Download do Caderno de Resumos - anpuh - Associação Nacional ...
Download do Caderno de Resumos - anpuh - Associação Nacional ...
Download do Caderno de Resumos - anpuh - Associação Nacional ...
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE HISTÓRIA – ANPUH<br />
SEÇÃO REGIONAL DO CEARÁ – ANPUH CEARÁ<br />
<strong>anpuh</strong>_ceara@yahoo.com.br<br />
X ENCONTRO ESTADUAL DE HISTÓRIA<br />
HISTÓRIA: EXPERIÊNCIAS E SABERES<br />
FORTALEZA-CE, 22 A 26 DE JULHO DE 2006.<br />
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE<br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 2
<strong>Associação</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> História – ANPUH CEARÁ<br />
Diretoria Gestão 2005-2006<br />
PRESIDENTE – Edmilson Alves Maia Júnior<br />
VICE-PRESIDENTE – Gleudson Passos Car<strong>do</strong>so<br />
SECRETARIO GERAL – Diocleciana Paula da Silva<br />
1º SECRETARIO – Francisco Egberto <strong>de</strong> Melo<br />
2º SECRETARIO – Alênio Carlos Noronha Alencar<br />
1º TESOUREIRO – Régia Agostinho<br />
2º TESOUREIRO – Manoel Coelho<br />
CONSELHEIRA – Ana Carla Sabino Fernan<strong>de</strong>s<br />
Comissão Organiza<strong>do</strong>ra<br />
Diretoria da ANPUH-CE (Gestão 2005/2006)<br />
Ana Carla Sabino Fernan<strong>de</strong>s<br />
Cristiane Lima<br />
Evilásio Barbosa <strong>de</strong> Oliveira<br />
Meize Regina <strong>de</strong> Lucena Lucas<br />
Editor Responsável<br />
Alênio Carlos Noronha Alencar<br />
Apoio<br />
<strong>Associação</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> História – ANPUH<br />
Curso <strong>de</strong> História da Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>do</strong> Ceará – UECE<br />
Departamento <strong>de</strong> História da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Ceará – UFC<br />
Departamento <strong>de</strong> História da Universida<strong>de</strong> Regional <strong>do</strong> Cariri – URCA<br />
Curso <strong>de</strong> História da FECLESC<br />
Curso <strong>de</strong> História da Universida<strong>de</strong> Estadual Vale <strong>do</strong> Acaraú – UVA<br />
Curso <strong>de</strong> História da Faculda<strong>de</strong> Dom Aureliano Matos – FAFIDAM<br />
Pós-graduação em História Social da UFC<br />
Instituto <strong>de</strong> Arte e Cultura da UFC<br />
Núcleo <strong>de</strong> Documentação Cultural (NUDOC) – UFC<br />
Prefeitura <strong>de</strong> Fortaleza<br />
Museu <strong>do</strong> Ceará – SECULT<br />
Arquivo Público <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ceará – APEC<br />
ANISTIA 64/68<br />
IMAGEM DA CAPA<br />
Forja em Saint’Agréve. Raimun<strong>do</strong> Cela. Acervo <strong>do</strong> Museu <strong>de</strong> Arte (MAUC) da<br />
Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Ceará – UFC<br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 3
PROGRAMAÇÃO<br />
Programação Geral .................................... 05<br />
Programação Detalhada ............................ 06<br />
<strong>Resumos</strong> ....................................................... 15<br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 4
DIA 24/07– SEGUNDA-FEIRA<br />
PROGRAMAÇÃO GERAL<br />
14:00 – 18:00h Cre<strong>de</strong>nciamento e Inscrição<br />
18:30 – 19:00h Solenida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Abertura <strong>do</strong>s Trabalhos / Auditório Central<br />
19:00 – 21:00h Conferência <strong>de</strong> Abertura: “História: Experiências & Saberes”<br />
Conferencista:<br />
Prof. Dr. Manoel Salga<strong>do</strong> Guimarães (UFRJ/ANPUH NACIONAL)<br />
DIA 25/07 – TERÇA-FEIRA<br />
09:00 – 12:00h Encontros Temáticos<br />
14:00 – 16:00h Mini-Cursos<br />
16:30 – 18:00h Grupo <strong>de</strong> Trabalho (GT´s)<br />
18:30 – 20:00h Painéis<br />
19:00 – 20:30h Lançamento <strong>do</strong> Livro Travessias Revolucionárias: Idéias e<br />
Militantes Sindicalistas em São Paulo e na Itália (1890 – 1945) –<br />
Ed. Unicamp, 2006.<br />
Autora: Prof.ª Dr.ª Edilene Tole<strong>do</strong> – UFC<br />
DIA 26/07 – QUARTA-FEIRA<br />
09:00 – 12:00h Encontros Temáticos<br />
14:00 – 16:00h Mini-Cursos<br />
16:30 – 18:00h Palestra: “Itinerários <strong>do</strong> Ensino <strong>de</strong> História”<br />
Palestrante: Prof.ª Dr.ª Maria Auxilia<strong>do</strong>ra Schmidt – UFPR<br />
18:00 – 18:30h Abertura da Exposição Feito à Mão <strong>do</strong> Artista Plástico Flávio Teles<br />
18:30 – 20:00h Painéis<br />
19:00 – 20:30h Lançamento <strong>do</strong> Livro Carmem da Silva e o Feminismo na Imprensa<br />
Brasileira – Edições NUDOC/UFC<br />
Autora: Ana Rita Fonteles Duarte – UFC<br />
DIA 27/07 – QUINTA-FEIRA<br />
09:00 – 12:00h Encontros Temáticos<br />
14:00 – 16:00h Mini-Cursos<br />
16:30 – 18:00h Grupo <strong>de</strong> Trabalho (GT´s)<br />
18:30 – 20:00h Plenária ANPUH-CE (XI Encontro e Eleição da nova Diretoria)<br />
20:00 – 22:00h Noites Étnicas<br />
DIA 28/07 – SEXTA-FEIRA<br />
09:00 – 11:30h Conferência <strong>de</strong> Encerramento: “Experiências & Saberes <strong>do</strong> Ensino e<br />
Pesquisa no Ofício <strong>do</strong> Historia<strong>do</strong>r”<br />
Conferencistas:<br />
Prof.ª Dr.ª Isabel Barca – Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Minho/Portugal<br />
Prof.ª Dr.ª Maria Auxilia<strong>do</strong>ra Schmidt – UFPR<br />
11:30 – 13:00h Coquetel<br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 5
24/07/06 – SEGUNDA-FEIRA<br />
TARDE<br />
PROGRAMAÇÃO DETALHADA<br />
14:00 – 18:00h Cre<strong>de</strong>nciamento e Inscrição<br />
Local Sala <strong>do</strong> Curso <strong>de</strong> História da UECE<br />
NOITE<br />
18:30 – 19:00h Solenida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Abertura <strong>do</strong>s Trabalhos<br />
Local: Auditório Central <strong>do</strong> Campus <strong>do</strong> Itapery – UECE<br />
19:00 – 21:00h Conferência <strong>de</strong> Abertura:<br />
“História: Experiências & Saberes”<br />
Conferencista:<br />
Prof. Dr. Manoel Salga<strong>do</strong> Guimarães<br />
UFRJ/ANPUH NACIONAL<br />
Local: Auditório Central <strong>do</strong> Campus <strong>do</strong> Itapery – UECE<br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 6
25/07/06 – TERÇA-FEIRA<br />
MANHÃ ENCONTRO TEMÁTICO SALA<br />
09-12h História, Memória e Gênero G 01<br />
Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ras: Prof.ª Régia Agostinho da Silva (UFMA)<br />
Prof.ª Ana Rita Fonteles (Educação/UFC)<br />
1. Luciana Andra<strong>de</strong> “O Casamento e a Mortalha no Céu se Talham”: Trajetória<br />
Biográfica da Ousada e Esquecida Francisca Clotil<strong>de</strong> (1862-<br />
1935)<br />
2. Enilce Lima Cavalcante Antonia Joaquina da Conceição E Bárbara Feitosa:<br />
Narrativas Masculinas Sobre as Mulheres Camponesas No<br />
Ceará <strong>de</strong> 1960<br />
3. Maria Lucélia <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> Vitrine das Virtu<strong>de</strong>s: A Irmanda<strong>de</strong> das Filhas <strong>de</strong> Maria em<br />
Limoeiro-CE (1915-1945)<br />
09-12h Práticas Letradas e Sujeitos Sociais G 03<br />
Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>res: Prof. Gleudson Passos (UECE)<br />
Prof. Almir Leal (UFC)<br />
1. Gleudson Passos “Bar<strong>do</strong>s da Canalha, Quaresma <strong>de</strong> Desalentos”. Produção<br />
Literária <strong>de</strong> Nefelibatas, Boêmios e Literários em Fortaleza na<br />
República Velha (1889-1922)<br />
2. Gleudson Passos “Uma Alma <strong>Nacional</strong> para Perpetuar as Gerações”: A<br />
Leitura <strong>de</strong> Iracema pelos Republicanos <strong>do</strong> Centro Literário<br />
(1895-1904)<br />
3. Manoel Carlos Fonseca Ro<strong>do</strong>lfo Teófilo: Literatura e Denúncia<br />
4. Cícero João da Costa Filho Padaria Espiritual: Ruptura ou Continuida<strong>de</strong>?<br />
09-12h Sertão e Cida<strong>de</strong>: Hibridismo, Memória, Oralida<strong>de</strong> e<br />
Cultura Escrita<br />
G 05<br />
Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>res: Prof. Pádua Santiago (UECE)<br />
Prof. Erick Assis (UECE)<br />
1. Ana Cristina Moreira Lima “Que jardim é esse?”: Jardim Iracema na Memória <strong>de</strong> seus<br />
mora<strong>do</strong>res.<br />
2. Maria Yace Sá Zé Fulo, Uma Vida em Trinta e Oito Moagens:<br />
Experiência <strong>de</strong> Um Trabalha<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Engenho <strong>de</strong> Rapadura<br />
no Cariri.<br />
3. Enilce Lima Cavalcante <strong>de</strong> “Êxo<strong>do</strong> e Migração: Dimensões e Manchetes da Questão<br />
Souza<br />
Agrária no Ceará <strong>de</strong> 1964”<br />
4. Enilce Lima Cavalcante <strong>de</strong> “Vida Severina” Seu Pompeu e Zé Leandro: Dois<br />
Souza<br />
Camponeses Cearenses, Duas Migrações, Dois Tempos e<br />
Vidas, 1950-1960.<br />
09-12h Ensinan<strong>do</strong> História: Tecnologias, Meto<strong>do</strong>logias e<br />
Práticas<br />
G 07<br />
Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r: Prof. Antônio Germano Magalhães Júnior<br />
1. Niedja Lima Estudantes em Movimento: Experiências e Lutas Cotidianas <strong>do</strong>s<br />
Estudantes da UFC (1969-1979)<br />
2. Niedja Lima Historia em Movimento: A Construção da Memória <strong>do</strong><br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 7
Movimento Estudantil por Ex-Militantes (UFC/1969-1979)<br />
3. Egberto Melo A Cultura Cívica Escolar Cearense (1971-1973) Na<br />
Tapeçaria da Historia, Obe<strong>de</strong>cer a Lei, Ser Fiel ao<br />
Trabalho e Festejar a Pátria.<br />
TARDE MINI-CURSOS<br />
MINI-CURSO I<br />
14:00-16:00h Tema: Dos Annales à História Cultural: Aspectos Técnicos e<br />
Possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Pesquisa<br />
14:00-16:00h Tema: Dos Annales à História Cultural: Aspectos Técnicos e<br />
Possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Pesquisa<br />
Ministrantes: Prof. Humberto Pinheiro Filho – UFC<br />
Profa. Ítala Byanca M. <strong>de</strong> Silva – Mestranda em História – UFRJ<br />
Paula Virgínia P. Batista – Mestranda em História – UFC<br />
Local: BLOCO H - 01<br />
MINI-CURSO II<br />
14:00-16:00h Tema: História, Literatura e I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />
Ministrante: Prof.ª Régia Agostinho da Silva – UFMA<br />
Local: BLOCO H – 02<br />
MINI-CURSO III<br />
14:00-16:00h Tema: “Novo Sindicalismo”: Problemas e Perspectivas<br />
Ministrante: Yuri Holanda <strong>de</strong> Nóbrega – Mestran<strong>do</strong> em História – UFC<br />
Local: BLOCO H – 03<br />
MINI-CURSO IV<br />
14:00-16:00h Tema: I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>Nacional</strong> e I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> Regional na Comemoração <strong>do</strong><br />
Primeiro Centenário da In<strong>de</strong>pendência – Brasil 1922<br />
Ministrantes: Gerson Gallo – UFC<br />
Local: BLOCO H – 04<br />
MINI-CURSO V<br />
14:00-16:00h Tema: Saú<strong>de</strong>, Doença e Morte: Novas Abordagens para o Ensino <strong>de</strong><br />
História<br />
Ministrantes: Kelly Cristiana Viana<br />
Michelle Ferreira Maia<br />
Agostinho Júnior Holanda – Mestran<strong>do</strong> em História – UFC<br />
Local: BLOCO H – 05<br />
MINI-CURSO VI<br />
14:00-16:00h Tema: As Memórias Orais como Fonte para a Escrita da História:<br />
Relações entre História Oral, Memória e Oralida<strong>de</strong><br />
Ministrante: Kamilo Karol Ribeiro e Silva – Mestran<strong>do</strong> em História/UFC<br />
Local: BLOCO H – 06<br />
MINI-CURSO VII<br />
14:00-16:00h Tema: Os Parâmetros Curriculares e O Ensino <strong>de</strong> Historia:<br />
Perspectivas e Desafios<br />
Ministrante: Isaí<strong>de</strong> Ban<strong>de</strong>ira – UECE<br />
Local: BLOCO H – 07<br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 8
MINI-CURSO VIII<br />
14:00-16:00h Tema: O Anticomunismo Na Imprensa Católica (Fortaleza, 1922-1932)<br />
Ministrante: Prof. Ms. Aloísio Martins – UFC<br />
Local: BLOCO H – 08<br />
MINI-CURSO IX<br />
14:00-16:00h Tema: Usos da Biografia na Reescrita da História<br />
Ministrantes: Igor Alves<br />
Karoline Viana<br />
Luciana Andra<strong>de</strong> – Mestranda em História – UFC<br />
Local: BLOCO H – 09<br />
MINI-CURSO X<br />
14:00-16:00h Tema: Pesquisa e Ensino <strong>de</strong> Historia: Um Diálogo Permanente<br />
Ministrantes: Wagner Sousa e Silva<br />
Viviane Pra<strong>do</strong> Bezerra – Mestranda / Historia UFC<br />
Ana Amélia Rodrigues – Mestranda / Historia UFC<br />
Local: BLOCO H – 10<br />
MINI-CURSO XI<br />
14:00-16:00h Tema: A África e o Ensino <strong>de</strong> História<br />
Ministrante: Prof. Dr. Eurípe<strong>de</strong>s Antonio Funes – UFC<br />
Local: BLOCO H – G10<br />
MINI-CURSO XII<br />
14:00-16:00h Tema: Meto<strong>do</strong>logias no Ensino <strong>de</strong> Historia<br />
Ministrante: Prof. Dr.ª Maria Auxilia<strong>do</strong>ra Schmidt – UFPR<br />
Local: AUDITÓRIO – BLOCO M<br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 9
26/07/06 – QUARTA-FEIRA<br />
MANHÃ ENCONTRO TEMÁTICO SALA<br />
09-12h História, Memória e Gênero 01 – CCH<br />
Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r: Prof. Ms. Gleudson Passos Car<strong>do</strong>so (História/UECE)<br />
1 Francisco Gleison A Vida Cotidiana <strong>de</strong> Meretrizes em Torno das Relações<br />
Monteiro<br />
Familiares. Uma Reflexão a Partir da Historia Oral e da<br />
Memória<br />
2 Cíntia Maria <strong>de</strong> ACARAÚ: Casamentos Indígenas no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1725 a<br />
Almeida<br />
1798.<br />
3 Silvana Pinho “Rosário <strong>de</strong> Orelhas: Memória Mítica <strong>de</strong> Fi<strong>de</strong>ralina Augusto<br />
<strong>de</strong> Lima”<br />
09-12h Práticas Letradas e Sujeitos Sociais 02 – CCH<br />
Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r: Prof. Dr. Gleudson Passos (UECE)<br />
Prof. Dr. Almir Leal (UFC))<br />
1 Paula Virginia Batista “Por Entre Leituras <strong>de</strong> Escrita: As Epístolas Trocadas Entre<br />
Capistrano <strong>de</strong> Abreu e João Lucio <strong>de</strong> Azeve<strong>do</strong> (1916-1927<br />
2 Raimunda Rodrigues Romantismo e Cientificismo: Cultura Histórica No<br />
Oliveira<br />
Pensamento Social Brasileiro Na 1º Meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> Século XX<br />
3 Ana Amélia Melo Reflexões Sobre a I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> Latino-Americana: Os Sertões<br />
e Radiografia <strong>de</strong> La Pampa.<br />
4 Olívia Neta e Iranilson Espaço Narra<strong>do</strong>, Espaço Construí<strong>do</strong>: Espaço e Natureza na<br />
<strong>de</strong> Oliveira<br />
Historiografia Potiguar.<br />
09-12h Sertão e Cida<strong>de</strong>: Hibridismo, Memória, Oralida<strong>de</strong> e<br />
Cultura Escrita<br />
03 – CCH<br />
Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>res: Prof. Dr. Pádua Santiago (UECE)<br />
Prof. Erick Assis (UECE)<br />
Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ra: Profa. Ms. Régia Agostinho (UFMG)<br />
1 Ivanei<strong>de</strong> Ulisses Festa <strong>do</strong>s Caretas <strong>do</strong> município <strong>de</strong> Jardim – CE Quan<strong>do</strong> a<br />
Meninada Cai na Brinca<strong>de</strong>ira<br />
2 Igor Alves Moreira Dom Expedito: Esquecimento e Memória<br />
3 Wagner Souza<br />
A Dialética: Perseguição E Resistência nas Práticas <strong>de</strong><br />
Bumba-Meu-Boi em São Luis-MA (1890-1920)<br />
4 Lei<strong>de</strong>jane Araújo Memórias <strong>do</strong> Adventismo em Sobral<br />
09-12h Ensinan<strong>do</strong> História: Tecnologias, Meto<strong>do</strong>logias e<br />
Práticas<br />
04 – CCH<br />
Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r: Prof. Antônio Germano Magalhães Júnior (UECE)<br />
1 Jeimes Mazza Correia Lima Acor<strong>do</strong>s MEC-USAID e Os Ensinos <strong>de</strong> 1º E 2º Graus<br />
2 Juscelino Chaves Sales O Ensino <strong>de</strong> Historia Usan<strong>do</strong> a Educação a Distância<br />
3 Edgar Braga Neto Além da sedução: fugas, invasões esvaziamentos nos açu<strong>de</strong>s<br />
públicos no Ceará.<br />
4 Antonio Germano O Uso <strong>de</strong> Ferramentas <strong>de</strong> Educação a Distância no<br />
Magalhães Jr, Igor Lima e<br />
Silviane da Silva Rocha<br />
Ensino <strong>de</strong> Historia<br />
5 Kamillo Karol e Siva Méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> Paulo Freire e Mobral – Memórias <strong>de</strong><br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 10
TARDE MINI-CURSOS<br />
14:00-16:00h Continuida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s Mini-cursos<br />
Professores Sobre Educação Popular No Vale <strong>do</strong><br />
Jaguaribe Na Década <strong>de</strong> 1970<br />
09-12h História e Linguagens G 09<br />
Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r: Prof.ª Dr.ª Meize Lucas (UFC)<br />
Prof.º Ms. Edmilson Júnior (UECE)<br />
1 Ana Amélia <strong>de</strong> Oliveira A Cultura em Questão: As Praticas da Política Cultural no<br />
Ceara (1971-1978)<br />
2 Ana Queza<strong>do</strong> “Fortaleza Nos Primeiros Anos <strong>de</strong> TV: Cotidiano,<br />
Memória e Cultura – 1960-1965”<br />
3 Lídia Noêmia <strong>do</strong>s Santos Sonhan<strong>do</strong> Ser James Dean? A Juventu<strong>de</strong> Transviada nas<br />
Páginas da Imprensa Fortalezense (1953-1963)<br />
4 João Paulo Nogueira A Propaganda Varguista No Ceará (1937-1945)<br />
09-12h Mun<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Trabalho e Ensino <strong>de</strong> História G 08<br />
Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r: Prof. Lin<strong>de</strong>rcy Lins<br />
Prof. Yuri Holanda<br />
1 Nágila <strong>de</strong> Moraes<br />
2 Eduar<strong>do</strong> Parente<br />
