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raimundo nonato queiroz de leão - Governo do Estado do Pará

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~<br />

RAIMUNDO NONATO QUEIROZ DE LEÃO<br />

Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r.<br />

CLÉA NAZARÉ CARNEIRO BICHARA<br />

ESTHER CASTELLO BRANCO MELLO MIRANDA<br />

IRNA CARLA DO ROSÁRIO DE SOUZA CARNEIRO<br />

MARIA REGINA FERNANDES DE OLIVEIRA<br />

NAGIB PONTEIRA ABDON<br />

PEDRO FERNAN DO DA COSTA VASCONCELOS<br />

BIBIANE MONTEIRO DA SILVA<br />

ANDRÉA LUZIA VAZ PAES<br />

LOURIVAL RODRIGUES MARSOLA<br />

Subcoor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>res<br />

Editora CEjUP<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>Pará</strong><br />

Instituto Evandro Chagas<br />

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EDn'()MAI1UADA<br />

Editores: Gengis Freire e Ana Rosa Cal Freire<br />

Capa: Etheval<strong>do</strong> Cavalcante<br />

Revisão: Luiz Branco<br />

Editoração Eletrônica: Andréa Pinheiro<br />

índice elabora<strong>do</strong> por: Maria Lucia Almeida -CRB-2/4<br />

Direitos reserva<strong>do</strong>s<br />

Composto e impresso na Graficentro, Gráfica e Editora Ltda.<br />

-Rua Tira<strong>de</strong>ntes, 392 -<br />

para a Editora Cejup Ltda.<br />

<strong>Pará</strong><br />

Trav. Rui Barbosa, 726<br />

66053-260 -Belém -PA<br />

Fone: (091) 225-0355/Fax: 241-3184<br />

São Paulo<br />

Alameda Campinas, 20<br />

01404-000 -São Paulo -SP<br />

Fone/fax: (011) 228-2794/284-4263<br />

Da<strong>do</strong>s Internacionais <strong>de</strong> Catalogação na Publicação (CIP)<br />

(Câmara Brasileira <strong>do</strong> Livro, SP, Brasil)<br />

Doenças Infecciosas e Parasitárias: Enfoque Amazônico / Raimun<strong>do</strong><br />

Nonato Queiroz <strong>de</strong> Leão {coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>i}, -Belém: Cejup: UEPA:<br />

Instituto EvandroChagas, 1997,<br />

,886 p.<br />

Vários autores.<br />

ISBN 85-338-0373-7<br />

1. Doenças Parasitárias 2. Doenças Transmissíveis I Leão,<br />

Raimun<strong>do</strong> Nonato Queiroz <strong>de</strong>.<br />

95-5193 CDD-616.96<br />

NLM-WC 695<br />

-<br />

índices para catálogo sistemático:<br />

Doenças Infecciosas e Parasitárias: Medicina 616-96


.-munlzaçoes:<br />

aspectos básicos<br />

Newton Selesi. Consuelo Silva <strong>de</strong> Oliveira. Maria <strong>de</strong> NazaréAmin Athay<strong>de</strong><br />

Quase três milhões <strong>de</strong> óbitos infantis<br />

são evita<strong>do</strong>s, em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>, a cada ano,<br />

pelas seis vacinas básicas <strong>do</strong> Programa<br />

Amplia<strong>do</strong> <strong>de</strong> Imunizações -PAI (<strong>do</strong> qual o<br />

Programa Nacional <strong>de</strong> Imunizações -PNI -<br />

é o correspon<strong>de</strong>nte brasileiro); mais <strong>de</strong> <strong>do</strong>is<br />

milhões <strong>de</strong> crianças ainda <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> ter<br />

oportunida<strong>de</strong> à vida porque essas mesmas<br />

vacinas Ihes têm si<strong>do</strong> negadas.<br />

BASES IMUNOLÓCICAS<br />

A integrida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um organismo <strong>de</strong>pen-<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar o que lhe<br />

é próprio e o que não faz parte <strong>de</strong> si. Não<br />

fosse essa característica <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os espéci-<br />

mes <strong>de</strong> todas as espécies, não seria possível<br />

manter suas características individuais, e não<br />

haveria a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida que habita<br />

nosso planeta, <strong>de</strong> outra forma a vida seria<br />

uma entida<strong>de</strong> amorfa, incaracterística,<br />

homogênea e sem expressão.<br />

Com o que lhe é próprio, assim existe<br />

o organismo; ao que não lhe é <strong>de</strong> si, i<strong>de</strong>ntifi-<br />

ca-o e o repele: essa é a essência da imuni-<br />

da<strong>de</strong> <strong>de</strong> cada ser vivo. Muitos, complexos e<br />

inter<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes são os mecanismos através<br />

<strong>do</strong>s quais o organismo humano, proce<strong>de</strong><br />

esse fenômeno, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong> que<br />

lhe é estranho até sua metabolização, neutra-<br />

lização e eliminação.<br />

Os mecanismos básicos da resposta<br />

imune, consi<strong>de</strong>rada às infecções, são <strong>de</strong><br />

duas gran<strong>de</strong>zas: aqueles inespecíficos, que<br />

não são exclusivos da função imunitária e os<br />

específicos, fruto da evolução biológica que<br />

levou ao aprimoramento <strong>do</strong> processo imunológico<br />

com mecanismos muito <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s<br />

para proteção específica.<br />

FATORES INESPECíFICOS<br />

To<strong>do</strong>s os seres humanos normais são<br />

<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> atributos antiinfecciosos inespe-<br />

cíficos, a primeira parte ou a linha <strong>de</strong> frente<br />

da <strong>de</strong>fesa orgânica. Constituem-se mecanis-<br />

mos superficiais ou profun<strong>do</strong>s que compõem<br />

eficiente, mas não infalível barreira, à pene-<br />

tração e multiplicação <strong>de</strong> germes. Em face <strong>de</strong><br />

sua gran<strong>de</strong> importância, são cita<strong>do</strong>s:<br />

a) barreira mecânica constituída pela<br />

integrida<strong>de</strong> cutânea e mucosa; b) microbiota<br />

habitual <strong>do</strong>s tegumentos, opon<strong>do</strong>-se à coloni-<br />

zação <strong>do</strong>s invasores; c) secreção cutânea <strong>de</strong><br />

glândulas su<strong>do</strong>ríparas e sebáceas com seu<br />

conteú<strong>do</strong> <strong>de</strong> áci<strong>do</strong>s graxos e láctico; d) secre-<br />

ção mucosa <strong>de</strong> órgãos internos; e) ativida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> células ciliadas <strong>do</strong> epitélio respiratório<br />

inferior; f) fluxo lacrimal, salivar, biliar e uri-<br />

nário; g) peristaltismo intestinal; h) aci<strong>de</strong>z<br />

gástrica e urinária; i) alcalinida<strong>de</strong> <strong>do</strong> suco<br />

pancreático; j) ação mucolítica e bactericida


~--<br />

70 DOENÇAS INFECCtOSAS E PARASITARIAS- Enfoqu~~nis~<br />

da bile; k) ação virucida da lisozima presente<br />

na lágrima, saliva e secreções nasais; I) fatores<br />

séricos e tecidu~is constituí<strong>do</strong>s pela beta-<br />

lisina, complemento, interferon, fibronectina,tuftisina, ativa<strong>do</strong>s para a resposta imune.<br />

espermina da próstata e protamina Imunida<strong>de</strong> celular<br />

<strong>do</strong> esperma; m) inflamação e n) fagocitose.<br />

Ao serem ativa<strong>do</strong>s, os I~nfócitos T<br />

Freqüentemente, os fatores da imuni- separam-se em diversas subpopulações: linda<strong>de</strong>,<br />

inespecífi'cos e específicos, atuam confócitos- T -auxiliares, linfócitos- T -citotóxicos e<br />

juntamente, <strong>de</strong> forma organizada e harmôni- linfócitos- T -memória entre outros, cada qual<br />

ca, <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> que o resulta<strong>do</strong> final é a vitória funcionan<strong>do</strong> diferentemente. Assim, os linfó-<br />

<strong>do</strong> organismo sobre o agente invasor e a citos- T -memória conservam por muito<br />

manutenção <strong>de</strong> sua integrida<strong>de</strong>.<br />

tempo a "lembrança" <strong>do</strong> primeiro contato<br />

fATORES ESPECífiCOS<br />

o agente invasor, vírus, bactérias, fun-<br />

gos etc., ten<strong>do</strong> suplanta<strong>do</strong> a barreira inespe-<br />

cífica da imunida<strong>de</strong>, através das portas <strong>de</strong><br />

entrada, atravessan<strong>do</strong> pele e/ou mucosas,<br />

atinge a circulação sangüínea e linfática,<br />

alcança os órgãos linfói<strong>de</strong>s secundários -os<br />

linfono<strong>do</strong>s, baço e nódulos linfói<strong>de</strong>s. Aí,<br />

esses invasores sofrem processamento inicial<br />

por células ditas apresenta<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> antíge-<br />

nos, das quais os macrófagos constituem-se<br />

as mais importantes. Esse processamento<br />

consiste na fagocitose, fragmentação e exte-<br />

riorização, na superfície celular <strong>do</strong> macrófa-<br />

go, <strong>de</strong> macromoléculas protéicas característi-<br />

cas <strong>do</strong> germe, <strong>de</strong>nominadas antígenos maio-<br />

res. Esses macrófagos, ao entrarem em conta-<br />

to com linfócitos, Ihes apresentam esses antí-<br />

genos, dan<strong>do</strong> início à fase efetora da respos-<br />

ta imune.<br />

Existe uma gran<strong>de</strong> varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> clones<br />

<strong>de</strong> linfócitos, cada qual com função <strong>de</strong>finida<br />

geneticamente através <strong>de</strong> combinações<br />

diversificadas da seqüência <strong>de</strong> seus peptí-<br />

<strong>de</strong>os e das diferentes configurações estrutu-<br />

rais <strong>de</strong> sua pare<strong>de</strong> celular, o que Ihes propor-<br />

ciona receptores específicos para uma ampla<br />

diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> respostas imune. Essas célu-<br />

las, que se originam das células primordiais<br />

da medula óssea, sofrem, nos órgãos linfói-<br />

<strong>de</strong>s primários, processos <strong>de</strong> diferenciação<br />

celular: no ti mo diferenciam-se em linfócitos<br />

T e na própria medula óssea (equivalente<br />

humano da bursa <strong>de</strong> Fabrícius nas aves) em<br />

linfócitos B. Linfócitos T e linfócitos B <strong>do</strong>ta-<br />

<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s mesmos receptores constituem clo-<br />

nes que, ao interagirem com o antígeno,<br />

modificam o seu metabolismo, tornan<strong>do</strong>-se<br />

com o antígeno, o que proporciona, num<br />

segun<strong>do</strong> contato, economia <strong>de</strong> tempo para a<br />

resposta imune, uma vez que as etapas ante-<br />

riores <strong>do</strong> processamento e apresentação <strong>do</strong><br />

antígeno e ativação <strong>do</strong>s linfócitos não são<br />

mais necessárias; e assim a resposta imune<br />

secundária é imediata (sem perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> latên-<br />

cia) e intensa. Os linfócitos- T -citotóxicos<br />

lisam células parasitadas sempre que <strong>de</strong>ter-<br />

minantes antigênicos <strong>do</strong> patógeno se expres-<br />

sam na membrana celular.<br />

Os media<strong>do</strong>res das respostas <strong>do</strong>s linfó-<br />

citos-T são substâncias solúveis <strong>de</strong> baixo<br />

peso molecular, <strong>de</strong>nominadas linfocinas.<br />

Imunida<strong>de</strong> humoral<br />

Quan<strong>do</strong> um antígeno é apresenta<strong>do</strong> ao<br />

linfócito B, promove a sua ativação, dan<strong>do</strong><br />

origem à formação <strong>de</strong> clones <strong>de</strong> linfócito-B-<br />

memória e <strong>de</strong> linfócito-B-plasmócito. Os lin-<br />

fócitos-B-plasmócitos ativa<strong>do</strong>s produzem<br />

proteína <strong>de</strong> eleva<strong>do</strong> peso molecular, <strong>de</strong>no-<br />

minada imunoglobulina ou anticorpo, <strong>de</strong>sti-<br />

nada a reagir com o antígeno que precipitou<br />

o seu aparecimento.<br />

As. respostas <strong>de</strong> imunida<strong>de</strong> humoral<br />

são mais dura<strong>do</strong>uras quan<strong>do</strong> há participação<br />

<strong>de</strong> linfócitos- T -auxiliares na apresentação<br />

<strong>do</strong> antígeno (antígenos T -<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes) e ati-<br />

vação <strong>de</strong> linfócitos-B. Da mesma forma<br />

como na imunida<strong>de</strong> celular, na imunida<strong>de</strong><br />

humoral ocorre resposta imune secundária.<br />

As imunoglobulinas po<strong>de</strong>m ser séricas<br />

ou secretoras. As imunoglobulinas séricas são<br />

das classes IgM, IgG e IgA; e as secretoras, da<br />

classe IgA, são as que ocorrem na superfície<br />

das mucosas <strong>do</strong>s tratos respiratório, intestinal,<br />

glandular mamário, geniturinário etc.


IMUNIZAÇÕES: ASPECTOS BAslCos 71<br />

Na resposta imune humor.al primária<br />

(primeiro contato <strong>do</strong> organismo com <strong>de</strong>ter-<br />

mina<strong>do</strong> antígeno) há um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> latên.<br />

cia <strong>de</strong> vários dias entre a ativação e o apa-<br />

recimento das imunoglobulinas. No início<br />

aparecem imunoglobulinas da classe IgM,<br />

cujo <strong>de</strong>saparecimento ocorre ao final <strong>de</strong><br />

algumas semanas ou meses, sen<strong>do</strong> seguidas<br />

pelas imunoglobulinas das classes IgG e<br />

IgA. As IgG permanecem no sangue por<br />

tempo prolonga<strong>do</strong>, anos até. Todas essas<br />

imunoglobulinas são <strong>de</strong>tectáveis no soro: a<br />

presença <strong>de</strong> IgM <strong>de</strong>nota infecção atual ou<br />

recente e <strong>de</strong> IgG/ imunida<strong>de</strong> (infecção ou<br />

vacinação anterior).<br />

A resposta imune humoral secundária,<br />

que ocorre nos contatos seguintes com o<br />

mesmo antígeno, não necessita <strong>de</strong> perío<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

latência e se traduz pelo rápi<strong>do</strong> aumento da<br />

concentração sérica <strong>de</strong> IgG. É também <strong>de</strong>no-<br />

minada <strong>de</strong> resposta anamnéstica ou tipo<br />

boostel:<br />

Tal resposta po<strong>de</strong> ser mais ou menos<br />

intensa, conforme a natureza <strong>do</strong> antígeno.<br />

Antígenos mais potentes são constituí<strong>do</strong>s por<br />

proteínas ou polipeptí<strong>de</strong>os e são <strong>de</strong>nomina-<br />

<strong>do</strong>s antígenos- T:.<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes por envolverem<br />

linfócitos- T -auxiliares e linfócitos-B na res-<br />

posta imune-humoral e também <strong>de</strong>. elemen-<br />

tos da resposta imune-celular. Esses antígenos<br />

eliciam a formação <strong>de</strong> anticorpos da classe<br />

IgG/ <strong>de</strong> longa duração (muitos anos) e alto<br />

nível <strong>de</strong> proteção. Os antígenos menos<br />

potentes são constituí<strong>do</strong>s, em geral, <strong>de</strong> polis-<br />

sacarí<strong>de</strong>os, recebem o nome <strong>de</strong> antígenos-T-<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes e são capazes <strong>de</strong> estimular lin-<br />

fócitos-B sem a participação <strong>de</strong> linfócitos- T-<br />

auxiliares. Esses antígenos induzem somente<br />

à formação <strong>de</strong> anticorpos da classe IgM, <strong>de</strong><br />

curta duração (alguns meses ou poucos anos).<br />

I NTERAÇÃO DOS ELEMENTOS DA<br />

IMUNIDADE<br />

As respostas imune inespecífi~a e espe-<br />

cífica po<strong>de</strong>m agir.,<strong>de</strong> forma isolada ou asso-<br />

ciada, conforme a natureza e intensida<strong>de</strong> <strong>do</strong><br />

agente agressor e a capacida<strong>de</strong> que cada ele-<br />

mento da imunida<strong>de</strong> tem <strong>de</strong> produzir <strong>de</strong>fesa.<br />

