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Djalma Limongi Batista - Cineclube Brasil

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14<br />

<strong>Cineclube</strong><br />

revista cineclubebrasil<br />

novembro 2004<br />

entrevista<br />

Cineclubista é pau pra toda obra. Prova disto é Leopoldo<br />

Nunes, que iniciou sua carreira cineclubista como lanterninha<br />

do <strong>Cineclube</strong> Cauim em Ribeirão Preto. Quando era chefe<br />

do gabinete da Secretaria do Audiovisual do Ministério da<br />

Cultura, assumiu interinamente o lugar de Orlando Senna, o<br />

secretário do Audiovisual (que estava de férias). Numa de<br />

suas vindas a São Paulo, no corre-corre da agenda apertada,<br />

numa tarde do fim de maio, temperatura abaixo de 15<br />

graus, falou a CINECLUBEBRASIL sobre as propostas do<br />

MinC para a área do cinema e de sua especial atenção para<br />

com o cineclubismo — bandeira defendida e fomentada por<br />

ele, desde o início da rearticulação do movimento. Pena que<br />

nosso espaço seja minguado (ah, a ditadura do espaço!).<br />

Tivemos de cortar muita coisa, mas a íntegra dessa boa<br />

conversa está em nossos arquivos e oportunamente poderá<br />

ser compartilhada com nossos leitores. Da equipe da<br />

CINECLUBEBRASIL, participaram da entrevista Diogo<br />

Gomes dos Santos, Cacá Mendes e Frank Ferreira.<br />

CINECLUBEBRASIL — Então, hoje, você é o secretário<br />

interino do Audiovisual?<br />

Leopoldo Nunes — É, mais uns dias. Meu mestre está<br />

de férias, foi pra Cannes e agora está em Lençóis (BA),<br />

descansando, garimpando e ensinando a garimpar. Nas<br />

férias, ele gosta de dar aulas, está dando um curso de<br />

roteiro, em Lençóis.<br />

CcBr — Como é ser secretário?<br />

LN — Não é fácil, não. Mas a gente está entrosado. Com<br />

uma convivência desde 1988, eu e o Orlando fomos juntos<br />

para a Secretaria e seguimos a mesma diretriz. Mesmo<br />

quando estamos os dois, a gente divide o trabalho, e já é<br />

difícil. Sozinho, fica superacumulado. Mas é um prazer, uma<br />

honra substituí-lo.<br />

CcBr — O que deve mudar na essência das leis de incentivo, a<br />

Rouanet e a do Audiovisual?<br />

LN — Na lei, não muda muita coisa. O que muda são os decretos<br />

e as regulamentações da lei. É preciso partir do princípio de que,<br />

se ficar um volume de recursos — que, teoricamente, é para se<br />

fazer a política cultural de um governo — nas mãos dos<br />

departamentos de marketing das empresas, não se está fazendo<br />

política, está se transferindo responsabilidade para as empresas.<br />

O que estamos introduzindo são medidas para aprimorar esse<br />

sistema. Antes de tudo, torná-lo mais acessível ao produtor<br />

cultural, que hoje precisa de um atravessador para inscrever e<br />

até habilitar um projeto e captar recursos. Depois, tem a<br />

habilitação aos recursos da lei e também um amplo trabalho a se<br />

fazer junto às empresas: o governo disponibiliza grande quantidade<br />

de recursos, e as empresas têm de ser trazidas para esse<br />

foto: Frank Roy<br />

o articulador<br />

leopoldo nunes<br />

projeto, têm de compartilhar com o governo a responsabilidade<br />

de fazer uma boa política cultural.<br />

CcBr — E a história dos 100% naquelas áreas privilegiadas?<br />

LN — Estamos estudando mecanismos, ali, onde as empresas<br />

que pagam o menor volume de imposto tenham os 100%,<br />

gradativamente, de acordo com a quantidade de imposto<br />

pago. Porque a empresa que paga grande volume de<br />

recurso pode, sim, colocar uma contrapartida, como era<br />

até recentemente.<br />

CcBr — Para haver o exercício da cidadania...<br />

LN — Exatamente. Porque se não é o Estado que está pagando<br />

100% da conta, emprestando para a empresa botar a sua<br />

marca, então essa é uma política de responsabilidade social.<br />

CcBr — Como você avalia o cinema brasileiro hoje, neste<br />

primeiro semestre, com vários lançamentos e uma ascensão<br />

de público de mais de 22%?

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