Advir 22 - Asduerj

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edito editorial edito Eu não vivi a escravidão, tampouco o holocausto. Tinha apenas 10 anos quando os movimentos de 1968 ocorreram. Não deveria guardar lembranças sobre esses acontecimentos, porém, estranhamente, quando os cito, imagens e sons aparecem em minha memória. De certa forma, coisas que li, ouvi e vi durante minha vida acabaram por constituir uma memória do que não vivi. Parece que, quanto mais me informo sobre os acontecimentos, mais componho um passado, que se torna presente, somente ao comentar ou ao me deparar com novos detalhes sobre a história que se constrói diuturnamente no Brasil e no mundo. É esse processo de memória que pretendemos estimular com este número da Revista Advir. Ao trazermos novamente à tona depoimentos, debates e escritos sobre os movimentos de 1968, pretendemos que os leitores possam, em alguns casos, rememorar e, em outros, construir a memória do não vivido. Nos dois casos, o importante será afirmar que a história não pára e o passado continua a habitar o presente de forma viva, contínua. Queremos dizer que 1968 de fato não acabou, pois a opressão permanece de várias formas, obrigando-nos a adotar uma postura, a chamar a consciência, a reativar a memória e a tornar presentes situações, fatos e pessoas de forma que nos alimentemos sempre das lições já ocorridas. Quem sabe, ao trabalharmos com “memórias”, tenhamos a possibilidade de construir no presente, e no futuro, outra história: sem autoritarismos, sem violência, sem mortes e sem desigualdade. ADVIR ADVIR Nº Nº 22 22 • • OUTUBRO OUTUBRO DE DE 2008 2008 • • 4 4 Inalda Inalda Pimentel Pimentel presidente da Asduerj
o poeta declina de toda responsabilidade na marcha do mundo capitalista e com suas palavras, intuições, símbolos e outras armas promete ajudar a destruí-lo como uma pedreira, uma floresta, um verme. Nosso Tempo - A Rosa do Povo, 1945 - Carlos Drummond de Andrade ADVIR ADVIR Nº Nº 22 22 • • OUTUBRO OUTUBRO DE DE 2008 2008 • • 5 5
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