Assim, a barreira mecânica <strong>do</strong> tegumento<br />

(imunida<strong>de</strong> inespecífica), por si só, é capaz<br />

<strong>de</strong> proteger o organismo <strong>de</strong> freqüentes inves-<br />

tidas <strong>de</strong> agentes microbianos; mas se o pató-<br />

geno já ganhou a economia orgânica, a ação<br />

<strong>de</strong> anticorpos opsonizantes e <strong>de</strong> linfocjnas<br />

(imunida<strong>de</strong> específica) potencializam e agili-<br />

zam a fagocitose promovida pelos neutrófi-<br />

los polimorfonucleares e pelos macrófagos<br />

(imunida<strong>de</strong> inespecífica). Células orgânicas<br />

que estejam infectadas <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>struídas,<br />

o que po<strong>de</strong> ocorrer diretamente através <strong>de</strong><br />

linfócitos- T -citotóxicos (imunida<strong>de</strong> específi-<br />

ca) ou indiretamente por ativação <strong>do</strong> sjstema<br />

complemento (imunida<strong>de</strong> inespecífica) ou<br />

por citotoxicida<strong>de</strong> mediada por anticorpos<br />

(imunida<strong>de</strong> específica celular e humoral).<br />

Felizmente, a complexida<strong>de</strong> <strong>do</strong> sistema imu-<br />

nológico confere ao, organismo a possibilida-<br />

<strong>de</strong> quase permanente <strong>de</strong> manter-se integro,<br />

uma vez que se constituj <strong>de</strong> diversas linhas<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa, isoladas ou interligadas que, na<br />

eminência <strong>de</strong> uma ser vencida, outra haverá<br />

capaz <strong>de</strong> interromper o processo invasi-<br />

vo/agressivo.<br />

VACINAÇÃO E IMUNIZAÇÃO<br />

Esses<br />

termos são, freqüentemente, utiliza<strong>do</strong>s<br />

com o mesmo senti<strong>do</strong>: o <strong>de</strong> produzir<br />

imunida<strong>de</strong> ou reststência. Contu<strong>do</strong>, sob<br />

maior rigor, prefere-se utilizar o termo vacinação<br />

para <strong>de</strong>notar a simples administração<br />

<strong>de</strong> vacina ou toxói<strong>de</strong> e imunização para significar<br />

o processo através <strong>do</strong> qual o organismo<br />

adquire imunida<strong>de</strong>, torna-se resistente à<br />

dada infecção ou intoxicação.<br />

A imunização po<strong>de</strong> ser um processo<br />

natural, como costuma acontecer em infecções<br />

naturais (por exemplo, a imunização<br />

para o sarampo, que ocorre durante a infec-'<br />

ção pelo vírus selvagem <strong>do</strong> sarampo); e artificial,<br />

quan<strong>do</strong> é induzida através <strong>de</strong> imunobiológicos<br />

(por exemplo, imunização para o<br />

sarampo através da vacinação para o sarampo;<br />

imunização para o tétano através da imunoglobulina<br />

antitetânica).<br />

Quan<strong>do</strong> a imunida<strong>de</strong> é provida pelo<br />

próprio indivíduo, diz-se que a imunida<strong>de</strong> é


~ r<br />

72 ,DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS -Enfoque Amazônico<br />

! .<br />

ativa, como acontece nas respostas imunes<br />

às infecções naturais ou às vacinações; e<br />

quan<strong>do</strong> é obtida através da transferência <strong>de</strong><br />

elementos <strong>de</strong> imunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um indivíduo<br />

para outro, ela é dita passiva (por exemplo,<br />

imunização ,através <strong>de</strong> imunoglobulinas -<br />

imunização passiva homóloga).<br />

Des<strong>de</strong> que, em 1 796, Jenner <strong>de</strong>scobriu<br />

ser possível tornar um indivíduo resistente<br />

(imuniza<strong>do</strong>) à infecção variólica através <strong>de</strong><br />

procedimento artificial, o caminho para controle<br />

e erradicação <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças infecciosas (e<br />

<strong>de</strong>generativas) através <strong>de</strong> técnica similar,<br />

passou a ser per~egui<strong>do</strong> por inúmeros pes-<br />

quisa<strong>do</strong>res nesses últimos <strong>do</strong>is séculos.<br />

Atualmente, muitas <strong>do</strong>enças são evitadas,<br />

em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>, através <strong>de</strong> vacinações.<br />

As vacinas <strong>de</strong> interesse regional estão apre-<br />

sentadas na figura .1 .4. Apesar <strong>de</strong> algumas não<br />

constituírem priorida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s programas atuais<br />

<strong>do</strong> Ministério da Saú<strong>de</strong>, constituem-se valoro-<br />

so r~tl,lrso para prevenção <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças, <strong>de</strong>ven-<br />

<strong>do</strong> ser utilizadas sempre que indicadas, <strong>de</strong><br />

acor<strong>do</strong> com sua disponibilida<strong>de</strong>.<br />

VACINA<br />

É uma suspensão <strong>de</strong> antígenos (microorganismos<br />

vivos atenua<strong>do</strong>s, inativos ou frações),<br />

administrada para induzir imunida<strong>de</strong>.<br />

Quan<strong>do</strong> o antígeno vacinal é uma toxina inativada,<br />

a preparação <strong>de</strong>nomina-se toxói<strong>de</strong> ou<br />

anatoxina. Quan<strong>do</strong> o antígeno vacinal é uma<br />

fração <strong>de</strong> microorganismo <strong>de</strong> baixo peso<br />

molecular, po<strong>de</strong> necessitar conjugar-se a<br />

uma proteína (por exemplo, vacina conjugada<br />

<strong>de</strong>hemófilosb) ou adsorver-se a um adjuvante<br />

(geralmente alúmen). Exemplos: toxói<strong>de</strong>s<br />

tetânico e diftérico, para <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar resposta<br />

imune suficiente e <strong>de</strong> longa duração.<br />

CARACTERísTICAS<br />

Toda vacina <strong>de</strong>ve apresentar as caraterís-<br />

ticas indispensáveis relacionadas a seguir, sem<br />

quaisquerdasquais não po<strong>de</strong> ser utilizada:<br />

Inocuida<strong>de</strong><br />

(_Não <strong>de</strong>ve ocasionar reações adversas<br />

ou in<strong>de</strong>sejáveis acima <strong>de</strong> um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong><br />

nível consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> aceitável; as vacinas atual-<br />

mente em uso são muito seguras e as reações<br />

adversas a ela relacionadas são, em geral,<br />

brandas; muito raramente po<strong>de</strong>m ocorrer<br />

reações importantes, especialmente em indivíduos<br />

alérgicos, a algum <strong>do</strong>s componentes<br />

vacinais e nos imuno<strong>de</strong>flcientes;<br />

Pureza<br />

Deve ser pura, livre <strong>de</strong> resíduos <strong>do</strong>s<br />

meios <strong>de</strong> cultura (mais comumente embrião<br />

<strong>de</strong> ovo) e sem quaisquer outras substâncias<br />

além <strong>do</strong> antígeno vacina! e <strong>do</strong>s componentes<br />

inertes (flui<strong>do</strong>s suspensores, preservativos,estabiliza<strong>do</strong>res,<br />

antibióticos e adjuvantes)<br />

indica<strong>do</strong>s e próprios <strong>de</strong> cada preparação; as<br />

vacinas atualmente disponíveis têm um grau<br />

<strong>de</strong> pureza bastante eleva<strong>do</strong>;<br />

Esterilida<strong>de</strong><br />

Deve ser estéril, isto é, não <strong>de</strong>ve conter<br />

quaisquer microorganismos contaminantes;<br />

para evitar que seja contaminada, se for indi-<br />

ca<strong>do</strong>, a preparação vacinal <strong>de</strong>ve conter pre-<br />

servativos ou antibióticos, em geral timerosal<br />

ou neomicina;<br />

Potência<br />

Precisa ser suficientemente potente<br />

para, uma vez administrada, estimular o sis-<br />

tema imune a produzir resposta suficiente<br />

capaz <strong>de</strong> proteger a<strong>de</strong>quadamente e por<br />

tempo prolonga<strong>do</strong>.<br />

CLASSIFICAÇÃO<br />

Ao classificar uma vacina, diferentes<br />

variáveis são consi<strong>de</strong>radas, como apresenta-<br />

<strong>do</strong> a seguir:<br />

Quanto à procedência <strong>do</strong> antígeno<br />

Autovacina ou vacina autógena -<br />

quan<strong>do</strong> preparada a partir <strong>de</strong> amostra proveniente<br />

<strong>do</strong> próprio receptor, através <strong>de</strong> cultivo<br />

e Jsolamento em meios apropria<strong>do</strong>s; usual-<br />

mente <strong>de</strong>stina-se à terapia ou prevenção <strong>de</strong><br />

episódios recidivantes <strong>de</strong> moléstia infecciosa<br />

(exemplos: vacina autógena para faringites,<br />

furunculose e outras estafilococcias);<br />

Vacina <strong>de</strong> estoque -,quan<strong>do</strong> preparada<br />

a partir <strong>de</strong> amostra padronizada <strong>de</strong> microor-<br />

ganismo, através <strong>de</strong> processos industriais <strong>de</strong><br />

produção em gran<strong>de</strong> escala, e que geralmen-


IMUNIZAÇÕES: ASPECTOS BÁSICOS 73<br />

VACINA NATUREZA DO ANTfGENO VIA<br />

Amaríl ica<br />

BCG(l)<br />

DTP (Tríplice)<br />

DT/dT (3)<br />

Febre tifói<strong>de</strong><br />

HA (Hepatite A)<br />

HB (Hepatite ~)<br />

v.frus atenuaqo<br />

bacilo atenua<strong>do</strong><br />

toxinas diftérica-D/tetânica-J +<br />

bacijo da coqueluche-P inativadas<br />

toxinas diftérica-D e tetânica- T inativadas<br />

bactéria inativada<br />

proteína viral<br />

antígeno <strong>de</strong> superfície<br />

SC<br />

ID<br />

PC (2)<br />

1M<br />

1M<br />

SC/ID (4)<br />

1M<br />

1M<br />

Hemófilos b polissacári<strong>de</strong> conjugadó à proteína<br />

SC/IM<br />

DISPONIBILIDADE<br />

PNI e SP<br />

PNI e SP<br />

SP como <strong>do</strong>se <strong>de</strong> reforço<br />

PNI e SP para crianças até'<br />

os 6 anos<br />

PNI<br />

PNI para sítuações especiais<br />

SP<br />

PNI para crianças até 1 ano<br />

e grupos especiais; todas as<br />

ida<strong>de</strong>s em SP<br />

SP e CRIE<br />

Gripe vírus in~tiva<strong>do</strong> ou componentes virais SC/IM SP para indivíduos <strong>de</strong> risco<br />

Meningocócica<br />

Penta-ctHIB<br />

Poliomielite<br />

polissacári<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sorogrupos NB/C/Y 1\'\1135 SC PNI (NB/C/) e SP<br />

(NC/Y/W135) para<br />

associação .da DTPNIP/HIB<br />

vírus atenua<strong>do</strong> tipo SabinNOP<br />

vírus inativa<strong>do</strong> tipo SalkNlP<br />

Pneumocócic polissacári<strong>de</strong>s <strong>de</strong> 23 sorotipos<br />

Raiva inativa<strong>do</strong> (Fuenzalida)<br />

Sarampo<br />

Tétano (5)<br />

Trípliçe viral {6)<br />

Varicela<br />

vírus inativa<strong>do</strong> (cultura celular) 1M<br />

vírus atenua<strong>do</strong><br />

toxina inativada<br />

situações especiais<br />

1M SP<br />

oral PNI e SP<br />

1M SP (em associação com<br />

DTP/hemófilos) e CRrE para<br />

imuno<strong>de</strong>ficientes<br />

IM/SC SP e CRIE para indivíduos<br />

<strong>de</strong> risco<br />

IM/SC/ID (4) PNI e SP para indivíduos<br />

<strong>de</strong> risco<br />

SC<br />

1M<br />

vírl,is atenua<strong>do</strong>s <strong>do</strong> sarampo, rubéola e caxumba SC<br />

vírus atenua<strong>do</strong> SC<br />

SP e CRIE para indivíduos<br />

que não po<strong>de</strong>m usar a<br />

vacina Fuenzalida<br />

PNI e SP<br />

-PNle SI' para indivíduos<br />

com 7 ou mais anos <strong>de</strong><br />

ida<strong>de</strong><br />

SP<br />

SP para indivíduos <strong>de</strong> risco<br />

PNI = Programa Nacional <strong>de</strong> Imunizações / SP = serviço priva<strong>do</strong> / CRIE = (entro <strong>de</strong> Referência <strong>de</strong> Imunobiológicos Especiais<br />

10 = intradérmica /PC = percutânea / 1M = i ntramuscu lar / SC = subcutânea<br />

(1) Resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s da eficácia da vacinação BCG têm-se apresenta<strong>do</strong> acentuadamente discordantes no que concerne à<br />

prevenção das diferentes formas <strong>de</strong> <strong>do</strong>ença tuberculosa, exceto para as formas miliare meningoencefálica, em que a proteção<br />

é muito elevada. A vacina BCG parece também oferecer proteção para a hanseníase.<br />

(2) A via percutânea (multipunctura) tem si<strong>do</strong> preferida para <strong>do</strong>ses <strong>de</strong> reforço e em imunoterapia pelo menor risco <strong>de</strong> efeitos<br />

colateraise porque não <strong>de</strong>ixa cicatrizes.<br />

(3) OT -vacina dupla tipo infantil, para crianças até o sétimo aniversário; dT -vacina dupla tipo adulto, para indivlduos com 7<br />

ou mais anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.<br />

(4) quan<strong>do</strong> se usa a via intradérmica a <strong>do</strong>se é menor.<br />

(5) preferir a vacina dupla tipo adulto JdT) ao toxói<strong>de</strong> tetânico isola<strong>do</strong>; a vacinação para o tétano, <strong>de</strong> crianças com menos d~ 7<br />

anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ve ~er procedida com as vacinas tríplice(OTP) ou dupla infantil(OT).<br />

(6) as vacinas <strong>de</strong> caxumba e rubéola isoladas estão disponíveis para uso conforme suas indicações; rotineiramente, no entanto,<br />

é preferível usar a vacina trípliceviral que, com uma única injeção, protege para 3 <strong>do</strong>enças sem nenhuma inconveniência<br />

adicional.<br />

Figura 1.4 -Vacinas ind,cadas para prevençãó <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças na rêgião Amazónica


74 DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS Enfoque Amazônico<br />

te têm <strong>de</strong>stinação preventiva (exemplos:<br />

vacinas BCG, tríplice, <strong>de</strong> hemófilos entre<br />

muitas outras).<br />

Quanto à natureza <strong>do</strong> antígeno<br />

Microorganismo inativa<strong>do</strong> -quan<strong>do</strong> o<br />

antígeno é um ~jcro9rganismo (vírus ou bactéria)<br />

inativa<strong>do</strong> através <strong>de</strong> méto<strong>do</strong>s físicos<br />

