Paredes.<br />
Outros espaços como o Sameiro em Penafiel, Santa Quitéria em Felgueiras, Monte da<br />
Assunção, parque de oliveiras de Valinhas e a nascente <strong>do</strong> rio Leça em Santo Tirso, a serra de<br />
Santiago e o lugar da Sra. <strong>do</strong> Alto com escarpas que permitem a prática de rappel e escaladas<br />
em Paredes constituem os recursos naturais <strong>do</strong>s concelhos.<br />
3.4 – RECURSOS CULTURAIS – ARTESANATO E FESTIVIDADES<br />
Os recursos culturais expressos nas tradições <strong>do</strong> povo quer na arte <strong>do</strong> artesanato quer na arte da<br />
cozinha e nas festas e romarias complementam um produto turístico.<br />
3.4.1 Artesanato<br />
O artesanato poveiro está liga<strong>do</strong> ao mar. As camisolas de lã, bordadas com ponto de cruz com<br />
motivos a preto e branco (escu<strong>do</strong>, remos, coroa real etc.), miniaturas de embarcações, gravuras<br />
em madeira, trabalhos com conchas, ourivesaria e tapeçaria são os artigos artesanais que se<br />
pode encontrar.<br />
Em Santo Tirso podemos apreciar miniaturas em madeira e pedra, borda<strong>do</strong>s, tapeçaria, cestaria<br />
e trabalhos em ferro forja<strong>do</strong>.<br />
Felgueiras caracterizase pelos borda<strong>do</strong>s também conheci<strong>do</strong>s como borda<strong>do</strong>s da Lixa. No<br />
concelho existem mais de 600 bordadeiras e foi criada a Casa <strong>do</strong> Risco cujo objectivo é a<br />
homogeneização da qualidade <strong>do</strong> borda<strong>do</strong> e a qualificação das bordadeiras. Para além <strong>do</strong><br />
borda<strong>do</strong> tem artesãos que se dedicam à feitura de instrumentos musicais.<br />
Em Paredes e Penafiel podemos encontrar vários trabalhos de madeira, ferro, cestaria,<br />
tapeçaria e outros materiais.<br />
32
Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
________________________________<br />
3.4.2 – Gastronomia<br />
Alia<strong>do</strong> a uma visita cultural a boa gastronomia é sempre um aliciante. Em toda a região Norte<br />
a gastronomia é prato forte e poderseão encontrar bons restaurantes que preparam esses<br />
manjares.<br />
A gastronomia poveira tem por um la<strong>do</strong> a influência minhota nos rojões, no cozi<strong>do</strong> à<br />
Portuguesa e por outro <strong>do</strong> mar com bons prepara<strong>do</strong>s de peixe (cação, sardinha, robalo, marisco<br />
etc).<br />
Em Felgueiras destacamse o PãodeLó de Margaride, o cozi<strong>do</strong> à Portuguesa, o arroz de<br />
cabidela, o cabrito assa<strong>do</strong>, os rojões e o sarrabulho aquan<strong>do</strong> da matança <strong>do</strong> porco<br />
acompanha<strong>do</strong>s pelo Vinho verde da região.<br />
Em Santo Tirso são famosos os pratos de bacalhau seja bacalhau gratina<strong>do</strong>, à Lagareiro,<br />
pataniscas de bacalhau, ao cozi<strong>do</strong> à Portuguesa, rojões à moda <strong>do</strong> Minho, coelho à caça<strong>do</strong>r,<br />
cabrito no forno, arroz de cabidela passan<strong>do</strong> pela <strong>do</strong>çaria conventual com os Jesuítas, bolachas<br />
de Santa Escolástica de Roriz e Pelo Licor de Singeverga.<br />
Em Penafiel somos convida<strong>do</strong>s a provar a Lampreia e o Sável, o cabrito assa<strong>do</strong> no forno, o<br />
cozi<strong>do</strong> à Portuguesa e na <strong>do</strong>çaria os bolinhos de amor, as tortas de S. Martinho, a Sopa Seca e<br />
o PãodeLó de Rio Moinhos.<br />
Paredes não poderia fugir às ementas de to<strong>do</strong>s estes concelhos disponibilizan<strong>do</strong> o cabrito<br />
assa<strong>do</strong> no forno, o cozi<strong>do</strong> à Portuguesa, a vitela assada, o bacalhau assa<strong>do</strong> ou o arroz de<br />
cabidela.<br />
3.4.3 – Festas, Romarias e Eventos Culturais<br />
Nesta região durante to<strong>do</strong> o ano, com mais frequência no Verão, realizamse várias festas e<br />
romarias maioritariamente de carácter religioso, <strong>do</strong>s quais vão ser referencia<strong>do</strong>s alguns.<br />
Na Póvoa de Varzim destacamse as festividades da Semana Santa, Festa de S. Pedro, Sr.ª da<br />
Assunção e a Sr.ª das Dores. Acrescentase os acontecimentos de carácter cultural e desportivo<br />
Festival Internacional de Música e o Rallye Casino da Póvoa e as faienas na Praça de Touros.<br />
A acrescentar a estes eventos o Casino da Póvoa de Varzim pontualmente organiza eventos de<br />
carácter musical.<br />
Em Santo Tirso as festas em honra de S. Bento com cortejo etnográfico, festas de<br />
Sanguinhe<strong>do</strong>, Valinhas e da Nsa. Sr.ª da Assunção. O festival Internacional de Guitarra, o<br />
33
Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
________________________________<br />
Simpósio de Escultura bem como a feira das Tasquinhas e a feira de artesanato são alguns<br />
eventos que decorrem no concelho.<br />
Em Felgueiras pre<strong>do</strong>minam as festas religiosas como o S. Brás, Corpo de Deus, S. Pedro e S.<br />
Tiago, eventos liga<strong>do</strong>s às actividades económicas como o Descalço – gala anual de design e<br />
calça<strong>do</strong> e às tradições com Festivais de Folclore e a Desfolhada Tradicional de Varziela.<br />
Em Paredes as festas religiosas ocorrem um pouco por todas as freguesias. Festas em honra da<br />
N.sa Sra. <strong>do</strong> Vale, N.sa Sr.a <strong>do</strong> Alto, Sr.a <strong>do</strong>s Aflitos, Sra. Do Alivio ou Sr.a das Necessidades<br />
são um exmplo.<br />
Em Penafiel destacamse as festas da Páscoa com as En<strong>do</strong>enças de Quintafeira Santa em<br />
Entreos Rios com uma procissão e um deslumbrante espectáculo de dezenas de milhares de<br />
velas colocadas nas margens <strong>do</strong>s rios Douro e Tâmega, a Festa da Paixão <strong>do</strong> Senhor, a romaria<br />
