15.04.2013 Views

Download do Caderno de Resumos - anpuh - Associação Nacional ...

Download do Caderno de Resumos - anpuh - Associação Nacional ...

Download do Caderno de Resumos - anpuh - Associação Nacional ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE HISTÓRIA – ANPUH<br />

SEÇÃO REGIONAL DO CEARÁ – ANPUH CEARÁ<br />

<strong>anpuh</strong>_ceara@yahoo.com.br<br />

X ENCONTRO ESTADUAL DE HISTÓRIA<br />

HISTÓRIA: EXPERIÊNCIAS E SABERES<br />

FORTALEZA-CE, 22 A 26 DE JULHO DE 2006.<br />

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ – UECE<br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 2


<strong>Associação</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> História – ANPUH CEARÁ<br />

Diretoria Gestão 2005-2006<br />

PRESIDENTE – Edmilson Alves Maia Júnior<br />

VICE-PRESIDENTE – Gleudson Passos Car<strong>do</strong>so<br />

SECRETARIO GERAL – Diocleciana Paula da Silva<br />

1º SECRETARIO – Francisco Egberto <strong>de</strong> Melo<br />

2º SECRETARIO – Alênio Carlos Noronha Alencar<br />

1º TESOUREIRO – Régia Agostinho<br />

2º TESOUREIRO – Manoel Coelho<br />

CONSELHEIRA – Ana Carla Sabino Fernan<strong>de</strong>s<br />

Comissão Organiza<strong>do</strong>ra<br />

Diretoria da ANPUH-CE (Gestão 2005/2006)<br />

Ana Carla Sabino Fernan<strong>de</strong>s<br />

Cristiane Lima<br />

Evilásio Barbosa <strong>de</strong> Oliveira<br />

Meize Regina <strong>de</strong> Lucena Lucas<br />

Editor Responsável<br />

Alênio Carlos Noronha Alencar<br />

Apoio<br />

<strong>Associação</strong> <strong>Nacional</strong> <strong>de</strong> História – ANPUH<br />

Curso <strong>de</strong> História da Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>do</strong> Ceará – UECE<br />

Departamento <strong>de</strong> História da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Ceará – UFC<br />

Departamento <strong>de</strong> História da Universida<strong>de</strong> Regional <strong>do</strong> Cariri – URCA<br />

Curso <strong>de</strong> História da FECLESC<br />

Curso <strong>de</strong> História da Universida<strong>de</strong> Estadual Vale <strong>do</strong> Acaraú – UVA<br />

Curso <strong>de</strong> História da Faculda<strong>de</strong> Dom Aureliano Matos – FAFIDAM<br />

Pós-graduação em História Social da UFC<br />

Instituto <strong>de</strong> Arte e Cultura da UFC<br />

Núcleo <strong>de</strong> Documentação Cultural (NUDOC) – UFC<br />

Prefeitura <strong>de</strong> Fortaleza<br />

Museu <strong>do</strong> Ceará – SECULT<br />

Arquivo Público <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ceará – APEC<br />

ANISTIA 64/68<br />

IMAGEM DA CAPA<br />

Forja em Saint’Agréve. Raimun<strong>do</strong> Cela. Acervo <strong>do</strong> Museu <strong>de</strong> Arte (MAUC) da<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Ceará – UFC<br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 3


PROGRAMAÇÃO<br />

Programação Geral .................................... 05<br />

Programação Detalhada ............................ 06<br />

<strong>Resumos</strong> ....................................................... 15<br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 4


DIA 24/07– SEGUNDA-FEIRA<br />

PROGRAMAÇÃO GERAL<br />

14:00 – 18:00h Cre<strong>de</strong>nciamento e Inscrição<br />

18:30 – 19:00h Solenida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Abertura <strong>do</strong>s Trabalhos / Auditório Central<br />

19:00 – 21:00h Conferência <strong>de</strong> Abertura: “História: Experiências & Saberes”<br />

Conferencista:<br />

Prof. Dr. Manoel Salga<strong>do</strong> Guimarães (UFRJ/ANPUH NACIONAL)<br />

DIA 25/07 – TERÇA-FEIRA<br />

09:00 – 12:00h Encontros Temáticos<br />

14:00 – 16:00h Mini-Cursos<br />

16:30 – 18:00h Grupo <strong>de</strong> Trabalho (GT´s)<br />

18:30 – 20:00h Painéis<br />

19:00 – 20:30h Lançamento <strong>do</strong> Livro Travessias Revolucionárias: Idéias e<br />