(geralmente calor ou radiaçãoultravioleta) ou<br />

químicos (fenol, b-propiolactona etc.).<br />

Exemplos: vírus-gripe, raiva (tipo Fuenzalida);<br />

bactéria-coqueluche (peltuss;s), febre tifói<strong>de</strong> .<br />

Microorganismo atenua<strong>do</strong> (ou <strong>de</strong> virulência<br />

atenuada) -quan<strong>do</strong> o antígeno é um<br />

microorganismo vivo (vírus ou bactéria), cuja<br />

virulência foi atenuada (através <strong>de</strong> processos<br />

biológicos). Exemplos: vírus-sarampo e caxumba;<br />

bactéria-BCG (tuberculose), febre tifó.i<strong>de</strong>.<br />

Toxói<strong>de</strong> QU anatoxina -quan<strong>do</strong> o antígeno<br />

é exotoxina bacteriana inativada pelo<br />

formol. Exemplos: tetânica, diftérica.<br />

Subunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> microorganismo -<br />

quan<strong>do</strong> o antígeno vacinal é uma fração protéica<br />

<strong>de</strong> porção externa <strong>de</strong> microorgan.ismo<br />

(vírus, baçtéria ou protozoário). Exemplos:<br />

vírus-hepatite B; bactéria -meningocócicas;<br />

protozo'ário 1-' malária.<br />

Quanto ao número <strong>de</strong> antígenos<br />

Vacina simples -quan<strong>do</strong> constituída<br />

por um único antígeno, como são as vacinas<br />

BCG, tétano, sarampo, febre amarela,<br />

meningocócica A, hepatite B, etc.;<br />

Vacina mista -quan<strong>do</strong> constituída por<br />

<strong>do</strong>is ou m~"is antígenos, como são as vacinas<br />

dupla = DT/dT (tétano+difteria), tríplice =<br />

DTP (tétano+difteria+coqueluche) e tríplice<br />

vira) (sarampo+ rubéola + caxumba);<br />

Vacina polivalente -quan<strong>do</strong> constituída<br />

por <strong>do</strong>is ou mais antígenos <strong>de</strong> diferentes cepas<br />

da mesma espécie <strong>de</strong> microorganismo: menin-<br />

gocócica NC, meningocócica NC/Y/W-135,<br />

pneumocócica-23 (antígenos <strong>de</strong> 23 diferentes<br />

cepas soro lógicas <strong>do</strong> pneumococo), gripe ou<br />

influenza AB etc.;<br />

Vacina conjugada -quan<strong>do</strong> o antígeno<br />

vacinal está conjuga<strong>do</strong> a uma proteína<br />

que o torna mais imunogênico, como é a<br />

vacina <strong>de</strong> hemófilos b.<br />

Quanto ao ~sta<strong>do</strong> físico<br />

As vacinas po<strong>de</strong>m apresentar-se no<br />

esta<strong>do</strong> líqui<strong>do</strong> ou <strong>de</strong>5;5;ecadas por liofilização.<br />

As líqu idas po<strong>de</strong>m conter substâncias<br />

adjuvantes; as liofilizadas não po<strong>de</strong>m conter<br />

adjuvantes, uma vez que o processo <strong>de</strong> liofilização<br />

envolve congelamento, o que compromete<br />

a potência das vacinas que os contém.<br />

A 1iofilização proporciona maior estabilida<strong>de</strong><br />

às vacinas, que <strong>de</strong>vem ser liqüefeita~<br />

na ocasião <strong>de</strong> seu uso, através <strong>de</strong> diluentes<br />

apropria<strong>do</strong>s.. Exemplos <strong>de</strong> vacinas quanto ao<br />

esta<strong>do</strong> físico:<br />

Líquidas -tríplice (DTP), duplas<br />

(DT/dT), tétano (TT), pólio oral e injetável,<br />

febre tifói<strong>de</strong>, pneumocócicas; .<br />

Liofilizadas -BCG, sarampo, rubéola,<br />

caxumba, febre amarela, mentngocócicas A,<br />

C, Y e W135.<br />

Quanto à via <strong>de</strong> administração<br />

O processo <strong>de</strong> vacinação compreen<strong>de</strong><br />

administração <strong>de</strong> vacina a um receptor, o<br />

que po<strong>de</strong> ocorrer através das vias oral, intradérmica,<br />

percutânea, subcutânea e intramuscular.<br />

Na figura 1.4 estão indicadas as vias<br />

<strong>de</strong> aplicação <strong>de</strong> cada vacina.<br />

CONSERVAÇÃO E VALIDADE<br />

Os imunobiológicos, em geral, são<br />

produtos termossensíveis; as vacinas vivas,<br />

além disso, são sensíveis, também, à fração<br />

ultravioleta da radiação luminosa. Portanto,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> a pr,odução, durante o transporte, dis-<br />

tribuição, armazenagem e até que sejam<br />

administra<strong>do</strong>s! os imunobiológicos precisam<br />

ser conserva<strong>do</strong>s em condições a<strong>de</strong>quadas <strong>de</strong><br />

refrigeração, através <strong>do</strong> que se ,convenciQ-<br />

nou chamar <strong>de</strong> ca<strong>de</strong>ia ou re<strong>de</strong> <strong>de</strong> .frio.<br />

Conforme a natureza <strong>do</strong> imunobiológico e<br />

objetivo <strong>do</strong> armazenamento, as temperaturas<br />

i<strong>de</strong>ais <strong>de</strong> conservação variam entre ,-20 a<br />

8°C, em geral entre 2 e 89C. As vacinas <strong>de</strong><br />

vírus vivo, para fins <strong>de</strong> estocagem, <strong>de</strong>vem ser<br />

acondicionadas a -209C. As <strong>de</strong>mais não<br />

<strong>de</strong>vem ser congeladas, sob risco <strong>de</strong> per<strong>de</strong>-<br />

rem potência. Algumas vacinas são menos<br />

termossensíveis e po<strong>de</strong>m, durapte algum<br />

tempo, permanecer à temperatura ambiente,<br />

como durante o transporte.<br />

To<strong>do</strong>s s imunobiológicos têm um


perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> valida<strong>de</strong> que varia conforme sua<br />

constituição e forma <strong>de</strong> conservação, cuja<br />

duração vem especificada na própria embalagem.<br />

Vacinas, soros heterólogos e imunoglobulinas<br />

homólogas após esse perío<strong>do</strong><br />

po<strong>de</strong>m não ter mais a potência necessária<br />

para produzir o efeito <strong>de</strong>seja<strong>do</strong> e por isso<br />

<strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>spreza<strong>do</strong>s. Exceção, em situa"'<br />

ções <strong>de</strong> dificulda<strong>de</strong> <strong>de</strong> suprimento, é feita<br />

aos soros hiperimunes, quan<strong>do</strong>, após terem o<br />

seu perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> valida<strong>de</strong> venci<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>vem ter<br />

suas potências consi<strong>de</strong>radas pela meta<strong>de</strong>.<br />

lOCAL, TÉCNICA E DOSE<br />

Conforme po<strong>de</strong> ser observa<strong>do</strong> na 'figura<br />

1.4, via ou vias <strong>de</strong> aplicação são indicadas<br />

para cada vacina. Para evitar efeitos locais<br />

ou sistêmicos <strong>de</strong>snecessários e/ou para obter<br />

a eficácia ótima, essas indicações não <strong>de</strong>vem<br />

ser alteradas. Um bom critério é seguir a via<br />

recomendada pelo fabricante da vacina.<br />

A área escolhida para a administração<br />

<strong>de</strong> vacinas <strong>de</strong>ve ser sempre aquela menos<br />

sujeita à lesão local, neural, vascular ou tecidual.<br />

Injeções subcutâiteas são usualmente<br />

administradas na área correspon<strong>de</strong>nte ao<br />

<strong>de</strong>ltói<strong>de</strong>, coxa ou ná<strong>de</strong>ga; o terço médio da<br />

face lateral <strong>do</strong> braço tem si<strong>do</strong> a área preferida<br />

para injeções intradérmicas; já, para as<br />

injeções intramusculares em bebês, são preferi<strong>do</strong>s<br />

o terço médio ântero-lateral da coxa<br />

ou o quadrante súpero-externo das ná<strong>de</strong>gas;<br />

para crianças maiores e adultos o terço lateral<br />

superior <strong>do</strong> braço (centro da área correspon<strong>de</strong>nte<br />

ao <strong>de</strong>ltói<strong>de</strong>) e também o quadrante<br />

súpero-externo das ná<strong>de</strong>gas, são as áreas<br />

mais recomendadas.<br />

Na maioria <strong>do</strong>s bebês, o terço médio<br />

ânter.o-lateral da coxa é constituí<strong>do</strong> <strong>de</strong> uma<br />

gran<strong>de</strong> massa muscular e é a área mais indicada<br />

para as injeções i ntramuscu lares, mas<br />

em nosso meio, o costume prevalente é o <strong>de</strong><br />

proce<strong>de</strong>r essas apl icações nas ná<strong>de</strong>gas. A<br />

localização exata da injeção nessa área é<br />

condição extremamente importante, pois a<br />

aplicação em local in<strong>de</strong>vi<strong>do</strong> po<strong>de</strong> levar à<br />

lesão irreversível <strong>do</strong> nervo ciático comatrofia<br />

muscular e <strong>de</strong>ficiência motora <strong>do</strong> membro<br />

inferior <strong>do</strong> la<strong>do</strong> correspon<strong>de</strong>nte. Portanto,<br />

especialmente as injeções nas ná<strong>de</strong>gas<br />

<strong>de</strong>vem ser procedidas somente por profissio-<br />

nal treina<strong>do</strong>.<br />

No caso <strong>do</strong> BCG, para a vacin;:ição<br />

intradérmica, existe uma convenção. interna-<br />

75<br />

cional <strong>de</strong> que <strong>de</strong>verá sempre ser aplicada no<br />

ponto médio lateral <strong>do</strong> braço direito na área<br />

correspon<strong>de</strong>nte à inserção <strong>do</strong> <strong>de</strong>ltói<strong>de</strong>. A<br />

cicatriz vacinal nesse ponto é um atesta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

vacinação BCG.<br />

A boa técnica <strong>de</strong> injeção prevê que as<br />

mãos <strong>do</strong> aplica<strong>do</strong>r estejam muito limpas e<br />

que sejam lavadas novamente a cada novo<br />

cliente a ser atendi<strong>do</strong>. Tal procedimento pre-<br />

vine a transmissão <strong>de</strong> agentes infecciosos <strong>de</strong><br />

uma pessoa a outra. A higiene pessoal <strong>do</strong><br />

ap1ica<strong>do</strong>r, a limpeza <strong>de</strong> sua roupa, a higiene<br />

<strong>do</strong> ambiente e <strong>do</strong>s materiais <strong>do</strong> serviço, são<br />

cuida<strong>do</strong>s que não <strong>de</strong>vem ser relega<strong>do</strong>s. O<br />

material a ser utiliza<strong>do</strong> <strong>de</strong>ve ser, <strong>de</strong> preferên-<br />

cia, <strong>de</strong>scartável. Seringas e agulhas reapro'-<br />

veitáveis, sob condição duvi<strong>do</strong>sa <strong>de</strong> esterili-<br />

zação, não <strong>de</strong>vem ser utilizadas, pois po<strong>de</strong>m<br />

transmitir <strong>do</strong>enças muito graves como as<br />

hepatites B e C e a SIDA.<br />

As <strong>do</strong>ses das vacinas e <strong>do</strong>s imunobio-<br />

lógicos em geral, <strong>de</strong>rivam <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rações<br />

teóricas, provas experimentais e experiência<br />

clínica. A administração <strong>de</strong> volumes meno-<br />

res que aqueles recomenda<strong>do</strong>s, tais como a<br />

administração <strong>de</strong> pequenas <strong>do</strong>ses intradér-<br />

micas{a menos que estejam especificamente<br />

recomendadas), po<strong>de</strong>m resultar em ina<strong>de</strong>-<br />

quada proteção. Uso <strong>de</strong> <strong>do</strong>ses maiores que<br />

as recomendadas, po<strong>de</strong>m ser temerárias,<br />

ten<strong>do</strong> em vista a excessiva concentração<br />

local ou sistêmica <strong>de</strong> antígenos. Acompanhar<br />

as recomendações <strong>do</strong> fabricante consti-<br />

tui-se bom critério.<br />

IDADE PARA VACINAÇÃO<br />

E ESPAÇAMENTO DAS DOSES<br />

Vários fatores influencíam as recomendações<br />

concernentes à ida<strong>de</strong> na qual as vacinas<br />

<strong>de</strong>vem ser administradas: ida<strong>de</strong> específi.<br />

ca <strong>de</strong> risco da <strong>do</strong>ença e/ou <strong>de</strong> suas complicações,<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>do</strong> indivíduo <strong>de</strong>, a uma


76<br />

<strong>de</strong>terminada ida<strong>de</strong>, respon<strong>de</strong>r à(s) vacina-<br />

ção(ões) e à interferência potencial com a res-<br />

posta imune por anticorpos maternos passiva-<br />

mente adquiri<strong>do</strong>s (exemplo: a vacinação para<br />

sarampo, <strong>de</strong> crianças com menos <strong>de</strong> 9 meses<br />

<strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, po<strong>de</strong> ser mal sucedida em virtu<strong>de</strong><br />

da presença <strong>de</strong> anticorpos para sarampo pas-<br />

sivamente adquiri<strong>do</strong>s durante a gestação).<br />

Em geral, as vacinações são recomen-<br />

dadas para os indivíduos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> mais pre-<br />

coce <strong>do</strong> grupo <strong>de</strong> risco, cujos membros este-<br />

jam aptos a <strong>de</strong>senvolver uma resposta imune<br />

a<strong>de</strong>quada. Os diversos esquemas <strong>de</strong> vacina-<br />

ção que aparecem neste texto, estão basea-<br />

<strong>do</strong>s nesses fundamentos.<br />

Certas vacinas requerem administra-<br />

ção <strong>de</strong>mais <strong>de</strong> uma <strong>do</strong>se para que se <strong>de</strong>sen-<br />

volva a<strong>de</strong>quada resposta imune (exemplo:<br />

vacinação básica oral para poliomielite: 3<br />

<strong>do</strong>ses intervaladas entre si por pelo menos 6<br />

semanas); outras vezes, requerem <strong>do</strong>ses <strong>de</strong><br />

reforço ou boostel;; periodicamente, para<br />

manter a proteção (exemplo: uma <strong>do</strong>se <strong>de</strong><br />

reforço da vacina dupla -dT -a cada 5 a 10<br />

anos). O intervalo entre <strong>do</strong>ses <strong>de</strong> uma<br />

mesma vacina são <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s levan<strong>do</strong>-se em<br />

conta o menor perío<strong>do</strong> necessário para a<br />

obtenção <strong>de</strong> proteção satisfatória. Doses<br />

aplicadas a intervalos menores que os reco-<br />

menda<strong>do</strong>s <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>radas como<br />

