Djalma Limongi Batista - Cineclube Brasil

venham a ter — serão utilizadas em profusão.
Os filmes poderão ser vistos em
qualquer lugar e em qualquer momento,
possivelmente de forma gratuita, em nossas
agendas eletrônicas e em telas de
qualquer tamanho. A TV, como a conhecemos
hoje, será substituída por emissoras
muito específicas, canais
superespecializados, e a interatividade
e a realidade virtual transformarão
nossa relação com esse meio de expressão,
que, por sua vez, mudará as
nossas vidas em uma dimensão muito
superior à das inovações do século
20.
CcBr — E a outra perspectiva?
OS — É a da arte audiovisual, dos grandes
va o nosso bem. Espero e rezo paraOxumaré,
o orixá da beleza e da arte.
CcBr — Como vê o momento atual do cinema
brasileiro?
OS — É um momento agitado e promissor. De
um lado, uma produção cinematográfica
diversificada, tanto no que diz respeito à
temática como às opções de linguagem e
abordagem. Vejo um comportamento novo da
nossa cinematografia, que historicamente se
apresentava em movimentos, em “escolas”,
nos diferentes ciclos regionais das primeiras
décadas do século passado, a chanchada, a
VeraCruz, o Cinema Novo, a pornochan-
chada, etc. Essa variedade de pontos de vista dá
bons resultados no que se refere à comunicação:
havia muito tempo que nossos filmes não tinham
tanto público. De outro lado, esse novo comportamento
acontece quando novas tecnologias estão
em mutação no mercado audiovisual planetário
— e, em conseqüência, no brasileiro. Somem-se
a isto o crescimento da reação dos países periféricos
ao produto hegemônico dos Estados Unidos,
a reação dos Estados Unidos, por seu turno,
a esta situação e o estreitamento
dos enlaces do cinema com a TV.
É um momento de decisão.
redação final de Diogo Gomes dos Santos
editor CINECLUBEBRASIL
colaboraram: Dea Barbosa
Lú Cahoeira
revista cineclubebrasil
novembro 2004
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