Militantes Sindicalistas em São Paulo e na Itália (1890 – 1945) –<br />

Ed. Unicamp, 2006.<br />

Autora: Prof.ª Dr.ª Edilene Tole<strong>do</strong> – UFC<br />

DIA 26/07 – QUARTA-FEIRA<br />

09:00 – 12:00h Encontros Temáticos<br />

14:00 – 16:00h Mini-Cursos<br />

16:30 – 18:00h Palestra: “Itinerários <strong>do</strong> Ensino <strong>de</strong> História”<br />

Palestrante: Prof.ª Dr.ª Maria Auxilia<strong>do</strong>ra Schmidt – UFPR<br />

18:00 – 18:30h Abertura da Exposição Feito à Mão <strong>do</strong> Artista Plástico Flávio Teles<br />

18:30 – 20:00h Painéis<br />

19:00 – 20:30h Lançamento <strong>do</strong> Livro Carmem da Silva e o Feminismo na Imprensa<br />

Brasileira – Edições NUDOC/UFC<br />

Autora: Ana Rita Fonteles Duarte – UFC<br />

DIA 27/07 – QUINTA-FEIRA<br />

09:00 – 12:00h Encontros Temáticos<br />

14:00 – 16:00h Mini-Cursos<br />

16:30 – 18:00h Grupo <strong>de</strong> Trabalho (GT´s)<br />

18:30 – 20:00h Plenária ANPUH-CE (XI Encontro e Eleição da nova Diretoria)<br />

20:00 – 22:00h Noites Étnicas<br />

DIA 28/07 – SEXTA-FEIRA<br />

09:00 – 11:30h Conferência <strong>de</strong> Encerramento: “Experiências & Saberes <strong>do</strong> Ensino e<br />

Pesquisa no Ofício <strong>do</strong> Historia<strong>do</strong>r”<br />

Conferencistas:<br />

Prof.ª Dr.ª Isabel Barca – Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Minho/Portugal<br />

Prof.ª Dr.ª Maria Auxilia<strong>do</strong>ra Schmidt – UFPR<br />

11:30 – 13:00h Coquetel<br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 5


24/07/06 – SEGUNDA-FEIRA<br />

TARDE<br />

PROGRAMAÇÃO DETALHADA<br />

14:00 – 18:00h Cre<strong>de</strong>nciamento e Inscrição<br />

Local Sala <strong>do</strong> Curso <strong>de</strong> História da UECE<br />

NOITE<br />

18:30 – 19:00h Solenida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Abertura <strong>do</strong>s Trabalhos<br />

Local: Auditório Central <strong>do</strong> Campus <strong>do</strong> Itapery – UECE<br />

19:00 – 21:00h Conferência <strong>de</strong> Abertura:<br />

“História: Experiências & Saberes”<br />

Conferencista:<br />

Prof. Dr. Manoel Salga<strong>do</strong> Guimarães<br />

UFRJ/ANPUH NACIONAL<br />

Local: Auditório Central <strong>do</strong> Campus <strong>do</strong> Itapery – UECE<br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 6


25/07/06 – TERÇA-FEIRA<br />

MANHÃ ENCONTRO TEMÁTICO SALA<br />

09-12h História, Memória e Gênero G 01<br />

Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ras: Prof.ª Régia Agostinho da Silva (UFMA)<br />

Prof.ª Ana Rita Fonteles (Educação/UFC)<br />

1. Luciana Andra<strong>de</strong> “O Casamento e a Mortalha no Céu se Talham”: Trajetória<br />

Biográfica da Ousada e Esquecida Francisca Clotil<strong>de</strong> (1862-<br />

1935)<br />

2. Enilce Lima Cavalcante Antonia Joaquina da Conceição E Bárbara Feitosa:<br />

Narrativas Masculinas Sobre as Mulheres Camponesas No<br />

Ceará <strong>de</strong> 1960<br />

3. Maria Lucélia <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong> Vitrine das Virtu<strong>de</strong>s: A Irmanda<strong>de</strong> das Filhas <strong>de</strong> Maria em<br />

Limoeiro-CE (1915-1945)<br />

09-12h Práticas Letradas e Sujeitos Sociais G 03<br />

Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>res: Prof. Gleudson Passos (UECE)<br />