única aplicação; intervalos maiores que os<br />

recomenda<strong>do</strong>s não levam à redução <strong>do</strong> nível<br />

final <strong>de</strong> imunida<strong>de</strong>, mas têm o inconvenien-<br />

te <strong>de</strong> manter o risco da <strong>do</strong>ença por um<br />

tempo <strong>de</strong>:snecessariamente maior.<br />

Evidência experimental e extensiva<br />

vivência clínica tem forneci<strong>do</strong> base científica<br />

para 1ndicação <strong>de</strong> certas vacinações ao<br />

mesmo tempo. Muitas das vacinas usadas<br />

largamente mostram-se seguras e efetivas<br />

quan<strong>do</strong> utilizadas simultaneamente (isto é,<br />

na mesma ocasião; não no mesmo local)<br />

(exemplo: vacinação BCG no braço direito,<br />

vacinação para hepatite B no braço esquer-<br />

<strong>do</strong>, vacinação oral para a poliomielite, vaci-<br />

n,ação DTP/hemófilos na ná<strong>de</strong>ga esquerda e<br />

vacinação para sarampo na ná<strong>de</strong>ga direita,<br />

todas aplicadas na mesma ocasião). Esse<br />

conhecimento é particularmente prqveitoso<br />

DOENÇAS INFECCtOSAS E PARASITARIAS- Enfoqu~~nis~<br />

quan<strong>do</strong> há possibilida<strong>de</strong> iminente <strong>de</strong> exposição<br />

a várias <strong>do</strong>enças infecciosas, durante<br />

preparativos <strong>de</strong> viagem, quan<strong>do</strong> uma criança<br />

não fez as vacinações nas ocasiões re.comendadas<br />

ou quan<strong>do</strong> é incerto ou dificultoso<br />

retorno para novas aplicações. Poucas vacinações<br />

não <strong>de</strong>vem ser utilizadas simultaneamente,<br />

ou porque há uma redução da efetivida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> uma <strong>de</strong>las ou porque os efeitos colaterais<br />

po<strong>de</strong>m ser intensifica<strong>do</strong>s.<br />

OS PROGRAMAS DE VACINAÇAO<br />

Na figura 1.4 estão apresentadas todas<br />

as vacinas disponíveis e indicadas para prevenção<br />

<strong>de</strong> <strong>do</strong>enças na região Amazônica.<br />

Decidir sobre a utilização <strong>de</strong>ssas vacinas<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>, fundamentalmente, da valorização<br />

<strong>do</strong> risco (iminente ou potencial) <strong>de</strong><br />

contágio e suas conseqüências, e da disponibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> recursos para obtê-Ias e empregá-Ias.<br />

Uma única pessoa que possa ser poupada<br />

<strong>de</strong> <strong>do</strong>ença potencialmente grave, incapacitante<br />

ou mortal, preveníve.l através <strong>de</strong><br />

vacina, justificaria o <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>amento <strong>de</strong><br />

um programa <strong>de</strong> ~acinação para to<strong>do</strong> o<br />

grupo <strong>de</strong> risco <strong>de</strong> sua comunida<strong>de</strong>, não fora<br />

a limitante econômica e o risco <strong>de</strong> efeitos<br />

adversos.<br />

Na elaboração <strong>do</strong>s programas <strong>de</strong> vacinação,<br />

ao serem leva<strong>do</strong>s em conta esses fatores,<br />

objetivos mais ou menos amplos são<br />

atingi<strong>do</strong>s. Seja qual for sua abrangência,<br />

resulta<strong>do</strong>s tão mais positivos são alcança<strong>do</strong>s,<br />

conforme maior o número <strong>de</strong> susceptíveis<br />

que forem vacina<strong>do</strong>s.<br />

Programa Nacional <strong>de</strong><br />

Imunizações (PNI)<br />

O Programa Nacional <strong>de</strong> Imunizações<br />

(PNI), instituí<strong>do</strong> em 1973, integrou e ampliou<br />

ativida<strong>de</strong>s até então cpnduzidas <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong><br />

programas especiais (Erradicação da Varíola,<br />

Controle da Tuberculose, Controle da<br />

Poliomielite), bem como ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas<br />

por iniciativa <strong>do</strong>s governos estaduais.<br />

O PNI é <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> da<br />

Fundação Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong>, constituin<strong>do</strong><br />

parte integrante <strong>do</strong> Programa Amplia<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

Imunizações (PAI) da Organização Pan-ame-


IMUNIZAÇÕES: ASPECTOS BAslCOs 77<br />

ricana <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> / Organízação Mundial <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong> (OPAS/OMS), <strong>de</strong> on<strong>de</strong> se oríginam<br />

seus objetivos e diretrizes.<br />

Sua priorida<strong>de</strong> consiste, através <strong>de</strong><br />

vacinação sistemática da população, controlar<br />

e, se possível, erradicar <strong>do</strong>enças ditas<br />

imunopreveníveis. Para tal, coor<strong>de</strong>na o<br />

suprimento e utilízação <strong>de</strong> imunobiológicos,<br />

sejam os <strong>de</strong> caráter rotineiro, sejam os indica<strong>do</strong>s<br />

para situações especiais e que se<br />

encontram relaciona<strong>do</strong>s abaixo:<br />

-vacinas para aplicação sistemática,<br />

preferentemente no primeiro ano <strong>de</strong> vida:<br />

BCG para uso intradérmico, hepatite B (para<br />

populações ínfantis selecionadas), tríplice<br />

(DTP), oral para poliomielite (Pólio) e para o<br />

sarampo;<br />

-vacina indicada para gestantes e<br />

mulheres em ida'<strong>de</strong> fértil,'com vistas à prevenção<br />

<strong>do</strong> tétano neonatal e p'ara adultos e i<strong>do</strong>sos<br />

em geral: toxói<strong>de</strong> tetânlco (TT) ou, preferentemente,<br />

toxói<strong>de</strong>s diftérico-tetâníco (dT);<br />

-vacinas indicadas para situações/gru-<br />

pos especiais: rábica, meningocócicas A/B/C,<br />

tifoídica, amarílica, hepatite B e outras.<br />

Os produtos nacionaís ou importa<strong>do</strong>s<br />

são adquiri<strong>do</strong>s pelo Minist~rio da Saú<strong>de</strong> e<br />

distribuí<strong>do</strong>s às Secretarias Estaduais <strong>de</strong><br />

Saú<strong>de</strong>, principalmente a partir da Central<br />

Nacional <strong>de</strong> Armazenagem e Distribuição<br />

(Cena<strong>de</strong>), implantada em 1982. O controle<br />

da qualída<strong>de</strong> <strong>do</strong>s imunobiológicos <strong>do</strong> PNI<br />

está ao cargo <strong>do</strong> Instituto Nacional <strong>de</strong><br />

Controle <strong>de</strong> Qualida<strong>de</strong> (INCQS) da<br />

Fundação 'Instituto Oswal<strong>do</strong> Cruz (Fiocruz),<br />

que, também, se constitui no órgão <strong>de</strong> referência<br />

técnica para os Ia:boratórios produtores<br />

nacionais.<br />

O Brasil é auto-sufíciente na produção<br />

das ',(acinas BCG para uso intradérmico, <strong>de</strong><br />

sarampo e <strong>do</strong>s soros anti-rábico e antitetânico;<br />

estima-se que, muito em breve, atingirá a<br />

produção integral das vacinas tríplice (DTP),<br />

duplas (DT/dT), tetânica (TT) e oral para<br />

poliomielite necessárias à <strong>de</strong>manda <strong>do</strong> PNI.<br />

Várias instituições <strong>de</strong> representativida<strong>de</strong><br />

internaclol:lal e nacional contribuem técnica<br />

e cientificamente para o bom <strong>de</strong>sempenho<br />

<strong>do</strong> PNI, ten<strong>do</strong> <strong>de</strong>staque, entre elas, a<br />

OPAS/OMS, a UNICEF, a Socieda<strong>de</strong> Brasileira<br />

<strong>de</strong> Pediatria, a Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong><br />

Medicina Tropical e a Associação Brasileira<br />

<strong>de</strong> Enfermagem.<br />

O <strong>de</strong>senvolvimento <strong>do</strong> programa é<br />

orienta<strong>do</strong> por normas técnicas <strong>de</strong> abrangência<br />

nacional que incluem, entre' outros, os<br />

procedimentos relaciona<strong>do</strong>s à conservação<br />

(ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> frio), transporte, aplicação, programação,<br />

controle e avaliação. ApoIo técnico-científíco<br />

é proporciona<strong>do</strong> pelo Comitê<br />

Técnico Assessor <strong>de</strong> Imunizações, integra<strong>do</strong><br />

por representantes da Socieda<strong>de</strong> Brasileira<br />

<strong>de</strong> Pediatria, Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong><br />

Medicina Tropical, e por pediatras e infectologistas<br />

que representam as cinco macrorregiões<br />

<strong>do</strong> país, e ainda técnicos da Fundação<br />

Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> Centro Nacional <strong>de</strong><br />

Epi<strong>de</strong>miologia e <strong>do</strong> próprio PNI. O <strong>Pará</strong><br />

conta com o Comitê Técnico-Assessor <strong>do</strong><br />

Prograína Estadual <strong>de</strong> Imunizações, constituí<strong>do</strong><br />

por profissionais representativos das<br />

secretarias estadual e municipal <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, ,<strong>de</strong><br />

socieda<strong>de</strong>s médicas e <strong>de</strong> diversas instituições<br />

comprometidas com O Programa Nacional<br />

<strong>de</strong> Imunizações.<br />

A partir <strong>de</strong> 1990 gran<strong>de</strong>s esforços<br />

foram <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s vtsan<strong>do</strong> o aperfeiçoamento<br />

técnico, gerencial e operacional <strong>do</strong><br />

programa, o que tem possibilita<strong>do</strong> atingir a<br />

meta <strong>de</strong> vacinar pelo menos 80% da população<br />

nacional menor <strong>de</strong> 5 anos com as vacinas<br />

BCG e DTP (tríplice), e 90% com polio':<br />

mietite e sarampo. Contribuição particular<br />

para esse <strong>de</strong>sempenho tem si<strong>do</strong> a multivacínação<br />

realizada nos dias nacionais <strong>de</strong> vacinação<br />

contra a poliomielite.<br />

Os esquemas <strong>de</strong> vacinação<br />

O Programa Nacional <strong>de</strong> Imunizações<br />

esquematiza suas propostas <strong>de</strong> vacinação em<br />

vários grupos e no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>Pará</strong>, configurase<br />

da seguinte forma:<br />

-vacinação infantil: BCG, hepatite B<br />

(crianças menores <strong>de</strong> um ano)., DTP/DT,<br />

poliomielite, sarampo e febre amarela;<br />

-vacinação rotineira <strong>do</strong> adulto: dT ou<br />

TT e febre amarela;<br />

-vacinação <strong>de</strong> gestantes e mulheres<br />

em ida<strong>de</strong> fértil: dT ou TT;


78 DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS -Enfoque Amazônico<br />

-prevenção da raiva humana: vacina<br />

anti-rábica / vacina+soro anti-rábicos;<br />

-dias nacionais <strong>de</strong> vacinação: mono<br />

ou polivacinação<br />

-vaçinação <strong>de</strong> grupos / situações<br />

especiais: hepatite B para profissionais <strong>de</strong><br />

~aú<strong>de</strong>; CRIE (Centro <strong>de</strong> Referência <strong>de</strong>lmuno-<br />

biológicos Especiais) para vacinação <strong>de</strong> imu-<br />

no<strong>de</strong>ficientes e grupos especiais com vacinas<br />

não rotineiras.<br />

VACINAÇÃO INFANTil<br />

o calendário <strong>de</strong> vacinação infantil<br />

<strong>de</strong>ve atingir todas as crianças e, no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

<strong>Pará</strong>, tem, atualmente, a configuração conforme<br />

figura 2.4.<br />

As principais vacinas inseridas no<br />

calendário <strong>de</strong> vacinação infantil <strong>do</strong> PNI são<br />

<strong>de</strong>scritas a seguir, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> os aspectos<br />

mais notáveis <strong>do</strong> ponto <strong>de</strong> vista prático:<br />

VACINA BCG PARA TUBERCULOSE<br />

Composição, apresentação,<br />

conservação e valida<strong>de</strong><br />

A vacina para tuberculose é o Bacilo<br />

<strong>de</strong> Calmette e Guérin (BCG), obti<strong>do</strong> por atenuação<br />

<strong>de</strong> uma cepa <strong>de</strong> Mycobacterium<br />

bovis. A-vacina <strong>de</strong>stinada ao PNI é liofilizada,<br />

envasada em empolas <strong>de</strong> cor âmbar conten<strong>do</strong><br />

múltiplas <strong>do</strong>ses. Para ser usada, <strong>de</strong>ve<br />

ser preparada com volume a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

diluente recomenda<strong>do</strong> para cada apresenta-<br />

IDADE<br />

Primeiras semanas<br />

2 meses<br />

4 meses<br />

6 meses<br />

9 meses<br />

12 meses<br />

15 meses<br />

10a 11 anos<br />

VACINAS<br />

ção e <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com as ínstruções <strong>do</strong> fabri-cante.<br />

Deve ser conservada em gela<strong>de</strong>ira<br />

entre 2 e 80 C. Inativa-se rapidamente quan-<br />

<strong>do</strong> exposta aos raios solares ou ultravioleta.<br />

O prazo <strong>de</strong> valida<strong>de</strong> da vacina liofilizada<br />

<strong>de</strong>vidamente conservada está registra<strong>do</strong> na<br />

~mbalagem. A vacina diluída conservada<br />

sob condições a<strong>de</strong>quadas po<strong>de</strong> ser usada por<br />

até 8 horas; a diluição não empregada <strong>de</strong>ve<br />

ser <strong>de</strong>sprezada ao final <strong>de</strong>sse perío<strong>do</strong>.<br />

Indicação<br />

A vacinação BCG visa conferir prote-<br />

ção, especialmente para as formas mais gra-<br />

ves da tuberculose -as formas miliar e<br />

meningoencefálica -para as quais tem<br />

<strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> eleva<strong>do</strong> grau <strong>de</strong> eficiência.<br />

Para as outras formas <strong>de</strong> tuberculose, os<br />

resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> diferentes estu<strong>do</strong>s em to<strong>do</strong> o<br />

mun<strong>do</strong> têm si<strong>do</strong> discordantes, varian<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> completa ineficácia até proteção em<br />

torno <strong>de</strong> 80% por muitos anos. Existe a pos-<br />

sibílida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que a vacinação BCG exerça<br />

efeito protetor, também, para a hanseníase,<br />

<strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o resu Ita<strong>do</strong> <strong>de</strong> vários estu<strong>do</strong>s<br />

leva<strong>do</strong>s a efeíto em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>, inclusive<br />

na América Latina. .<br />

li BCG + li hepatite B<br />

li DTP(2) + li pólio + 2i hepatite B<br />

2i DTP(2) + 2i pólio<br />

3i DTP(2) + 3i pólio + febre amarela<br />

Sarampo + 3i hepatite B<br />

Sarampo (<strong>do</strong>se adicional)<br />

4i DTP(2) + 4i pólio<br />

dT(3)<br />

Via e esquema <strong>de</strong> administração<br />

A vacina após conveniente diluição<br />

<strong>de</strong>ve ser aplicada, na <strong>do</strong>se <strong>de</strong> 0,1 ml, rigorosa-<br />

mente por via intradérmica, <strong>de</strong> preferência na<br />

linha média lateral <strong>do</strong> braço direito, na área<br />

correspon<strong>de</strong>nte à inserção <strong>do</strong> músculo <strong>de</strong>ltói-<br />

<strong>de</strong>. Preferencialmente, a vacinação BCG <strong>de</strong>ve<br />

ocorrer na maternida<strong>de</strong>; caso não tenha si<strong>do</strong><br />

(1) se o BCG não tiver si<strong>do</strong> administra<strong>do</strong> na maternida<strong>de</strong> (primeiros dias <strong>de</strong> vida), <strong>de</strong>verá ser aplica<strong>do</strong> na primeira visita ao<br />

posto <strong>de</strong> vacinação;<br />

(2) reação grave (aci<strong>de</strong>ntes neurológicos, hipertermia elevada com convulsões) com vacina DTP constitui indicação para sua<br />

substituição pela vacina dupla infantil (DT);<br />

(3) reforço <strong>de</strong> 10 em 10 anos por toda a vida; em caso <strong>de</strong> ferimento após o 5" ano da última <strong>do</strong>se d~ vacina DTP, DT/dT<br />

ou n, antecipar o reforço que <strong>de</strong>ve ser administra<strong>do</strong> preferentemente nas 24 horas seguintes à ocorrência.<br />

Figura 2.4 -Calendário <strong>de</strong> vacinação infantil <strong>do</strong> PNI- <strong>Pará</strong>