A Força <strong>do</strong>s Catraeiros nas Lutas <strong>de</strong> Contestação à<br />
Oligarquia Aciolina”.<br />
O Comunismo na Experiência <strong>do</strong>s Trabalha<strong>do</strong>res da<br />
Ceara Light (Fortaleza, 1929).<br />
3 Eltern Campina Vale “E a Fabrica Rio Tinto Aten<strong>de</strong>u os Trabalha<strong>do</strong>res”: A<br />
Experiência Operária na Tecelagem <strong>do</strong>s Lundgren<br />
(Paraíba, 1959-1964).<br />
4 Thiago <strong>de</strong> Souza Objetos, Trabalhos e Trabalha<strong>do</strong>res: os Novos Serviços<br />
e as Práticas <strong>de</strong> Consumo.<br />
09-12h História da Saú<strong>de</strong> e da Doença G 08<br />
Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r: Prof. Dr. Fre<strong>de</strong>rico <strong>de</strong> Castro Neves (UFC)<br />
Prof. Dr. Francisco Carlos J. Barbosa (UECE)<br />
1 Francisco Ruy Gondim A Multidão, os Saques e a Mobilização Popular: O<br />
Ferreira<br />
Relacionamento entre Movimentos Sociais e a Ação<br />
Direta em Tempos <strong>de</strong> Seca em Itapiuna-Ce (1988-1993)<br />
2 Kely Cristina Benjamim Mágicos Doutores: A Arte Médica Entre a Magia e a<br />
Ciência Nas Minas Gerais Setencistas<br />
3 Marla Albuquerque Ataí<strong>de</strong> Uma Verda<strong>de</strong> Vista Nos Corpos: O Saber Médico nos<br />
casos <strong>de</strong> Infanticídio em Fortaleza na Primeira Meta<strong>de</strong><br />
<strong>do</strong> Século XX<br />
PALESTRA<br />
16:30-18:00h Tema: “Itinerários <strong>do</strong> Ensino <strong>de</strong> História”<br />
Palestrante: Prof.ª Dr.ª Maria Auxilia<strong>do</strong>ra Schmidt – UFPR<br />
Local: Auditório Central <strong>do</strong> Campus <strong>do</strong> Itapery<br />
NOITE EXPOSIÇÃO<br />
18:00-21:00h Tema: Feito à Mão<br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 11
Expositor: Flávio Teles<br />
Local: Auditório Central <strong>do</strong> Campus <strong>do</strong> Itapery<br />
NOITE PAINÉIS<br />
18:30-20:00h Amostra <strong>de</strong> Trabalhos<br />
Local: Hall das Coor<strong>de</strong>nações - UECE<br />
LANÇAMENTO DE OBRA<br />
19:00-20:30h Livro: Carmem da Silva e o Feminismo na Imprensa Brasileira<br />
Autora: Ana Rita Fonteles Duarte – Edições NUDOC/UFC<br />
Local: Auditório Central <strong>do</strong> Campus <strong>do</strong> Itapery<br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 12
27/07/06 – QUINTA-FEIRA<br />
MANHÃ ENCONTRO TEMÁTICO SALA<br />
09-12h Práticas Letradas e Sujeitos Sociais G 03<br />
Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r: Prof. Dr. Gleudson Passos (UECE)<br />
Prof. Dr. Almir Leal (UFC))<br />
1. Ítala Byanca Morais da Silva A construção da nacionalida<strong>de</strong> na produção historiográfica <strong>do</strong>s<br />
sócios da Socieda<strong>de</strong> Capistrano <strong>de</strong> Abreu: Paulo Pra<strong>do</strong> e o<br />
“Caminho <strong>do</strong> Mar”.<br />
09-12h Sertão e Cida<strong>de</strong>: Hibridismo, Memória, Oralida<strong>de</strong> e<br />
Cultura Escrita<br />
G 05<br />
Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>res: Prof. Dr. Pádua Santiago (UECE)<br />
Prof. Erick Assis (UECE)<br />
1. Maria Regina Santos <strong>de</strong> As Vozes <strong>do</strong> sofrimento: a família <strong>do</strong>s combatentes<br />
Souza<br />
cearenses que foram para “Guerra <strong>do</strong> Paraguai.”<br />
2. Robério Américo Souza “Vaqueiros <strong>de</strong> Deus”: expansão evangélica pelo sertão<br />
cearense nas primeiras décadas <strong>do</strong> século XX.<br />
3. Henrique Moura Luxuosas residências: “Assaltos Carnavalescos” em<br />
Fortaleza <strong>de</strong> 1920 e 1930.<br />
09-12h História e Linguagens G 09<br />
Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r: Prof.ª Dr.ª Meize Lucas (UFC)<br />
Prof.º Ms. Edmilson Júnior (UECE)<br />
1. San<strong>de</strong>r Cruz Casstelo Cinema Novo: Campo e Cida<strong>de</strong><br />
2. Inácio da Silva Nas Telas da Cida<strong>de</strong>: Os Cinemas em Fortaleza nos Anos<br />
<strong>de</strong> 20<br />
3. José Aloísio Martins Serventuários das trevas”: Os bolcheviques na imprensa<br />
católica (Fortaleza/CE, 1922-1932)<br />
TARDE MINI-CURSOS<br />
14:00-18:00h Continuida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s Mini-cursos<br />
NOITE ASSEMBLÉIA GERAL DA ANPUH-CE<br />
18:30-20:00h Tema: ANPUH-CE – XI Encontro e Eleição da Nova Diretoria<br />
Local: Auditório da Pró-Reitoria <strong>de</strong> Graduação<br />
NOITES ÉTNICAS<br />
22:00-02:00h Apresentação <strong>de</strong> Grupos Locais<br />
Local: Praça da Pró-Reitoria <strong>de</strong> Extensão<br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 13
26/11/04 – SEXTA-FEIRA<br />
MANHÃ CONFERÊNCIA - ENCERRAMENTO<br />
09:00-11:00h Título: “Experiências & Saberes <strong>do</strong> Ensino e Pesquisa no Ofício <strong>do</strong><br />
Historia<strong>do</strong>r”<br />
Conferencistas:<br />
Profª. Dra. Maria Auxilia<strong>do</strong>ra Schmidt – UFPR<br />
Profª. Dra. Isabel Barca – Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Minho – Portugal<br />
Local: Auditório Central <strong>do</strong> Campus <strong>do</strong> Itapery<br />
COQUETEL<br />
11:30-13:00h Encerramento <strong>do</strong> X Encontro Estadual <strong>de</strong> História<br />
Local: Hall das Coor<strong>de</strong>nações – UECE<br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 14
RESUMOS<br />
O PODER DOS LEIGOS: AS IRMANDADES RELIGIOSAS EM<br />
SÃO LUÍS DO MARANHÃO (1840 – 1862)<br />
Agostinho Júnior Holanda Coe<br />
Mestran<strong>do</strong> em História Social – UFC<br />
O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é compreen<strong>de</strong>r a importância <strong>do</strong> pertencimento às irmanda<strong>de</strong>s<br />
religiosas no século XIX em São Luís <strong>do</strong> Maranhão, haja vista que to<strong>do</strong>s os indivíduos, quer<br />
negros (escravos ou não), mulatos ou membros da elite branca,, buscavam a participação<br />
nessas associações leigas para adquirir projeção social e/ou confirmar o seu status perante a<br />
socieda<strong>de</strong>. O recorte temporal, 1840-1862, preten<strong>de</strong> abarcar parte <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> monopólio que<br />
as irmanda<strong>de</strong>s exerciam <strong>do</strong>s enterramentos na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Luís, e que, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a isso, foi o<br />
momento áureo <strong>de</strong>ssas instituições. A <strong>de</strong>limitação inicial, 1840, tem como base a análise <strong>do</strong><br />
primeiro compromisso encontra<strong>do</strong> da eminente irmanda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santa Casa <strong>de</strong> Misericórdia em<br />
São Luís, pois esta congregava os membros das mais altas categorias sociais lu<strong>do</strong>vicenses. Já o<br />
recorte final, 1862, tem como base a questão que, na segunda meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século XIX, estas<br />
instituições entram em crise <strong>de</strong>vi<strong>do</strong>, principalmente, a perda <strong>do</strong> monopólio da realização <strong>do</strong>s<br />
sepultamentos com o aparecimento <strong>de</strong> cemitérios extra-muros das igrejas.<br />
A SEPULTURA ECLESIÁSTICA EM DEBATE: O DISCURSO MÉDICO E A IMPLANTAÇÃO<br />
DOS CEMITÉRIOS EM SÃO LUÍS DO MARANHÃO (1828 – 1855)<br />
Agostinho Júnior Holanda Coe<br />
Mestran<strong>do</strong> em História Social – UFC<br />
Análise <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> cemitérios extra-muros das igrejas em São Luís <strong>do</strong><br />
Maranhão no século XIX. Os enterramentos que até então eram realiza<strong>do</strong>s nas igrejas, passam<br />
a ser alvo <strong>de</strong> inúmeras censuras, por parte principalmente da classe médica, que via neste<br />
hábito <strong>de</strong> sepultamento nos templos religiosos um gran<strong>de</strong> foco <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças. A<br />
idéia era construir cemitérios longe <strong>do</strong> espaço urbano, das fontes d‘água, on<strong>de</strong> os ventos<br />
soprassem contrariamente ao ambiente citadino, ajudan<strong>do</strong> assim no processo <strong>de</strong> saneamento<br />
das cida<strong>de</strong>s. Em 1828, com a “Lei Imperial <strong>de</strong> Estruturação <strong>do</strong>s Municípios” busca-se com maior<br />
vigor pôr um fim aos sepultamentos realiza<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s templos religiosos. Após gran<strong>de</strong><br />
polêmica, em 1855, com a construção <strong>do</strong> cemitério <strong>do</strong> Gavião, coloca-se em prática <strong>de</strong> forma<br />
mais <strong>de</strong>cisiva o processo <strong>de</strong> secularização <strong>do</strong>s sepultamentos, haja vista que a partir <strong>de</strong>sse<br />
momento praticamente findam os enterramentos nas igrejas <strong>de</strong> São Luís.<br />
O CEARA E AS DINÂMICAS DO MERCADO COLONIAL (1767-1783):<br />
A DIMENSÃO ATLÂNTICA DA EMPRESA COMERCIAL DO CHARQUE<br />
Almir Leal <strong>de</strong> Oliveira<br />
Professor Adjunto <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> Historia da UFC.<br />
Este trabalho procura evi<strong>de</strong>nciar a produção e a comercialização <strong>do</strong> charque na Capitania <strong>do</strong><br />
Siara Gran<strong>de</strong> a partir <strong>do</strong> movimento <strong>do</strong> porto da vila <strong>de</strong> Santa Cruz <strong>do</strong> Aracati. A pesquisa se<br />
preocupa com a i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s fluxos que viabilizaram esta forca periférica dinâmica no<br />
merca<strong>do</strong> colonial <strong>de</strong> alimentos, i<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong> os indícios <strong>do</strong> consumo <strong>do</strong> charque no tráfico<br />
atlântico <strong>de</strong> escravos. A historiografia sobre o perío<strong>do</strong> colonial mesmo consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o<br />
significa<strong>do</strong> da ativida<strong>de</strong> pastoril para a colonização das capitanias da costa Leste-Oeste,<br />
ressaltan<strong>do</strong> a sua <strong>de</strong>pendência da área produtora <strong>de</strong> cana-<strong>de</strong>-açúcar como ativida<strong>de</strong> subsidiaria,<br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 15
não avançou no estu<strong>do</strong> sistemático <strong>de</strong>sses fluxos, ou <strong>de</strong> seus significa<strong>do</strong>s para a formação <strong>de</strong><br />
uma elite senhorial ligada ao abastecimento da colônia. Procuramos discutir a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> trocas que<br />
sustentou esta complexa operação produtivo-comercial, que envolveu estratégias <strong>de</strong><br />
investimentos diversifica<strong>do</strong>s, relações complexas <strong>de</strong> produção e intensas trocas entre os “portos<br />
<strong>do</strong> sertão” e a praça <strong>do</strong> Recife. Buscamos compreen<strong>de</strong>r como o charque foi estratégico na<br />
alimentação <strong>do</strong>s escravos captura<strong>do</strong>s em África e no seu transporte para os portos da América<br />
portuguesa. Emerge da <strong>do</strong>cumentação o perfil <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>r-charquea<strong>do</strong>r-merca<strong>do</strong>r, homem <strong>do</strong><br />
Império, situa<strong>do</strong> na confluência <strong>do</strong>s interesses metropolitanos interioriza<strong>do</strong>s nas áreas coloniais.<br />
REFLEXÕES SOBRE A IDENTIDADE LATINO-AMERICANA:<br />
OS SERTÕES E RADIOGRAFIA DE LA PAMPA<br />
Ana Amélia M. C. Melo<br />
Profª Visitante <strong>do</strong> Dept. História, UFC<br />
Esta comunicação tem como preocupação central realizar uma aproximação entre as obras Os<br />
Sertões <strong>de</strong> Eucli<strong>de</strong>s da Cunha e Radiografía <strong>de</strong> la Pampa <strong>do</strong> argentino Ezequiel Martínez<br />
Estrada, a partir <strong>de</strong> uma abordagem interdisciplinar que articula a literatura e a história. O<br />
propósito <strong>de</strong>stas reflexões é compreen<strong>de</strong>r o papel da natureza e os chama<strong>do</strong>s espaços<br />
inciviliza<strong>do</strong>s — como a pampa e o sertão — na interpretação que estes autores elaboram <strong>do</strong><br />
processo histórico latino-americano. Vale <strong>de</strong>stacar que pela influência significativa da obra <strong>de</strong><br />
Domingo Faustino Sarmiento, preten<strong>de</strong>-se apontar para algumas das dimensões possíveis que<br />
estes autores outorgam às categorias civilização e barbárie. Junto com eles, refletir sobre a<br />
maneira como estas noções <strong>de</strong> espaço e natureza se vinculam com a temática da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />
nacional.<br />
A CULTURA EM QUESTÃO:<br />
AS PRÁTICAS DA POLÍTICA CULTURAL NO CEARÁ (1971-1978)<br />
Ana Amélia Rodrigues <strong>de</strong> Oliveira<br />
Mestranda em História Social – UFC<br />
Orienta<strong>do</strong>r: Dr. Francisco Régis Lopes Ramos<br />
Durante o regime militar no Brasil houve, por parte <strong>do</strong> governo fe<strong>de</strong>ral, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um<br />
projeto <strong>de</strong> política volta<strong>do</strong> para a área da cultura, como tentativa <strong>de</strong> homogeneização e<br />
disciplinamento da produção cultural daquele perío<strong>do</strong>. De 1971 a 1978, Francisco Ernan<strong>do</strong><br />
Uchoa Lima esteve à frente da Secretaria <strong>de</strong> Cultura <strong>do</strong> Ceará com a proposta <strong>de</strong> implantação<br />
<strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> popularização da cultura, proposta feita, também, por grupos <strong>de</strong>svincula<strong>do</strong>s<br />
<strong>do</strong> órgão oficial, e que propunham o mesmo projeto <strong>de</strong> popularização da cultura. O presente<br />
trabalho tem como objetivo analisar as relações <strong>de</strong> conflito entre os grupos que se propunham a<br />
promover a cultura em nosso esta<strong>do</strong>, refletin<strong>do</strong> sobre o conceito <strong>de</strong> cultura e memória<br />
subjacente à ação governamental <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> durante o perío<strong>do</strong>, analisan<strong>do</strong>, também, as outras<br />
formas <strong>de</strong> promoção cultural no Ceará propostas por grupos <strong>de</strong>svincula<strong>do</strong>s da política oficial.<br />
QUE JARDIM É ESSE? JARDIM IRACEMA NA<br />
MEMÓRIA DE SEUS MORADORES.<br />
Ana Christina Moreira Lima<br />
Licenciada em História – UFC<br />
A memória <strong>de</strong> velhos mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> bairro permite-nos conjeturar que em fins da década <strong>de</strong><br />
1950 e inícios da <strong>de</strong> 1960, pessoas vindas <strong>de</strong> outros partes <strong>de</strong> Fortaleza ou <strong>do</strong> interior <strong>do</strong> Ceará<br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 16
se fixaram num local da parte Oeste da Cida<strong>de</strong> que mais tar<strong>de</strong> seria conheci<strong>do</strong> por Jardim<br />
Iracema. Essa mesma memória nos mostra que nesse local havia uma temporalida<strong>de</strong> e uma<br />
realida<strong>de</strong> bem diferentes daquela presenciada nos bairros centrais <strong>de</strong> Fortaleza <strong>de</strong>sse mesmo<br />
perío<strong>do</strong>. Dessa forma, esse trabalho <strong>de</strong> pesquisa vem com a aspiração <strong>de</strong> perceber como esses<br />
mora<strong>do</strong>res vivenciaram essa realida<strong>de</strong> no seu cotidiano, além <strong>de</strong> buscar suas antigas<br />
experiências, antes <strong>de</strong> chegarem ao bairro, e como faziam <strong>de</strong>las seus projetos para o novo local<br />
<strong>de</strong> moradia. Esses caminhos são <strong>de</strong> real importância, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> buscar apreen<strong>de</strong>r parte das<br />
experiências sociais pelas quais passaram esses mora<strong>do</strong>res.<br />
ESTAÇÃO MEMÓRIA<br />
A construção <strong>de</strong> memórias orais a partir da<br />
Estrada <strong>de</strong> Ferro <strong>do</strong> Crato (1926 - 1989)<br />
Ana Isabel Ribeiro Parente Cortez<br />
Mestranda em História Social – UFC<br />
Quan<strong>do</strong> interroga<strong>do</strong>s a respeito da ferrovia que funcionou na cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Crato em mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />
século XX, os nossos entrevista<strong>do</strong>s narraram diversas lembranças relacionadas a este evento. A<br />
partir <strong>de</strong>sse momento passamos a perceber que essas memórias forjadas nas entrevistas<br />
guardavam algumas especificida<strong>de</strong>s, tais como o fato <strong>de</strong> que estas narrações são feitas a partir<br />
<strong>do</strong> que está em jogo no presente, produzidas a respeito <strong>de</strong> assuntos seleciona<strong>do</strong>s pela memória<br />
e que são elaboradas por indivíduos que têm aspirações sobre o futuro. Isto é, são testemunhos<br />
subjetivos. Dessa forma, a pesquisa objetiva compreen<strong>de</strong>r como se constroem as lembranças<br />
elaboradas ten<strong>do</strong> como ponto <strong>de</strong> partida o evento da chegada <strong>do</strong> trem na cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Crato<br />
(última estação da Estrada <strong>de</strong> Ferro <strong>de</strong> Baturité). E que se forjaram principalmente a partir <strong>de</strong><br />