Prof. Almir Leal (UFC)<br />

1. Gleudson Passos “Bar<strong>do</strong>s da Canalha, Quaresma <strong>de</strong> Desalentos”. Produção<br />

Literária <strong>de</strong> Nefelibatas, Boêmios e Literários em Fortaleza na<br />

República Velha (1889-1922)<br />

2. Gleudson Passos “Uma Alma <strong>Nacional</strong> para Perpetuar as Gerações”: A<br />

Leitura <strong>de</strong> Iracema pelos Republicanos <strong>do</strong> Centro Literário<br />

(1895-1904)<br />

3. Manoel Carlos Fonseca Ro<strong>do</strong>lfo Teófilo: Literatura e Denúncia<br />

4. Cícero João da Costa Filho Padaria Espiritual: Ruptura ou Continuida<strong>de</strong>?<br />

09-12h Sertão e Cida<strong>de</strong>: Hibridismo, Memória, Oralida<strong>de</strong> e<br />

Cultura Escrita<br />

G 05<br />

Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>res: Prof. Pádua Santiago (UECE)<br />

Prof. Erick Assis (UECE)<br />

1. Ana Cristina Moreira Lima “Que jardim é esse?”: Jardim Iracema na Memória <strong>de</strong> seus<br />

mora<strong>do</strong>res.<br />

2. Maria Yace Sá Zé Fulo, Uma Vida em Trinta e Oito Moagens:<br />

Experiência <strong>de</strong> Um Trabalha<strong>do</strong>r <strong>de</strong> Engenho <strong>de</strong> Rapadura<br />

no Cariri.<br />

3. Enilce Lima Cavalcante <strong>de</strong> “Êxo<strong>do</strong> e Migração: Dimensões e Manchetes da Questão<br />

Souza<br />

Agrária no Ceará <strong>de</strong> 1964”<br />

4. Enilce Lima Cavalcante <strong>de</strong> “Vida Severina” Seu Pompeu e Zé Leandro: Dois<br />

Souza<br />

Camponeses Cearenses, Duas Migrações, Dois Tempos e<br />

Vidas, 1950-1960.<br />

09-12h Ensinan<strong>do</strong> História: Tecnologias, Meto<strong>do</strong>logias e<br />

Práticas<br />

G 07<br />

Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r: Prof. Antônio Germano Magalhães Júnior<br />

1. Niedja Lima Estudantes em Movimento: Experiências e Lutas Cotidianas <strong>do</strong>s<br />

Estudantes da UFC (1969-1979)<br />

2. Niedja Lima Historia em Movimento: A Construção da Memória <strong>do</strong><br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 7


Movimento Estudantil por Ex-Militantes (UFC/1969-1979)<br />

3. Egberto Melo A Cultura Cívica Escolar Cearense (1971-1973) Na<br />

Tapeçaria da Historia, Obe<strong>de</strong>cer a Lei, Ser Fiel ao<br />

Trabalho e Festejar a Pátria.<br />

TARDE MINI-CURSOS<br />

MINI-CURSO I<br />

14:00-16:00h Tema: Dos Annales à História Cultural: Aspectos Técnicos e<br />

Possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Pesquisa<br />

14:00-16:00h Tema: Dos Annales à História Cultural: Aspectos Técnicos e<br />

Possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> Pesquisa<br />

Ministrantes: Prof. Humberto Pinheiro Filho – UFC<br />

Profa. Ítala Byanca M. <strong>de</strong> Silva – Mestranda em História – UFRJ<br />

Paula Virgínia P. Batista – Mestranda em História – UFC<br />

Local: BLOCO H - 01<br />

MINI-CURSO II<br />

14:00-16:00h Tema: História, Literatura e I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

Ministrante: Prof.ª Régia Agostinho da Silva – UFMA<br />

Local: BLOCO H – 02<br />

MINI-CURSO III<br />

14:00-16:00h Tema: “Novo Sindicalismo”: Problemas e Perspectivas<br />

Ministrante: Yuri Holanda <strong>de</strong> Nóbrega – Mestran<strong>do</strong> em História – UFC<br />

Local: BLOCO H – 03<br />

MINI-CURSO IV<br />

14:00-16:00h Tema: I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>Nacional</strong> e I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> Regional na Comemoração <strong>do</strong><br />