ZAÇÔES:<br />

ASPECTOS BAs1COS 79<br />

possível, <strong>de</strong>verá ser feita na primeira oportuni-<br />

da<strong>de</strong> <strong>de</strong> contato com uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Po<strong>de</strong> ser aplicada simultaneamente com a<br />

vacina contra hepatite B e DTP+Pólio. Pessoas<br />

com qualquer ida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m ser vacinadas.<br />

Evolução da reação vacinal<br />

No ponto <strong>de</strong> aplicação, enquanto a<br />

vacina está sen<strong>do</strong> injetada, <strong>de</strong>ve surgir uma<br />

pápula esbranquiçada <strong>de</strong> superfície rugosa,<br />

<strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 5 hlm <strong>de</strong> diâmetro, que logo<br />

<strong>de</strong>pois se <strong>de</strong>svanece, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> uma área eri-<br />

tematosa. Sinais da injeção costumam <strong>de</strong>saparecer<br />

em alguns dias. Cerca <strong>de</strong> 2 a 4 sema-<br />

nas <strong>de</strong>pois, começa a reação vaclnal propria-<br />

mente dita, com a formação <strong>de</strong> área eritema-<br />

tosa que progri<strong>de</strong> para pápula {tembran<strong>do</strong><br />

picada <strong>de</strong> inseto} que se ulcera, revestin<strong>do</strong>-se<br />

<strong>de</strong> secreção serosa que po<strong>de</strong> infectar-se<br />

secundariamente. Cerca'<strong>de</strong> três meses após a<br />

aplicação, costuma cicatrizar, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong><br />

cicatriz permanente <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 5 mm <strong>de</strong><br />

diâmetro.<br />

Efeitos adversos mais comuns<br />

Infecção secundária com aparecimen-<br />

to <strong>de</strong> secreção purulenta; formação <strong>de</strong><br />

microabscesso ou úlceras que <strong>de</strong>moram a<br />

cicatrizar; linfa<strong>de</strong>nite regional, geralmente mínimo 30, mas preferentémente 60 dias.<br />

axilar.<br />

Doses <strong>de</strong> reforço são administradas um ano<br />

Todas essas situações, geralmente, após a terceira <strong>do</strong>se e entre o quarto e sétimo<br />

são autolimitadas. Contu<strong>do</strong>, para evitar com-plicações,. aniversário. Doses <strong>de</strong> refórço com vacina<br />

tratamentos simples estão reco.; dupla tipo adulto (dT) <strong>de</strong>vem ser mantidas<br />

menda<strong>do</strong>s para cada uma <strong>de</strong>las.<br />

cada 10 anos como <strong>de</strong> roti na ou após o qu i n-<br />

Contra-indicações<br />

to ano, após a última <strong>do</strong>se, em caso <strong>de</strong> feri-<br />

A imuno<strong>de</strong>ficiência congênita ou mentos.<br />

adquirida constitui contra-indicação absolu-ta, Reações adversas<br />

pelo risco <strong>de</strong> Infecções graves pe10 bacilovacinal. Dor local, no mesmo dia até o dia<br />

Embora não se constitua contra-indicação<br />

absoluta, recomenda-se adiar a vacinação<br />

<strong>de</strong> crianças com menos <strong>de</strong> 2 kg ou<br />

que apresentem afecções <strong>de</strong>rmatológicas<br />

extensas em ativida<strong>de</strong>.<br />

VACINA TRíPLICE (DTP), PARA<br />

DifTERIA, TÉTANO E COQUELUCHE<br />

Composição, apresentação,<br />

administração e <strong>do</strong>se<br />

Constitui-se associação <strong>do</strong>s toxói<strong>de</strong>s<br />

diftérico (O) e tetânico (T) à vacina inativada<br />

da Bor<strong>de</strong>te//a pertussis (P) pata coqueluche,<br />

conten<strong>do</strong> o hidróxi<strong>do</strong> ou fosfato <strong>de</strong> alumínio<br />

como adjuvante. É uma suspensão na qual os<br />

toxói<strong>de</strong>s e a vacina estão adsorvi<strong>do</strong>s às molé-<br />

culas <strong>do</strong> hidróxi<strong>do</strong> ou sal <strong>de</strong> alumínio e que,<br />

quan<strong>do</strong> em repouso, permanecem preClplta~<br />

<strong>do</strong>s. É encontrada sob a forma <strong>de</strong> empolas<br />

mono<strong>do</strong>se ou frascos mu Iti<strong>do</strong>ses. Precisa ser<br />

energicamente agitada imediatamente antes<br />

da aplicação. As <strong>do</strong>ses <strong>de</strong> 0,5 ml <strong>de</strong>vem ser<br />

aplicadas em teci<strong>do</strong> muscular, geralmente<br />

quadrante súpero-latetal da ná<strong>de</strong>ga ou terço<br />

médio ântero-lateral da coxa.<br />

Conservação e va.lida<strong>de</strong><br />

Necessita ser conservada refrigerada<br />

entre 2 e 8°C. Não po<strong>de</strong> ser congelada; caso<br />

isso ocorra, <strong>de</strong>ve ser <strong>de</strong>sprezada, uma vez<br />

que seus caracteres físicos tornam-se<strong>de</strong>finiti-<br />

vamente altera<strong>do</strong>s com perda <strong>de</strong> potência.<br />

Sua valida<strong>de</strong> é informada pelo fabricante na<br />

própria embalagem, não <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> ser usada<br />

após esse perío<strong>do</strong>.<br />

Esquema <strong>de</strong> administração<br />

Esta vacina <strong>de</strong>ve ser empregada a par.:<br />

tir <strong>do</strong> segun<strong>do</strong> mês <strong>de</strong> vida. A sérje básica é<br />

constituída <strong>de</strong> 3 <strong>do</strong>ses intervaladas por no<br />

seguinte à vacinação, é comum a pratica-<br />

mente todas as crianças vacinadas; hiperter-<br />

mia branda e irritabilida<strong>de</strong> e/ou sonolên


80<br />

VACINA DUPLA TIPO INFANTIL (DT)<br />

E TIPO ADULTO (dT) PARA DIFTERIA<br />

E TÉTANO<br />

Composição, apresentação,<br />

conservação e valida<strong>de</strong><br />

Constitui-se associação <strong>do</strong>s toxói<strong>de</strong>s<br />

diftético (D/d) e tetânico (T), conten<strong>do</strong> o<br />

hidróxi<strong>do</strong> ou fosfato <strong>de</strong> alumínio como adjuvante.<br />

É apresentada sob forma líquida em<br />

ampola mono<strong>do</strong>se ou em frasco-ampola multi<strong>do</strong>ses.<br />

A vacina dupla tipo infantil (DT) contém<br />

as mesmas quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sses antígenos<br />

encontradas na vacina tríplice; na vacina<br />

dupla tipo adulto (dT) a concentração dó<br />

toxói<strong>de</strong> diftérico é menor (1:10 <strong>do</strong> conti<strong>do</strong> na<br />

DTP) e a <strong>do</strong> toxói<strong>de</strong> tetânico é a mesma.<br />

Deve ser conservada refrigerada entre 2 e<br />

8QC, não po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser congelada. Sua valida<strong>de</strong><br />

é <strong>de</strong> pelo menos <strong>do</strong>is anos, estan<strong>do</strong><br />

impressa no rótulo a data em que expira.<br />

Dose e via <strong>de</strong> administração<br />

A vacinação é procedida através <strong>de</strong><br />

injeção intramuscular <strong>de</strong> 0,5 ml da vacina<br />

previamente agitada, no quadrante súperolateral<br />

da ná<strong>de</strong>ga ou no terço médio ânterolateral<br />

da coxa (crianças pequenas e adultos),<br />

ou no terço médio <strong>do</strong> músculo <strong>de</strong>ltói<strong>de</strong><br />

(crianças maiores e adultos).<br />

Esquema <strong>de</strong> vacinação e indicações<br />

O esquema <strong>de</strong> vacinação com a vacina<br />

dupla tipo infantil (DT) é o mesmo da vacina<br />

tríplice (figura 2.4). Em caso <strong>de</strong> substituição<br />

da vacina DTP pela DT, a vacinação <strong>de</strong>verá<br />

prosseguir com o número <strong>de</strong> <strong>do</strong>ses recomenda<strong>do</strong>,<br />

<strong>de</strong> tal forma que, ao final <strong>do</strong> 6Q ano, a<br />

criança tenha recebi<strong>do</strong> um total <strong>de</strong> 5 <strong>do</strong>ses<br />

(DTP+DT). Está indicada para crianças até o<br />

sétimo aniversário, como substituta da vacina<br />

DTP quan<strong>do</strong> esta for contra-indicada.<br />

A vacinação básica (para indivíduos<br />

que não foram vacina<strong>do</strong>s anteriormente com<br />

vacinas DTP/DTm) com a vacina dupla tipo<br />

adulto (dT), é feita com duas <strong>do</strong>ses <strong>de</strong> vacina<br />

intervaladas por um perío<strong>do</strong> mínimo <strong>de</strong> 30<br />

(i<strong>de</strong>al 60) dias e uma terceira aplicada, i<strong>de</strong>almente.,<br />

2 a 12 (no mínimo 30 dias) meses após<br />

a segunda <strong>do</strong>se. Doses <strong>de</strong> reforço <strong>de</strong>vem prosseguir<br />

a cada 10 anos ou a partir <strong>do</strong> quinto<br />

,<br />

DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITARIAS Enfoque Amazôníco<br />

ano da última <strong>do</strong>se <strong>de</strong> DTP/ DT/dTm, em<br />

caso <strong>de</strong> ferimento tetanígeno. Está indicada<br />

para crianças com 7 ou mais anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>,<br />

adultos, gestantes e pessoas i<strong>do</strong>sas. Deve ser<br />

preferida ao TT sempre que estiver di~ponível.<br />

Reações adversas<br />

Dor no local da injeção durante os <strong>do</strong>is<br />

dias seguintes à aplicação é o efeito in<strong>de</strong>sejável<br />

mais comum e relativamente freqüente.<br />

Sinais locais <strong>de</strong> inflamação e hipertermia<br />

também po<strong>de</strong>m ocorrer, mas são raros.<br />

VACINA ORAL PARA POLIOMIELITE<br />

(PÓLIO) -VOP -TIPO SABIN<br />

Composição, apresentação<br />

e conservação<br />

É vacina <strong>de</strong> vírus vivo atenua<strong>do</strong>, po<strong>de</strong>n-<br />

<strong>do</strong> conter apenas um <strong>do</strong>s três poliovírus; mas<br />

geralmente conten<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s, apresentada na<br />

forma <strong>de</strong> uma suspensão em solução salina<br />

isotônicatamponada, em flaconetes múltipfas-<br />

<strong>do</strong>ses. Para efeito <strong>de</strong> armazenagem, <strong>de</strong>ve ser<br />

mantida em temperatura <strong>de</strong> congelamento,<br />

mas durante vários meses po<strong>de</strong> ser conservada<br />

e~ temperatura <strong>de</strong> refrigeração (2 a 8°C).<br />

Via e esquema <strong>de</strong> administração<br />

A vacina é administrada pela via oral,<br />

simultaneamente com a vacinação tríplice e<br />

nas mesmas ida<strong>de</strong>s, ou alternativamente! um<br />

primeiro reforço aos 15 meses com a segunda<br />

<strong>do</strong>se da vacinação para sarampo e uma<br />

outra <strong>do</strong>se em um dia nacional <strong>de</strong> vacinação,<br />

<strong>de</strong> tal forma que o número total <strong>de</strong> <strong>do</strong>ses não<br />

seja inferior a cinco até os 4 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>.<br />

Reações adversas<br />

Rotineiramente, não ocorrem reações<br />

com a VOP. Entretanto, mu ito raramente ~ 1<br />

caso para 3,2 milhões <strong>de</strong> <strong>do</strong>ses aplicadas -<br />

especialmente em crianças imuno<strong>de</strong>ficien-<br />

tes, po<strong>de</strong> ocorrer poliomielite paralítica asso-<br />

ciada ao vírus vacinal.<br />

VACINA PARA SARAMPO<br />

Composição, ..apresentação,<br />

conservação e valida<strong>de</strong><br />

É vacina <strong>de</strong> vírus vivo atenua<strong>do</strong>, apre-<br />

sentada em forma liofilizada, em frasco-


IMUNIZAÇÕES: ASPECTOS BASICOS 81<br />

ampola mono ou múltiplas-<strong>do</strong>ses, acompa-<br />

nha<strong>do</strong> <strong>de</strong> diluente. Para armazenagem, <strong>de</strong>ve<br />

ser mantida em temperatura <strong>de</strong> congelamen-<br />

to,'mas durante vários meses po<strong>de</strong> ser preser-<br />

v~a em gela<strong>de</strong>iras comuns, protegida da luz<br />

sdlar direta. Após diluída, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que mantida<br />

réfrigE:!rada, po<strong>de</strong> ser utilizada durante 8<br />

noras. A valida<strong>de</strong> impressa no rótulo <strong>do</strong> fras-<br />

co <strong>de</strong>ve sempre ser respeitada.<br />

Via e esquema <strong>de</strong> administração<br />

A vacinação é procedida, usualmente,<br />

por via subcutânea, sen<strong>do</strong> a primeira <strong>do</strong>se<br />

aplicada no nono mês <strong>de</strong> vida e a segunda<br />

aos 15 meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Caso haja risco<br />

aumenta<strong>do</strong> <strong>de</strong> contágio na comunida<strong>de</strong>,<br />

crianças a partir <strong>do</strong> quinto mês <strong>de</strong> vida<br />

<strong>de</strong>vem ser vacinadas e, posteriormente, inte-<br />

gradas às rotinas <strong>de</strong> suas ida<strong>de</strong>s. Eventu-<br />

almente, sob situações epi<strong>de</strong>miológicas<br />

especiais, outras <strong>do</strong>ses po<strong>de</strong>rão ser indicadas<br />

pelas autorida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, como para con-<br />

ter a disseminação <strong>de</strong> um surto.<br />

Efeitos adversos<br />

Menos <strong>de</strong> 10% das crianças vacinadas<br />

apresentam r~ações, habitualmente entre o<br />

5Q e 12Q dia, que consistem em hipE:!rtermia<br />

branda e mais raramente ainda em erupção<br />

cutânea morbiliforme.<br />

Contra-indicações<br />

História <strong>de</strong> reação anafilática (urticá-<br />

3 ou mais <strong>do</strong>ses (incluin<strong>do</strong> DTP na infância), sen<strong>do</strong><br />

última aplicação há:<br />

-mais <strong>de</strong> 5 anos<br />

-menos <strong>de</strong> 5 anos<br />

dispnéia, e<strong>de</strong>ma <strong>de</strong> glote, hipotensão)após<br />

ingestão <strong>de</strong> ovo <strong>de</strong> galinha;<br />

Gestação;<br />

História <strong>de</strong> uso <strong>de</strong> sangue ou <strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s,<br />

incluin<strong>do</strong> gamaglobulina, nos 90 dias<br />

anteriores; caso ocorra administração <strong>de</strong>sses<br />

produtos antes <strong>do</strong> décimo quarto dia após<br />

vacinação para sarampo, convém revacinar<br />

passa<strong>do</strong>s os 90 dias.<br />

VACINAÇÃO CONTRA O TÉTANO<br />

A vacina contra o tétano é indicada<br />

para mulheres em ida<strong>de</strong> fértil (15 a 49 anos) e<br />

gestantes para prevenção <strong>do</strong> tétano neonatal,<br />

bem como imunização <strong>de</strong> outros grupos <strong>de</strong><br />

risco a partir <strong>do</strong>s 7 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> na prevenção<br />

<strong>do</strong> tétano aci<strong>de</strong>ntal. A vacinação básica<br />

<strong>de</strong> rotina é procedida com três <strong>do</strong>ses <strong>de</strong> DTP,<br />