da Senhora da Saúde, as festas <strong>do</strong> Corpo de Deus e a feira de S. Martinho com venda de ga<strong>do</strong><br />
onde a tradição manda que se prove o vinho novo e se coma as castanhas. A nível de eventos<br />
destacase a AGRIVAL onde está presente o sector empresarial da região ligadas às mais<br />
diversas actividades desde o têxtil à agricultura.<br />
4 ITINERÁRIO ROMÂNICO BENEDITINO<br />
No senti<strong>do</strong> de enquadrar os monumentos <strong>do</strong> itinerário proposto importa fazer uma<br />
contextualização da ordem Beneditina e da sua vinda para Portugal.<br />
4.1 OS BENEDITINOS EM PORTUGAL<br />
Foi no mosteiro de Cluny que S. Bento, a convite de Guilherme, duque da Aquitânea,<br />
estabeleceu a sua regra, que em pouco tempo deu origem à criação de um grande número de<br />
mosteiros em França.<br />
A regra da ordem de S. Bento foi trazida para Portugal pelos monges franceses que terão<br />
acompanha<strong>do</strong> o conde D. Henrique quan<strong>do</strong> este se deslocou para a Galiza, auxilian<strong>do</strong> D.<br />
Afonso VI na luta contra os Muçulmanos. Este conde, que casou com D. Teresa, filha ilegítima<br />
34
Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
________________________________<br />
<strong>do</strong> rei de Leão, era sobrinhoneto de D. Hugo, abade <strong>do</strong> mosteiro de Cluny. A vinda <strong>do</strong>s<br />
Beneditinos e a sua protecção por parte de D. Afonso Henriques fica a deverse ao facto <strong>do</strong>s<br />
laços de sangue que uniam o rei à região de Borgonha, de onde o conde D. Henrique era<br />
natural e por outro la<strong>do</strong> devi<strong>do</strong> à necessidade de ocupação <strong>do</strong>s territórios, com fraquíssima<br />
densidade populacional, que eram reconquista<strong>do</strong>s aos mouros. Dada a influência <strong>do</strong>s<br />
Cistercienses não admira também essa atitude, no senti<strong>do</strong> de conseguir apoio para a fundação<br />
<strong>do</strong> reino de Portugal.<br />
O primeiro mosteiro beneditino instaura<strong>do</strong> em Portugal foi o de Lorvão, <strong>do</strong>a<strong>do</strong> no ano de 1109<br />
à Sé de Coimbra pelo conde D. Henrique e D. Teresa. Desta época são também os mosteiros de<br />
Tibães e Tarouca. No ano de 1100, por <strong>do</strong>ação de D. Henrique e D. Teresa, os monges<br />
Cluniacenses fundam o mosteiro de D. Pedro de Rates.<br />
A ligação <strong>do</strong>s monges Cluniacenses ao poder real deu origem a grandes <strong>do</strong>ações, riqueza essa<br />
que contribuiu para o enriquecimento <strong>do</strong>s mosteiros levan<strong>do</strong> os monges a relegar para segun<strong>do</strong><br />
plano os ideais de S. Bento, dan<strong>do</strong> lugar ao luxo e ao ócio.<br />
No ano de 1098 deuse uma cisão na ordem Beneditina. Muitos frades descontentes com o<br />
desvio <strong>do</strong>s ideais de S. Bento aban<strong>do</strong>naram o mosteiro de Molesme e dirigiramse para Cister<br />
com o objectivo de observar a regra de S. Bento em to<strong>do</strong> o seu rigor. Reformularam a antiga<br />
regra de S. Bento e trocaram o hábito preto por uma capa branca, viven<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho da terra<br />
e da oração. Mais tarde os “Monges Brancos” de Cister receberam S. Bernar<strong>do</strong>, um jovem que<br />
veio reformular a regra seguida pelos seus companheiros dan<strong>do</strong> origem à ordem de Cister<br />
consagrada na “Carta de Caridade” seguin<strong>do</strong>se o movimento monástico expansionista,<br />
reunin<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os seus mosteiros numa única família ten<strong>do</strong> como núcleo central o de Cister.<br />
O confronto entre a ordem de S. Bento (Beneditinos/ Cluniacenses) e os seus dissidentes<br />
(Cistercienses) só ficou resolvi<strong>do</strong> após um escrito de S. Bernar<strong>do</strong> intitula<strong>do</strong> “Apologia a<br />
Guilherme de SaintThierry”.<br />
Em Portugal a ruralidade e habitat dispersos <strong>do</strong>minavam. Com a solidificação da reconquista<br />
seguemse as transformações económicas, técnicas, demográficas e políticoadministrativas<br />
forman<strong>do</strong>se novos aldeamentos. As ordens vão ter influência na implementação de novos<br />
35
Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
________________________________<br />
cultivos, novas técnicas sobretu<strong>do</strong> o uso <strong>do</strong> ara<strong>do</strong> e da força <strong>do</strong> ga<strong>do</strong> bem como na utilização<br />
<strong>do</strong>s espaços de cultivo para áreas mais distantes <strong>do</strong>s cursos de água.<br />
4.1.2 A ESCOLHA DO LOCAL<br />
A escolha <strong>do</strong> local onde implementar um mosteiro não é aleatória. Normalmente esses já eram<br />
espaços sacraliza<strong>do</strong>s, pela eventual existência de cultos, igrejas ou cemitérios. Eram espaços<br />
privilegia<strong>do</strong>s com cursos de água e arvore<strong>do</strong>s instala<strong>do</strong>s em áreas planas, exemplo <strong>do</strong> mosteiro<br />
de Pombeiro ou em áreas montanhosas sobre as encostas. A eles estão agrega<strong>do</strong>s espaços<br />
agrícolas para corresponder às necessidades <strong>do</strong>s monges e habitat envolvente.<br />
4.1.3 A REGRA DE S. BENTO<br />
A regra de S. Bento tem como característica essencial a procura incessante de Deus. Para S.<br />
Bento o mosteiro é uma escola onde o monge aprende a servir a Deus, a corrigir os seus<br />
defeitos, a trabalhar diariamente para assegurar a sobrevivência e obedecer ao abade – Ora et<br />
Labora.<br />
No mosteiro não se admitia pessoas <strong>do</strong> mesmo sexo, que reuni<strong>do</strong>s para fazer uma vida comum<br />
se sujeitavam a regras rigorosas e privações. Dentro <strong>do</strong> mosteiro os monges tinham desde<br />