Primeiro Centenário da In<strong>de</strong>pendência – Brasil 1922<br />

Ministrantes: Gerson Gallo – UFC<br />

Local: BLOCO H – 04<br />

MINI-CURSO V<br />

14:00-16:00h Tema: Saú<strong>de</strong>, Doença e Morte: Novas Abordagens para o Ensino <strong>de</strong><br />

História<br />

Ministrantes: Kelly Cristiana Viana<br />

Michelle Ferreira Maia<br />

Agostinho Júnior Holanda – Mestran<strong>do</strong> em História – UFC<br />

Local: BLOCO H – 05<br />

MINI-CURSO VI<br />

14:00-16:00h Tema: As Memórias Orais como Fonte para a Escrita da História:<br />

Relações entre História Oral, Memória e Oralida<strong>de</strong><br />

Ministrante: Kamilo Karol Ribeiro e Silva – Mestran<strong>do</strong> em História/UFC<br />

Local: BLOCO H – 06<br />

MINI-CURSO VII<br />

14:00-16:00h Tema: Os Parâmetros Curriculares e O Ensino <strong>de</strong> Historia:<br />

Perspectivas e Desafios<br />

Ministrante: Isaí<strong>de</strong> Ban<strong>de</strong>ira – UECE<br />

Local: BLOCO H – 07<br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 8


MINI-CURSO VIII<br />

14:00-16:00h Tema: O Anticomunismo Na Imprensa Católica (Fortaleza, 1922-1932)<br />

Ministrante: Prof. Ms. Aloísio Martins – UFC<br />

Local: BLOCO H – 08<br />

MINI-CURSO IX<br />

14:00-16:00h Tema: Usos da Biografia na Reescrita da História<br />

Ministrantes: Igor Alves<br />

Karoline Viana<br />

Luciana Andra<strong>de</strong> – Mestranda em História – UFC<br />

Local: BLOCO H – 09<br />

MINI-CURSO X<br />

14:00-16:00h Tema: Pesquisa e Ensino <strong>de</strong> Historia: Um Diálogo Permanente<br />

Ministrantes: Wagner Sousa e Silva<br />

Viviane Pra<strong>do</strong> Bezerra – Mestranda / Historia UFC<br />

Ana Amélia Rodrigues – Mestranda / Historia UFC<br />

Local: BLOCO H – 10<br />

MINI-CURSO XI<br />

14:00-16:00h Tema: A África e o Ensino <strong>de</strong> História<br />

Ministrante: Prof. Dr. Eurípe<strong>de</strong>s Antonio Funes – UFC<br />

Local: BLOCO H – G10<br />

MINI-CURSO XII<br />

14:00-16:00h Tema: Meto<strong>do</strong>logias no Ensino <strong>de</strong> Historia<br />

Ministrante: Prof. Dr.ª Maria Auxilia<strong>do</strong>ra Schmidt – UFPR<br />

Local: AUDITÓRIO – BLOCO M<br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 9


26/07/06 – QUARTA-FEIRA<br />

MANHÃ ENCONTRO TEMÁTICO SALA<br />

09-12h História, Memória e Gênero 01 – CCH<br />

Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r: Prof. Ms. Gleudson Passos Car<strong>do</strong>so (História/UECE)<br />

1 Francisco Gleison A Vida Cotidiana <strong>de</strong> Meretrizes em Torno das Relações<br />

Monteiro<br />

Familiares. Uma Reflexão a Partir da Historia Oral e da<br />

Memória<br />

2 Cíntia Maria <strong>de</strong> ACARAÚ: Casamentos Indígenas no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1725 a<br />

Almeida<br />

1798.<br />

3 Silvana Pinho “Rosário <strong>de</strong> Orelhas: Memória Mítica <strong>de</strong> Fi<strong>de</strong>ralina Augusto<br />

<strong>de</strong> Lima”<br />

09-12h Práticas Letradas e Sujeitos Sociais 02 – CCH<br />

Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r: Prof. Dr. Gleudson Passos (UECE)<br />

Prof. Dr. Almir Leal (UFC))<br />

1 Paula Virginia Batista “Por Entre Leituras <strong>de</strong> Escrita: As Epístolas Trocadas Entre<br />

Capistrano <strong>de</strong> Abreu e João Lucio <strong>de</strong> Azeve<strong>do</strong> (1916-1927<br />

2 Raimunda Rodrigues Romantismo e Cientificismo: Cultura Histórica No<br />

Oliveira<br />

Pensamento Social Brasileiro Na 1º Meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> Século XX<br />