DT/dT ou TT por via 1M (figuras 3.4 e 4.4).<br />

PREVENCÃO DA RAIVA HUMANA<br />

A raiva humana constitui-se enfermida<strong>de</strong><br />

infecciosa, <strong>de</strong> etiologia viral,transmitida<br />

pela saliva <strong>de</strong> animais infecta<strong>do</strong>s, através <strong>de</strong><br />

mor<strong>de</strong>dura ou lambedura <strong>de</strong>mucosas ou ferimentos<br />

recentes. O cão e o gato constituem<br />

os animais que mais freqüentemente estão<br />

associa<strong>do</strong>s à transmissão da raiva, daí a preo-<br />

SITUAÇÃO VACINAL PARA O TÉTANO VACINAÇÃO RECOMENDADA (dT ouTT)<br />

nenhuma <strong>do</strong>se ou duvi<strong>do</strong>sa<br />

(1) Mulheres gestantes próximas a ocasião <strong>do</strong> parto, com situação vacinal duvi<strong>do</strong>sa, não vacinadas ou que tenham história <strong>de</strong><br />

uma única <strong>do</strong>se <strong>de</strong> vacina, <strong>de</strong>vem receber uma <strong>do</strong>se <strong>de</strong> 250 UI <strong>de</strong> imunoglobulina humana antitetânica. simultaneamente<br />

com a vacinação, para estarem protegidas, e o recém-nasci<strong>do</strong>, para o tétano.<br />

(2f Caso °cparto se antecipe ao término da gestação, a 3" <strong>do</strong>se <strong>de</strong>verá ser administrada até () a 12 meses após a 2" <strong>do</strong>se<br />

Figura 3.4 -Vc7ci/1ação contra o tétano da mulher gestante<br />

1 i <strong>do</strong>se (o mais precoce possível)<br />

2i <strong>do</strong>se no 52 / 62 mês<br />

3i <strong>do</strong>se no mês 82 mês (2)<br />

<strong>do</strong>se 2i <strong>do</strong>se<br />

Ji <strong>do</strong>se no 611 / 711 mês<br />

<strong>do</strong>ses 3ê <strong>do</strong>se no 411 e 611 mês (2)<br />

1 <strong>do</strong>se <strong>de</strong> reforço entre o 4" e 6t! mês (2);<br />

nenhuma


i<strong>do</strong>sa,<br />

82 DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS -Enfoque Amazônico<br />

-<br />

VACINAÇÃO<br />

ANTERIOR<br />

nenhuma<br />

ou 1 <strong>do</strong>se<br />

2 <strong>do</strong>ses<br />

Todas as outras feridas<br />

DTP, DT, dT ou n (1)! SAT (2) / IGT<br />

3 <strong>do</strong>ses ou mais:<br />

última <strong>do</strong>se há menos<br />

<strong>de</strong> 5 anos<br />

última <strong>do</strong>se entre 5 e<br />

não<br />

não<br />

não<br />

10 anos<br />

última <strong>do</strong>se há mais<br />

não<br />

sim<br />

não<br />

<strong>de</strong> 10 anos sim<br />

sim<br />

não<br />

1 2i! 3i! 4i! i! <strong>do</strong>se dia<br />

Feridas pequenas e limpas<br />

DTP, DT, dT ou TT (1)<br />

O<br />

sim<br />

sim<br />

DTP = tríplice DT = dupla infantil dT = dupla adulto IGT = imunoglobulina antitetânica (humana) SAT = 50ro antitetânico (heterólogo)<br />

(1) Para crianças abaixo <strong>de</strong> 7 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, DPT (toxói<strong>de</strong> diftérico-tetânico associéldtn.v4lcina <strong>de</strong> coqueluche); DT ((toxói<strong>de</strong><br />

diftérico-tetânico tipo iniantil), se a vacina da coqueluche está contra-indicada, é preierível ao toxói<strong>de</strong> tetânico isola<strong>do</strong>; para<br />

maiores <strong>de</strong> 7 anos, associação dT (toxói<strong>de</strong> diftérico-tetânico tipo adulto), é a preparação mais recomendada.<br />

(2) 5.000 UI por via intramuscular após a realização <strong>de</strong> teste <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> com resulta<strong>do</strong> negativo (o teste <strong>de</strong> sensibilida<strong>de</strong> ao<br />

SAT po<strong>de</strong> ser realiza<strong>do</strong> injetan<strong>do</strong>-se por via intradérmica na face anterior <strong>do</strong> braço 0,1 ml <strong>do</strong> soro diluí<strong>do</strong> ~m solução fisiológica<br />

a 1 : 1000; o resulta<strong>do</strong> é positivo quan<strong>do</strong> 20 minutos <strong>de</strong>pois, tiver havi<strong>do</strong> no local a formação <strong>de</strong> nódulo [envolvi<strong>do</strong><br />

por halo <strong>de</strong> hiperemiaJ com diâmetro igualou maior que 10 mm). Aos indivíduos alérgicos ao SA T indicar imunoglobulina<br />

humana antitetânica (<strong>do</strong>se única <strong>de</strong> 250 UI por via intramuscular), ou administrar o SAT por méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>ssensibilização,<br />

sob orientação médica. O TT/dT e o SAT/ IGT <strong>de</strong>vem ser aplica<strong>do</strong>s em pontos anatõmicos diferentes. Sempre que a imunização<br />

passiva estiver indicada, o i<strong>de</strong>al é que seja feita com IGT (humana) <strong>de</strong> administração mais simples, <strong>de</strong> resulta<strong>do</strong>s mais<br />

consistentes e com muito menor risco <strong>de</strong> efeitos in<strong>de</strong>sejáveis. .<br />

Figura 4.4 -Imunização para o tétano em casos <strong>de</strong> ferimentos"<br />

cupação <strong>do</strong> Ministério da Saú<strong>de</strong> em vacinar Após exposição, além da atenção local<br />

regularmente toda a sua população nacional. (especialmente a cuida<strong>do</strong>sa lavagem com<br />

A imunoprevenção <strong>de</strong>ssa enfermida<strong>de</strong> é água corrente e sabão, seguida da aplicação<br />

eficiente antes e após exposição: antes <strong>de</strong> <strong>de</strong> anti-séptico virucida), vacinação ou vaciexposição<br />

é recomendada para indivíduos nação+imunização passiva (com imunoglo-que,<br />

pela ativida<strong>de</strong> que <strong>de</strong>senvolvem, estejam bulina anti-rábica [humana], ou soro hiperisujeitos<br />

a um maior risco <strong>de</strong> serem infecta<strong>do</strong>s, mune anti-rábico [heterólogo]) <strong>de</strong>vem ser<br />

como é o caso <strong>de</strong> médicos veterinários e seus emprega<strong>do</strong>s conforme a:auxiliares,<br />

pessoal <strong>de</strong> laboratório que manipu- -gravida<strong>de</strong> e local <strong>do</strong> ferimento ou<br />

Ia o vírus da raiva, pessoal que proce<strong>de</strong> medi- lambedura <strong>de</strong> mucosas/ferimentos recentes;<br />

ção <strong>do</strong> consumo <strong>de</strong> energia elétrica, água e -espécie agressora (cão/gato ou outro<br />

gás, entre outros. O esquema <strong>de</strong> vacinação animal) e condição <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> animal<br />

pré-exposição está apresenta<strong>do</strong> na figura 5.4. agressor (cão ou gato) durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

observação <strong>de</strong> no mínimo 10 (<strong>de</strong>z) dias.<br />

dia 8<br />

dia 30<br />

dia 90 (*)<br />

(*) Recomenda-se o controle sorológico após a 4a <strong>do</strong>se e<br />

anualmente: consi<strong>de</strong>ra-se como resposta imune protetora,<br />

títulos iguais ou superiores a 25 (1 :25) ou 0,5 UI/ml em prova<br />

<strong>de</strong> soroneutralização.<br />

Figura 5.4 -Vacinação pré-exposição para a raiva<br />

sim<br />

sim<br />

sim<br />

não<br />

O esquema apresenta<strong>do</strong> na figura 6.4<br />

tem servi<strong>do</strong> como um guia para indicar a<br />

maneira a<strong>de</strong>quada <strong>de</strong> proce<strong>de</strong>r a imuno-prevenção<br />

da raiva humana.<br />

CAMPANHAS/DIAS NACIONAIS DE<br />

VACINAÇÃO<br />

Constituem-se numa ação temporal<br />

com objetivo específico, ten<strong>do</strong> uma abran-


hadura edura<br />

Arranhadura<br />

IMUNIZAÇÕES: ASPECTOS BÁSICOS<br />

gência limitada no tempo e visa, sobretu<strong>do</strong>,<br />

a vacinação em massa <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>terminada<br />

população, com uma ou mais vacinas.<br />

A intensa mobilização da comunida<strong>de</strong>,<br />

principalmente através <strong>do</strong>s veículos <strong>de</strong> comu-<br />

nicação <strong>de</strong> massa e também da ampliação <strong>do</strong><br />

número <strong>de</strong> postos, faz com que a vacina fique<br />

mais próxima da população, com o objetivo<br />

<strong>de</strong> alcançar altos índices <strong>de</strong> cobertura vacinal.<br />

É uma estratégia eficaz para conseguir<br />

a pronta interrupção da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> transmis-<br />

são <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças imunopreveníveis.<br />

No Brasil, essa estratégia foi a<strong>do</strong>tada a<br />

partir <strong>de</strong> 1980 com a introdução <strong>do</strong>s dias<br />

nacionais <strong>de</strong> vacinação contra poliomielite.<br />

Mesmo com a vacina para poliomielite estan-<br />

<strong>do</strong> disponível nos serviços <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> para uso<br />

rotineiro <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1961, a poliomielite continuou<br />

hiperendêmica até o final da década <strong>de</strong><br />

70. Nessa década, ocorreram 21.203 casos<br />

<strong>de</strong> <strong>do</strong>ença paralítica. A partir <strong>do</strong>s dias nacio-<br />

nais <strong>de</strong> vacinação realiza<strong>do</strong>s anualmente<br />

durante toda a década <strong>de</strong> 80 e com a intensi-<br />

83<br />

ficação da vacinação <strong>de</strong> rotina nos postos <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong> durante to<strong>do</strong> o ano, essa <strong>do</strong>ença pas-<br />

sou a ser efetivamente controlada, <strong>de</strong> tal<br />

forma que o último caso nacional endêmico<br />

<strong>de</strong> poliomielite ocorreu em 1989.<br />

No ano <strong>de</strong> 1992, além <strong>do</strong>s dias nacio-<br />

nais <strong>de</strong> vacinação, <strong>de</strong>u-se início à gran<strong>de</strong><br />

campanha para eliminação <strong>do</strong> sarampo, nas<br />

quais foram vacinadas milhões <strong>de</strong> crianças<br />

com ida<strong>de</strong> entre 9 meses e 14 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>,<br />

resultan<strong>do</strong> significativa redução <strong>do</strong> número<br />

<strong>de</strong> casos <strong>de</strong>ssa <strong>do</strong>ença.<br />

Consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se o alto custo financeiro<br />

e a gran<strong>de</strong> mobilização <strong>de</strong> recursos humanos,<br />

institucionais e da comunida<strong>de</strong>, a oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> uma campanha <strong>de</strong>ve ser aproveitada para<br />

administrar todas as vacinas em crianças ou em<br />

outros grupos <strong>de</strong> risco, inician<strong>do</strong> ou comple-<br />

ta"n<strong>do</strong> o esquema vacinal recomenda<strong>do</strong>.<br />

CONDiÇÃO DO ANIMAL AGRESSOR<br />

NATUREZA DA EXPOSiÇÃO<br />

CLINICAMENTE SADIO<br />

RAIVOSO, SilVESTRE,<br />

DESAPARECIDO OU SUSPEITO<br />

LEVE<br />

por por unha~ unhas<br />

lambedura <strong>de</strong> pele ferida<br />

Mor<strong>de</strong>dura única e superficial<br />

em tronco e membros (exceto'<br />

ponta <strong>de</strong> <strong>de</strong><strong>do</strong> das mãos)<br />

GRAVE<br />

lambedura da mucosa<br />

Mor<strong>de</strong>dura em cabeça, pescoço<br />

e ponta <strong>de</strong> <strong>de</strong><strong>do</strong>s das mãos<br />

Mor<strong>de</strong>dura múltipla e/ou<br />

profunda em qualquer parte <strong>do</strong><br />

corpo<br />

Observar o animal. Se estiver' Aplicar uma <strong>do</strong>se diária <strong>de</strong> vaci-<br />

sadio no 10Q dia a contar <strong>do</strong> aci- na até completar 7 (sete) + refor-<br />

<strong>de</strong>nte, encerrar o caso; se o ani- ço no 1 OQ e outro no 20Q dia após<br />

mal se tornar raivoso, morrer ou a 7i! <strong>do</strong>se.<br />

<strong>de</strong>saparecer durante o perío<strong>do</strong>,<br />

aplicar o seguinte tratamento:<br />

.uma <strong>do</strong>se diária <strong>de</strong> vacina até<br />

completar 7 (sete) + uma <strong>do</strong>se <strong>de</strong><br />

reforço no 10Q e outra no 20Q dia<br />

após a 7i! <strong>do</strong>se.<br />

Aplicar uma <strong>do</strong>se <strong>de</strong> vacina no Aplicar soro hiperimune anti-<br />

111, 32 e 511 dias a contar <strong>do</strong> aci- rábico + uma <strong>do</strong>se diária <strong>de</strong> vaci-<strong>de</strong>nte.<br />

Observar o animal; se esti- na até completar 10 (<strong>de</strong>z) e ainda<br />

ver sadio no 102 dia a contar <strong>do</strong> uma <strong>do</strong>se <strong>de</strong> reforço no 10Q, 202<br />

aci<strong>de</strong>nte, encerrar o caso; se o e outra no 3011 dia a contar da 10i!<br />

animal se tornar raivoso, morrer <strong>do</strong>se.<br />

ou <strong>de</strong>saparecer durante o perío-<br />

<strong>do</strong>, aplicar o seguinte tratamento:<br />

1. soro anti-rábico hiperimune;<br />

2. vacinação anti-rábica diária<br />

até completar 10 <strong>do</strong>ses + reforços<br />

no 1011, 20Q e 3011 dias após a 10i!<br />

<strong>do</strong>se.<br />

Figura 6.4 -Imunoprofilaxia da raiva humana após exposição


84 DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS-Enfoque Amazônico<br />

É importante ressaltar que, apesar da<br />

gran<strong>de</strong> abrangência das campanhas, a estra-<br />

tégia da vacinação <strong>de</strong> rotina continua sen<strong>do</strong><br />

a base <strong>do</strong> sucesso <strong>do</strong> controle <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças<br />

itnunopreveníveis, necess1tan<strong>do</strong> ser cada vez<br />

mais incrementada para atingir o objetivo <strong>de</strong><br />

vacinar to<strong>do</strong>s os suscetíveis.<br />

VACINAÇÃO DE GRUPOS/<br />

SITUAÇÕES ESPECIAIS<br />

'Muitos outros imunobiológicos, além<br />

<strong>do</strong>s incluí<strong>do</strong>s nos esquemas anteriores (agentes<br />

imunizantes ditos básicos), foram <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s<br />

e estão disponívels para uso conforme<br />

a indicação particular <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>fes.<br />

