Leia toda a entrevista na edição impressa disponível para ... - Lux - Iol

Não esconde que se sente uma mulher bonita, mas revela que mede a sua beleza através dos seus olhos: “Se eles
estiverem felizes, sinto-me bonita. Quando estão tristes, por muito arranjada que esteja, não consigo sentir-me bonita”
“Sou uma pessoa bastante extrovertida, curiosa e sempre
em busca de desafi os interessantes„
em menos de nada. É um meio
que vive maioritariamente da
imagem e eu vejo muitos rapazes
e raparigas a esquecerem-se disto.
Acho que a longevidade da minha
carreira se deve ao facto de ter
uma personalidade um pouco
diferente. Convenhamos, basta
andar na rua e há miúdas muito
mais altas, mais magras e mais
bonitas do que eu. Além disso,
não faço distinções, chego aos
trabalhos, digo bom dia a toda a
gente, desde a pessoa que me está
a servir o pequeno-almoço à senhora
da limpeza, aos assistentes de
fotógrafos e maquilhadores,
aderecistas...
Lux – Sei que neste momento
tem um projeto de solidariedade
junto das raparigas do bairro
social onde nasceu...
A.S. – Numa festa, uma assistente
social da Câmara Municipal de
Oeiras que conhecia a minha
história aproximou-se de mim e
disse-me que no bairro havia muitas
meninas que me admiravam.
Aquilo tocou-me e disse-lhe que
gostaria muito de ter a oportunidade
de ir às escolas e a bairros
sociais falar sobre a minha expe-
riência e talvez inspirar outros
jovens que passam por determinadas
adversidades. Com a ajuda de
outras pessoas, nasceu o projeto
Entre Nós: Sonhar o Futuro,
Sorrir aos Desafi os, que consiste
em conversar com as meninas
do bairro e com as mães sobre
autoestima, maternidade
precoce, trabalho, família...
Enfi m, partilhar experiências. Neste
aspeto estou completamente
realizada e a fazer o que amo.
Lux – Tem 24 anos e já disse
que até aos 25 ia decidir se
continuava ou não na moda.
O que é que gostaria de fazer?
A.S. – Entretanto, surgiu uma nova
curiosidade na minha vida: o meio
televisivo ou o cinema. Sou uma
pessoa bastante extrovertida,
curiosa e sempre em busca de
desafi os interessantes. Num meio
mais académico, gostaria de
estudar Relações Internacionais,
pois tem tudo a ver com o tipo
de trabalho que quero desenvolver
junto das comunidades.
Lux – Portugal continua a ser
um mercado limitado para
modelos com um visual afro? Há
racismo no mundo da moda?