3 Ana Amélia Melo Reflexões Sobre a I<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> Latino-Americana: Os Sertões<br />

e Radiografia <strong>de</strong> La Pampa.<br />

4 Olívia Neta e Iranilson Espaço Narra<strong>do</strong>, Espaço Construí<strong>do</strong>: Espaço e Natureza na<br />

<strong>de</strong> Oliveira<br />

Historiografia Potiguar.<br />

09-12h Sertão e Cida<strong>de</strong>: Hibridismo, Memória, Oralida<strong>de</strong> e<br />

Cultura Escrita<br />

03 – CCH<br />

Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>res: Prof. Dr. Pádua Santiago (UECE)<br />

Prof. Erick Assis (UECE)<br />

Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>ra: Profa. Ms. Régia Agostinho (UFMG)<br />

1 Ivanei<strong>de</strong> Ulisses Festa <strong>do</strong>s Caretas <strong>do</strong> município <strong>de</strong> Jardim – CE Quan<strong>do</strong> a<br />

Meninada Cai na Brinca<strong>de</strong>ira<br />

2 Igor Alves Moreira Dom Expedito: Esquecimento e Memória<br />

3 Wagner Souza<br />

A Dialética: Perseguição E Resistência nas Práticas <strong>de</strong><br />

Bumba-Meu-Boi em São Luis-MA (1890-1920)<br />

4 Lei<strong>de</strong>jane Araújo Memórias <strong>do</strong> Adventismo em Sobral<br />

09-12h Ensinan<strong>do</strong> História: Tecnologias, Meto<strong>do</strong>logias e<br />

Práticas<br />

04 – CCH<br />

Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r: Prof. Antônio Germano Magalhães Júnior (UECE)<br />

1 Jeimes Mazza Correia Lima Acor<strong>do</strong>s MEC-USAID e Os Ensinos <strong>de</strong> 1º E 2º Graus<br />

2 Juscelino Chaves Sales O Ensino <strong>de</strong> Historia Usan<strong>do</strong> a Educação a Distância<br />

3 Edgar Braga Neto Além da sedução: fugas, invasões esvaziamentos nos açu<strong>de</strong>s<br />

públicos no Ceará.<br />

4 Antonio Germano O Uso <strong>de</strong> Ferramentas <strong>de</strong> Educação a Distância no<br />

Magalhães Jr, Igor Lima e<br />

Silviane da Silva Rocha<br />

Ensino <strong>de</strong> Historia<br />

5 Kamillo Karol e Siva Méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> Paulo Freire e Mobral – Memórias <strong>de</strong><br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 10


TARDE MINI-CURSOS<br />

14:00-16:00h Continuida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s Mini-cursos<br />

Professores Sobre Educação Popular No Vale <strong>do</strong><br />

Jaguaribe Na Década <strong>de</strong> 1970<br />

09-12h História e Linguagens G 09<br />

Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r: Prof.ª Dr.ª Meize Lucas (UFC)<br />

Prof.º Ms. Edmilson Júnior (UECE)<br />

1 Ana Amélia <strong>de</strong> Oliveira A Cultura em Questão: As Praticas da Política Cultural no<br />

Ceara (1971-1978)<br />

2 Ana Queza<strong>do</strong> “Fortaleza Nos Primeiros Anos <strong>de</strong> TV: Cotidiano,<br />

Memória e Cultura – 1960-1965”<br />

3 Lídia Noêmia <strong>do</strong>s Santos Sonhan<strong>do</strong> Ser James Dean? A Juventu<strong>de</strong> Transviada nas<br />

Páginas da Imprensa Fortalezense (1953-1963)<br />

4 João Paulo Nogueira A Propaganda Varguista No Ceará (1937-1945)<br />

09-12h Mun<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Trabalho e Ensino <strong>de</strong> História G 08<br />

Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r: Prof. Lin<strong>de</strong>rcy Lins<br />

Prof. Yuri Holanda<br />

1 Nágila <strong>de</strong> Moraes<br />

2 Eduar<strong>do</strong> Parente<br />

A Força <strong>do</strong>s Catraeiros nas Lutas <strong>de</strong> Contestação à<br />

Oligarquia Aciolina”.<br />

O Comunismo na Experiência <strong>do</strong>s Trabalha<strong>do</strong>res da<br />