água, moinho, horta, forno etc. As tarefas eram distribuídas desde os trabalhos <strong>do</strong>mésticos de<br />
lavagem de roupa, à confecção das refeições. Naquele espaço tu<strong>do</strong> era de to<strong>do</strong>s, não havia<br />
lugar à propriedade individual. A alimentação era racionada, havia duas refeições diárias onde<br />
era proibida a carne, à excepção da carne branca e o vinho era restrito. A oração era a principal<br />
ocupação <strong>do</strong>s frades. Os monges deviam acordar a meio da noite para as suas orações em<br />
comum. As virtudes que se recomendam na regra são a humilhação completa e a abnegação<br />
total de vontade própria, ou seja, o monge deve obedecer cegamente aos seus superiores que<br />
detém a direcção <strong>do</strong> convento. Impunhase absoluta castidade e castigos corporais,<br />
nomeadamente o açoite, para aqueles que violassem as regras.<br />
Cada mosteiro vivia isola<strong>do</strong> sobre si, e os abades dependiam <strong>do</strong> bispo das respectivas dioceses.<br />
Só no século XI os cluniacenses criam a primeira forma de centralização, subordinan<strong>do</strong> os<br />
abades ao abade <strong>do</strong> mosteiro de Cluny, que dependiam directamente <strong>do</strong> papa. Em cada<br />
mosteiro os abades eram eleitos pelos monges e deviam reunirse anualmente para tomarem<br />
decisões relativas a toda a ordem.<br />
36
Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
________________________________<br />
O movimento de Cister é uma aplicação mais rigorosa da regra de S. Bento voltan<strong>do</strong> à ideia<br />
<strong>do</strong>s padres <strong>do</strong> deserto. Os primeiros Cistercienses estabelecemse longe das povoações em<br />
lugares não cultiva<strong>do</strong>s e viviam exclusivamente <strong>do</strong> trabalho das suas mãos desbravan<strong>do</strong> as<br />
matas e cultivan<strong>do</strong>as e dedican<strong>do</strong>se à pastorícia. Um exemplo concreto em Portugal é Sanfins<br />
de Friestas, que ainda conserva o isolamento.<br />
4.2 PROPOSTA DE PERCURSO<br />
O Vale <strong>do</strong> Sousa integra uma área mais vasta que é a região norte. Os concelhos envolventes<br />
têm com estes relações comerciais e características em tu<strong>do</strong> semelhantes, nas actividades<br />
económicas, paisagísticas e até <strong>do</strong> ponto de vista arquitectónico.<br />
Desta forma entendemos que para a valorização <strong>do</strong> itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino seria<br />
necessário ultrapassar a fronteira <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> Sousa.<br />
S. Pedro de Rates surge como um <strong>do</strong>s primeiros mosteiros Beneditinos Cluniacenses, liga<strong>do</strong> à<br />
fundação <strong>do</strong> conda<strong>do</strong> portucalense e arquitectónicamente tem um <strong>do</strong>s tímpanos mais<br />
importantes <strong>do</strong> românico português.<br />
S. Pedro de Roriz porque tem afinidades artísticas com os momentos <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> Sousa.<br />
Pombeiro, apesar de arquitectónicamente não ter grandes valências românicas e de necessitar<br />
de grandes obras que assegurem uma visita adequada, porque foi um <strong>do</strong>s monumentos da<br />
grande nobreza local – os Sousas.<br />
Paço de Sousa em Penafiel é outro <strong>do</strong>s monumentos mais importantes pela dimensão histórica,<br />
com forte ligação a Egas Moniz cujo túmulo se encontra no interior da igreja.<br />
Finalmente o mosteiro de Cête com uma ligação umbilical ao de Paço de Sousa é um <strong>do</strong>s<br />
mosteiros que ainda preserva o claustro. Neste último é proposto um projecto de valorização da<br />
sua envolvente, no senti<strong>do</strong> de dar mais vida a este espaço.<br />
Igreja de S. Pedro de Rates<br />
Igreja de S. Pedro de Roriz<br />
Mosteiro de Pombeiro de Ribavizela<br />
Mosteiro de Paço de Sousa<br />
Mosteiro de Cête<br />
37
Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
________________________________<br />
Mapa n.º 5 Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
Fonte: Guia turístico <strong>do</strong> Norte Escala: 1:600 000<br />
Para visitar os 5 monumentos que integram o itinerário Beneditino sugerimos que iniciem a<br />
visita pelo Mosteiro de S. Pedro de Rates, um <strong>do</strong>s primeiros mosteiros Beneditinos em<br />
Portugal. Siga o mapa e as nossas instruções.<br />
Igreja de S. Pedro de Rates – para quem vem <strong>do</strong> Porto poderá seguir pela A28 em direcção à<br />
Póvoa de Varzim ou a A3 e sair em Famalicão e seguir pela EN206, onde encontra a placa<br />
indicativa de Rates. Após a visita siga para Santo Tirso. Entre Rates e Santo Tirso (centro)<br />
percorre 25km. Siga pela EN206 até Vila Nova de Famalicão, onde passarão pela avenida<br />
central e depois entre na a EN104 em direcção a Santo Tirso. No caminho passarão pelo<br />
Instituto Nuno Álvares e pelas termas das Caldas da Saúde. Aconselhamos que siga em<br />
direcção a Santo Tirso e pare junto ao Mosteiro de S. Bento para apreciar o edifício e os jardins<br />
envolventes. Poderão passar pela Casa de Chá e provar um <strong>do</strong>s <strong>do</strong>ces tradicionais os Jesuítas.<br />
Passan<strong>do</strong> pelo centro siga pela EN105 no senti<strong>do</strong> Porto Guimarães para a freguesia de Roriz.<br />
5.7km depois encontrará uma placa à direita a indicar a igreja. É uma estrada municipal<br />
íngreme e com algumas curvas perigosas pelo que aconselhamos que tenham cuida<strong>do</strong>. 3.5 Km<br />
à frente <strong>do</strong> seu la<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong> encontrará a igreja envolvida pelos campos rurais e pelo mosteiro<br />
de Singeverga.<br />
38
Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