O Programa Amplia<strong>do</strong> <strong>de</strong> Imurnzações da<br />

Organização Mundial <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> tem recomenda<strong>do</strong><br />

a inclusão <strong>de</strong> algumas vacinas no<br />

esquema básico <strong>de</strong> vacinação infantil e tam'bém<br />

para adultos, conforme a capacida<strong>de</strong><br />

financeira <strong>de</strong> cada país para os seus programas<br />

<strong>de</strong> imunizações.<br />

O Programa Nacional <strong>de</strong> Imunizações<br />

já tem utiliza<strong>do</strong> rotineiramente a vacinação<br />

contra a hepatite B em crianças <strong>de</strong> até 1 ano<br />

<strong>de</strong> ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> toda a região Amazônica e <strong>de</strong><br />

outros grupos <strong>de</strong> maior risco, como adultos<br />

<strong>de</strong> áreas hiperendêmicas, profissionais da<br />

área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, drogaditos, prostitutas, homo/<br />

bissexuais masculinos, entre outros.<br />

A vacina tríplice viral (sarampo+rubéola+caxumba),<br />

constituinte <strong>do</strong> esquema básico<br />

rotineiro <strong>de</strong> países <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong>s, vem<br />

sen<strong>do</strong> incluída no lugar da segunda <strong>do</strong>se da<br />

vacrnação contra o sarampo em programas<br />

estaduais <strong>de</strong> imunização <strong>de</strong> vários Esta<strong>do</strong>s<br />

brasileiros, constituin<strong>do</strong>-se etapa importante<br />

para a sua universalização nacional.<br />

A vacina contra a febre amarela é recomendada<br />

rnternacionalmente e pelo<br />

Ministérro da Saú<strong>de</strong> brasileiro para todas as<br />

pessoas resi<strong>de</strong>ntes em áreas endêmicas, nas<br />

qu~is a nossa região Amazônica se inclui,<br />

constituin<strong>do</strong>-se vacinação rotineira incluída<br />

no Programa Estadual <strong>de</strong> Imunizações <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> <strong>Pará</strong>.<br />

Alguns imunobiológicos especiais (que<br />

pelo/seu eleva<strong>do</strong> custo não po<strong>de</strong>m ser distri-<br />

buí<strong>do</strong>spara toda a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> vacinação) como<br />

as vacinas pneumocócica-23, influenza<br />

(gripe) AB, pólio inativada, anti-rábica obtida<br />

em cultura celular, hemófilos b e as imuno-<br />

globulinas antivaricela/zoster, anti-hepatite<br />

B, anti-ráb.ica e antitetânica, estão disponfveis<br />

no CRIE-<strong>Pará</strong>, para serem utilizadas <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong> critérios preestabeleci<strong>do</strong>s nacionalmente<br />

para essas unida<strong>de</strong>s especiais.<br />

Outras vacinas, como as <strong>de</strong> varicela,<br />

hepatite A, rubéola e caxumba ainda só<br />

po<strong>de</strong>m ser encontradas em institurções privadas<br />

e <strong>de</strong>vem, sempre que possível e <strong>de</strong> acor<strong>do</strong><br />

com suas indicações, ser utilizadas.<br />

EFEITOS ADVERSOS -<br />

DAS VACINAÇOES EM GERAL<br />

Face ao maior número <strong>de</strong> crianças<br />

vacinadas e sensibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s profissionais<br />

para <strong>de</strong>tectar efeitos in<strong>de</strong>sejáveis relaciona<strong>do</strong>s<br />

à vacinação, nestes últimos 5 anos têm<br />

ocorri<strong>do</strong> avanços significativos, tanto no<br />

diagnóstico como no controle e tratamento<br />

<strong>de</strong>sse tipo <strong>de</strong> evento.<br />

Mesmo com vacinas produzidas sob as<br />

mais rigorosas condições, purificadas e<br />

administradas com critério, reações adversas<br />

constituem questão incômoda mas quase<br />

insignificante quan<strong>do</strong> comparadas aos fabu-<br />

losos benefícios que as vacinações têm.trazi-<br />

<strong>do</strong> para a humanida<strong>de</strong>. Sua ocorrência está<br />

vinculada à peculiarida<strong>de</strong> <strong>do</strong> produto e à<br />

natureza imune e alérgica <strong>do</strong> receptor. A<br />

maioria das reações são apenas <strong>de</strong>sconfortá-<br />

veis, autolimitadas e <strong>de</strong> curta duração: um a<br />

<strong>do</strong>is dias. Algumas vezes, entretanto, esses<br />

eventos po<strong>de</strong>m representar grave enfermida-<br />

<strong>de</strong> e até o óbito, principalmente quan<strong>do</strong><br />

ocorrem em imuno<strong>de</strong>ficientes ou alérgicos a<br />

componentes da vacina.<br />

Freqüentemente os efeitos colaterais<br />

da vacinação a ela são associa<strong>do</strong>s temporalmente,<br />

contu<strong>do</strong> esse critério, por si só, não é<br />

suficiente. A avaliação criteriosa clínica e<br />

laboratorial é necessária para a fundamenta~<br />

ção diagnóstica <strong>de</strong>ssas situações.<br />

Em 1991 a Coor<strong>de</strong>nação Nacional <strong>de</strong><br />

Imuniz:ações e Auto-suficiência em Imuno-


IMUNIZAÇÕES: ASPECTOS BAslCOS 85<br />

biológicos (CIAI) propôs a implantação <strong>de</strong> um<br />

sistema nacional <strong>de</strong> vigilância e controle <strong>do</strong>s<br />

efeitos adversos das vacinações, responsável<br />

pela notificação e investigação <strong>do</strong>s casos.<br />

CONTRA-INDICAÇÕES DAS V ACINA-<br />

ÇÕES<br />

As vacinas que dispomos hoje em dia<br />

para uso corrente são muito seguras, mas não<br />

completamente. Os benefícios são incontes-<br />

táveis,mas reações in<strong>de</strong>sejáveis estão asso-<br />

ciadas a todas as vacinas, algumas mais,<br />

outras menos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> reações muito brandas,<br />

banais e passageiras até situações gravíssi-<br />

mas, felizmente, extremamente raras.<br />

Por causa <strong>de</strong>ssas <strong>de</strong>sagradáveis possi-<br />

bilida<strong>de</strong>s, algumas vezes as vacinações<br />

<strong>de</strong>vem ser temporária ou permanentemente<br />

contra-indicadas, sempre consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong>-se o<br />

binário risco-benefício. Esses raros impedimentos<br />

à vacinação fundamentam-se em<br />

fatos cientificamente comprova<strong>do</strong>s e em pos-<br />

sibilida<strong>de</strong>s teóricas relativas à eventualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> efeitos adversos graves:<br />

IMUNODEFICIÊNCIAS<br />

Sejam congênitas ou adquiridas, permanentes<br />

ou temporárias, constituem contraindicação<br />

para vacinação com vacina viva<br />

(BCG, sarampo, caxumba, vacina oral para<br />

poliomielite, rubéola, febre amarela; a vacina<br />

<strong>de</strong> varicela é exceção). Tal cuida<strong>do</strong> relaciona-se<br />

à possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> que os germes<br />

atenua<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ssas vacinas (pela sua virulência<br />

residual, <strong>de</strong>stituída <strong>de</strong> importância significativa<br />

para indivíduos normo-imunes), pos~<br />

sam vir a produzir, no imuno<strong>de</strong>ficiente, as<br />

<strong>do</strong>enças (algumas vezes letais) que estavam<br />

indicadas evitar.<br />

Assim, sempre que houvercomprometimento<br />

da resposta imune, como nos indivíduos<br />

com <strong>do</strong>enças neoplásicas, SIDA, lúpus<br />

eritematoso, artrite reumatói<strong>de</strong> juvenil,<br />

<strong>do</strong>ença slstêmica grave ou <strong>de</strong>bilitante, ou<br />

sob tratamento com corticosterói<strong>de</strong>s, agentes<br />

alquilantes, antimetabólitos e radioterapia, e<br />

também os esplenectomiza<strong>do</strong>s nos três anos<br />

segutntes à esplenectomia, não <strong>de</strong>vem receber<br />

vacinas vivas.<br />

Não existem contra-indicações para<br />

vacinas não-vivas, como as para o tétano,difteria,<br />

coqueluche, vacina inativada para<br />

poliomielite, hemófilos, influe'nza, pneu mocócica,<br />

hepatite B e febre tifói<strong>de</strong>, que <strong>de</strong>vem<br />

ser administradas rotineiramente, embora<br />

com a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> resposta reduzida.<br />

HIPERSENSIBILIDADE A COMPONENTES<br />

VACINAIS<br />

Po<strong>de</strong>m constituir importante contraindicação.<br />

Vacinas preparadas em cultura <strong>de</strong><br />

embrião <strong>de</strong> galinha apresentam traços <strong>de</strong><br />

proteínas <strong>de</strong> ovo; indivíduos alérgicos a ovo<br />

não <strong>de</strong>vem receber essas vacinas, sob o ri~co<br />

<strong>de</strong> manifestarem reação anafilática. O<br />

mesmo <strong>de</strong>ve ser observa<strong>do</strong> em relação à<br />

neomicina ou ao timerosa\ encontra<strong>do</strong>s em<br />

pequena quantida<strong>de</strong> na maioria das vacinas<br />

e <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s a inibir o crescimento <strong>de</strong> bactérias<br />

contaminantes.<br />

DOENÇA FEBRil AGUDA<br />

Com hipertermia elevada e comprome-timento<br />

<strong>do</strong> esta<strong>do</strong> geral, recomenda adiar a<br />

vacinação, seja para evitar somar ao <strong>de</strong>sconfortodaenfermida<strong>de</strong><br />

o da aplicação da vacina,<br />

seja para evitar confusão entre o quadro<br />

clínico da <strong>do</strong>ença e eventuais reações da<br />

vacinação e também pela possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

prejuízo da resposta imune à vacinação na<br />

intercorrência <strong>de</strong> alteração imunológica<br />

<strong>de</strong>terminada pela enfermida<strong>de</strong>.<br />

GRAVIDEZ<br />

Embora não ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> <strong>de</strong>scritos casos<br />

<strong>de</strong> malformações congênitas atribuídas às<br />

vacinações <strong>de</strong> uso corrente, inclusive a <strong>de</strong><br />

rubéola, continua em vigor a recomendação<br />

<strong>de</strong> não se usar vacinas vivas durante a gesta-<br />

ção, especialmente no primeiro trimestre,<br />

perío<strong>do</strong> em que o risco <strong>de</strong> teratogêhese é<br />

maior.


86<br />

USO DE SANGUE E HEMODERIV ADOS<br />

Para indivíduos que tenham recebi<strong>do</strong><br />

sangue e hemo<strong>de</strong>riva<strong>do</strong>s, inclusive imunoglo-<br />

bulinas humanas, <strong>de</strong>ve-se observar um inter-<br />

valo <strong>de</strong> três meses para aplicação <strong>de</strong> vacina<br />

<strong>de</strong> vírus vivo, especialmente as <strong>de</strong> sarampo,<br />

rubéola e caxumba, uma vez que o vírus vaci-<br />

nal po<strong>de</strong> ser inibi<strong>do</strong> e não produzir o efeito<br />

imunizante <strong>de</strong>seja<strong>do</strong>. Esse fato não tem si<strong>do</strong><br />

observa<strong>do</strong> com as vacinas oral para poliomie-<br />

lite e <strong>de</strong> febre amarela. Da mesma forma, indi-<br />

víduos vacina<strong>do</strong>s com vacinas <strong>de</strong> vírus vivo,<br />

<strong>de</strong>vem aguardar duas semanas para recebe-<br />

rem produtos à base <strong>de</strong> sangue. Vacinas inati-<br />

vadas po<strong>de</strong>m ser administradas simultanea-<br />

mente com imunoglobulinas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que apli-<br />

cadas em áreas anatõmicas diversas.<br />

VACINAÇÕES NAS TRÊS SEMANAS ANTE-<br />

RIORES<br />

Po<strong>de</strong>m comprometer o resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

nova vacinação com vírus vivo, administrada<br />

neiramente saudável;<br />

-reação prévia à <strong>do</strong>se <strong>de</strong> vacina DTP<br />

que envolva somente reação local (<strong>do</strong>r, ver-<br />

melhidão ou inflamação) e/ou hipertermia<br />

inferior a 399C;<br />

-corticoterapia nas <strong>do</strong>ses habituais,<br />

(menos <strong>de</strong> 2mg/kg/dia) <strong>de</strong>crescentes e <strong>de</strong> ciclo<br />

curto (até duas semanas), ou, <strong>de</strong> longa dura-<br />

ção com <strong>do</strong>ses baixas em dias alterna<strong>do</strong>s;<br />

-antibioticoterapia;<br />

-<strong>de</strong>snutrição;<br />

-<strong>do</strong>enças alérgicas (exceto se houver<br />

alergia a componentes vacinais);<br />

-<strong>do</strong>enças <strong>de</strong> pele, principalmente<br />

impetigo, escabiose e eczemas;<br />

-história pregressa <strong>de</strong> coqueluche, dif-<br />

teria, tétano, poliomielite, sarampo e outras<br />

<strong>do</strong>enças preveníveis por vacinação;<br />

-vacinação anti:.rábica em curso;<br />

-<strong>do</strong>ença neurológica estável intercor-<br />

rente (convulsão controlada, por exemplo)<br />

ou pregressa com seqüela presente;<br />

-convalescença <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças (particu-<br />

larmente importante para crianças que rece-<br />

nesse perío<strong>do</strong>. Vacinas vivas e algumas não-vivas bem alta hospitalar, quan<strong>do</strong> <strong>de</strong>vem ter atua-<br />

são elicia<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> interferon que é capaz<br />

<strong>de</strong> inativar o vírus vacinal antes que esse<br />

possa produzir efeito imunogênico. Portanto,<br />

procedimento correto, é não promover vaci-<br />

nação com vírus vivo em espaçamento menor<br />

que um mês em relação à vacinação anterior,<br />

sob risco <strong>de</strong> não obter imunida<strong>de</strong>.<br />

Muitas das contra-indicações observa-<br />

das no passa<strong>do</strong> eram empíricas e sem funda-<br />

mentação científica. A enorme experiência<br />

com vacinação acumulada no mun<strong>do</strong> to<strong>do</strong> -<br />

bilhões <strong>de</strong> pessoas vacinadas, durante <strong>de</strong>ze-<br />

nas <strong>de</strong> anos -têm <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> não corres-<br />

pon<strong>de</strong>rem à realida<strong>de</strong>, não trazem benefí-<br />

cios, ao contrário, têm si<strong>do</strong> um obstáculo ao<br />

alcance da meta <strong>de</strong> proteger todas as crian-<br />

ças (e também adultos) das <strong>do</strong>enças prevení-<br />

veis por vacinação. Portanto, não constituem<br />

contra-i nd i cações..<br />

As falsas contra-indicações mais fre-<br />

qüentes são as seguintes:<br />

-<strong>do</strong>ença aguda benigna com ou sem<br />

hipertermia, sobressain<strong>do</strong>-se resfria<strong>do</strong>s<br />

comuns e diarréias brandas, em criança roti-<br />

liza<strong>do</strong> o seu calendário <strong>de</strong> vacinação);<br />

-prematurida<strong>de</strong> (a ida<strong>de</strong> apropriada<br />

para a vacinação <strong>de</strong> crianças prematuras é a<br />

ida<strong>de</strong> cronológica usual; <strong>do</strong>ses vacinais não<br />

<strong>de</strong>vem ser reduzidas para crianças prematuras);<br />

-gestação da mãe ou outro contato<br />

<strong>do</strong>miciliar;<br />

-exposição recente a uma <strong>do</strong>ença<br />

contagiosa;<br />

Ater-se a condutas restritivas não fun-<br />

damentadas cientificamente é procedimento<br />

<strong>de</strong>plorável que <strong>de</strong>ve ser aban<strong>do</strong>na<strong>do</strong>. A regra<br />

<strong>do</strong> "vacinar é mais importante" <strong>de</strong>ve pre<strong>do</strong>-<br />

minar.<br />

Cerca <strong>de</strong> 2/3 das crianças nascidas em<br />

to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>,. a cada ano, tem si<strong>do</strong> vacina-<br />

das com as 4 vacinas <strong>do</strong> Programa Amplia<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> Imunizações: BCG, DTP, pólio e sarampo.<br />