Ceara Light (Fortaleza, 1929).<br />

3 Eltern Campina Vale “E a Fabrica Rio Tinto Aten<strong>de</strong>u os Trabalha<strong>do</strong>res”: A<br />

Experiência Operária na Tecelagem <strong>do</strong>s Lundgren<br />

(Paraíba, 1959-1964).<br />

4 Thiago <strong>de</strong> Souza Objetos, Trabalhos e Trabalha<strong>do</strong>res: os Novos Serviços<br />

e as Práticas <strong>de</strong> Consumo.<br />

09-12h História da Saú<strong>de</strong> e da Doença G 08<br />

Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r: Prof. Dr. Fre<strong>de</strong>rico <strong>de</strong> Castro Neves (UFC)<br />

Prof. Dr. Francisco Carlos J. Barbosa (UECE)<br />

1 Francisco Ruy Gondim A Multidão, os Saques e a Mobilização Popular: O<br />

Ferreira<br />

Relacionamento entre Movimentos Sociais e a Ação<br />

Direta em Tempos <strong>de</strong> Seca em Itapiuna-Ce (1988-1993)<br />

2 Kely Cristina Benjamim Mágicos Doutores: A Arte Médica Entre a Magia e a<br />

Ciência Nas Minas Gerais Setencistas<br />

3 Marla Albuquerque Ataí<strong>de</strong> Uma Verda<strong>de</strong> Vista Nos Corpos: O Saber Médico nos<br />

casos <strong>de</strong> Infanticídio em Fortaleza na Primeira Meta<strong>de</strong><br />

<strong>do</strong> Século XX<br />

PALESTRA<br />

16:30-18:00h Tema: “Itinerários <strong>do</strong> Ensino <strong>de</strong> História”<br />

Palestrante: Prof.ª Dr.ª Maria Auxilia<strong>do</strong>ra Schmidt – UFPR<br />

Local: Auditório Central <strong>do</strong> Campus <strong>do</strong> Itapery<br />

NOITE EXPOSIÇÃO<br />

18:00-21:00h Tema: Feito à Mão<br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 11


Expositor: Flávio Teles<br />

Local: Auditório Central <strong>do</strong> Campus <strong>do</strong> Itapery<br />

NOITE PAINÉIS<br />

18:30-20:00h Amostra <strong>de</strong> Trabalhos<br />

Local: Hall das Coor<strong>de</strong>nações - UECE<br />

LANÇAMENTO DE OBRA<br />

19:00-20:30h Livro: Carmem da Silva e o Feminismo na Imprensa Brasileira<br />

Autora: Ana Rita Fonteles Duarte – Edições NUDOC/UFC<br />

Local: Auditório Central <strong>do</strong> Campus <strong>do</strong> Itapery<br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 12


27/07/06 – QUINTA-FEIRA<br />

MANHÃ ENCONTRO TEMÁTICO SALA<br />

09-12h Práticas Letradas e Sujeitos Sociais G 03<br />

Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r: Prof. Dr. Gleudson Passos (UECE)<br />

Prof. Dr. Almir Leal (UFC))<br />

1. Ítala Byanca Morais da Silva A construção da nacionalida<strong>de</strong> na produção historiográfica <strong>do</strong>s<br />

sócios da Socieda<strong>de</strong> Capistrano <strong>de</strong> Abreu: Paulo Pra<strong>do</strong> e o<br />

“Caminho <strong>do</strong> Mar”.<br />

09-12h Sertão e Cida<strong>de</strong>: Hibridismo, Memória, Oralida<strong>de</strong> e<br />

Cultura Escrita<br />

G 05<br />

Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>res: Prof. Dr. Pádua Santiago (UECE)<br />

Prof. Erick Assis (UECE)<br />

1. Maria Regina Santos <strong>de</strong> As Vozes <strong>do</strong> sofrimento: a família <strong>do</strong>s combatentes<br />

Souza<br />

cearenses que foram para “Guerra <strong>do</strong> Paraguai.”<br />

2. Robério Américo Souza “Vaqueiros <strong>de</strong> Deus”: expansão evangélica pelo sertão<br />

cearense nas primeiras décadas <strong>do</strong> século XX.<br />

3. Henrique Moura Luxuosas residências: “Assaltos Carnavalescos” em<br />

Fortaleza <strong>de</strong> 1920 e 1930.<br />

09-12h História e Linguagens G 09<br />

Coor<strong>de</strong>na<strong>do</strong>r: Prof.ª Dr.ª Meize Lucas (UFC)<br />