________________________________<br />
Daqui seguimos em direcção aos concelhos <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> Sousa. Faça o percurso inverso até<br />
chegar à EN 105 e aí vire à direita no senti<strong>do</strong> de Guimarães. Vai passar por Vila das Aves,<br />
Moreira de Cónegos e Nespereira e no cruzamento vire à direita para a EN 101 em direcção a<br />
Felgueiras, onde passará por Vizela e antes de chegar à sede de concelho encontrará à sua<br />
esquerda a placa indicativa da freguesia de Pombeiro e sinalética que o levará ao Mosteiro de<br />
Pombeiro. Depois de visitar o Mosteiro de Pombeiro, na rua em que se encontra siga em frente<br />
e na 1ª volte à esquerda em direcção a Felgueiras, onde pode optar por almoçar num <strong>do</strong>s<br />
restaurantes regionais ou por seguir directamente para Penafiel pela EN207, passan<strong>do</strong> por<br />
Lousada e depois entre na via rápida. Com a nova auto estrada A11 pode fazer o percurso<br />
Felgueiras/Lousada em vez de seguir pela A7.<br />
Após o almoço percorra a EN 106 em direcção a Paço de Sousa, no concelho de Penafiel.<br />
Por fim visite o último monumento <strong>do</strong> itinerário, o Mosteiro de Cête, no concelho de Paredes,<br />
basta seguir a EN319 e ao chegar a Cête encontra uma placa <strong>do</strong> la<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong>, pouco visível<br />
para quem vem no de senti<strong>do</strong> Penafiel, com a indicação <strong>do</strong> mosteiro, vire e 300m depois<br />
encontrao <strong>do</strong> la<strong>do</strong> esquer<strong>do</strong> envolvi<strong>do</strong> por um enorme arvore<strong>do</strong>.<br />
4.2.1 DESCRIÇÃO DOS MONUMENTOS<br />
4.2.1.1 Igreja de S. Pedro de Rates<br />
Envolvente: O edifício encontrase inseri<strong>do</strong> num centro histórico com um amplo adro e uma<br />
envolvente extremamente bem cuidada. O espaço encontrase protegi<strong>do</strong> onde só é permiti<strong>do</strong><br />
passagem de peões. As casas e os canteiros estão preserva<strong>do</strong>s devi<strong>do</strong> a um arranjo urbanístico<br />
em 1999. Existe ao la<strong>do</strong> da igreja o edifício <strong>do</strong> centro arqueológico onde é possível ver<br />
objectos fruto das escavações efectuadas no exterior <strong>do</strong> templo bem como exposições<br />
temporárias que lá ocorrem. O centro arqueológico está aberto de Quartafeira a Domingo.<br />
Caracterização histórica: Edifício românico resulta<strong>do</strong> de <strong>do</strong>ação de D. Henrique e D. Teresa à<br />
Ordem de Cluny. Igreja de fundação Beneditina pertenceu ao primeiro cenóbio que a<br />
39
Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
________________________________<br />
congregação de Cluny possuiu em Portugal. Nesta igreja esteve deposita<strong>do</strong> o túmulo de S.<br />
Pedro de Rates, importante evangeliza<strong>do</strong>r que em 1552 foi traslada<strong>do</strong> para a Sé de Braga.<br />
Imagem n.º 1 – Igreja de S. Pedro de Rates<br />
Foto: Vitória<br />
Arquitectura: Igreja de 3 naves e 4 tramos com falso transepto e cobertura em madeira. Capela<br />
mor ladeada por 2 absidíolos, coberta por abóbada cilíndrica que se prolonga em quarto de<br />
esfera. No exterior <strong>do</strong> edifício é possível observar a capelamor mais prolongada que se<br />
destaca <strong>do</strong>s absidíolos. É possível encontrar algumas irregularidades no seu traça<strong>do</strong>,<br />
nomeadamente na nave norte que é mais larga que o <strong>do</strong> sul, no ritmo espacial <strong>do</strong>s pilares que<br />
não é harmonioso e no portal axial que está mais desvia<strong>do</strong> para sul. A primeira fase da<br />
construção, como é tradição nas igrejas românicas corresponde à cabeceira que datará <strong>do</strong><br />
século XII. A segunda fase corresponde ao transepto, à construção <strong>do</strong>s 2 primeiros pilares e à<br />
delimitação e início da construção <strong>do</strong>s muros exteriores das naves bem como <strong>do</strong> portal lateral.<br />
Para a terceira fase, e talvez devi<strong>do</strong> a demora das obras houve um desvio em relação ao<br />
projecto que vinha a ser segui<strong>do</strong>, no intuito de o terminar rapidamente. Recorreram à<br />
construção de pilares rectangulares mais simples e à reutilização de materiais existentes da<br />
igreja anterior. Fachada contrafortada composta por uma rosácea e um portal de 5 arquivoltas,<br />
assentes em colunelos. A iluminação vem apenas pela rosácea e pelas 6 altas frestas das naves<br />
laterais. A igreja foi alvo de restauro que destruiu to<strong>do</strong>s os acrescentos <strong>do</strong>s séculos XVII e<br />
40
Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
________________________________<br />
XVIII, dan<strong>do</strong>lhe o aspecto de hoje, onde reconstruíram a rosácea, a capelamor e demoliram a<br />
torre, o coro alto e altares em talha <strong>do</strong>urada que se encontravam no interior.<br />
Escultura: A escultura, como acontece nos monumentos românicos surge nos tímpanos <strong>do</strong><br />
portal principal e laterais bem como nos capitéis e modilhões da igreja. No tímpano <strong>do</strong> portal<br />
principal está representa<strong>do</strong> o Cristo Pantocrator, na man<strong>do</strong>rla ladea<strong>do</strong> por 4 evangelistas que<br />
sob os pés pisa 2 homens nus. O portal tem ainda o tetramorfo S. João, S. Mateus, S. Marcos e<br />
S. Lucas. No tímpano <strong>do</strong> portal lateral um Agnus Dei, o cordeiro que sustenta uma cruz, está<br />
também presente no interior <strong>do</strong> tímpano <strong>do</strong> portal principal, como guardiões <strong>do</strong> templo. Um<br />
<strong>do</strong>s capitéis da nave central apresenta uma curiosa imagem de 2 homens tocan<strong>do</strong> uma trompa,<br />