Isto significa um gran<strong>de</strong> avanço, pois repre-<br />

sentam cerca <strong>de</strong> três milhões <strong>de</strong> crianças que<br />

a cada ano <strong>de</strong>ixam <strong>de</strong> morrer e igual número<br />

que <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> sofrer seqüelas das <strong>do</strong>enças pro-<br />

duzidas pelas <strong>do</strong>enças que essas vacinas pre-<br />

vinem. Contu<strong>do</strong>, 1/3 das crianças que nas-


IMUNIZAÇÕES: A~PECTOS BÁSICOS<br />

cem to<strong>do</strong> ano, ainda não têm ti<strong>do</strong> oportuni-<br />

da<strong>de</strong> <strong>de</strong> serem vacinadas, o que se traduz em<br />

mais <strong>de</strong> um milhão <strong>de</strong> óbitos e igual número<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>ficientes que po<strong>de</strong>riam ser evita<strong>do</strong>s se<br />

as vacinas fossem empregadas.<br />

Por que essas crianças não têm si<strong>do</strong><br />

vacinadas? Geralmente porque as oportuni-<br />

da<strong>de</strong>s <strong>de</strong> vacinar não têm si<strong>do</strong> conveniente-<br />

mente aproveitadas. São o que se convencio-<br />

nou chamar <strong>de</strong> "oportunida<strong>de</strong>s perdidas <strong>de</strong><br />

vacinação" .<br />

Em senti<strong>do</strong> abrangente, <strong>de</strong>fine-se oportunida<strong>de</strong><br />

perdida <strong>de</strong> vacinação como toda<br />

circunstância na qual um indivíduo (criança,<br />

gestante, adulto, enfermo crônico, i<strong>do</strong>so<br />

etc.), ao ter contato com um serviço ou pro-<br />

fissional <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ter sua condição<br />

vacinal avaliada e, se indica<strong>do</strong>, atualizada,<br />

<strong>de</strong> tal forma que seja manti<strong>do</strong> protegi<strong>do</strong> para<br />

as <strong>do</strong>enças imunopreveníveis.<br />

Nem sempre todas as vacinas <strong>de</strong>scober-<br />

tas e produzidas comercialmente estão dispo-<br />

níveis regularmente, mas, certamente, as vaci-<br />

nas <strong>do</strong> Programa Nacional <strong>de</strong> Imunizações, as<br />

quatro para crianças e o tétano para gestantes,<br />

pelo menos estas, existem sempre ~ qual-<br />

quer unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vacinação pública ou priva-<br />

da e não se justifica que alguma criança ou<br />

gestante <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> recebê-Ias.<br />

Estu<strong>do</strong>s leva<strong>do</strong>s a efeito em diversos<br />

países americanos têm aponta<strong>do</strong>,. <strong>de</strong> forma<br />

sistemática, as seguintes causas como as mais<br />

expressivas <strong>de</strong> "oportunida<strong>de</strong>s perdidas":<br />

Falsas contra-indicações<br />

Constituem a causa mais relevante e,<br />

<strong>de</strong>ntre elas, se rncluem resfria<strong>do</strong>s, tosse,<br />

vômitos e/ou diarréias comuns. Nessas situa-<br />

ções, o pessoal <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> não promove vaci-<br />

nação, argumentan<strong>do</strong> que produz e potencia<br />

reações e que a vacina "não se absorve" o<br />

que constitui procedimento incorreto.<br />

Isto implica a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> conhecer<br />

as verda<strong>de</strong>iras contra-indicações e convencer<br />

o pessoal <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> para aproveitar todas as<br />

oportunida<strong>de</strong>s para vacinar. A regra é vacinar.<br />

Atitu<strong>de</strong> <strong>do</strong> pessoal<br />

Constitui-se na segunda causa mais<br />

importante e incluem as seguintes condições:<br />

não pensar na vacinação durante as visitas <strong>de</strong><br />

rotina; não perguntar aos clientes sobre suas<br />

vacinações; não examinar o seu cartão <strong>de</strong><br />

vacinações; não ter um registro vacinal <strong>de</strong><br />

cada indivíduo; não estimular atualização <strong>do</strong><br />

cartão <strong>de</strong> registro <strong>de</strong> vacinações; não oferecer<br />

vacinas, mesmo que tenha qúe abrir um fras-<br />

co multi<strong>do</strong>se para vacinar uma única pessoa<br />

(mais vale per<strong>de</strong>r vacinas que a oportunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> vacinar uma única pessoa).<br />

Inverter to<strong>do</strong>s esses "não" para "sim" é<br />

o procedimento correto e que <strong>de</strong>ve ser a<strong>do</strong>-<br />

ta<strong>do</strong> e estimula<strong>do</strong>.<br />

Organização <strong>do</strong>s serviços<br />

Constitui outro aspecto que tem si<strong>do</strong><br />

causa <strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>vacinação.<br />

Um serviço que não tem vacinas<br />

ou que não cuida para que suas vacinas este-<br />

jam atualizadas e convenientemente refrige-<br />

radas, que não renova regularmente seus<br />

estoques, que ora tem, ora não tem ou que<br />

tem dias especiais para certas vacinações,<br />

que <strong>de</strong>mora muito para aten<strong>de</strong>r ou aten<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

malgra<strong>do</strong> os seus clientes,.constitui obstácu-<br />

lo real à meta <strong>de</strong> vacinar a to<strong>do</strong>s.<br />

To<strong>do</strong>s os obstáculos <strong>de</strong>vem ser removi-<br />

<strong>do</strong>s para que não se perca uma única opor-<br />

tunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vacinar uma só pessoa que seja.<br />

Recusa da vacinação<br />

Por parte da população não se consti-<br />

tui impedimento comum, apesar <strong>de</strong> ser cita-<br />

<strong>do</strong> freqüentemente pelo pessoal <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>.<br />

Eventualmente, alguma mãe que não quer<br />

ver seu filhinho chorar, ou um adulto que<br />

tem me<strong>do</strong> <strong>de</strong> sentir <strong>do</strong>r, quan<strong>do</strong> convenien-<br />

temente orienta<strong>do</strong>s e estimula<strong>do</strong>s, concor-<br />

dam com a vacinação.<br />

Que nenhuma criança ou adulto <strong>de</strong>ixe<br />

<strong>de</strong> ser vacina<strong>do</strong>, pelo menos as vacinas básicas<br />

<strong>do</strong> PNI, é um propósito que cada profissional<br />

<strong>de</strong> saú<strong>de</strong>, especialmente médicos, <strong>de</strong>vem assumir<br />

consigo mesmos. A vacinação é o recurso<br />

mais simples e efetivo que a humanida<strong>de</strong> dis-<br />

põe para evitar <strong>do</strong>enças, mas precisa ser utiliza<strong>do</strong>.<br />

Uma criança ou um adulto que a<strong>do</strong>eça ou<br />

morra <strong>de</strong> <strong>do</strong>ença preven íve I por vacinação<br />

constitui fato grave que não <strong>de</strong>ve ocorrer. Não<br />

vacinar, não interessar-se pela vacinação <strong>de</strong><br />

seus clientes, não é compatível com profissio-<br />

nais da área <strong>de</strong> saú<strong>de</strong>. É anti-ético.<br />

87


Mulheres Viajantes Recém-nasci<strong>do</strong>s<br />

INa Mulher ICOntatos Pacientes Contatos<br />

88 DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS~_Enfoque Amazônico<br />

IMUNIZAÇÃO PASSIVA hiperimunes heterólogos (Sh) (exemplo: soro<br />

anti-rábico produzi<strong>do</strong> em cavalos para imu-<br />

o aproveitamento artificial da imuni-<br />

zação passiva se faz através da transferência<br />

<strong>de</strong> anticorpos (imunoglobulinas) <strong>de</strong> um orga-<br />

nismo imuniza<strong>do</strong> para outro sensível. Esses<br />

anticorpos po<strong>de</strong>m ser originários <strong>de</strong> indiví-<br />

duos da mesma espécie (imunização passiva<br />

homóloga) -no caso humano: imunoglobulinas<br />

(Ig) humanas ~ ou <strong>de</strong> espécie diferente<br />

(imunização passiva heteróloga) -soros<br />

Agente/ Afecção Usuários preparação<br />

(1,2) !<br />

HEPATITE A<br />

HEPATITE<br />

não A não B<br />

HEPATITE B<br />

familiares/Surtos institucionafs institucionais<br />

expostos a condições anti-higiênicas<br />

Exposição percutânea ou mucosa (4)<br />

Recém-nasci<strong>do</strong>s <strong>de</strong> mães HBsAg(+)(4)<br />

nizar um indivíduo humano). Na figura 7.4<br />

são apresenta<strong>do</strong>s oportunida<strong>de</strong>s em que a<br />

imunização passiva artificial proce<strong>de</strong> como<br />

recurso preventivo <strong>de</strong> inestimável valor.<br />

A natureza dispõe da imunização pas;.<br />

siva como o primeiro recurso para a proteção<br />

<strong>do</strong> recém-nasci<strong>do</strong> contra agentes infecciosos.<br />

A mãe, no <strong>de</strong>correr da vida, através <strong>de</strong><br />

experiências infecciosas, origina a<strong>de</strong>quada<br />

Dose(3)<br />

Ig O,O2ml/Kg<br />

O,Q2-0,O5ml/Kg<br />

cada 4 meses<br />

O,O5ml/Kg<br />

,<br />

(1) Ig = imunoglobulina (humana); tgHB = imunoglobulina anti-hepatite B; IgVZ ou ZIG = imunoglobulina antivaricela-zoster;<br />

IgR = imunoglobulina anti.-râbica; ShR = soro hiperimune (heter610go) anti-râbico; IgT = imunoglobulina antitetânica; AtT<br />

= antitoxina tetânica (ou SAT = soro antitetânico); IgRh = imunoglobulina anti fator Rhesus<br />

(2) Também têm si<strong>do</strong> utilizadasimunoglobulinas hiperimunes (humanas) para a profilaxia da caxumba e para a profilaxia e tratamento<br />

da coqueluche; por falta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s conclu<strong>de</strong>ntes, não estão incluídas ne~tasnormas.<br />

(3) Doses baseadas na administraçãointramuscular <strong>de</strong> preparações a 16,5%, que correspon<strong>de</strong>m às das preparações comerciílis<br />

disponíveis no Brasil<br />

(4) Administrar a vacina concomitantemente.<br />

(5) Preferir aimunoglobulina humana ao soro heter61.0go<br />

(6) IgHB, IgVZ e IgR -não disponíveis comercial!T1ente no Brasil,Figura<br />

7.4 -Uso apropria<strong>do</strong> da imunoglobulina humana e <strong>do</strong> soro hiperimune na prevenção <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças<br />

Ig<br />

Ig<br />

IgHB(6)<br />

IgHB(6)<br />

Emprego<br />

Recomenda<strong>do</strong>yJ.y~~<br />

Reco!Jlenda<strong>do</strong><br />

p/ prevençã~<br />

Opcional<br />

p/ prevenção<br />

O,O5-0,O7ml/Kg Recomenda<strong>do</strong><br />

pl prevenção<br />

O,O5ml/Kgao<br />

nascer<br />

Recomenda<strong>do</strong><br />

p/ prevenção<br />

não imunes expostas no 12 trimestreue Ig Opcional<br />

RUBÉOLA 20ml<br />

gestação<br />

p/ prevenção<br />

v ARICELN<br />

ZOSTER<br />

contactantes <strong>de</strong> casos agu<strong>do</strong>s<br />

IgVZ(6)<br />

15-25U/Kg<br />

(mínimo 12~U)<br />

Menores <strong>de</strong> 1 ano ou imuno<strong>de</strong>ficientes expos-tos Ig<br />

SARAMPO<br />

a casos agu<strong>do</strong>s<br />

O,25-0,5ml/Kg<br />

RAIVA<br />

TFrANO<br />

ISOIMUNIZA.<br />

çÃO Rh<br />

I:xposlçao percutanea ou mucosa<br />

imuno<strong>de</strong>ficientes(4)<br />

Indivíduos sob risco <strong>de</strong> raiva (ferimentos gra-<br />

Ives/animais raivosos ou suspeitos)(4)<br />

ocorrência <strong>de</strong> ferimentos tetanígenos em<br />

indivíduos não imuniza<strong>do</strong>s ou incompletamen-<br />

Te vacina<strong>do</strong>s<br />

Rh(D)(-):1.<br />

ao dar à luz filho Rh(+)<br />

2. ao interromper gravi<strong>de</strong>z produzida por<br />

homem Rh(+)<br />

1<br />

IgR(6) ou<br />

ShR(5)<br />

IgT ou AtT<br />

(5)<br />

IgRh<br />

20UI/Kg<br />

40UI/Kg<br />

250-500UI<br />

5.000 VI<br />

300mcg<br />

Recomenda<strong>do</strong><br />

pl prevenção<br />

I


IMUNIZAÇÕES: ASPECTOS BÁSICOS<br />

resposta imune com produção <strong>de</strong> anticorpos<br />

que, durante a gravi<strong>de</strong>z, através da placenta,<br />

chegam ao organismo em gestação. Difícil<br />

seria a sobrevivência <strong>de</strong>sse novo e frágil ser<br />

não fora a resistência conferida por esses elementos<br />

<strong>de</strong> imunida<strong>de</strong>. A imunida<strong>de</strong> transferi<br />

da da mãe ao feto é dita passiva natural.<br />

Durante os primeiros meses <strong>de</strong> vida a<br />

imunida<strong>de</strong> passivamente recebida da mãe irá<br />

gradativamente sen<strong>do</strong> reduzida, protegen<strong>do</strong><br />

cada vez menos, permitin<strong>do</strong> que o bebê e a<br />

criança, através <strong>de</strong> episódios infecciosos e<br />

vacinações, <strong>de</strong>senvolva ativamente a sua<br />

própria e persistente imunida<strong>de</strong> que irá lhe<br />

acompanhar vida afora. Conquanto expressiva<br />

parcela <strong>do</strong>s organismos recém-natos<br />

assim se comportem, alguns não têm a<br />

mesma sorte, sen<strong>do</strong> venci<strong>do</strong>s pela <strong>do</strong>ença,<br />

tornan<strong>do</strong>-se <strong>de</strong>ficientes ou mesmo chegan<strong>do</strong><br />

à interrupção da vida. As vacinações <strong>de</strong>stinam-se<br />

evitar as infecções que po<strong>de</strong>riam<br />

levar a essas situações,<br />

USO DE VACINAS E<br />

IMUNOGLOBULINAS EM PESSOAS<br />

IMU NOCOMPROMETI DAS<br />

A imunocompetência <strong>de</strong> um indivíduo<br />

po<strong>de</strong> estar alterada em diferentes graus e<br />

po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>vida a variadas condições, tais<br />

como imuno<strong>de</strong>ficiências congênitas, infec-<br />

ção pelo HIV, leucemia, linfoma, neoplasia<br />

generalizada, ou terapia com agentes alqui-<br />

jantes, antimetabólitos, radiação e gran<strong>de</strong>s<br />

quantida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> corticosterói<strong>de</strong>s. Para algu-<br />

mas <strong>de</strong>ssas condições, todas as pessoas afeta-<br />

das estão severamente imunocomprometidas;<br />

89<br />

para outras, como na infecção pelo HIV, o<br />

espectro <strong>do</strong> comprometimento <strong>do</strong> sistema<br />

imune varia conforme a evolução da infecção<br />

e o grau <strong>de</strong> severida<strong>de</strong> da <strong>do</strong>ença ou o estágio<br />

<strong>do</strong> tratamento. Ao médico cabe avaliar o<br />

grau <strong>de</strong> imunocompetência <strong>de</strong> seus pacientes<br />

para indicar ou <strong>de</strong>saconselhar o uso <strong>de</strong> vacinas<br />

e/ou imunoglobu1inas.<br />

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In: Clínicas <strong>de</strong> Doenças Infecciosas da América<br />

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