Prof.º Ms. Edmilson Júnior (UECE)<br />

1. San<strong>de</strong>r Cruz Casstelo Cinema Novo: Campo e Cida<strong>de</strong><br />

2. Inácio da Silva Nas Telas da Cida<strong>de</strong>: Os Cinemas em Fortaleza nos Anos<br />

<strong>de</strong> 20<br />

3. José Aloísio Martins Serventuários das trevas”: Os bolcheviques na imprensa<br />

católica (Fortaleza/CE, 1922-1932)<br />

TARDE MINI-CURSOS<br />

14:00-18:00h Continuida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s Mini-cursos<br />

NOITE ASSEMBLÉIA GERAL DA ANPUH-CE<br />

18:30-20:00h Tema: ANPUH-CE – XI Encontro e Eleição da Nova Diretoria<br />

Local: Auditório da Pró-Reitoria <strong>de</strong> Graduação<br />

NOITES ÉTNICAS<br />

22:00-02:00h Apresentação <strong>de</strong> Grupos Locais<br />

Local: Praça da Pró-Reitoria <strong>de</strong> Extensão<br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 13


26/11/04 – SEXTA-FEIRA<br />

MANHÃ CONFERÊNCIA - ENCERRAMENTO<br />

09:00-11:00h Título: “Experiências & Saberes <strong>do</strong> Ensino e Pesquisa no Ofício <strong>do</strong><br />

Historia<strong>do</strong>r”<br />

Conferencistas:<br />

Profª. Dra. Maria Auxilia<strong>do</strong>ra Schmidt – UFPR<br />

Profª. Dra. Isabel Barca – Universida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Minho – Portugal<br />

Local: Auditório Central <strong>do</strong> Campus <strong>do</strong> Itapery<br />

COQUETEL<br />

11:30-13:00h Encerramento <strong>do</strong> X Encontro Estadual <strong>de</strong> História<br />

Local: Hall das Coor<strong>de</strong>nações – UECE<br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 14


RESUMOS<br />

O PODER DOS LEIGOS: AS IRMANDADES RELIGIOSAS EM<br />

SÃO LUÍS DO MARANHÃO (1840 – 1862)<br />

Agostinho Júnior Holanda Coe<br />

Mestran<strong>do</strong> em História Social – UFC<br />

O objetivo <strong>de</strong>ste trabalho é compreen<strong>de</strong>r a importância <strong>do</strong> pertencimento às irmanda<strong>de</strong>s<br />

religiosas no século XIX em São Luís <strong>do</strong> Maranhão, haja vista que to<strong>do</strong>s os indivíduos, quer<br />

negros (escravos ou não), mulatos ou membros da elite branca,, buscavam a participação<br />

nessas associações leigas para adquirir projeção social e/ou confirmar o seu status perante a<br />

socieda<strong>de</strong>. O recorte temporal, 1840-1862, preten<strong>de</strong> abarcar parte <strong>do</strong> perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> monopólio que<br />

as irmanda<strong>de</strong>s exerciam <strong>do</strong>s enterramentos na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Luís, e que, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> a isso, foi o<br />

momento áureo <strong>de</strong>ssas instituições. A <strong>de</strong>limitação inicial, 1840, tem como base a análise <strong>do</strong><br />

primeiro compromisso encontra<strong>do</strong> da eminente irmanda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Santa Casa <strong>de</strong> Misericórdia em<br />

São Luís, pois esta congregava os membros das mais altas categorias sociais lu<strong>do</strong>vicenses. Já o<br />

recorte final, 1862, tem como base a questão que, na segunda meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século XIX, estas<br />

instituições entram em crise <strong>de</strong>vi<strong>do</strong>, principalmente, a perda <strong>do</strong> monopólio da realização <strong>do</strong>s<br />

sepultamentos com o aparecimento <strong>de</strong> cemitérios extra-muros das igrejas.<br />

A SEPULTURA ECLESIÁSTICA EM DEBATE: O DISCURSO MÉDICO E A IMPLANTAÇÃO<br />

DOS CEMITÉRIOS EM SÃO LUÍS DO MARANHÃO (1828 – 1855)<br />

Agostinho Júnior Holanda Coe<br />

Mestran<strong>do</strong> em História Social – UFC<br />

Análise <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> implantação <strong>de</strong> cemitérios extra-muros das igrejas em São Luís <strong>do</strong><br />