<strong>do</strong>is marcos na memória <strong>de</strong>ssas pessoas: os anos <strong>de</strong> 1926 e 1989. O recorte temporal da<br />
pesquisa se inicia com o ano em que chegou o primeiro trem no Crato e transita pelos vários<br />
anos in<strong>do</strong> até o momento em que se extinguiu o transporte <strong>de</strong> passageiros. Utilizamos como<br />
fonte principal <strong>de</strong> pesquisa a História Oral por compreen<strong>de</strong>rmos que ela revela vestígios que nos<br />
possibilitam vislumbrar e analisar formas <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> memória. Trata-se <strong>do</strong> meu projeto <strong>de</strong><br />
Mestra<strong>do</strong> em História Social <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> na Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Ceará, sob orientação da<br />
Profa. Dra. Kênia Sousa Rios.<br />
FORTALEZA NOS PRIMEIROS ANOS DE TV:<br />
“COTIDIANO, MEMÓRIA E CULTURA - 1960-1965"<br />
Ana Queza<strong>do</strong><br />
Com esse trabalho hora em <strong>de</strong>senvolvimento no mestra<strong>do</strong> em História Social, lanço esforços<br />
para compreen<strong>de</strong>r como a inserção da televisão alterou num perío<strong>do</strong> histórico a dinâmica <strong>de</strong><br />
Fortaleza e o cotidiano <strong>de</strong> seus mora<strong>do</strong>res, investigan<strong>do</strong> as novas práticas culturais que se<br />
estabeleceram na cida<strong>de</strong>, as alterações nas relações familiares e da vizinhança e a recepção ou<br />
o “uso” (De Certeau, 1994) <strong>do</strong>s primeiros programas <strong>de</strong> tv. A primeira emissora a se instalar na<br />
Capital é a TV Ceará, pertencente aos Diários Associa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Assis Chateaubriand, que ven<strong>de</strong>u<br />
ações aos mora<strong>do</strong>res da cida<strong>de</strong> para arrecadar dinheiro e colocar em funcionamento o novo<br />
veículo. A pesquisa se inicia no ano <strong>de</strong> fundação da emissora, inaugurada em novembro <strong>de</strong><br />
1960, e prossegue até 1965 quan<strong>do</strong> a chegada <strong>do</strong> vi<strong>de</strong>otape e a o Regime Militar mudam a<br />
programação. Além <strong>de</strong> <strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong> pessoas comuns que vivenciaram o perío<strong>do</strong> estuda<strong>do</strong><br />
(história oral), utilizo como fontes jornais e revistas, crônicas e livros <strong>de</strong> memórias.<br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 17
AS FORMAS DE BEM E MAL VIVER SENHORES E ESCRAVOS<br />
NO CRATO NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX<br />
Ana Sara Ribeiro Parente Cortez<br />
Mestranda em História Social – UFC<br />
A escravidão tem si<strong>do</strong> tema recorrente na historiografia brasileira. Muitas são as consi<strong>de</strong>rações<br />
feitas a respeito <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s escravos bem como <strong>do</strong>s negros livres e libertos e a experiência<br />
social por eles engendrada. No presente trabalho, reportamo-nos ao mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s escravos; no<br />
objetivo <strong>de</strong> analisar as experiências <strong>de</strong>stes trabalha<strong>do</strong>res em relação ao universo <strong>de</strong> senhores e<br />
trabalha<strong>do</strong>res livres que os circundavam, portanto vivencia<strong>do</strong> em espaço não dicotomiza<strong>do</strong>, mas<br />
em condições distintas. Nesse senti<strong>do</strong>, a ênfase <strong>de</strong> nosso projeto <strong>de</strong> pesquisa recai sobre o<br />
trabalha<strong>do</strong>r cativo, toman<strong>do</strong>-o como sujeito <strong>do</strong> processo histórico. Como um ser humano que<br />
sonha, pensa, articula, se movimenta e age. Com base nesses pressupostos, nos propomos à<br />
análise das experiências escravas partin<strong>do</strong> da leitura <strong>de</strong>sses sujeitos como seres ativos,<br />
inseri<strong>do</strong>s numa <strong>de</strong>terminada realida<strong>de</strong> social. Todavia, enten<strong>de</strong>mos que estudar os escravos<br />
implica necessariamente uma análise <strong>do</strong>s senhores <strong>de</strong> escravos; partin<strong>do</strong> da alegação <strong>de</strong> que<br />
um era posse <strong>do</strong> outro e que conviviam cotidianamente. Dessa forma, vemos uma relação<br />
complexa e dinâmica entre cativos e senhores. Essas inferências fazem parte das reflexões<br />
feitas para nossa pesquisa <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong> na Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Ceará e contam com o<br />
incentivo financeiro da Funcap – Fundação Cearense <strong>de</strong> Apoio a Pesquisa.<br />
O USO DE FERRAMENTAS DE EDUCAÇÃO<br />
À DISTANCIA NO ENSINO DE HISTÓRIA<br />
Antonio Germano Magalhães Junior<br />
Igor Lima Rodrigues<br />
Silviane da Silva Rocha<br />
A utilização das novas ferramentas tecnológicas na educação se tornou prática cotidiana em<br />
muitos estabelecimentos educacionais. Com o <strong>de</strong>senvolvimento das Novas Tecnologias da<br />
Informação e Comunicação - NTICs temos ambientes <strong>de</strong> EAD como recursos que surgem neste<br />
processo <strong>de</strong> constituição e mudanças culturais. O uso <strong>do</strong>s Ambientes Virtuais <strong>de</strong> Ensino – AVE<br />
na Internet cresce constantemente aumentan<strong>do</strong> seu uso em vários níveis <strong>de</strong> educação. O objeto<br />
<strong>de</strong> nossa pesquisa é analisar se as ações proposta <strong>de</strong> mediatização proporciona<strong>do</strong>s pelo AVE<br />
no Ensino <strong>de</strong> História. Neste contexto, surgiu a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhor compreen<strong>de</strong>r como se<br />
estabelecem as formas <strong>de</strong> interação e interativada<strong>de</strong> dadas pela utilização <strong>de</strong> ferramentas <strong>de</strong><br />
EAD Moodle. Este Sistema <strong>de</strong> Gerenciamento On-Line <strong>de</strong> cursos (SGC) para EaD apresenta<br />
mecanismos que auxiliaram na interação entres professores e alunos. As evidências estão<br />
presentes nas participações em Fóruns <strong>de</strong> Mensagens, Chat, Diário Virtual e Wiki. Junto a elas<br />
estão os Logs (registros <strong>de</strong> acontecimentos no sistema) e a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> traçar avaliações<br />
que po<strong>de</strong>m ser associadas a cada ativida<strong>de</strong>. As principais dificulda<strong>de</strong>s que apontamos para<br />
utilização <strong>do</strong> Moodle como suporte a ao Ensino <strong>de</strong> História é a carência <strong>de</strong> informações que<br />
professores possuem sobre os recursos <strong>de</strong> “mo<strong>de</strong>lagem” <strong>de</strong> cursos, bem como as alternativas<br />
<strong>de</strong> uso pedagógico <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s que o sistema oferece. Apontamos a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> materiais (manuais, tutoriais) basea<strong>do</strong>s em experiências vividas por<br />
<strong>do</strong>centes que tem utiliza<strong>do</strong> este AVE e disseminação <strong>de</strong> seu uso como recurso pedagógico.<br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 18
“ASSALTOS CARNAVALESCOS” EM FORTALEZA (1920-1930)<br />
Carlos Henrique Moura Barbosa<br />
Mestran<strong>do</strong> em História Social – UFC<br />
Bolsista da FUNCAP<br />
Esta apresentação procura abordar uma prática carnavalesca conhecida como “assaltos<br />
carnavalescos” durante 1920 e 1930. Os “assaltos carnavalescos” consistiam em uma festa<br />
organizada em residências <strong>de</strong> pessoas que pertenciam a segmentos abasta<strong>do</strong>s da socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Fortaleza. Alguns jornais publicavam em suas páginas o en<strong>de</strong>reço e o horário que estas festas<br />
aconteciam. Os articulistas <strong>de</strong>stacavam a organização e a ornamentação da residência. O<br />
objetivo <strong>de</strong>sta pesquisa é compreen<strong>de</strong>r os significa<strong>do</strong>s e senti<strong>do</strong>s <strong>de</strong>stes “assaltos<br />
carnavalescos” em Fortaleza no perío<strong>do</strong> pesquisa<strong>do</strong>. Para a pesquisa estou utilizan<strong>do</strong> os jornais<br />
<strong>do</strong> perío<strong>do</strong> que trazem informações sobre os dias e os en<strong>de</strong>reços <strong>do</strong>s “assalto carnavalesco”,<br />
também informa <strong>de</strong> como foram, quais os blocos que participaram, como estava a organização e<br />
outros elementos que permitem enten<strong>de</strong>r os “assaltos carnavalescos”.<br />
PADARIA ESPIRITUAL: RUPTURA OU CONTINUIDADE?<br />
Cícero João da Costa Filho<br />
Mestran<strong>do</strong> em História – USP<br />
Nossa pesquisa possui como objeto a Padaria Espiritual, tida como a original e por ter si<strong>do</strong> esta<br />
a socieda<strong>de</strong> não só literária como das artes no geral, aquela que falaria <strong>do</strong>s reais costumes e<br />
valores <strong>do</strong> povo cearense. Nossa hipótese é <strong>de</strong>sconstruir não que tal socieda<strong>de</strong> não falou da<br />
cultura popular, mas mostrar a inter-relação entre “campo <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r” e “campo intelectual”, o que<br />
nos faz negar a análise reducionista <strong>de</strong> estudar os movimentos literários a partir <strong>de</strong> uma história<br />
das idéias. Sustentamos, pois, que to<strong>do</strong>s os movimentos literários, como entranha<strong>do</strong>s <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r,<br />
mais não eram <strong>do</strong> que a pura e mera extensão <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r material, não toca<strong>do</strong> pela historiografia<br />
literária cearense que vê estes movimentos a partir da concepção <strong>de</strong> uma literatura como arte,<br />
sublime, algo <strong>de</strong>scola<strong>do</strong> <strong>do</strong> real. Portanto, nos <strong>de</strong>bruçaremos sobre o caráter <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> ou<br />
ruptura da Padaria Espiritual, sua relação com o po<strong>de</strong>r, suas idéias e, claro, suas<br />
particularida<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ológicas que fizeram <strong>de</strong>ssa socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> letras o movimento que se<br />
preocupou com o povo porque falou da cultura <strong>de</strong>ste. Dessa forma, nossa pesquisa tem em vista<br />
tocar nestes liames.<br />
ACARAÚ: CASAMENTOS INDÍGENAS NO PERÍODO DE 1725 A 1798<br />
Cíntia Maria <strong>de</strong> Almeida Vasconcelos<br />
Mestranda em História Social - UFC<br />
A presente comunicação tem como objetivo fazer uma abordagem das uniões indígenas<br />
ocorridas no Acaraú durante os anos <strong>de</strong> 1725 a 1798, ligações feitas não só entre índios, mas<br />
com outros grupos étnicos (negros e brancos) através <strong>do</strong> sacramento <strong>do</strong> Matrimônio. Insere-se<br />
na dissertação que está sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvida junto ao Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em História<br />
Social da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Ceará: As Vivências Indígenas no Curato <strong>do</strong> Acaraú (século<br />
XVIII). Diante <strong>do</strong> contexto da ocupação, novas relações foram estabelecidas fazen<strong>do</strong> com que os<br />
indígenas reformulassem e reinventassem seus costumes e vivências. A trajetória <strong>de</strong>sses<br />
indígenas foi acompanhada por uma re<strong>de</strong> entrelaçada <strong>de</strong> sociabilida<strong>de</strong>s, articulações que foram<br />
feitas estabelecen<strong>do</strong> novos espaços e posições. Fizeram uso <strong>do</strong>s códigos cristãos para terem<br />
condições <strong>de</strong> se estabilizar e gerar novos costumes. Índios que se organizaram e articularam em<br />
busca <strong>de</strong> uma melhor forma <strong>de</strong> viver, <strong>de</strong> uma maneira que pu<strong>de</strong>ssem organizar famílias em meio<br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 19
a um jogo <strong>de</strong> negociações entre o que era imposto pela Igreja e o que a realida<strong>de</strong> histórica lhes<br />
proporcionava. Dinâmicas que serão percebidas por meio <strong>do</strong>s assentos <strong>de</strong> Casamento os quais<br />
fazem parte <strong>do</strong>s Registros Paroquiais <strong>do</strong> Acervo da Cúria Diocesana <strong>de</strong> Sobral.<br />
AMÁLIA XAVIER DE OLIVEIRA – SABERES E EXPERIÊNCIAS<br />
DE UMA EDUCADORA RURALISTA<br />
Delane Lima Nogueira<br />
Mestra<strong>do</strong> em Educação - UECE<br />
Bolsista FUNCAP/Ce<br />
Este é um trabalho sobre Amália Xavier <strong>de</strong> Oliveira, educa<strong>do</strong>ra ruralista que exerceu função <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>staque na construção <strong>de</strong> uma cultura <strong>do</strong>cente voltada para a educação nos sertões<br />
cearenses, mais especificamente em Juazeiro <strong>do</strong> Norte. É, por conseguinte, um estu<strong>do</strong> histórico<br />
que não visa apenas <strong>de</strong>screver a trajetória <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>sta professora, mas que busca, a partir<br />
<strong>de</strong>ssa fornecer subsídios para a compreensão <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> construção da profissão <strong>do</strong>cente<br />
no Esta<strong>do</strong>, mais especificamente, da profissão professor ruralista. O estu<strong>do</strong>, em<br />
<strong>de</strong>senvolvimento no Mestra<strong>do</strong> em Educação da Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>do</strong> Ceará (UECE), toma<br />
como estratégia meto<strong>do</strong>lógica a abordagem biográfica, dan<strong>do</strong> ênfase à utilização <strong>de</strong> relatos<br />
orais. Até o presente momento a pesquisa encontra-se na fase <strong>de</strong> revisão <strong>de</strong> literatura. A<br />
realização das entrevistas com ex-alunos e ex-professores que conviveram com D. Amália <strong>de</strong>ve<br />
ser iniciada no segun<strong>do</strong> semestre <strong>do</strong> ano em curso (2006). Estas fontes contribuirão para o<br />
conhecimento <strong>do</strong> cenário educacional da época, e, por conseguinte, <strong>do</strong> papel <strong>de</strong> Amália Xavier<br />
na formação <strong>de</strong> professores ruralistas.<br />
A PROFISSÃO PROFESSOR NO CEARÁ GETULISTA –<br />
PERCURSOS E ACHADOS DA PESQUISA<br />
Delane Lima Nogueira<br />
Mestra<strong>do</strong> em Educação - UECE<br />
Bolsista FUNCAP/Ce<br />
A pesquisa aborda numa perspectiva histórica a profissão <strong>do</strong>cente como tema <strong>de</strong> política<br />
educacional. Toman<strong>do</strong> como referência o contexto cearense da década <strong>de</strong> 1930, apresenta<br />
resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> investigação sobre o discurso governamental acerca <strong>do</strong> ser professor nesse<br />
perío<strong>do</strong>. A proposta buscou compor um retrato da realida<strong>de</strong> vivida naquela época pelos <strong>do</strong>centes<br />
<strong>do</strong> ensino primário, ten<strong>do</strong> como enfoque os da<strong>do</strong>s expressos nas Mensagens Governamentais e<br />
em um Relatório Republicano. Toman<strong>do</strong> o professor como foco principal da investigação, a<br />
análise <strong>de</strong>stacou aspectos que retratassem a realida<strong>de</strong> vivida naquela época pelos <strong>do</strong>centes<br />
cearenses. Além <strong>de</strong> apresentar um perfil da situação vivenciada nesse contexto, a leitura e<br />
análise <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos proporcionou uma apreciação acerca <strong>do</strong> discurso oficial relativo à<br />
profissão professor <strong>do</strong>s anos 30.<br />
O COMUNISMO NA EXPERIÊNCIA DOS TRABALHADORES<br />
DA CEARÁ LIGHT (FORTALEZA, 1929).<br />
Eduar<strong>do</strong> Oliveira Parente<br />
Mestra<strong>do</strong> em História UFC<br />
O presente trabalho – parte <strong>de</strong> uma pesquisa maior que ora <strong>de</strong>senvolvemos no Mestra<strong>do</strong> em<br />
História Social da UFC – se propõe a investigar e compreen<strong>de</strong>r a influência <strong>do</strong> Comunismo na<br />
experiência <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res da Ceará Light, conforme manifestada em um momento<br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 20
específico: durante a greve <strong>de</strong> 1929. Para tanto, preten<strong>de</strong>mos verificar três or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> questões<br />
complementares. A primeira diz respeito às práticas <strong>de</strong>senvolvidas pelos militantes comunistas<br />
no Ceará, em especial na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fortaleza, na divulgação <strong>de</strong> suas idéias, o que nos leva a<br />
consi<strong>de</strong>rar momentos anteriores e posteriores ao foco <strong>de</strong> nossa atenção. Seqüencialmente,<br />
intentamos oferecer uma explicação acerca das motivações <strong>de</strong> tais trabalha<strong>do</strong>res que os<br />
dispuseram a aproximarem-se <strong>do</strong> Comunismo. Por fim, analisaremos a ocorrência da greve em<br />
