Djalma Limongi Batista - Cineclube Brasil

evista cineclubebrasil
novembro 2004
28
Cineclube
artigo
boas novas Brasis vão se revelar
Oswaldo Faustino
Quantos Brasis há? Dezenas, centenas, milhares...
incontáveis. É o que pretende demonstrar o concurso Revelando
os Brasis, de histórias para realização de curtasmetragens,
em vídeo digital, que enfoquem pequenas comunidades.
O projeto do Ministério da Cultura, em parceria
com o Instituto Marlin Azul, visa estimular o interesse
pela produção audiovisual e formar novos realizadores,
dando oportunidade para o lançamento de olhares diferenciados
sobre o Brasil.
capa do regulamento do concurso Revelando os Brasis
A festa de lançamento do Revelando os Brasis foi no dia 11 de
agosto, na cidade baiana de Milagres — cenário de alguns
clássicos nacionais, como Os Fuzis (Ruy Guerra, Brasil, 1964,
p&b, 80 min), O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro
(Glauber Rocha, Brasil, 1969, cor, 100 min), Entre o Amor e o
Cangaço (Aurélio Teixeira, Brasil, 1965, p&b,
98 min) , Os Deuses e os Mortos (Ruy Guerra, Brasil, 1970,
cor, 97 min), Trópicos (Gianni Amico, Itália, 1969, cor, 87 min),
A Mãe do Cinema (José Umbelino Brasil e Fernado Bellis,
2000, cor, 13 min) e Central do Brasil (Walter Salles, Brasil,
1998, cor, 113 min). Além do ministro da Cultura, Gilberto Gil, e
do secretário do Audiovisual, Orlando Senna, estavam presentes
diversos artistas que participaram desses filmes. Nesse dia,
os moradores de Milagres puderam assistir ao lançamento do
curta-metragem homônimo, dirigido por Nelson Pereira dos Santos
e contracenado por eles.
Para frustração da grande maioria dos interessados em
atividades audiovisuais, o projeto tem limitações: não exige
experiência anterior, mas só podem participar brasileiros e
brasileiras de no mínimo 18 anos completos e residentes em
municípios com até 20 mil habitantes. É exatamente isso,
porém, que pode dar resultados surpreendentes e proporcionar
a oportunidade de se conhecer histórias, culturas e
cenários talvez jamais revelados.
Serão beneficiadas as 40 histórias mais criativas, e seus autores
poderão realizá-las. A falta de experiência anterior não será
empecilho, pois todos os autores selecionados vão participar de
um curso de formação para realizadores, em três etapas:
primeira, formação básica para roteiristas, no Centro Técnico
Audiovisual (CTAv), no Rio de Janeiro; depois, captação de
imagens, nos municípios de origem; e, por fim, de volta ao
CTAv, edição e finalização. As duas primeiras etapas duram
seis dias cada uma; a última, sete. Por enquanto, os nomes dos
integrantes da comissão de especialistas que selecionará as 40
histórias e dos profissionais que vão ministrar o curso de
formação e orientar a finalização não foram divulgados.
Toda a infra-estrutura para a participação dos selecionados —
transporte, hospedagem, alimentação, equipamento de captação
e de edição digital e serviços — fica por conta da organização.
As datas originais foram alteradas devido ao adiamento
das inscrições. Mas, originalmente, os vídeos de até 15 minutos
deveriam estar concluídos até março de 2005.
Serão apenas 40 Brasis sendo revelados. Mas os concorrentes
selecionados, com certeza, viverão uma experiência tão
inédita quanto inesquecível.
A Secretaria do Audiovisual e o Centro Técnico Audiovisual são
os braços do Ministério da Cultura nesta parceria com o Instituto
Marlin Azul. Outras informações sobre o concurso, que tem
apoio do Banco do Nordeste e da Radiobras, podem ser obtidas
no site www.revelandoosbrasis.com.br.
Oswaldo Faustino
Jornalista e roteirista