a restante temática baseiase no Antigo Testamento como o castigo <strong>do</strong>s peca<strong>do</strong>res ou Daniel na<br />
cova com os leões.<br />
4.2.1.2 – Igreja de S. Pedro de Roriz<br />
Envolvente: Ocupan<strong>do</strong> uma área rural e habitacional, a igreja de Roriz encontrase implantada<br />
na freguesia com o mesmo nome a cerca de 8km da sede <strong>do</strong> concelho, onde no século X foi<br />
funda<strong>do</strong> o mosteiro Beneditino de S. Bento que apesar de aparentemente não apresentar<br />
vestígios românicos e não integrar este itinerário aconselhamos uma visita.<br />
Caracterização histórica: Em concreto não se sabe da comunidade que existia no templo desde<br />
a sua fundação atribuin<strong>do</strong>se aos Beneditinos. Em 1173 D. Afonso Henriques <strong>do</strong>a o mosteiro<br />
aos cónegos regrantes de Santa Cruz de Coimbra, que transformam o edifício arruinan<strong>do</strong><br />
também o claustro primitivo <strong>do</strong> qual subsiste o terreiro. Nos finais <strong>do</strong> século XII deuse início<br />
à construção da capelamor e abertura <strong>do</strong>s alicerces. A consolidação das paredes da capelamor<br />
e reconstrução da abóbada, devi<strong>do</strong> a uma provável derrocada cujo motivo aponta<strong>do</strong> terá si<strong>do</strong> a<br />
prolongada interrupção <strong>do</strong>s trabalhos, bem como a elevação <strong>do</strong>s muros laterais da nave iniciou<br />
no século XIII. Só no final <strong>do</strong> século XIII terminam as obras com os acabamentos da empena<br />
sobre o arco triunfal, a elevação da fachada oeste e a construção da torre sineira. Entre 1936 e<br />
1971 recorreram obras de restauro com a demolição de quase to<strong>do</strong> o muro norte da nave e<br />
consolidação da parte superior <strong>do</strong> muro sul, eliminação de 2 portas no muro sul e<br />
reconstituição das frestas.<br />
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Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
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Imagem n.º 2 Igreja de S. Pedro de Roriz<br />
Foto: Vitória<br />
Arquitectura: Igreja que apresenta uma altura considerável com uma nave comprida e uma<br />
ampla capelamor. A igreja de uma só nave está coberta por um tecto de madeira de 2 águas<br />
sen<strong>do</strong> a cabeceira abobadada dividida em 2 tramos, o 1º em abóbada de berço e o 2º em quarto<br />
de esfera e circundada por um conjunto de arcadas cegas e pequenas frestas enquadradas por<br />
arcos e assentes em colunelos capitaliza<strong>do</strong>s. A pouca iluminação <strong>do</strong> templo é feita através das<br />
6 frestas e da rosácea. Ao la<strong>do</strong> encontramse as ruínas da igreja lateral começada em 1158 ao<br />
que tu<strong>do</strong> indica dedicada a Santa Maria.<br />
Escultura: Na frontaria destacase o portal, com 3 arquivoltas levemente apontadas sobreposto<br />
por uma enorme rosácea com motivos bolea<strong>do</strong>s e vegetalistas. A semelhança, na sua vertente<br />
mais simplificada com o de Paço de Sousa e Pombeiro é notória pelo que se pode concluir que<br />
estes teriam servi<strong>do</strong> de modelo à de Roriz. Na fachada aparece também a alusão ao tema <strong>do</strong><br />
castigo com uma pequena cabeça humana que espreita através de um óculo, tal como em Paço<br />
de Sousa. No portal o lintel é sustenta<strong>do</strong> por 2 bois <strong>do</strong> Minho. A decoração <strong>do</strong>s capitéis assume<br />
temáticas vegetalistas, desde as folhas de acanto, às vieiras, que significam que este mosteiro<br />
se encontra no caminho de Santiago, passan<strong>do</strong> pela volutas. A enorme parede lateral é<br />
rematada por uma banda de pequenos arcos. De salientar ainda no cimo da fachada a cruz<br />
recortada românica.<br />
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Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
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4.2.1.3 Mosteiro de Pombeiro<br />
Envolvente: O mosteiro encontrase na freguesia de Pombeiro de Ribavizela, inseri<strong>do</strong> num<br />
núcleo rural isola<strong>do</strong> de cultivo agrícola.<br />
Caracterização histórica: A construção primitiva <strong>do</strong> mosteiro data entre 1059 em que terá si<strong>do</strong><br />
funda<strong>do</strong> um Mosteiro Beneditino por D. Gomes Aciegas, protegi<strong>do</strong> de D. Gomes de Cela<br />
Nova, patriarca <strong>do</strong>s Sousas, família da nobreza com influências em to<strong>do</strong> o vale <strong>do</strong> Sousa. Em<br />
1112 o Mosteiro é couta<strong>do</strong> por D. Teresa. No século XVI realizaram várias obras, mas as<br />
grandes alterações à construção inicial acontece durante a dinastia Filipina. Extintas as ordens<br />
religiosas em 1834, o mosteiro foi pilha<strong>do</strong> e aliena<strong>do</strong>.<br />
Arquitectura: Do perío<strong>do</strong> românico apenas restam os 2 absidiolos, o portal principal de 4<br />
arquivoltas e a estrutura das 3 naves. A estrutura das 3 naves revela a importância desta casa<br />
no contexto medieval <strong>do</strong> país. Estas estão divididas em 3 tramos. Os pilares cruciformes que<br />
hoje estão com a pedra desnudada foram pica<strong>do</strong>s para no barroco estarem envolvi<strong>do</strong>s por talha<br />
<strong>do</strong>urada. A cabeceira foi totalmente transformada na época barroca. A fachada ainda conserva<br />
características <strong>do</strong> românico com um nartex profun<strong>do</strong> com abóbada abatida. Da fachada<br />
destacamse as 2 torres, à maneira borgonhesa, acentuan<strong>do</strong> o carácter basilical, e a enorme<br />
rosácea já no perío<strong>do</strong> transição para o gótico. Quanto às dependências monásticas o claustro<br />
primitivo era mais profun<strong>do</strong> que o actual, este remodela<strong>do</strong> no inicio <strong>do</strong> século XIX.<br />