1929, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong> o impacto e a repercussão da mesma na cida<strong>de</strong>, bem como as atuações <strong>de</strong><br />
outros sujeitos sociais, conferin<strong>do</strong> atenção as manifestações da influência comunista e,<br />
principalmente, seu possível significa<strong>do</strong> e importância para a cultura política <strong>de</strong>stes<br />
trabalha<strong>do</strong>res.<br />
“E A FÁBRICA RIO TINTO ATENDEU OS TRABALHADORES”: A EXPERIÊNCIA OPERÁRIA<br />
NA TECELAGEM DOS LUNDGREN (PARAÍBA, 1959-1964)<br />
Eltern Campina Vale<br />
Mestra<strong>do</strong> em História Social / UFC<br />
A Tecelagem Rio Tinto, <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> da família Lundgren, foi inaugurada em 1924. No perío<strong>do</strong><br />
1959-1964, foi palco da atuação <strong>de</strong> um <strong>do</strong>s mais emblemáticos movimentos operários<br />
registra<strong>do</strong>s na Paraíba. Portanto, esta comunicação tem o objetivo <strong>de</strong> discutir a história <strong>de</strong>sse<br />
movimento, a partir da experiência <strong>do</strong> próprio trabalha<strong>do</strong>r. Logo fica claro, as minhas matrizes<br />
teóricas: a Historia Social Inglesa, especificamente as contribuições <strong>de</strong> E. Hobsbawm e<br />
E.P.Thompson. No recorte temporal <strong>de</strong>limita<strong>do</strong>, os operários foram capazes <strong>de</strong> confrontar-se<br />
com o po<strong>de</strong>r <strong>do</strong>s Lundgren na cida<strong>de</strong>-fábrica. Arrebataram a Prefeitura <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio da fábrica,<br />
através da eleição <strong>do</strong> operário Antônio Fernan<strong>de</strong>s em 1963. A partir das <strong>do</strong>cumentações e<br />
entrevistas com ex-operários, constatamos o quanto estavam organiza<strong>do</strong>s, através das<br />
conquistas <strong>de</strong> várias reivindicações trabalhistas. O Golpe Civil-Militar <strong>de</strong> 1964 representou o<br />
marco <strong>de</strong> amordaçamento <strong>do</strong>s operários, interrompen<strong>do</strong> arbitrariamente a solidificação <strong>de</strong>ste<br />
movimento.<br />
ANTÔNIA JOAQUINA DA CONCEIÇÃO E BÁRBARA FEITOSA: NARRATIVAS<br />
MASCULINAS SOBRE AS MULHERES CAMPONESAS NO CEARÁ DE 1960<br />
Enilce Lima Cavalcante <strong>de</strong> Souza<br />
Professora <strong>do</strong> CEFET-CE<br />
Mestre em História Social – UFC<br />
No espaço rural, como no urbano, as dificulda<strong>de</strong>s em se construir a participação da mulher no<br />
cotidiano <strong>de</strong> trabalho e luta vem sen<strong>do</strong>, aos poucos, contornadas com o uso <strong>de</strong> criativas e<br />
necessárias fontes. Na História da Questão Agrária <strong>do</strong> Ceará na década <strong>de</strong> 1960, as mulheres<br />
camponesas - como participantes ativas da vida e da resistência social e política <strong>do</strong>s<br />
camponeses – estiveram presentes às narrativas e <strong>de</strong>poimentos <strong>do</strong>s lí<strong>de</strong>res camponeses. De<br />
maneira indireta, é através da narrativa <strong>de</strong> Vicente Pompeu da Silva, que encontro a camponesa<br />
Antônia Joaquina da Conceição. E na autobiografia <strong>de</strong> José Leandro Bezerra da Costa se<br />
<strong>de</strong>scortina a figura marcante <strong>de</strong> Bárbara Feitosa. O estu<strong>do</strong> compreen<strong>de</strong> que a História Social<br />
<strong>do</strong>s Trabalha<strong>do</strong>res Camponeses no Ceará na década <strong>de</strong> 1960 se constrói, via Memória e<br />
História Oral, e no <strong>de</strong>bate sobre a participação das mulheres no espaço rural.<br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 21
"ÊXODO E MIGRAÇÃO: DIMENSÕES E MANCHETES<br />
DA QUESTÃO AGRÁRIA NO CEARÁ DE 1964”.<br />
Enilce Lima Cavalcante <strong>de</strong> Souza<br />
Professora <strong>do</strong> CEFET-CE<br />
Mestre em História Social – UFC<br />
Uma das principais alternativas para a resolução <strong>do</strong>s problemas sociais no campo, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong><br />
com a imprensa cearense <strong>de</strong> 1964, era justamente a “partida”. Partida <strong>do</strong> interior para a capital<br />
ou <strong>do</strong> Ceará para outras regiões <strong>do</strong> país. É nesta perspectiva, que os jornais Correio <strong>do</strong> Ceará,<br />
Gazeta <strong>de</strong> Notícias, O Nor<strong>de</strong>ste e O Povo <strong>de</strong>stacam a Questão Agrária <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> através <strong>do</strong>s<br />
temas: Migração e Êxo<strong>do</strong> Rural. Por estas dimensões, os camponeses teriam um espaço<br />
<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> a ocupar em Fortaleza - a Hospedaria Getúlio Vargas. O dito sobre a “espera” <strong>de</strong><br />
navios, tempos melhores incentivo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, em meio a re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>do</strong>rmir e pratos vazios se<br />
contrapõe ao não-dito sobre as manifestações camponesas num tempo <strong>de</strong> luta política e social<br />
em Sindicatos, Associações e Ligas. Desta forma, a imprensa é um espaço útil ao <strong>de</strong>sarme da<br />
formação da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e das estratégias <strong>de</strong> luta <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res camponeses no Ceará.<br />
"”VIDA SEVERINA” – SEU POMPEU E ZÉ LEANDRO: DOIS CAMPONESES CEARENSES,<br />
DUAS MIGRAÇÕES, DOIS TEMPOS E VIDAS, 1950 - 1960”.<br />
Enilce Lima Cavalcante <strong>de</strong> Souza<br />
Professora <strong>do</strong> CEFET-CE<br />
Mestre em História Social – UFC<br />
Estu<strong>do</strong>s sobre a migração indicam a participação <strong>do</strong> Ceará, como um <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s que mais<br />
possibilitaram, sob diversos aspectos, a saída <strong>de</strong> sua população para outros lugares <strong>do</strong> país.<br />
Neste senti<strong>do</strong>, analisamos as histórias <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> Vicente Pompeu da Silva e José Leandro<br />
Bezerra da Costa. Os motivos que levaram seu Pompeu a São Paulo são diferentes <strong>do</strong>s que<br />
impulsionaram Zé Leandro ao Rio <strong>de</strong> Janeiro. Um migra bem antes <strong>do</strong> golpe civil-militar <strong>de</strong> 1964<br />
e <strong>de</strong> se tornar militante comunista. O outro é leva<strong>do</strong> a migrar pela participação e li<strong>de</strong>rança<br />
comunista nas lutas políticas pela reforma agrária, logo após o referi<strong>do</strong> golpe. Mesmo distintas,<br />
as experiências se assemelham: os protagonistas são alvos <strong>do</strong> latifúndio. Por motivos diferentes,<br />
os interessa<strong>do</strong>s na migração <strong>de</strong> ambos, na saída, ou na chegada, são representantes da elite<br />
agrária.<br />
A CULTURA CÍVICA ESCOLAR CEARENSE (1971-1973) – NA TAPEÇARIA DA HISTÓRIA,<br />
OBEDECER À LEI, SER FIEL AO TRABALHO E FESTEJAR A PÁTRIA.<br />
Francisco Egberto <strong>de</strong> Melo<br />
Mestran<strong>do</strong> em História Social – UFC<br />
Orientação: Dra. Edilene Terezinha <strong>de</strong> Tole<strong>do</strong><br />
Em 1969, foi instituída a Educação Moral e Cívica (EMC) na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino no País. Com a Lei<br />
5692/71, o ensino <strong>de</strong> História foi suprimi<strong>do</strong> para dar lugar aos Estu<strong>do</strong>s Sociais e Organização<br />
Social e Política <strong>do</strong> Brasil (OSPB). O objetivo era transformar a educação escolar em<br />
instrumento <strong>de</strong> elaboração e propaganda <strong>do</strong> sentimento nacionalista e <strong>do</strong> i<strong>de</strong>ário<br />
<strong>de</strong>senvolvimentista. No Ceará, as reformas educacionais fundamentadas na i<strong>de</strong>ologia da<br />
Segurança <strong>Nacional</strong> foram estabelecidas pelo currículo <strong>de</strong> 1º. Grau em abril <strong>de</strong> 1973, on<strong>de</strong> se<br />
fixavam os méto<strong>do</strong>s, objetivos e conteú<strong>do</strong>s que <strong>de</strong>veriam ser trabalha<strong>do</strong>s <strong>de</strong> 1ª. a 8ª série.<br />
Institucionalizava-se um ensino <strong>de</strong> História, EMC e OSPB que se efetivava através das diversas<br />
práticas escolares, com intensa valorização <strong>do</strong>s símbolos nacionais, <strong>do</strong> culto à Pátria e à Nação<br />
e aos heróis nacionais, <strong>de</strong> Tira<strong>de</strong>ntes a Médici, que extrapolavam os muros escolares através<br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 22
das horas cívicas, <strong>do</strong> hasteamento da ban<strong>de</strong>ira, nas comemorações das datas cívicas. Mas, o<br />
momento culminante era o Sete <strong>de</strong> Setembro, em especial, o sesquicentenário <strong>de</strong> 1972. É o<br />
diálogo estabeleci<strong>do</strong> entre Esta<strong>do</strong>, escola e socieda<strong>de</strong> que buscamos i<strong>de</strong>ntificar, no início <strong>do</strong>s<br />
anos setenta que buscamos i<strong>de</strong>ntificar através <strong>do</strong>s jornais e <strong>do</strong>cumentação escolar da época.<br />
A VIDA COTIDIANA DE MERETRIZES EM TORNO DAS RELAÇÕES FAMILIARES. UMA<br />
REFLEXÃO A PARTIR DA HISTÓRIA ORAL E MEMÓRIA.<br />
Francisco Gleison da Costa Monteiro<br />
A partir da meto<strong>do</strong>logia da História Oral e Memória, foi possível analisar as relações <strong>de</strong><br />
sociabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mulheres que divi<strong>de</strong>m suas ocupações entre os fazeres <strong>do</strong>mésticos, a família e<br />
a vida no meretrício. O contexto histórico, <strong>de</strong>senrola<strong>do</strong>s numa Zona <strong>de</strong> Baixo Meretrício na<br />
cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Tianguá-Ceará – fechada no ano <strong>de</strong> 2002, pelo Juiza<strong>do</strong> da Infância e Juventu<strong>de</strong> – nos<br />
permite, trazer à tona, o viver e o conviver na família das meretrizes. As abordagens seguem<br />
como trama os <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bramentos na relação entre família, trabalho e cotidiano.<br />
A MULTIDÃO, OS SAQUES E A MOBILIZAÇÃO POPULAR: O RELACIONAMENTO ENTRE<br />
MOVIMENTOS SOCIAIS E A AÇÃO DIRETA EM TEMPOS DE SECA EM ITAPIÚNA-CE (1988-1993)<br />
Francisco Ruy Gondim Pereira<br />
Mestran<strong>do</strong> em História Social – UFC<br />
Orienta<strong>do</strong>r: Fre<strong>de</strong>rico <strong>de</strong> Castro Neves<br />
Esta pesquisa investiga o cenário <strong>de</strong> mobilização e protesto social em Itapiúna no que diz<br />
respeito ao inter-relacionamento entre os movimentos sociais <strong>do</strong> município, que se<br />
<strong>de</strong>senvolveram em torno da Igreja Católica ocal nas décadas <strong>de</strong> 1980 e 1990, e os saques que<br />
foram <strong>de</strong>flagra<strong>do</strong>s na cida<strong>de</strong> nos anos <strong>de</strong> 1988, 1990 e 1993, perceben<strong>do</strong>, <strong>de</strong> um la<strong>do</strong>, a<br />
intersecção entre a mobilização planejada <strong>do</strong>s movimentos com a ação <strong>de</strong> massa da multidão e,<br />
por outro, a fricção entre os novos projetos <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocracia e transformação social <strong>do</strong>s<br />
movimentos sociais e a "economia moral da multidão" (E.P. Thompson e Fre<strong>de</strong>rico <strong>de</strong> Castro<br />
Neves) na motivação e legitimação simbólica <strong>de</strong>sses saques. Dessa forma, perceber como estas<br />
distintas tradições <strong>de</strong> intervenção política se mesclaram e interagiram na realização <strong>de</strong>stes atos<br />
para, assim, compreen<strong>de</strong>r a reelaboração e (res)significação atribuída pelos movimentos<br />
populares à tradição <strong>de</strong> ação direta da multidão nos anos <strong>de</strong> seca. Utilizan<strong>do</strong>-me <strong>de</strong><br />
<strong>do</strong>cumentação oral e escrita, procuro assim perceber a articulação <strong>do</strong>s conflitos e negociações<br />
entre trabalha<strong>do</strong>res rurais (atingi<strong>do</strong>s pelas secas) e a prefeitura local diante da efervescência<br />
<strong>de</strong>sses sujeitos políticos e como, diante <strong>de</strong> tais conflitos, foram <strong>de</strong>flagra<strong>do</strong>s aqueles saques.<br />
A FÚRIA DA EPIDEMIA CRUENTA: EXPERIÊNCIAS DA<br />
EPIDEMIA DE MALÁRIA NO BAIXO JAGUARIBE-CE.<br />
Gláubia Cristiane Arruda Silva<br />
Mestranda em História Social – UFC<br />
As epi<strong>de</strong>mias, para além <strong>de</strong> acontecimento simplesmente mórbi<strong>do</strong>, refletem, também, experiências<br />
sócio-culturais. Essa pesquisa busca compreen<strong>de</strong>r, a incidência da epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> malária, ocorrida<br />
na região <strong>do</strong> Baixo Jaguaribe-Ce, nos anos <strong>de</strong> 1937 a 1940, como um elemento <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>sorganização e reorganização social uma vez que este surto pestilento alterou sobremaneira as<br />
relações cotidianas durante a vigência da <strong>do</strong>ença na região. Ao analisarmos as experiências<br />
sociais vivenciadas durante essa epi<strong>de</strong>mia po<strong>de</strong>remos interpretar o que significou, para a<br />
população jaguaribana da época, sofrer e sobreviver a este momento <strong>de</strong> extrema dificulda<strong>de</strong>.<br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 23
“UMA ALMA NACIONAL PARA PERPETUAR AS GERAÇÕES”. A LEITURA DE “IRACEMA”<br />
PELOS REPUBLICANOS DO CENTRO LITERÁRIO (1895 - 1904).<br />
Gleudson Passos Car<strong>do</strong>so<br />
Prof. Assistente <strong>do</strong> Curso <strong>de</strong> História/ UECE<br />
Doutoran<strong>do</strong> em História Social no PPGH/UFF<br />
Membro da Soc:. Bel.: Let.: Art.: Aca<strong>de</strong>mia da Incerteza.<br />
Durante os primeiros anos após o golpe republicano, os intelectuais cearenses distribuíram-se<br />
pelas fileiras das socieda<strong>de</strong>s ou agremiações literárias, científicas e/ ou filosóficas.<br />
Contemporâneo da Padaria Espiritual (1892/1898) e da Aca<strong>de</strong>mia Cearense (1894), o Centro<br />
Literário (1894/1904) <strong>de</strong>stacou-se das <strong>de</strong>mais entida<strong>de</strong>s pelo seu apelo ao público leitor <strong>de</strong><br />
Fortaleza para a a<strong>de</strong>são e o compromisso moral com o novo regime. Imbuí<strong>do</strong>s <strong>do</strong> anseio<br />
civilizatório e patriótico, os sócios <strong>do</strong> Centro Literário elegeram o romance “Iracema”, <strong>de</strong> José <strong>de</strong><br />
Alencar, como a gran<strong>de</strong> referência em torno <strong>do</strong>s enuncia<strong>do</strong>s que haveriam <strong>de</strong> elencar posturas<br />
a<strong>de</strong>sistas. A estamparem nos textos <strong>do</strong> seu periódico, a “Revista Iracema”, um novo civismo que<br />
viesse <strong>de</strong>stacar o nacionalismo em favor da República como “sentimento apto ao progresso e à<br />
civilização”, po<strong>de</strong>-se perceber as estratégias discursivas, os embates no circuito das idéias na<br />
capital cearense, bem como a trama <strong>de</strong> interesses <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m política e social em que estiveram<br />
inseri<strong>do</strong>s esses letra<strong>do</strong>s. Para este estu<strong>do</strong>, foram analisa<strong>do</strong>s números da “Revista Iracema”,<br />
<strong>do</strong>cumentos oficiais, produção literária <strong>de</strong> época, dicionários biográficos, livros <strong>de</strong> memória,<br />
<strong>de</strong>ntre outras fontes.<br />
“BARDOS DA CANALHA, QUARESMA DE DESALENTOS”. PRODUÇÃO<br />
LITERÁRIA DE NEFELIBATAS, BOÊMIOS E LIBERTÁRIOS EM<br />
FORTALEZA NA REPÚBLICA VELHA (1889 - 1922).<br />
Gleudson Passos Car<strong>do</strong>so<br />
Prof. Assistente <strong>do</strong> Curso <strong>de</strong> História/ UECE<br />
Doutoran<strong>do</strong> em História Social no PPGH/UFF<br />
Membro da Soc:. Bel.: Let.: Art.: Aca<strong>de</strong>mia da Incerteza.<br />
Com a implantação <strong>do</strong> regime republicano, diferentes posturas surgiram no circuito letra<strong>do</strong> da<br />
cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fortaleza. Positivistas, antigos abolicionistas, republicanos <strong>de</strong> “última hora”, católicos,<br />
enfim, boa parte <strong>do</strong>s letra<strong>do</strong>s procuraram <strong>de</strong> alguma forma se inserir no jogo político que<br />
restabeleceu a velha estrutura <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r com a nova or<strong>de</strong>m política. Contu<strong>do</strong>, outros agentes<br />
letra<strong>do</strong>s <strong>de</strong>nunciaram essa trama e, através <strong>do</strong>s seus textos literários, fizeram ressonar o<br />
<strong>de</strong>scontentamento diante <strong>de</strong> tal conjuntura. Assim, foram i<strong>de</strong>nca<strong>do</strong>s em jornais operários,<br />
literatura <strong>de</strong> época, brochuras, panfletos, livros <strong>de</strong> memória, aforismas, <strong>de</strong>ntre outras fontes,<br />
textos que expressaram as leituras sociais <strong>de</strong> caixeiros,guarda livros, ferroviários, artesãos,<br />