Imagem n.º 3 – Mosteiro de Pombeiro<br />
Foto: Vitória<br />
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Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
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Escultura: A escultura românica propriamente dita é visível nas arquivoltas e capitéis <strong>do</strong> portal<br />
de entrada. Temas como o castigo <strong>do</strong>s peca<strong>do</strong>res nas arquivoltas e motivos fitomórficos nos<br />
capitéis com influências na escultura bracarense.<br />
Em termos conclusivos podemos afirmar que este mosteiro tem uma relevância histórica para a<br />
região, casa associada à grande família da nobreza os Sousas. O claustro encontrase com<br />
trabalhos de escavação <strong>do</strong>s quais foram descobertas 2 estruturas de fundição de sinos. Para este<br />
mosteiro que tanta importância teve em outros tempos é visível a necessidade de uma<br />
intervenção e valorização que lhe devolva a dignidade e o torne com mais condições para<br />
visitas.<br />
4.2.1. 4 – Mosteiro de Paço de Sousa<br />
Envolvente: Inseri<strong>do</strong> num parque cuida<strong>do</strong>, com jardins e bancos de repouso, junto <strong>do</strong> qual está<br />
o cemitério, envolvi<strong>do</strong> por área habitacional. Á entrada no junto ao cemitério uma torre.<br />
Caracterização histórica: Antes <strong>do</strong> actual mosteiro, obra consagrada pelo Bispo D Pedro de<br />
Braga em 1088, existia uma villa romana, com um mosteiro de carácter familiar, que foi<br />
construí<strong>do</strong> por D. Troicosen<strong>do</strong> Galendiz em 956. Ao que tu<strong>do</strong> indica esse mosteiro foi<br />
destruí<strong>do</strong> na vaga <strong>do</strong> Almansor, tal como o de Cête. A fortuna <strong>do</strong> mosteiro aumenta quan<strong>do</strong><br />
Egas Moniz, tutor de Afonso Henriques, lega metade da sua fortuna pessoal, deixan<strong>do</strong><br />
expresso que após a sua morte pretendia ficar aí sepulta<strong>do</strong> acompanha<strong>do</strong> da sua esposa. A sua<br />
morte ocorre em 1146 e em 1166 o mosteiro passa para a “gerência” <strong>do</strong>s Beneditinos<br />
Cluniacenses. Paço de Sousa tornase um pólo de dinamização <strong>do</strong> rito no Vale <strong>do</strong> Sousa sen<strong>do</strong><br />
uma casa gera<strong>do</strong>ra de outras fundações como por exemplo Cête. Em 1927, na sequência de um<br />
grande incêndio, ainda visível na cor e rachas de algumas paredes, foi restaura<strong>do</strong>.<br />
Arquitectura: Igreja de planta basilical composta por 3 naves, sen<strong>do</strong> a central mais alta, com 4<br />
tramos e transepto não saliente. A separar a nave central das laterais arcos quebra<strong>do</strong>s assentes<br />
nas colunas que se agrupam em pilares cruciformes. Esta disposição condiciona os crentes para<br />
uma visão obliqua com o objectivo de os direccionar para o ponto que interessa. A abside<br />
comprida e rectangular, objecto de ampliação, cuja maioria <strong>do</strong>s elementos datam século XVIII,<br />
é constituída por 3 capelas e 2 absidíolos evoluin<strong>do</strong> para quarto de esfera no semicírculo final.<br />
No cruzeiro, de salientar a existência de uma torre lanterna.<br />
Escultura: No exterior o portal axial de 5 arquivoltas em arco aponta<strong>do</strong>, rodea<strong>do</strong> por um friso<br />
com motivos geométricos, com capitéis de temas fitomórficos. Sobre as mísulas um bovídeo e<br />
uma cabeça humana. Tímpano ladea<strong>do</strong> por 2 círculos onde estão esculpi<strong>do</strong>s 2 bustos humanos<br />
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Itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino<br />
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(Atlantes), um feminino outro masculino sustentan<strong>do</strong> a lua e o sol aludin<strong>do</strong> ao Alfa e Ómega,<br />
ao princípio e fim <strong>do</strong>s tempos. Encima o portal uma ampla rosácea, característica <strong>do</strong> gótico,<br />
envolvida por temas fitomórficos e esferas. A título de curiosidade, <strong>do</strong> la<strong>do</strong> direito da fachada<br />
um óculo com uma figura, que neste momento está sem cabeça, resulta<strong>do</strong> da deslocação da<br />
torre sineira, interpreta<strong>do</strong> como o arquitecto que emerge orgulhoso da sua obra. No interior os<br />
capitéis são maioritariamente vegetalistas cujos motivos se estendem em frisos. Da capela<br />
fúnebre de Egas Moniz resta apenas a arca tumular, da segunda metade <strong>do</strong> século XII ou já <strong>do</strong><br />
século XIII. A tampa original ao que tu<strong>do</strong> indica perdeuse nas obras de restauro da igreja. Este<br />
é certamente um <strong>do</strong>s elementos mais representativos da escultura românica. Uma das faces<br />
com relevo extremamente alto representa um cortejo funerário com o pormenor de 2 figuras<br />
que moldam a esquina da arca e espreitam o cortejo passar, conforme se pode observar na<br />
imagem n.º4. Um <strong>do</strong>s la<strong>do</strong>s apresenta o corpo de Egas Moniz coloca<strong>do</strong> no leito com as<br />
carpideiras. Outra representação curiosa é a de um corpo deita<strong>do</strong> numa cama, <strong>do</strong>nde sai da<br />
boca uma figura nua, cujas mãos cobrem os genitais, representan<strong>do</strong> a alma que é recolhida<br />
numa man<strong>do</strong>rla por 2 anjos, alcançan<strong>do</strong> assim a transcendência. Dada a importância deste<br />
túmulo, a sua colocação junto à entrada principal num espaço exíguo retiran<strong>do</strong> a possibilidade<br />
de se apreciar a arte nele contida em melhores condições, não é a mais indicada.<br />
Imagem n.º 4 – Pormenor <strong>do</strong> túmulo de Egas Moniz<br />
Foto: Vitória<br />