tipógrafos, músicos etc, sobre suas experiências e inquietações diante da construção da or<strong>de</strong>m<br />
republicana no Ceará. Distribuída em três distintos campos semânticos (nefelibata, boêmio e<br />
libertário), a produção literária <strong>de</strong>stes sujeitos se diferencia em estilos, léxicos e narrativas, em<br />
que ficam evi<strong>de</strong>ntes seus repertórios <strong>de</strong> leituras, as formas <strong>de</strong> produção e circulação <strong>do</strong>s seus<br />
textos, re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sociabilida<strong>de</strong>s, bem como sua inserção no circuito letra<strong>do</strong> da capital cearense<br />
naquele perío<strong>do</strong> e as reações <strong>do</strong>s segmentos <strong>do</strong>minantes, administra<strong>do</strong>res, intelectuais<br />
orgânicos e católicos frente estas leituras.<br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 24
PRÁTICAS LETRADAS E SUJEITOS SOCIAIS.<br />
HISTÓRIA E HISTORIOGRAFIA<br />
Gleudson Passos Car<strong>do</strong>so<br />
Prof. Assistente <strong>do</strong> Curso <strong>de</strong> História/ UECE<br />
Doutoran<strong>do</strong> em História Social no PPGH/UFF<br />
Membro da Soc:. Bel.: Let.: Art.: Aca<strong>de</strong>mia da Incerteza.<br />
Nas últimas duas décadas, o estu<strong>do</strong> das práticas letradas, que se reporta à produção literária,<br />
ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> imprensa, circulação <strong>de</strong> livros, círculos <strong>de</strong> leituras etc., tem se <strong>de</strong>staca<strong>do</strong> no campo<br />
<strong>do</strong>s <strong>de</strong>bates históricos e historiográficos. Neste senti<strong>do</strong>, o presente encontro temático se propõe<br />
a agregar pesquisa<strong>do</strong>res e estudiosos, que vêm analisan<strong>do</strong> a relevância <strong>de</strong>ssas diferentes<br />
práticas da cultura letrada para os mais distintos agentes sociais inseri<strong>do</strong>s no processo das<br />
transformações históricas. A perceber que o uso e as formas <strong>de</strong>ssas ativida<strong>de</strong>s estão<br />
relaciona<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>ntre outros aspectos, às estratégias <strong>de</strong> inserção nos <strong>de</strong>bates intelectuais, <strong>de</strong><br />
acor<strong>do</strong> com os trabalhos que este encontro temático po<strong>de</strong>rá agregar, há <strong>de</strong> se perceber como<br />
literatos, intelectuais orgânicos, trabalha<strong>do</strong>res, boêmios, abolicionistas, militantes, enfim, sujeitos<br />
sociais que se ocuparam das letras, elaboraram suas leituras sociais, apropriaram-se <strong>do</strong>s<br />
repertórios <strong>de</strong> leituras, construíram seus mecanismos <strong>de</strong> difusão das suas idéias, quais foram<br />
suas condições materiais <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> livros e da produção <strong>do</strong>s textos, como veicularam suas<br />
percepções <strong>de</strong> mun<strong>do</strong>, a relação com a imprensa da época, os discursos e conteú<strong>do</strong>s<br />
semânticos presentes na produção literária <strong>do</strong> perío<strong>do</strong>, as re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sociabilida<strong>de</strong>s configuradas<br />
por esses agentes, a importância <strong>do</strong>s espaços <strong>de</strong> encontros, rodas literárias, saraus, gabinetes,<br />
livrarias, boticas, barbearias, praças, enfim, como na história e na historiografia foram percebi<strong>do</strong>s<br />
diferentes estratégias, usos, ambientes e agentes letra<strong>do</strong>s.<br />
DOM EXPEDITO: ESQUECIMENTO E MEMÓRIA<br />
Igor Alves Moreira<br />
Garanhuns-PE, 01 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 1957, 18h e 30min: Padre Hosana <strong>de</strong> Siqueira e Silva, Pároquo <strong>de</strong><br />
Quipapá, circunvizinhança, alveja seu Bispo Dom Expedito Lopes com três tiros <strong>de</strong> revólver.O<br />
principal motivo recai nas <strong>de</strong>núncias que eram en<strong>de</strong>reçadas ao bispo <strong>de</strong> que Padre Hosana não<br />
dava <strong>de</strong>vida assistência religiosa em sua paróquia e que estaria ten<strong>do</strong> um caso amoroso com Maria<br />
José, sua prima e empregada <strong>do</strong>méstica, e que esta estava esperan<strong>do</strong> um filho seu. O bispo,<br />
advertiu-o muitas vezes e <strong>de</strong>cidiu, com a permissão da Santa Sé, excomungar o sacer<strong>do</strong>te. No dia<br />
acima relata<strong>do</strong>, iria ser lida a excomunhão no programa <strong>de</strong> rádio chama<strong>do</strong> A Voz da Diocese. Padre<br />
Hosana dirigiu-se à emissora para falar e, segun<strong>do</strong> ele, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r-se daquelas acusações. A palavra<br />
não lhe foi facultada, por isso, foi ao Palácio Episcopal e disparou as cápsulas. Entretanto, Dom<br />
Expedito pereceu oito horas <strong>de</strong>pois no Hospital Dom Moura. Suas últimas palavras foram <strong>de</strong> perdão<br />
ao seu assassino e uma oferenda <strong>de</strong> si mesmo aos seminaristas, ao clero e a toda a Diocese <strong>de</strong><br />
Garanhuns. Foram essas palvaras últimas daquele moribun<strong>do</strong> que servem <strong>de</strong> subsí<strong>do</strong>s para que a<br />
Igreja Católica <strong>de</strong> Garanhuns formule e ponha em prática to<strong>do</strong> um trabalho <strong>de</strong> construção e<br />
institucionalização <strong>de</strong> uma memória sobre o prela<strong>do</strong>. Des<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 1990 para cá, o atual bispo<br />
<strong>de</strong> Garanhuns, D.Irineu, o clero da urbe e as religiosas <strong>do</strong> Instituto <strong>de</strong> Nossa Senhora <strong>de</strong> Fátima <strong>do</strong><br />
Brasil se dispõe à recolha, seleção e análise <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos escritos como também <strong>de</strong> <strong>de</strong>poimentos<br />
orais das pessoas que conheceram e/ou conviveram com Dom Expedito para, com isso, tornar<br />
pública o movimento em prol da beatificação e canonização <strong>do</strong> morto. Esse tornar público torna-se<br />
realmente público com as celebrações eucarísticas ocorridas na Catedral Santo Antônio - locus on<strong>de</strong><br />
está enterra<strong>do</strong> o corpo <strong>de</strong> Dom Expedito -, bem como na exposição <strong>de</strong> relíquias e objetos <strong>de</strong> Dom<br />
Expedito no Colégio Monsenhor A<strong>de</strong>lmar Valença, ali localiza<strong>do</strong>. Em suma, um esforço <strong>de</strong><br />
construção <strong>de</strong> uma memória está sen<strong>do</strong> feito. Uma memória que não a<strong>de</strong>ntrou ainda profundamente<br />
na socieda<strong>de</strong> garanhense, uma vez que esse crime e suas versões ficaram lá, em 1957. A<br />
população atual da cida<strong>de</strong> nada ou pouco sabe a respeito.<br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 25
OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E O<br />
ENSINO DE HISTÓRIA: PERSPECTIVAS E DESAFIOS.<br />
Isaí<strong>de</strong> Ban<strong>de</strong>ira Timbó<br />
Professora <strong>de</strong> História da UECE<br />
A partir da Lei <strong>de</strong> Diretrizes e Bases da Educação aprovada em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1996 forma<br />
elabora<strong>do</strong>s os Parâmetros Curriculares Nacionais, com o intuito <strong>de</strong> nortear a educação formal<br />
trabalhada nas escolas <strong>de</strong> Ensino Fundamental e Médio. No que diz respeito a disciplina <strong>de</strong><br />
História aborda a perspectiva <strong>de</strong> se trabalhar com eixos temáticos e a interdisciplinarida<strong>de</strong>.<br />
Contu<strong>do</strong>, o conhecimento <strong>de</strong>stes <strong>do</strong>cumentos ainda é diminuto pela maioria <strong>do</strong>s <strong>do</strong>centes, o que<br />
impe<strong>de</strong>, pelo menos uma tentativa <strong>de</strong> aplicação <strong>do</strong>s mesmos e uma avaliação consistente.<br />
Assim, é <strong>de</strong> fundamental importância espaços que proporcionem o contato com os PCN,<br />
especialmente no que diz respeito a História, consequentemente uma reflexão e análise <strong>do</strong><br />
Ensino <strong>de</strong> História no Brasil hoje (início <strong>do</strong> século XXI).<br />
A CONSTRUÇÃO DA NACIONALIDADE NA PRODUÇÃO HISTORIOGRÁFICA<br />
DOS SÓCIOS DA SOCIEDADE CAPISTRANO DE ABREU:<br />
PAULO PRADO E O “CAMINHO DO MAR”.<br />
Ítala Byanca Morais da Silva<br />
Mestranda em História Social – UFRJ<br />
Orienta<strong>do</strong>r: Manoel Salga<strong>do</strong> Guimarães – UFRJ<br />
Esta comunicação tem como objetivo estabelecer um paralelo entre o artigo Os Caminhos<br />
antigos e povoamento <strong>do</strong> Brasil <strong>de</strong> autoria <strong>de</strong> Capistrano <strong>de</strong> Abreu e Caminho <strong>do</strong> Mar <strong>de</strong> autoria<br />
<strong>de</strong> Paulo Pra<strong>do</strong>, observan<strong>do</strong> quais as perspectivas historiográficas que nortearam o trabalho e<br />
que foram atribuídas pelo “discípulo” a orientação <strong>do</strong> seu “mestre-amigo”. O Caminho <strong>do</strong> Mar,<br />
trabalho <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> a partir da sugestão <strong>de</strong> Capistrano <strong>de</strong> Abreu e seguin<strong>do</strong> um gráfico <strong>do</strong><br />
<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> São Paulo ofereci<strong>do</strong> por este a Paulo Pra<strong>do</strong>, busca compreen<strong>de</strong>r a<br />
formação <strong>de</strong> uma “raça paulista” que adquiriu suas particularida<strong>de</strong>s a partir da estrutura peculiar<br />
da geografia <strong>do</strong> território, <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> assim, um típico trabalho aos mol<strong>de</strong>s da<br />
antropogeografia, ciência <strong>de</strong>senvolvida e estimulada por Capistrano <strong>de</strong> Abreu e consi<strong>de</strong>rada por<br />
este necessária para a compreensão da nação.<br />
FESTA DOS CARETAS NO MUNICÍPIO DE JARDIM-CE:<br />
QUANDO A MENINADA CAI NA BRINCADEIRA.<br />
Ivanei<strong>de</strong> Ulisses<br />
Orienta<strong>do</strong>r: Gilmar <strong>de</strong> Carvalho<br />
O trabalho tem como objeto <strong>de</strong> pesquisa uma festa, em particular, a “Festa ou Brinca<strong>de</strong>ira <strong>do</strong>s<br />
Caretas”, que acontece no perío<strong>do</strong> da Semana Santa, no município <strong>de</strong> Jardim, sul <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />
Ceará. A pesquisa centrou-se nos mo<strong>do</strong>s como “brincantes”, “ex- brincantes” e organiza<strong>do</strong>res <strong>do</strong><br />
evento vivem e interpretam os processos <strong>de</strong> realização da festivida<strong>de</strong>. Na presente<br />
apresentação, buscaremos enfatizar a participação das crianças no processo <strong>de</strong> construção e<br />
elaboração da brinca<strong>de</strong>ira como elemento <strong>de</strong> pertença da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Jardim, quan<strong>do</strong> os<br />
“caretinhas” são um <strong>do</strong>s sujeitos primordiais <strong>de</strong>sse universo simbólico forja<strong>do</strong> por adultos e<br />
crianças. Além das entrevistas a observação <strong>de</strong> campo nos foi <strong>de</strong> máxima importância. A festa é<br />
menos uma forma <strong>de</strong> diversão em espaço público e mais uma forma esquematizada <strong>de</strong> saberes,<br />
liga<strong>do</strong>s a mo<strong>do</strong>s particulares <strong>de</strong> manifestar a cultura <strong>do</strong>s habitantes locais.<br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 26
ACORDOS MEC-USAID E OS ENSINOS DE 1º E 2º GRAUS<br />
Jeimes Mazza Correia Lima<br />
Historia<strong>do</strong>r<br />
Mestran<strong>do</strong> em Educação Brasileira (UFC)<br />
Este trabalho tem por finalida<strong>de</strong> levantar algumas discussões em torno <strong>do</strong>s acor<strong>do</strong>s MEC-<br />
USAID, buscan<strong>do</strong> sua relação com as reformas educacionais organizadas ao longo das décadas<br />
<strong>de</strong> 1960 e 1970, analisan<strong>do</strong> o contexto econômico que permeava esse momento, além <strong>de</strong><br />
evi<strong>de</strong>nciar a presença <strong>de</strong> elementos da Doutrina <strong>de</strong> Segurança <strong>Nacional</strong> na montagem <strong>do</strong><br />
arcabouço i<strong>de</strong>ológico que <strong>de</strong>u sustentação ao regime militar instaura<strong>do</strong> em março <strong>de</strong> 1964.<br />
A PROPAGANDA VARGUISTA NO CEARÁ (1937 – 1945)<br />
João Paulo Alexandrino Nogueira<br />
Licencia<strong>do</strong> em História – UFC<br />
O tema <strong>de</strong>sta pesquisa é “A Propaganda Varguista no Ceará”. A abordagem tomada sobre este<br />
tema consistirá na analise da propaganda política no Ceará no que concerne ao perío<strong>do</strong><br />
chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> Novo (1937 – 1945), da História <strong>do</strong> Brasil, no qual o Brasil foi governa<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
forma autoritária e ditatorial por um presi<strong>de</strong>nte, altamente populista, chama<strong>do</strong> Getúlio Dornelles<br />
Vargas, homem <strong>de</strong> caráter pragmático, que se preocupou muito com as estratégias <strong>de</strong> controle,<br />
manipulação e censura da propaganda política em seu governo. O objetivo <strong>de</strong>sta pesquisa é<br />
compreen<strong>de</strong>r com se <strong>de</strong>senvolveu repercussão da atuação <strong>do</strong>s meios <strong>de</strong> comunicação no<br />
Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ceará, em especial em Fortaleza, ou melhor, os aqui analisa<strong>do</strong>s, os jornais e as<br />
revistas procuran<strong>do</strong> para isso enten<strong>de</strong>r como a propaganda <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> Novo, com suas<br />
manchetes, reportagens e notícias serviram para ganhar o apoio e/ou o <strong>de</strong>scontentamento das<br />
massas para a legitimação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> Novo. As fontes a serem utilizadas para tal pesquisa são o<br />
Jornal O Esta<strong>do</strong> e as Revistas Cultura Política e O Amanhã, fontes estas que foram localizadas<br />
na Biblioteca Pública Menezes Pimentel, no Arquivo Público <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e na Aca<strong>de</strong>mia Cearense<br />
<strong>de</strong> Letras, e que encontram-se em sua composição original ou em arquivos micro-filma<strong>do</strong>s<br />
disponibiliza<strong>do</strong>s ao acesso <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os pesquisa<strong>do</strong>res.<br />
SERVENTUÁRIOS DAS TREVAS”: OS BOLCHEVIQUES NA<br />
IMPRENSA CATÓLICA (FORTALEZA/CE, 1922-1932)<br />
Jose Aloísio Martins<br />
Professor História/UFC<br />
A pesquisa “Serventuários das trevas”: Os bolcheviques na imprensa católica (Fortaleza/CE,<br />
1922-1932), recorren<strong>do</strong> ao jornal O NORDESTE, órgão funda<strong>do</strong> em Junho <strong>de</strong> 1922, sob os<br />
auspícios da Arquidiocese <strong>de</strong> Fortaleza, analisa o anticomunismo. Além <strong>de</strong>sse tema, o jornal<br />
colocou-se a favor <strong>de</strong> outras práticas <strong>de</strong>senvolvidas pelo Tradicionalismo Católico da época.<br />
Apresentan<strong>do</strong>-se como guardião da moral e <strong>do</strong>s bons costumes, a <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> criticar a<br />
instituição da República, o vespertino mostrou-se <strong>de</strong>fensor intransigente da or<strong>de</strong>m. Censurou as<br />
Revoltas Tenentistas. Publicou vetos ao protestantismo, à maçonaria e ao espiritismo. A<strong>do</strong>tou<br />
posições anti-semitas. Elogiou calorosamente o dita<strong>do</strong>r fascista Benito Mussolini e apoiou o<br />
Golpe <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> capitanea<strong>do</strong> por Getúlio Vargas, em 1930. Expressou concordância com o<br />
programa da Legião Cearense <strong>do</strong> Trabalho. Publicou as opiniões <strong>de</strong> Plínio Salga<strong>do</strong>, futuro<br />
dirigente da Ação Integralista Brasileira. A partir <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 1932, na condição <strong>de</strong> porta-voz<br />
da Liga Eleitoral Católica, divulgou o programa e os eventos da agremiação. Manipulan<strong>do</strong> a<br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 27
dualida<strong>de</strong> - bem x mal - a cúpula eclesiástica e a intelectualida<strong>de</strong> leiga articularam o comunismo<br />
e a encarnação <strong>do</strong> <strong>de</strong>mônio em um só corpo. Por isso, na publicação, a Rússia foi qualificada <strong>de</strong><br />
a “instituição <strong>do</strong> terror” e o “mal <strong>do</strong> tempo”. Os moscovitas foram chama<strong>do</strong>s <strong>de</strong> “micróbios” e <strong>de</strong><br />
“jacobinos vermelhos”, liga<strong>do</strong>s à idéia <strong>de</strong> sofrimento, peca<strong>do</strong>, mentira, sangue e morte, isto é,<br />
i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s com a “lei bolchevista <strong>do</strong> ódio”.<br />
O ENSINO DE HISTÓRIA USANDO A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA<br />
Juscelino Chaves Sales<br />
O presente trabalho discute o uso da Informática na Educação, ten<strong>do</strong> em vista que o computa<strong>do</strong>r<br />
é capaz <strong>de</strong> fornecer ao professor uma ferramenta po<strong>de</strong>rosa para motivar seus alunos em<br />
pesquisas e durante a aprendizagem. A conquista das habilida<strong>de</strong>s computacionais, o incentivo<br />
ao questionamento <strong>do</strong> aluno e a integração <strong>de</strong> alunos com dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprendizagem são<br />
algumas das conseqüências <strong>do</strong> uso <strong>de</strong>ssa ferramenta nas escolas. O trabalho também discute a<br />
educação a distancia via internet. São apresenta<strong>do</strong>s diversos sites educacionais volta<strong>do</strong>s para<br />
História. A maioria <strong>do</strong>s sites pesquisa<strong>do</strong>s não trazem uma interativida<strong>de</strong> com o aluno. São<br />
compostos <strong>de</strong> textos com suas respectivas figuras e também links que permitem a navegação<br />
entre diferentes paginas daquele assunto escolhi<strong>do</strong>. Foram observadas as diversas<br />
meto<strong>do</strong>logias empregadas, apontan<strong>do</strong>-se algumas <strong>de</strong>ficiências em relação ao ensino, tal como a<br />
falta <strong>de</strong> interativida<strong>de</strong> para prover um aprendiza<strong>do</strong> mais diverti<strong>do</strong> e eficaz, como também o aluno<br />
não po<strong>de</strong> testar seus conhecimentos no próprio site, ou seja, não existe avaliação.<br />
MÉTODO DE PAULO FREIRE E MOBRAL – MEMÓRIAS DE PROFESSORES SOBRE<br />
EDUCAÇÃO POPULAR NO VALE DO JAGUARIBE NA DÉCADA DE 1970.<br />
Kamillo Karol Ribeiro e Silva<br />
Esta iniciativa advém <strong>do</strong> <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> prestar seleção para o Doutora<strong>do</strong> na Pós-Graduação em<br />
Educação da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Ceará. A pesquisa tem por base <strong>de</strong>poimentos orais e<br />
memórias sobre o processo <strong>de</strong> educação popular na década <strong>de</strong> 1970. Inspirou-me pesquisar o<br />
assunto, o relato da Irmã Dionísia Andra<strong>de</strong> Costa, 71 anos, mora<strong>do</strong>ra da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Russas-Ce.<br />
Ela <strong>de</strong>screveu os <strong>de</strong>safios enfrenta<strong>do</strong>s durante a criação <strong>do</strong> Órgão Municipal <strong>de</strong> Educação da<br />
cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Jaguaruana e as iniciativas implementadas por este no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>s<br />
durante os anos da década <strong>de</strong> 1970. Na entrevista, Irmã Dionísia nos relata sobre as turmas <strong>de</strong><br />
educação popular, criadas a partir <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> Paulo Freire e, nos anos seguintes, da<br />
experiência <strong>do</strong> MOBRAL naquela mesma cida<strong>de</strong>. O relato nos serve, assim, como ponto <strong>de</strong><br />
partida para realização <strong>de</strong> outras entrevistas e aponta necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura no campo<br />
histórico e teórico. Feito isso, será possível <strong>de</strong>limitar com mais proprieda<strong>de</strong> a problemática <strong>de</strong>sta<br />
pesquisa que <strong>de</strong>verá mergulhar ainda em campos <strong>do</strong> conhecimento como, por exemplo, a<br />
pesquisa histórica acerca da experiência da ditadura militar no Vale <strong>do</strong> Jaguaribe.<br />
MÁGICOS DOUTORES: A ARTE MÉDICA ENTRE A MAGIA<br />
E A CIÊNCIA NAS MINAS GERAIS SETECENTISTAS<br />
Kelly Cristina Benjamim<br />
Mestranda em História Social – UFC<br />
No século XVIII, persistia a crença na concepção <strong>de</strong> mun<strong>do</strong> regida por forças mágicas, a<br />
explicação <strong>de</strong> fenômenos orgânicos, climáticos ou meteorológicos era dada pela influência <strong>de</strong><br />
divinda<strong>de</strong>s. Essa concepção era um fenômeno <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> parte da Europa, e estava presente<br />
também no imaginário <strong>do</strong>s habitantes das Minas Gerais colonial. Para além <strong>de</strong>ssa<br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 28
especificida<strong>de</strong>, a prática médica exercida no Brasil e, sobretu<strong>do</strong> nas Minas colonial, guarda<br />
outras características peculiares: a rarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> médicos, cirurgiões e boticários e o sincretismo<br />
étnico ocorri<strong>do</strong> nas Minas , foram responsáveis pela formação <strong>de</strong> uma medicina multifacetada e<br />
afeita ao universo da magia.. A crença na intervenção <strong>do</strong> sobrenatural tanto na instalação quanto<br />
na extirpação da <strong>do</strong>ença prossegue pelos tempos e atravessa o século XVIII, a <strong>de</strong>speito <strong>do</strong>s<br />
avanços <strong>do</strong> conhecimento médico e da tecnologia, persistem as invocações ao divino, através<br />
<strong>do</strong>s santos e a crença em curan<strong>de</strong>iros, ao mesmo tempo em que se recorria à medicina<br />
científica. Exemplo <strong>de</strong>ssa incorporação <strong>do</strong> saber médico colonial é a trajetória <strong>do</strong> cirurgião<br />
português Luís Gomes Ferreira, que atuou em Minas Gerais no século XVIII, reunin<strong>do</strong> uma vasta<br />
experiência prática, publicada em 1735 sob o título Erário Mineral. Nesse trata<strong>do</strong> médico, o<br />
cirurgião revela um talento excepcional em incorporar as práticas curativas locais, professadas<br />
por brancos, índios e negros, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong> principalmente a experiência, em <strong>de</strong>trimento da<br />
erudição acadêmica. As terapêuticas propostas por Luís Gomes Ferreira são algumas vezes<br />
consi<strong>de</strong>radas bizarras: acreditava-se nas proprieda<strong>de</strong>s curativas <strong>do</strong> pó <strong>de</strong> minhoca, <strong>do</strong> testículo<br />
<strong>de</strong> cavalo, <strong>do</strong> sangue menstrual, da terra <strong>de</strong> sepultura entre outros remédios miraculosos. De<br />
maneira geral, a farmacopéia colonial – assim como a arte médica e as praticas curativas<br />
populares – avizinhavam-se <strong>do</strong> terreno da magia e da feitiçaria, <strong>de</strong> tal mo<strong>do</strong> que é possível<br />
i<strong>de</strong>ntificar nelas as mesmas receitas e substâncias. Excrementos, plantas, raízes, pedras, ossos,<br />
ratos, morcegos, partes <strong>do</strong> corpo humano e <strong>de</strong> animais eram ingredientes que compunham tanto<br />
os receituários tradicionais <strong>de</strong> médicos e cirurgiões quanto as formulas ministradas por<br />
curan<strong>de</strong>iros, feiticeiras e benze<strong>de</strong>iras, evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> as afinida<strong>de</strong>s e convergências entre a magia<br />
e a ciência médica.<br />
MEMÓRIAS DO ADVENTISMO EM SOBRAL<br />
Lei<strong>de</strong>jane Araújo<br />
O Adventismo <strong>do</strong> Sétimo Dia surge e consolida-se como Igreja em Sobral, no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
1971/82. Através da utilização da oralida<strong>de</strong> como principal fonte, tenho por objetivo a<br />
problematização das questões a cerca da auto-imagem adventista, exploran<strong>do</strong> suas<br />
representações simbólicas, e, sobretu<strong>do</strong>, suas práticas, refletin<strong>do</strong> sobre suas significações para<br />
conquista <strong>de</strong> espaço social e <strong>de</strong> uma “i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>” para o grupo e suas implicações no cotidiano<br />
<strong>de</strong> cada membro. Importou-me também compreen<strong>de</strong>r como católicos e evangélicos viam e vêem<br />
o movimento, perceben<strong>do</strong> o contexto <strong>de</strong> inserção <strong>do</strong> adventismo e suas relações com esses<br />
grupos. Neste caminho, é possível apreen<strong>de</strong>r diferentes discursos e possibilida<strong>de</strong>s: adventistas<br />
apontan<strong>do</strong>, mesmo que involuntariamente, para a concepção <strong>de</strong> um grupo com uma<br />
consi<strong>de</strong>rável mutiplicida<strong>de</strong> nas formas <strong>de</strong> ver o mun<strong>do</strong> e <strong>de</strong> interpretar sua própria crença,<br />
enquanto os <strong>de</strong>mais entrevista<strong>do</strong>s os i<strong>de</strong>ntificaram sobretu<strong>do</strong> como sabatistas.<br />
SONHANDO SER JAMES DEAN? A JUVENTUDE TRANSVIADA<br />
NAS PÁGINAS DA IMPRENSA FORTALEZENSE. (1953-1963)<br />
Lidia Noemia Silva <strong>do</strong>s Santos<br />
Mestre em História - UFC<br />
Motivada pela leitura <strong>de</strong> algumas obras <strong>de</strong> memorialistas que escreveram sobre os anos 50, em<br />
Fortaleza, investiguei a presença <strong>de</strong> um suposto núcleo da juventu<strong>de</strong> transviada, na cida<strong>de</strong>.<br />
Nesta comunicação, preten<strong>do</strong> apresentar alguns resulta<strong>do</strong>s da pesquisa, discorren<strong>do</strong> e<br />
analisan<strong>do</strong> o noticiário da imprensa sobre a ação <strong>de</strong> rapazes, aponta<strong>do</strong>s como <strong>de</strong>linqüentes,<br />
transvia<strong>do</strong>s ou rebel<strong>de</strong>s “sem causa”. Priorizei os relatos da atuação <strong>do</strong>s rabos-<strong>de</strong>-burro, ti<strong>do</strong>s<br />
como uma apropriação local da nova relação entre pais e filhos (mais permissivos e menos<br />
autoritários), pre<strong>do</strong>minante na socieda<strong>de</strong> norte-americana, e representada e publicizada,<br />
especialmente, nos filmes que exploravam o universo juvenil, caso <strong>de</strong> Juventu<strong>de</strong> Transviada,<br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 29
exibi<strong>do</strong> em Fortaleza, em 1958.<br />
A MEMÓRIA AO AR LIVRE. MONUMENTOS ESTATUÁRIOS<br />
NAS PRAÇAS DO CENTRO ANTIGO DE FORTALEZA<br />
Liesly Oliveira Barbosa<br />
Licenciada – Bacharelanda – UFC<br />
A presente pesquisa propõe analisar a criação <strong>do</strong>s lugares <strong>de</strong> memória nos espaços públicos da<br />
cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fortaleza a partir da ereção <strong>do</strong>s monumentos estatuários <strong>de</strong> culto nacionalista nas<br />
praças <strong>do</strong> centro antigo. Cabe, portanto, enten<strong>de</strong>r como a utilização <strong>de</strong>stes monumentos foi<br />
selecionada e imposta pelos <strong>do</strong>minantes através <strong>de</strong> uma memória elitista, centrada nos gran<strong>de</strong>s<br />
heróis, homens e feitos históricos da Nação. Assim sen<strong>do</strong>, proponho por meio <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s<br />
marcos simbólicos, analisar o sistema <strong>de</strong> símbolos utiliza<strong>do</strong>s para a legitimação <strong>de</strong> uma memória<br />
nos espaços públicos <strong>de</strong> Fortaleza, ou seja, a memória das classes <strong>do</strong>minantes a partir <strong>do</strong>s<br />
primeiros monumentos estatuários erigi<strong>do</strong>s em praças públicas da cida<strong>de</strong>, perceben<strong>do</strong> as<br />
interpretações e resignificações <strong>de</strong>ssa memória para a população citadina e sua repercussão<br />
nos <strong>de</strong>mais lugares <strong>de</strong> memória da cida<strong>de</strong>, ou seja, nos objetos dispostos no museu e no culto<br />
aos mortos na necrópole.<br />
“A MEMÓRIA MOLDADA NO BRONZE”.<br />
Liesly Oliveira Barbosa<br />
Licenciada – Bacharelanda – UFC<br />
O presente trabalho visa analisar a construção da memória nos espaços públicos da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Fortaleza a partir da criação <strong>de</strong> uma cultura estatuaria <strong>de</strong> culto nacionalista nas praças <strong>do</strong> centro<br />
antigo, assim como interpretar as apropriações e resignicações <strong>de</strong>ssa memória pelos cidadãos<br />
da cida<strong>de</strong>. O ponto <strong>de</strong> partida <strong>de</strong>ssa nova cultura estatuária em Fortaleza se dá pela construção<br />
<strong>do</strong> primeiro monumento estatuário ou seja, o Monumento Tiburcio erigi<strong>do</strong> em 1888 na praça que<br />
leva o seu nome. Cabe portanto, interpretar os diversos processos que envolveram <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />
seleção <strong>de</strong>sta memória a sua posterior resignificação, chegan<strong>do</strong> ao ponto da nomenclatura<br />
oficial ser subjugada a popular pela gran<strong>de</strong> maioria <strong>do</strong>s cidadãos da cida<strong>de</strong>.<br />
“O CASAMENTO E A MORTALHA NO CÉU SE TALHAM”: TRAJETÓRIA<br />
BIOGRÁFICA DA OUSADA E ESQUECIDA FRANCISCA CLOTILDE (1862-1935).<br />
Luciana Andra<strong>de</strong> <strong>de</strong> Almeida<br />
Mestranda em História Social – UFC<br />
Orienta<strong>do</strong>ra: A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong> Pereira Gonçalves.<br />
A diversida<strong>de</strong> e os níveis <strong>de</strong> tensão presentes na trajetória <strong>de</strong> vida e nos escritos <strong>de</strong> Francisca<br />
Clotil<strong>de</strong> (1862-1935) revelam as várias contribuições que legou e os muitos interesses que a<br />
mobilizaram. A escritora fez parte <strong>do</strong> movimento abolicionista e <strong>do</strong> grupo <strong>de</strong> cearenses<br />
precursoras da escrita feminina, em um tempo em que o ato <strong>de</strong> escrever, em si, implicava<br />
transgressão. Teria figura<strong>do</strong> em clubes literários e produziu sonetos, contos, traduções, críticas<br />
literárias, propagandas. A pesquisa se ancora no estu<strong>do</strong> biográfico da escritora e observa<br />
evidências pessoais que perpassam sua vida e produção intelectual em jornais e romances,<br />
consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que a experiência <strong>do</strong> sujeito não é <strong>de</strong>svencilhada <strong>do</strong>s aspectos sociais. O trabalho<br />
também se propõe a compreen<strong>de</strong>r os limites da abordagem biográfica, que emerge como<br />
instrumento para que o pesquisa<strong>do</strong>r perceba a importância das ações individuais e historicize o<br />
cotidiano, os sujeitos e suas experiências. Há que se problematizar os silêncios e vozes<br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 30
<strong>de</strong>ixa<strong>do</strong>s, como memórias em disputa, analisa<strong>do</strong>s na perspectiva <strong>de</strong> permissão: como em uma<br />
biografia autorizada, Francisca Clotil<strong>de</strong> oculta e mostra aspectos que nos permitem ver como ela<br />
quer ser mostrada e como gostaria <strong>de</strong> ser lembrada.<br />
RODOLFO TEÓFILO: LITERATURA E DENÚNCIA SOCIAL<br />
Manoel Carlos Fonseca <strong>de</strong> Alencar<br />
Professor da FECLESC-UECE<br />
A literatura como instrumento <strong>de</strong> crítica e <strong>de</strong>núncia social é um <strong>do</strong>s aspectos mais notáveis no<br />
naturalismo cearense. Ro<strong>do</strong>lfo Teófilo foi um <strong>do</strong>s autores que se valeu <strong>de</strong> sua obra literária, seja<br />
ela romanesca ou não, como arma para <strong>de</strong>nunciar aspectos da realida<strong>de</strong> que <strong>de</strong>scordava e que<br />
pretendia reformar. Nesse senti<strong>do</strong> a literatura cumpriria uma função civilizatória. Preten<strong>de</strong>mos<br />
com essa comunicação analisar a obra <strong>de</strong>sse autor procuran<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ntificar como a partir da<br />
construção <strong>do</strong>s personagens, da trama e das <strong>de</strong>scrições da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fortaleza, ele produziu<br />
um <strong>do</strong>s manifestos mais eloqüentes <strong>do</strong>s <strong>de</strong>scaminhos da república no Ceará.<br />
NAS TELAS DA CIDADE: OS CINEMAS EM FORTALEZA NOS ANOS DE 1920<br />
Márcio Inácio da Silva<br />
Mestran<strong>do</strong> em História Social / UFC<br />
Orienta<strong>do</strong>r: Prof. Dr. Fre<strong>de</strong>rico <strong>de</strong> Castro Neves<br />
Bolsista da FUNCAP<br />
Na presente pesquisa, buscamos enten<strong>de</strong>r as experiências sociais e as tramas estabelecidas na<br />
relação entre o cinema e a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fortaleza nas primeiras décadas <strong>do</strong> século passa<strong>do</strong>. Ao<br />
interpretarmos o cotidiano <strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong> estamos refletin<strong>do</strong> sobre as culturas urbanas. O que<br />
significava ir ao cinema e quais experiências sociais eram vivenciadas no interior das salas <strong>de</strong><br />
exibição? Nesta trama, compreen<strong>de</strong>mos que o público também se constitui em elemento<br />
fundamental na interpretação <strong>do</strong> cinema na capital cearense. As fontes utilizadas nesta pesquisa<br />
são as mais variadas, formamos um campo <strong>do</strong>cumental amplo e diversifica<strong>do</strong> composto por<br />
jornais, revistas, <strong>do</strong>cumentos policiais.<br />
DOM DELGADO NA IGREJA DE SEU TEMPO (1963 – 1973).<br />
Márcio Porto<br />
Este trabalho preten<strong>de</strong> contribuir com os estu<strong>do</strong>s que problematizam as peculiarida<strong>de</strong>s e as<br />
inflexões <strong>do</strong> catolicismo no Ceará. Ten<strong>do</strong> como base o perío<strong>do</strong> em que a Igreja cearense estava<br />