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4.2.1.5 – Mosteiro de Cête<br />
Envolvente: Localiza<strong>do</strong> na freguesia de Cête, concelho de Paredes, inseri<strong>do</strong> no meio rural,<br />
junto <strong>do</strong> qual se encontram edifícios habitacionais e de apoio à agricultura (um espigueiro e um<br />
sequeiro) em esta<strong>do</strong> de degradação. Junto à igreja um amplo jardim com camélias<br />
subaproveita<strong>do</strong>.<br />
Caracterização histórica: Igreja fundada por 2 Mouros converti<strong>do</strong>s ao Cristianismo,<br />
posteriormente <strong>do</strong>ada aos Beneditinos confirma<strong>do</strong> por um <strong>do</strong>cumento data<strong>do</strong> de 882. O 1º<br />
edifício foi destruí<strong>do</strong> no século X pela vaga <strong>do</strong> Almansor. Esta incursão <strong>do</strong>s Árabes teve como<br />
principal objectivo comprometer a fixação <strong>do</strong>s grandes Cristãos, foi uma reacção ao avanço<br />
Cristão para Sul. Só no final <strong>do</strong> século XI um cavaleiro francês da Gasconha terá reergui<strong>do</strong> o<br />
Mosteiro e entregue aos Beneditinos de Paço de Sousa. Entre 1121 e 1128 Cête tornase<br />
independente de Paço de Sousa. No século XIII o abade Estêvão I transformou grande parte da<br />
igreja, que viria a sofrer mais alterações, no século XV, de estilo manuelino, visíveis nas<br />
janelas das dependências monásticas, claustro e na sala capitular.<br />
Imagem n.º 5 – Igreja de Cête<br />
Foto: Vitória<br />
Arquitectura: Fachada composta por uma torre com ameias e um contraforte de suporte à<br />
parede da mesma, também ele decora<strong>do</strong> com pináculos e uma corrente esculpida. No cimo a<br />
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presença das armas <strong>do</strong> Abade D. Estêvão. O portal principal tem 4 arquivoltas, ligeiramente<br />
quebradas, reminiscência <strong>do</strong> gótico. A cabeceira tem 3 tramos cobertos por uma abóbada com<br />
remate semicircular e termina em quarto de esfera. Característicos <strong>do</strong> românico Borgonhês são<br />
as arcadas cegas presentes na cabeceira, para animar o espaço. Igreja de uma só nave com<br />
cobertura em madeira e pequenas frestas rasgadas nas paredes laterais e duas rosáceas, uma<br />
sob o arco cruzeiro e a outra na fachada, esta última obra de recuperação no século XX.<br />
No Claustro de salientar a porta de entrada que é o elemento mais antigo deste conjunto, com<br />
um arco em ferradura de tradição Visigótica, e tímpano decora<strong>do</strong> por um toro semicircular.<br />
Escultura: A escultura está presente neste edifício no portal axial, nos capitéis vegetalistas e<br />
nos frisos de esferóides que envolvem o conjunto. No interior o capitel <strong>do</strong> arco triunfal esboça<br />
diversas cabeças humanas. Outro elemento representa<strong>do</strong> é os 2 pássaros afronta<strong>do</strong>s, de pescoço<br />
entrelaça<strong>do</strong>, símbolo da redenção.<br />
A existência de inúmeros sarcófagos, a maioria com tampa de 2 águas, revela a presença de<br />
cavaleiros nesta área e da existência da Nobreza <strong>do</strong>s Infanções. É possível em algumas tampas<br />
<strong>do</strong>s túmulos encontrar esculpida uma espada que nos remete para a dignidade <strong>do</strong>s tumula<strong>do</strong>s –<br />
tratamse portanto de nobres.<br />
5 ANÁLISE SWOT AO ITINERÁRIO ROMÂNICO BENEDITINO<br />
Feita a descrição <strong>do</strong>s monumentos e executa<strong>do</strong> o traça<strong>do</strong> importa agora fazer uma análise no<br />
senti<strong>do</strong> de verificar a mais valia deste itinerário, quais os seus pontos fortes, pontos fracos,<br />
ameaças e oportunidades.<br />
Pontos fortes:<br />
o Acessibilidades entre os concelhos;<br />
o Envolvente da igreja de S. Pedro de Rates;<br />
o Túmulo de Egas Moniz em Paço de Sousa;<br />
o Centro arqueológico de S. Pedro de Rates;<br />
o História <strong>do</strong>s edifícios;<br />
o Arquitectura e escultura presente;<br />
o População local receptiva a prestar informação – hospitalidade e simpatia;<br />
o Locais pouco conheci<strong>do</strong>s pelo que podem despertar alguma curiosidade novidade;<br />
o Região Norte tem vin<strong>do</strong> a crescer o número de visitantes;<br />
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o Imagem de ruralidade;<br />
o Boa gastronomia;<br />
o Forte identidade regional;<br />
Pontos fracos:<br />
o Falta de sinalização;<br />
o Falta de informação junto aos monumentos, á excepção de Roriz e Rates que tem uma<br />
pequena placa informativa e Rates que tem o centro arqueológico;<br />
o Falta de unidades de alojamento no Vale <strong>do</strong> Sousa;<br />
o Esta<strong>do</strong> de conservação de alguns monumentos que necessitam de limpeza (Cête, Paço<br />
de Sousa);<br />
o Falta de horários e guias para apoio aos visitantes;<br />
o Falta de infraestruturas de apoio ao turista (ex. entro interpretativo), à excepção de<br />
Rates;<br />
o Falta de formação e técnicos especializa<strong>do</strong>s;<br />
o Esta<strong>do</strong> de conservação de algumas estradas;<br />
o Falta de divulgação da região como potencial turístico e não associada apenas a uma<br />
região essencialmente <strong>do</strong> sector têxtil e mobiliário;<br />
o Túmulo de Egas Moniz e imagem que esta figura representa em Portugal<br />
subaproveitada;<br />
Oportunidades:<br />
o Nova tendência da procura de destinos turístico culturais;<br />
o Tendência crescente para investimentos na área <strong>do</strong> turismo e no caso <strong>do</strong> vale <strong>do</strong><br />
Sousa para implementação de unidades de alojamento;<br />
o Surgimento de empresas que invistam no fabrico de souveniers para venda aos<br />
turistas que visitem o itinerário;<br />