sob o governo eclesiástico <strong>de</strong> Dom José <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros Delga<strong>do</strong>, busca-se mapear as direções, os<br />
conflitos, os avanços e os recuos com os quais se <strong>de</strong>pararam os clérigos e os militantes<br />
católicos face ao complexo quadro sócio-político pre<strong>do</strong>minante no cenário brasileiro da década<br />
<strong>de</strong> 1960 e inícios <strong>do</strong>s anos 70. Se por um la<strong>do</strong>, estes anos foram marca<strong>do</strong>s pelo ápice <strong>do</strong> <strong>de</strong>bate<br />
<strong>de</strong>mocrático nas relações entre a Igreja e a socieda<strong>de</strong>, por outro, foram marca<strong>do</strong>s pela<br />
implantação e consolidação <strong>do</strong> regime militar, caracteriza<strong>do</strong> pela negação <strong>do</strong>s direitos humanos<br />
e sociais que perdurou por 21 anos no Brasil.<br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 31
VITRINE DAS VIRTUDES: A IRMANDADE DAS<br />
FILHAS DE MARIA EM LIMOEIRO-CE (1915-1945)<br />
Maria Lucélia <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong><br />
Mestranda em História Social – UFC<br />
A Pia União das Filhas <strong>de</strong> Maria era uma associação leiga feminina <strong>de</strong> caráter religioso. Exemplo<br />
<strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo romaniza<strong>do</strong> <strong>de</strong> irmanda<strong>de</strong>, implanta<strong>do</strong> no início <strong>do</strong> século XX, essa irmanda<strong>de</strong> surge<br />
como i<strong>de</strong>aliza<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> jovem católica. Na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Limoeiro, se<strong>de</strong> da terceira<br />
Diocese <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ceará, a Irmanda<strong>de</strong> das Filhas <strong>de</strong> Maria, como era conhecida, constitui-se<br />
como um lugar <strong>de</strong> evi<strong>de</strong>nte prestígio social. Uma rara oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projeção político-social<br />
numa socieda<strong>de</strong> machista e conserva<strong>do</strong>ra. Permeada <strong>de</strong> conflitos e tensões silenciadas, essa<br />
associação mostra, em sua <strong>do</strong>cumentação e também na memória daquelas que <strong>de</strong>la tomaram<br />
parte, como se davam as formas <strong>de</strong> resistência ao mo<strong>de</strong>lo i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> mulher imposto pela Igreja. A<br />
presente pesquisa se encontra em fase inicial, no mestra<strong>do</strong> em História Social da Universida<strong>de</strong><br />
Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Ceará, e busca analisar a Irmanda<strong>de</strong> das Filhas <strong>de</strong> Maria em Limoeiro, no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />
1915 a 1945.<br />
AS VOZES DO SOFRIMENTO: A FAMÍLIA DOS COMBATENTES<br />
CEARENSES QUE FORAM PARA “GUERRA DO PARAGUAI.”<br />
Maria Regina Santos <strong>de</strong> Souza<br />
Mestranda em História – UFC<br />
Bolsista da FUNCAP<br />
Orienta<strong>do</strong>r: Profa. Dra. Ivone Cor<strong>de</strong>iro Barbosa<br />
A construção social da Guerra <strong>do</strong> Paraguai é produto <strong>de</strong> uma multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> racionalida<strong>de</strong>s,<br />
porém as elucidações mais comuns na historiografia brasileira referem-se às violências <strong>do</strong>s<br />
recrutamentos, as resistências daqueles que se negavam a pelejar, as condições físicas e<br />
morais <strong>do</strong>s solda<strong>do</strong>s, enfim estu<strong>do</strong>s que parecem configurar esse conflito unicamente como<br />
misógino. Dessa forma, existem lacunas sobre as famílias <strong>do</strong>s combatentes que direta ou<br />
indiretamente foram afeta<strong>do</strong>s: como ficavam os <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>do</strong>s combatentes? O que sabemos<br />
<strong>do</strong>s sofrimentos <strong>de</strong> mães e esposas que tiveram seus filhos e mari<strong>do</strong>s mortos ou mutila<strong>do</strong>s em<br />
combate? A perspectiva <strong>de</strong>ste trabalho é preencher essas lacunas na província <strong>do</strong> Ceará ten<strong>do</strong><br />
como base frestas <strong>de</strong>ixadas pelas correspondências entre as autorida<strong>de</strong>s militares e civis<br />
cariocas e cearenses durante o conflito. Destacamos os diversos ofícios envia<strong>do</strong>s pelos<br />
Ministérios <strong>do</strong> Império, da Guerra, da Justiça e a Presidência <strong>do</strong> Ceará e <strong>de</strong>sta àqueles.<br />
ZÉ FULÔ, UMA VIDA EM TRINTA E OITO MOAGENS: EXPERIÊNCIA DE UM<br />
TRABALHADOR DE ENGENHO DE RAPADURA NO CARIRI:<br />
Maria Yacê Carleial F. <strong>de</strong> Sá<br />
Mestranda em História – UFC<br />
Este texto é parte <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> biográfico <strong>de</strong> um trabalha<strong>do</strong>r rural, hoje aposenta<strong>do</strong>, cuja<br />
experiência como operário em engenhos <strong>de</strong> rapadura forma um rico substrato para a<br />
compreensão <strong>de</strong>sse universo social <strong>de</strong> trabalho. As narrativas <strong>de</strong> José Cabral <strong>de</strong> Melo, mais<br />
conheci<strong>do</strong> como Zé Fulô, agregam-se as <strong>de</strong> outros trabalha<strong>do</strong>res, compon<strong>do</strong> parte <strong>do</strong> material<br />
empírico <strong>de</strong> uma pesquisa sobre relações <strong>de</strong> trabalho num engenho <strong>de</strong> rapadura no Cariri em<br />
mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XX. O engenho Tupinambá e sua gente são vistos como um microcosmo que<br />
constituiu em si um processo histórico, para o qual buscou-se reconstruir o contexto social e<br />
cultural em que se mol<strong>do</strong>u. Dentro da trajetória <strong>de</strong>ste operário que chegou a mestre da rapadura,<br />
foram escolhi<strong>do</strong>s trechos que sinalizam o tipo <strong>de</strong> aprendiza<strong>do</strong> informal que acontecia nos<br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 32
engenhos da região, on<strong>de</strong> o saber/fazer, passa<strong>do</strong> <strong>de</strong> geração em geração, era construí<strong>do</strong><br />
observação e na prática cotidiana.<br />
UMA VERDADE VISTA NOS CORPOS: O SABER MÉDICO NOS CASOS DE INFANTICÍDIO<br />
EM FORTALEZA NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX.<br />
Marla Albuquerque Ataí<strong>de</strong><br />
Mestranda em História - UFC<br />
O objetivo <strong>de</strong>sta comunicação é apresentar uma parte <strong>do</strong> primeiro capítulo <strong>de</strong> minha Dissertação<br />
em <strong>de</strong>senvolvimento no Curso <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong> em História da UFC. Neste tópico, preten<strong>do</strong> discutir<br />
o Saber Médico nos casos <strong>de</strong> infanticídio. Assim, partirei <strong>de</strong> alguns casos analisa<strong>do</strong>s por mim<br />
nos processos-crime para enten<strong>de</strong>r a intervenção <strong>de</strong>ste Saber no enriquecimento <strong>do</strong><br />
conhecimento acerca da prática <strong>do</strong> infanticídio em Fortaleza na primeira meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> Século XX.<br />
Nas análises <strong>de</strong>stes processos, encontraremos Médicos que procediam aos exames cadavéricos<br />
na criança, aos exames <strong>de</strong> verificação <strong>de</strong> recente parto nas mulheres (exame <strong>de</strong> parto suposto)<br />
e ainda ao chama<strong>do</strong> exame pericial realiza<strong>do</strong> na acusada <strong>de</strong> infanticídio Francisca Rodrigues.<br />
Este, resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> 45 dias <strong>de</strong> observação sobre a mesma, com o intuito <strong>de</strong> atestar ou não a<br />
“imbecilida<strong>de</strong> nativa”, que se atestada a tornaria incapaz <strong>de</strong> imputação criminal, entre outros<br />
da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s importantes.<br />
CEMITÉRIO DE SÃO BENEDITO-CEARÁ:<br />
MEMÓRIA, CULTO E DEVOÇÃO A JOÃO DAS PEDRAS.<br />
Michelle Ferreira Maia<br />
Em Abril <strong>de</strong> 1978 morreu eletrocuta<strong>do</strong> João Ferreira Gomes em São Benedito-Ceará, a morte<br />
<strong>de</strong>corria-se <strong>de</strong> uma tentativa <strong>de</strong> furtar a casa <strong>do</strong> Sr. Epifânio, esta que protegida por uma fiação<br />
elétrica vitimou o infrator que morreu no ato <strong>do</strong> impacto com os fios, sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssa forma, vitima<strong>do</strong><br />
por sua tentativa <strong>de</strong> furto como também pela própria fiação. Se por um la<strong>do</strong>, este fato marcava a<br />
última tentativa <strong>de</strong> furto <strong>de</strong> João das Pedras, assim popularmente conheci<strong>do</strong> como o ladrão que<br />
tirava <strong>do</strong>s ricos para dar aos pobres, por outro la<strong>do</strong> construía-se a partir <strong>de</strong> então memórias não<br />
somente sobre a morte em si, mas <strong>de</strong> vários momentos da vida <strong>de</strong> João das Pedras. As<br />
histórias sobre seus furtos e fugas, sobre sua morte compõem construções <strong>de</strong> senti<strong>do</strong>s,<br />
significa<strong>do</strong>s sobre este sujeito, memórias que são presentes no cotidiano <strong>de</strong> São Benedito.<br />
Porém, os vestígios sobre a vida e morte <strong>de</strong> João das Pedras remontam a narrativas orais, e<br />
isso suscita a questão <strong>de</strong> qual o passa<strong>do</strong> que se quis registrar, preservar nos livros relaciona<strong>do</strong>s<br />
à historiografia local. No entanto, o trabalho com as fontes orais nesta pesquisa nos possibilita<br />
observar que o que <strong>de</strong> fato é esqueci<strong>do</strong>, pela escrita ganha por outro la<strong>do</strong> expressivida<strong>de</strong> na<br />
oralida<strong>de</strong>. Neste artigo, porém, abor<strong>do</strong> apenas o espaço <strong>de</strong> culto e <strong>de</strong> <strong>de</strong>voção, analisan<strong>do</strong> a<br />
relação <strong>do</strong>s sujeitos com este espaço e questionan<strong>do</strong> como e em torno <strong>de</strong> quê são construídas<br />
as memórias sobre João das Pedras.<br />
“A FORÇA DOS CATRAEIROS NAS LUTAS<br />
DE CONTESTAÇÃO À OLIGARQUIA ACIOLINA”<br />
Nágila Maia <strong>de</strong> Moraes<br />
A presente pesquisa tem o objetivo <strong>de</strong> analisar a lutas <strong>de</strong> contestação a oligarquia acciolina,<br />
ten<strong>do</strong> como ponto <strong>de</strong> partida a Greve organizada pelos catraieiros <strong>de</strong> fortaleza, após a Lei<br />
Fe<strong>de</strong>ral que obrigava estes a se alistarem para a Armada da Marinha <strong>do</strong> Brasil. Na manhã <strong>do</strong> dia<br />
03 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1904 os grevistas foram surpreendi<strong>do</strong>s pela força policial, que agiram <strong>de</strong><br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 33
maneira cruel, não poupan<strong>do</strong> nem os transeuntes que olhavam a manifestação no porto da<br />
cida<strong>de</strong>. Sen<strong>do</strong> bastante interessante <strong>de</strong>stacar que a partir da repressão aos grevistas as<br />
manifestações em protesto ao ocorri<strong>do</strong> no dia 03 e também aos <strong>de</strong>sman<strong>do</strong>s da política acciolina<br />
ganharam força. Assim, intensas disputas se <strong>de</strong>senrolaram com a participação <strong>do</strong>s<br />
trabalha<strong>do</strong>res, oligarquia acciolina e oligarquia dissi<strong>de</strong>nte. Estes últimos que buscaram legitimar<br />
seus interesses políticos através da sensibilização da população mediante o fatídico episódio,<br />
utilizan<strong>do</strong> até mesmo a tentativa <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> uma memória <strong>do</strong> “03 <strong>de</strong> janeiro”.<br />
ESTUDANTES EM MOVIMENTO: EXPERIÊNCIAS E LUTAS<br />
COTIDIANAS DOS ESTUDANTES DA UFC ( 1969- 1979)<br />
Niedja Lima Torres Portugal<br />
Mestranda em História Social – UFC<br />
Orienta<strong>do</strong>r: Prof. Dr. Fre<strong>de</strong>rico <strong>de</strong> Castro Neves<br />
Durante os primeiros quatro anos <strong>do</strong> regime civil-militar no Brasil (1964- 1968), os estudantes<br />
foram atores <strong>de</strong> um movimento social forte e atuante. Personagens constantes na luta contra a<br />
ditadura, é em especial no ano <strong>de</strong> 1968 que os estudantes ganham <strong>de</strong>staque, graças à<br />
visibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> movimento estudantil. Em 13 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong>ste ano, após intensas<br />
mobilizações, o governo baixa o Ato Institucional n°5 (AI-5), que representou o fechamento <strong>do</strong><br />
regime. Então, um movimento fruto <strong>de</strong> um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> efervescência política e cultural, sofre uma<br />
profunda ruptura. Juntamente com o AI-5, foram implantadas medidas repressivas voltadas para<br />
o movimento estudantil, como os Decretos-leis 228 e 477 e a Reforma Universitária <strong>de</strong> 1969. A<br />
partir <strong>de</strong>sse ponto começa o silêncio historiográfico sobre o movimento estudantil. Nosso<br />
trabalho se propõe a romper com esse silêncio, buscan<strong>do</strong> interpretar a experiência <strong>do</strong>s<br />
estudantes que, com rupturas e permanências, repensaram e refizeram suas práticas, buscan<strong>do</strong><br />
espaços legítimos <strong>de</strong> atuação. Através <strong>do</strong> diálogo com as fontes, procuramos compreen<strong>de</strong>r os<br />
significa<strong>do</strong>s das memórias em conflito para a história <strong>do</strong> perío<strong>do</strong>.<br />
HISTÓRIA EM MOVIMENTO: A CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA DO MOVIMENTO<br />
ESTUDANTIL POR EX-MILITANTES ( UFC/ 1969- 1979)<br />
Niedja Lima Torres Portugal<br />
Mestranda em História Social – UFC<br />
Orienta<strong>do</strong>r: Prof. Dr. Fre<strong>de</strong>rico <strong>de</strong> Castro Neves<br />
Na história recente <strong>do</strong> Brasil, e especificamente <strong>do</strong> movimento estudantil, o ano <strong>de</strong> 1968 surge<br />
como um marco. Para os estudantes, tem uma dupla simbologia: foi durante 1968 que as<br />
manifestações estudantis alcançaram seu auge e foi no final <strong>de</strong>ste mesmo ano que a ditadura<br />
civil-militar, que então ocupava o po<strong>de</strong>r no país “endureceu” e recru<strong>de</strong>sceu a repressão sobre os<br />
dissi<strong>de</strong>ntes. Seguiu-se o perío<strong>do</strong> mais violento <strong>do</strong> regime civil-militar imposto com o golpe <strong>de</strong><br />
1964, situação que viria a mudar na segunda meta<strong>de</strong> <strong>do</strong>s anos 1970. Na presente pesquisa,<br />
buscamos analisar as experiências, as práticas políticas e os conflitos <strong>do</strong>s estudantes da<br />
Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Ceará, no perío<strong>do</strong> que vai <strong>de</strong> 1969 a 1979. O trabalho com as<br />
memórias <strong>de</strong> um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> exceção da história brasileira recente faz necessário ter em mente o<br />
contínuo fazer-se da memória. Muitos <strong>do</strong>s conflitos <strong>de</strong>ste perío<strong>do</strong> persistem até os dias <strong>de</strong> hoje<br />
como disputas <strong>de</strong> memória. As batalhas <strong>de</strong> memória que assistimos nos levaram a priorizar os<br />
conflitos e as disputas, pois o caso da disputa entre uma memória oficial e uma memória<br />
subterrânea, esta é uma luta política. Ten<strong>do</strong> em vista que a memória é um fenômeno construí<strong>do</strong><br />
e que, no caso da história oral, entrevista<strong>do</strong>r e entrevista<strong>do</strong> participam <strong>de</strong>ssa construção. Assim,<br />
o <strong>de</strong>safio <strong>do</strong> historia<strong>do</strong>r está na tarefa da interpretação e <strong>do</strong> diálogo entre diversas fontes e a<br />
polifonia proporcionada pela oralida<strong>de</strong>.<br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 34
ESPAÇO NARRADO, ESPAÇO CONSTRUIDO:<br />
ESPAÇO E NATUREZA NA HISTORIOGRAFIA POTIGUAR<br />
Olívia Morais <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros Neta<br />
UFRN – PPGH<br />
Iranilson Buriti <strong>de</strong> Oliveira<br />
UFCG<br />
O campo da história <strong>do</strong>s espaços vem ganhan<strong>do</strong> fôlego com as primeiras gerações <strong>do</strong>s Anais,<br />
neste senti<strong>do</strong>, procuran<strong>do</strong> produzir uma história <strong>do</strong>s espaços, problematizamos a historiografia<br />
sobre o Seridó potiguar, quanto as noções <strong>de</strong> espaço e natureza - o Seridó potiguar situa-se na<br />
porção central <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Norte. O corpo escrito historiograficamente sobre o<br />
espaço Seridó constitui-se como nosso corpus <strong>do</strong>cumental, composto pelas obras: Homens <strong>de</strong><br />
Outrora <strong>de</strong> Manoel Dantas, Seridó <strong>de</strong> José Augusto Bezerra <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros, Velhos Costumes <strong>de</strong><br />
meu sertão <strong>de</strong> Juvenal Lamartine <strong>de</strong> Faria e Sertões <strong>do</strong> Seridó <strong>de</strong> Oswal<strong>do</strong> Lamartine <strong>de</strong> Faria.<br />
O Seridó em tais obras é teci<strong>do</strong> a partir <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> genealógica e uma re<strong>de</strong> da própria escrita,<br />
pois enquanto parentes, suas escritas se cruzam e são subjetivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas vivências que,<br />
configuram espaços <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejos, nos possibilitan<strong>do</strong> <strong>de</strong>stacar a relação entre a escrita <strong>de</strong> si e a<br />
escrita da história. Espaço e natureza são categorias ressaltadas pelos autores ao pensarem o<br />
Seridó, sen<strong>do</strong> este um palco <strong>do</strong> embate entre o homem e o meio.<br />
“POR ENTRE LEITURAS E ESCRITA: AS EPÍSTOLAS TROCADAS ENTRE CAPISTRANO<br />
DE ABREU E JOÃO LÚCIO DE AZEVEDO (1916-1927)”<br />
Paula Virgínia Pinheiro Batista<br />
Mestranda em História Social – UFC<br />
Orienta<strong>do</strong>r: Francisco Régis Lopes<br />
O historia<strong>do</strong>r cearense João Capistrano <strong>de</strong> Abreu e o historia<strong>do</strong>r português João Lúcio <strong>de</strong><br />
Azeve<strong>do</strong> mantiveram uma constante troca epistolar por cerca <strong>de</strong> onze anos (1916-1927). Parte<br />
<strong>de</strong>ssa correspondência, cerca <strong>de</strong> 250 cartas, foram publicadas numa coletânea organizada por<br />
José Honório Rodrigues na década <strong>de</strong> 1950, já outra parte, cerca <strong>de</strong> 58 cartas, estão<br />
<strong>de</strong>positadas no Acervo Capistrano <strong>de</strong> Abreu e se encontram sob a guarda <strong>do</strong> Instituto <strong>do</strong> Ceará<br />
(Histórico, Antropológico e Geográfico). Analisan<strong>do</strong> essa correspondência vimos à importância<br />
<strong>de</strong> estudá-la <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à riqueza <strong>de</strong> comentários acerca das práticas <strong>de</strong> leitura e escrita presentes<br />
no ofício <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is historia<strong>do</strong>res, Capistrano <strong>de</strong> Abreu e Lúcio <strong>de</strong> Azeve<strong>do</strong> participaram<br />
ativamente da dinâmica <strong>do</strong> meio intelectual durante a “Primeira República” no Brasil. Assim, o<br />
trabalho procura reinserí-los nos seus itinerários <strong>de</strong> escrita e <strong>de</strong> leitura, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> algumas<br />
condições particulares às suas produções e a circulação das suas obras, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> as<br />
estratégias <strong>de</strong> publicação e divulgação das mesmas. Além <strong>de</strong> analisar os comentários que os<br />
missivistas faziam sobre suas leituras numa busca <strong>de</strong> apreen<strong>de</strong>r que tipo <strong>de</strong> apropriações eles<br />
faziam <strong>de</strong>sses livros partilha<strong>do</strong>s esses <strong>do</strong>is historia<strong>do</strong>res. Com o objetivo também <strong>de</strong><br />
compreen<strong>de</strong>r como foi construída a “re<strong>de</strong> <strong>de</strong> sociabilida<strong>de</strong>” que envolvia esses intelectuais e<br />
quais as estratégias <strong>de</strong> inserção <strong>do</strong>s missivistas, traçamos suas trajetórias individuais e<br />
investigamos minuciosamente o suporte material, a periodicida<strong>de</strong>, os temas, as circunstâncias e<br />
as convenções da troca epistolar estabelecida entre eles.<br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 35
ROMANTISMO E CIENTIFICISMO: CULTURA HISTÓRICA NO<br />
PENSAMENTO SOCIAL BRASILEIRO NA 1 a METADE DO SÉCULO XX.<br />
Raimunda Rodrigues Oliveira<br />
Mestre em História – UFC<br />
Professora <strong>de</strong> História da URCA<br />
A criação literária se afirma no in<strong>de</strong>fini<strong>do</strong> <strong>do</strong> social ou coletivamente constituí<strong>do</strong>, ultrapassa seus<br />
autores. Aqueles que se imaginam cria<strong>do</strong>res vêem-se presos num círculo <strong>de</strong> referências que vai<br />
além <strong>de</strong> sua época e espaço. Toda escrita pressupõe um corpo extenso <strong>de</strong> leitura, aquele que<br />
<strong>de</strong>fine a trama da tecelagem construída pelo autor, sen<strong>do</strong> que este, invariavelmente,<br />
<strong>de</strong>sconhece todas as suas afiliações. Sen<strong>do</strong> assim, o trabalho <strong>do</strong> historia<strong>do</strong>r interessa<strong>do</strong> na<br />
gênese da criação literária como forma <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar socialmente seu autor po<strong>de</strong> seguir a<br />
fórmula <strong>de</strong> Certeau tentan<strong>do</strong> reencontrar na História Cultural os próprios temas da História<br />
Social. A formação <strong>do</strong> pensamento <strong>do</strong>s letra<strong>do</strong>s que nasceram na segunda meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século<br />
XIX seria capaz <strong>de</strong> esclarecer a questão primordial a partir da qual tem origem toda a<br />
mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, a saber, a construção <strong>de</strong> uma memória da socieda<strong>de</strong> oci<strong>de</strong>ntal? É aqui que estão<br />
as preocupações nacionalistas <strong>do</strong> pensamento social brasileiro na 1ª meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século XX. A<br />
preocupação <strong>de</strong> estar inseri<strong>do</strong> nessa discussão e em inserir nela, mostrar a partir <strong>de</strong>la o objeto<br />
<strong>de</strong> suas preocupações, o futuro da nação brasileira, <strong>de</strong>ixa evi<strong>de</strong>nte a conformação <strong>de</strong> uma<br />
<strong>de</strong>terminada cultura histórica exposta em seu repertório <strong>de</strong> leituras.<br />
HISTÓRIA, MEMÓRIA E GÊNERO<br />
Regia Agostinho da Silva<br />
Professora <strong>de</strong> História da UFMA<br />
Pensar as relações entre História, Memória e Gênero é também pensar o quanto à história e a<br />
memória são perpassadas por recortes <strong>de</strong> gênero. Como aponta Michelle Perrot, homens e<br />
mulheres guardam e narram memórias diferenciadas, marcadas pelo olhar cultural <strong>do</strong> gênero<br />
que ocupam. Partin<strong>do</strong> <strong>de</strong>sse pressuposto preten<strong>de</strong>-se nesse encontro temático estabelecer um<br />
diálogo profícuo entre pesquisa<strong>do</strong>res <strong>de</strong> narrativas femininas e masculinas que versem sobre<br />
diferentes olhares a cerca da Memória e da História.<br />
"ENTRE VERSOS E (RE)VERSOS DA VIOLA": TRADIÇÃO E ERUDIÇÃO DA CANTORIA DE<br />
VIOLA E A INSERÇÃO DO AUDITORIO PEDRO BANDEIRA NA CIDADE DE JUAZEIRO DO<br />
NORTE (1960-2004).<br />
Reinal<strong>do</strong> Forte Carvalho<br />
Esta pesquisa tem como objetivo investigar o lugar social da cantoria <strong>de</strong> viola na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Juazeiro <strong>do</strong> Norte a partir da inserção <strong>do</strong> auditório Pedro Ban<strong>de</strong>ira no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1960 a 2004.<br />
Procuramos discutir como a cultura da cantoria <strong>de</strong> viola foi sen<strong>do</strong> criada, produzida, transmitida e<br />
difundida na socieda<strong>de</strong> em questão. Nossa intenção é compreen<strong>de</strong>r como a cantoria foi<br />
produzida <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> espaço <strong>do</strong> auditório a partir <strong>do</strong> momento que passou ser chama<strong>do</strong> e<br />
conheci<strong>do</strong> como "a escola <strong>de</strong> canta<strong>do</strong>res e poetas <strong>do</strong> nor<strong>de</strong>ste". Nesta pesquisa preten<strong>de</strong>mos<br />
compreen<strong>de</strong>r a cultura da cantoria <strong>de</strong> viola a partir da construção e interpretação das diversas<br />
falas, gestos e ações coletadas em cartas, jornais e <strong>de</strong>poimentos orais.<br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 36
“VAQUEIROS DE DEUS”: EXPANSÃO EVANGÉLICA PELO<br />
SERTÃO CEARENSE NAS PRIMEIRAS DÉCADAS DO SÉCULO XX.<br />
Robério Américo Souza<br />
Doutoran<strong>do</strong> em História Social – UFF<br />
Essa pesquisa se propõe a construir uma compreensão histórica sobre como a religiosida<strong>de</strong><br />
evangélica se estabeleceu como alternativa <strong>de</strong> experiência religiosa no universo sertanejo<br />
cearense nas primeiras décadas <strong>do</strong> século XX. Para tanto, orienta sua investigação em duas<br />
linhas distintas, porém complementares. A primeira diz respeito às práticas proselitistas <strong>do</strong>s<br />
missionários presbiterianos, pioneiros na divulgação da fé cristã reformada no Ceará, num<br />
esforço <strong>de</strong> problematização <strong>de</strong> suas estratégias <strong>de</strong> conquista <strong>de</strong> conversos entre os sertanejos.<br />
A segunda se volta para as apropriações que os sertanejos converti<strong>do</strong>s fizeram da religiosida<strong>de</strong><br />
evangélica, imputan<strong>do</strong>-lhe resignificações <strong>de</strong> objetos, práticas e conceitos, a partir das idéias,<br />
crenças e valores próprios <strong>do</strong> universo cultural <strong>de</strong> que eram tributários.<br />
CINEMA NOVO: CAMPO E CIDADE<br />
San<strong>de</strong>r Cruz Castelo<br />
Doutoran<strong>do</strong> em Sociologia – UFC<br />
Bolsista da Funcap<br />
O cinema novo, movimento cinematográfico origina<strong>do</strong> nos mea<strong>do</strong>s da década <strong>de</strong> cinqüenta <strong>do</strong><br />
século passa<strong>do</strong>, na ala cultural <strong>do</strong> PCB, e cuja dissolução remete ao final <strong>do</strong>s anos 60,<br />
celebrizou-se pelo inventário e invenção <strong>de</strong> imagens sobre a revolução brasileira, que tiveram<br />
como palco o universo rural e o urbano. Utilizan<strong>do</strong>, como fontes, quinze filmes, preten<strong>de</strong>-se<br />
<strong>de</strong>linear as significações atribuídas ao campo e à cida<strong>de</strong>, em três conjunturas diversas (1961-<br />
1964/1965-1967/1968-1972), marcadas pela revalidação <strong>do</strong> i<strong>de</strong>ário socialista. Sugere-se que,<br />
não obstante renegarem a militância partidária, os cinemanovistas foram co-autores <strong>do</strong><br />
imaginário revolucionário.<br />
A INFLUÊNCIA DA MAÇONARIA NA<br />
ABOLIÇÃO DOS ESCRAVOS DO CEARÁ<br />
Sara Maria Rodrigues Ferreira<br />
Tenho como objetivo analisar a influência da Maçonaria no processo <strong>de</strong> Abolição <strong>do</strong>s Escravos<br />
no Ceará e o porquê <strong>de</strong>ssa discussão não aparecer e nem ser <strong>de</strong>batida com freqüência na<br />
historiografia brasileira. Dispon<strong>do</strong> da literatura maçônica, preten<strong>do</strong> elucidar como era vista a<br />
Maçonaria no século XIX, quais suas atuações frente à campanha abolicionista no Ceará, os<br />
órgãos que se opuseram a Entida<strong>de</strong>, como se <strong>de</strong>u o processo <strong>de</strong> elaboração e legitimação das<br />
leis escritas e aprovadas por maçons, a fundação das Lojas e jornais abolicionistas, como<br />
também enfatizar a participação <strong>de</strong> maçons cearenses que estiveram liga<strong>do</strong>s à campanha<br />
abolicionista. Em meio a tantos discursos encontra<strong>do</strong>s na literatura maçônica e não-maçônica,<br />
não se po<strong>de</strong> negar a influência <strong>de</strong>sta Instituição Filosófica e Filantrópica em alguns contextos da<br />
história <strong>do</strong> Brasil, assumin<strong>do</strong> esta, uma posição que nem sempre agradava a outras instituições<br />
da época.<br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 37
ROSÁRIO DE ORELHAS: MEMÓRIA MÍTICA DE<br />
FIDERALINA AUGUSTO DE LIMA<br />
Silvana <strong>de</strong> Sousa Pinho<br />
Este trabalho tem como temática a história <strong>de</strong> vida pública e privada, <strong>de</strong> <strong>do</strong>na Fi<strong>de</strong>ralina Augusto<br />
<strong>de</strong> Lima, representante <strong>do</strong> man<strong>do</strong>nismo na vida política interiorana <strong>do</strong> Ceará, no final <strong>do</strong> século<br />
XIX e início <strong>do</strong> XX. Analisamos os senti<strong>do</strong>s da “memória mítica”, relativos a <strong>do</strong>na Fi<strong>de</strong>ralina, na<br />
narrativa popular, como representação das culturas orais, que subsistem em meio a “nova”<br />
oralida<strong>de</strong> das linguagens tecnológicas.<br />
OBJETOS, TRABALHOS E TRABALHADORES:<br />
OS NOVOS SERVIÇOS E AS PRÁTICAS DE CONSUMO.<br />
Thiago Schead <strong>de</strong> Souza<br />
Neste trabalho busco analisar e interpretar as diversas transformações <strong>do</strong> cotidiano urbano <strong>de</strong><br />
Fortaleza nas décadas <strong>de</strong> 1940 e 1950, atentan<strong>do</strong> para as práticas, os conflitos e as<br />
transformações culturais que se engendraram em torno da relação <strong>do</strong>s novos objetos, serviços e<br />
trabalha<strong>do</strong>res. A gran<strong>de</strong> influência cultural norte-americana, a mo<strong>de</strong>rnização, os avanços<br />
tecnológicos da 2ª Guerra e a ascensão <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> consumo possibilitam pensar,<br />
através <strong>do</strong> aparecimento <strong>de</strong> novos objetos inventa<strong>do</strong>s e reinventa<strong>do</strong>s, o surgimentos <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s serviços e também <strong>de</strong> novos trabalha<strong>do</strong>res, on<strong>de</strong> numa espécie <strong>de</strong> relação circular<br />
permitem perceber os “tipos <strong>de</strong> consumos” e as “formas <strong>de</strong> usos” <strong>do</strong>s receptores e também as<br />
novas relações sócio-culturais e as dinâmicas <strong>de</strong> sociabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> campo <strong>de</strong> tensões<br />
cotidiano, e que transformam tanto as relações intersubjetivas como os próprios espaços<br />
urbanos.<br />
A DIALÉTICA: PERSEGUIÇÃO E RESISTÊNCIA NAS PRATICAS<br />
DE BUMBA-MEU-BOI EM SÃO LUIS-MA (1890-1920)<br />
Wagner <strong>de</strong> Sousa e Silva<br />
Neste trabalho procuramos abordar questões direcionadas a prática <strong>do</strong> bumba-meu-boi no<br />
Maranhão, especificamente em São Luis, no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1890 a 1920. A problemática <strong>do</strong> referi<strong>do</strong><br />
trabalho gira em torno das perseguições ao BMB, praticadas pelas autorida<strong>de</strong>s policiais e<br />
governamentais, por meio <strong>de</strong> <strong>de</strong>cretos e códigos <strong>de</strong> posturas, que visavam disciplinar o povo e a<br />
cida<strong>de</strong>. Por outro la<strong>do</strong>, percebe – se também a resistência <strong>do</strong>s manifestantes, ou seja, <strong>do</strong>s<br />
brincantes <strong>de</strong>sta festança, que apesar das perseguições, continuaram pratican<strong>do</strong> e transmitin<strong>do</strong><br />
essa ativida<strong>de</strong> cultural por muitas gerações. O nosso recorte temporal <strong>de</strong>ve-se ao fato <strong>de</strong> ser o<br />
perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> transição <strong>do</strong> séc. XIX às primeiras décadas <strong>do</strong> XX, a época em que <strong>de</strong>tectamos <strong>de</strong><br />
forma mais intensa a dialética: perseguições–resistência em relação ao BMB.<br />
OPERÁRIOS EM CONSTRUÇÃO: A EXPERIÊNCIA SINDICAL DOS TRABALHADORES NA<br />
INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL DE FORTALEZA NAS DÉCADAS DE 1970 A 1990.<br />
Yuri Holanda da Nóbrega<br />
Professor <strong>de</strong> História da UECE<br />
Este trabalho procura reconstruir as experiências sindicais <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res da construção civil<br />
<strong>de</strong> Fortaleza a partir <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma práxis sindical com influências das propostas<br />
<strong>do</strong> “novo sindicalismo” e <strong>de</strong> uma organização política comunista, o Parti<strong>do</strong> da Libertação<br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 38
Proletária. A pesquisa se preocupa em apreen<strong>de</strong>r o mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho nos canteiros <strong>de</strong> obras,<br />
tentan<strong>do</strong> reconstituir o perfil histórico-cultural <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res, os diferentes ofícios neste setor,<br />
as relações sociais <strong>de</strong>senvolvidas pelos sujeitos históricos coletivos envolvi<strong>do</strong>s nesse processo e<br />
a construção <strong>de</strong> estratégias na mediação <strong>de</strong>ssas relações. Dialogaremos com a historiografia<br />
que se propõe a refletir sobre as migrações e as re<strong>de</strong>s sociais constituídas pelos migrantes, e<br />
também com os historia<strong>do</strong>res que problematizam aspectos relaciona<strong>do</strong>s a concepções<br />
sindicalistas no Brasil, particularmente à proposta <strong>do</strong> “novo sindicalismo” e o contexto histórico<br />
em que ele emerge.<br />
ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 39