o Proximidade com locais por excelência turísticos como Guimarães, Braga, Porto e o<br />
rio Douro;<br />
o Possibilidade de aproveitar os milhares de turistas que navegam no Douro, por um<br />
la<strong>do</strong> e <strong>do</strong> outro os banhistas que procuram as praias da Póvoa de Varzim para os<br />
convidar a visitar os monumentos;<br />
o Melhoria da economia local com a aposta no sector <strong>do</strong> turismo (empregabilidade);<br />
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Ameaças:<br />
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o Recursos inexplora<strong>do</strong>s;<br />
o Oportunidade de realização de acções pedagógicas;<br />
o Oportunidade para tornar estes espaços em centros de cultura com a realização de<br />
espectáculos de animação;<br />
o Novos itinerários que surgem com temática cultural concorrência;<br />
o Falta de uma entidade que possa coordenar e elaborar planos estratégicos para a<br />
colocar em funcionamento um projecto de valorização <strong>do</strong>s monumentos;<br />
o Desinteresse Governamental em preservar e valorizar os monumentos, sem os quais<br />
não é exequível a valorização <strong>do</strong>s monumentos – desinvestimento no sector<br />
cultural;<br />
6 PROJECTO DE VALORIZAÇÃO DA ENVOLVENTE DO MOSTEIRO DE CÊTE<br />
Apresenta<strong>do</strong>s os pontos fracos deste itinerário a proposta de valorização da envolvente <strong>do</strong><br />
Mosteiro de Cête visa colmatar um desses factores.<br />
A sugestão passa por recuperar o jardim e as dependências agrícolas que poderiam funcionar<br />
como bar, no caso <strong>do</strong> sequeiro degrada<strong>do</strong> visível na imagem n.º6 com esplanada na eira de<br />
lousa que lá se encontra, que em outras épocas permitiria a realização de actividades culturais,<br />
como a malhada ou a desfolhada. Ao la<strong>do</strong> encontrase 2 espigueiros de madeira que seriam<br />
também para recuperar. O restante espaço desse campo seria ocupa<strong>do</strong> por um parque infantil<br />
(ver planta) e por área relvada para usufruto <strong>do</strong>s visitantes e <strong>do</strong>s residentes. As casas que<br />
evolvem o mosteiro encontramse em eleva<strong>do</strong> grau de degradação. A proposta passa pela<br />
apresentação de um projecto que visa recuperálas manten<strong>do</strong> a traça original, que nesse senti<strong>do</strong><br />
podia advir de fun<strong>do</strong>s públicos com o apoio <strong>do</strong>s prprietários.<br />
Para o espaço interior, claustro e salas laterais a proposta passa por transformar num núcleo<br />
museológico com centro de <strong>do</strong>cumentação sobre os Beneditinos e o românico na região, bem<br />
como dispor de um espaço para exposições temporárias.<br />
No exterior, junto ao cruzeiro <strong>do</strong> jardim disponibilizar um quiosque multimédia interactivo que<br />
contenha toda a informação sobre o itinerário beneditino (descrição <strong>do</strong>s monumentos, horários<br />
de visitas, mapa, restaurantes, alojamento e outros recursos da região a visitar).<br />
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Levantamento topográfico<br />
Escala: 1/2000 Fonte: Câmara Municipal de Paredes<br />
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Imagem n.º 6 – Área exterior com sequeiro e espigueiros em mau esta<strong>do</strong><br />
Foto: Vitória<br />
Imagem n.º 7 Jardim exterior<br />
Foto: Vitória<br />
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Imagem n.º 8 – Pormenor <strong>do</strong> exterior junto à cabeceira da igreja<br />
Foto: Vitória<br />
Imagem n.º 9 – Propriedade privada contigua ao mosteiro<br />
Foto: Vitória<br />
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CONCLUSÃO<br />
O turismo não conhece fronteiras, o turismo resumese a um conjunto de elementos (recursos<br />
culturais, naturais, climatéricos, paisagísticos) que integram outros como a animação a<br />
hotelaria, restauração, transportes que coordena<strong>do</strong>s geram os fluxos turísticos. No caso <strong>do</strong>s<br />
concelhos em análise vimos que esse fluxo de turistas não é muito acentua<strong>do</strong> e na maioria <strong>do</strong>s<br />
casos resumese a nacionais. A falta de infraestruturas hoteleiras de qualidade, nomeadamente<br />
nos concelhos <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> Sousa é notória, pese embora algum crescimento na vertente <strong>do</strong><br />
alojamento de cariz rural. Com os recursos que os concelhos <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> Sousa apresentam<br />
quer na vertente turismo cultural quer no turismo de negócios já era de apostar numa unidade<br />
hoteleira de qualidade.<br />
A nível <strong>do</strong> itinerário <strong>Românico</strong> Beneditino, este surge como mais um produto que pode ser<br />
trabalha<strong>do</strong> em coordenação com to<strong>do</strong>s os concelhos no senti<strong>do</strong> de o promoverem, criar uma<br />
imagem de marca, sinalética adequada e revitalizar os monumentos com a colocação de<br />
informação, reprodução de material informativo para os turistas, estabelecer horários de visitas<br />
e guias que possam receber os visitantes e a nível pedagógico grupos escolares. Neste senti<strong>do</strong><br />
foi feita uma análise SWOT identifican<strong>do</strong> os factores positivos e negativos que devem ser<br />
interpreta<strong>do</strong>s. Dos monumentos visita<strong>do</strong>s é notório que Rates e Roriz, fora <strong>do</strong> Vale <strong>do</strong> Sousa<br />
estão com processos de tratamento, cuida<strong>do</strong> exterior e informação mais evoluí<strong>do</strong>s que os que<br />
integram o itinerário no Vale <strong>do</strong> Sousa, por isso a sugestão apresentada de valorização da<br />
envolvente <strong>do</strong> mosteiro de Cête.<br />
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