Maranhão no século XIX. Os enterramentos que até então eram realiza<strong>do</strong>s nas igrejas, passam<br />

a ser alvo <strong>de</strong> inúmeras censuras, por parte principalmente da classe médica, que via neste<br />

hábito <strong>de</strong> sepultamento nos templos religiosos um gran<strong>de</strong> foco <strong>de</strong> propagação <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças. A<br />

idéia era construir cemitérios longe <strong>do</strong> espaço urbano, das fontes d‘água, on<strong>de</strong> os ventos<br />

soprassem contrariamente ao ambiente citadino, ajudan<strong>do</strong> assim no processo <strong>de</strong> saneamento<br />

das cida<strong>de</strong>s. Em 1828, com a “Lei Imperial <strong>de</strong> Estruturação <strong>do</strong>s Municípios” busca-se com maior<br />

vigor pôr um fim aos sepultamentos realiza<strong>do</strong>s <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong>s templos religiosos. Após gran<strong>de</strong><br />

polêmica, em 1855, com a construção <strong>do</strong> cemitério <strong>do</strong> Gavião, coloca-se em prática <strong>de</strong> forma<br />

mais <strong>de</strong>cisiva o processo <strong>de</strong> secularização <strong>do</strong>s sepultamentos, haja vista que a partir <strong>de</strong>sse<br />

momento praticamente findam os enterramentos nas igrejas <strong>de</strong> São Luís.<br />

O CEARA E AS DINÂMICAS DO MERCADO COLONIAL (1767-1783):<br />

A DIMENSÃO ATLÂNTICA DA EMPRESA COMERCIAL DO CHARQUE<br />

Almir Leal <strong>de</strong> Oliveira<br />

Professor Adjunto <strong>do</strong> Departamento <strong>de</strong> Historia da UFC.<br />

Este trabalho procura evi<strong>de</strong>nciar a produção e a comercialização <strong>do</strong> charque na Capitania <strong>do</strong><br />

Siara Gran<strong>de</strong> a partir <strong>do</strong> movimento <strong>do</strong> porto da vila <strong>de</strong> Santa Cruz <strong>do</strong> Aracati. A pesquisa se<br />

preocupa com a i<strong>de</strong>ntificação <strong>do</strong>s fluxos que viabilizaram esta forca periférica dinâmica no<br />

merca<strong>do</strong> colonial <strong>de</strong> alimentos, i<strong>de</strong>ntifican<strong>do</strong> os indícios <strong>do</strong> consumo <strong>do</strong> charque no tráfico<br />

atlântico <strong>de</strong> escravos. A historiografia sobre o perío<strong>do</strong> colonial mesmo consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> o<br />

significa<strong>do</strong> da ativida<strong>de</strong> pastoril para a colonização das capitanias da costa Leste-Oeste,<br />

ressaltan<strong>do</strong> a sua <strong>de</strong>pendência da área produtora <strong>de</strong> cana-<strong>de</strong>-açúcar como ativida<strong>de</strong> subsidiaria,<br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 15


não avançou no estu<strong>do</strong> sistemático <strong>de</strong>sses fluxos, ou <strong>de</strong> seus significa<strong>do</strong>s para a formação <strong>de</strong><br />

uma elite senhorial ligada ao abastecimento da colônia. Procuramos discutir a re<strong>de</strong> <strong>de</strong> trocas que<br />

sustentou esta complexa operação produtivo-comercial, que envolveu estratégias <strong>de</strong><br />

investimentos diversifica<strong>do</strong>s, relações complexas <strong>de</strong> produção e intensas trocas entre os “portos<br />

<strong>do</strong> sertão” e a praça <strong>do</strong> Recife. Buscamos compreen<strong>de</strong>r como o charque foi estratégico na<br />

alimentação <strong>do</strong>s escravos captura<strong>do</strong>s em África e no seu transporte para os portos da América<br />

portuguesa. Emerge da <strong>do</strong>cumentação o perfil <strong>do</strong> merca<strong>do</strong>r-charquea<strong>do</strong>r-merca<strong>do</strong>r, homem <strong>do</strong><br />

Império, situa<strong>do</strong> na confluência <strong>do</strong>s interesses metropolitanos interioriza<strong>do</strong>s nas áreas coloniais.<br />

REFLEXÕES SOBRE A IDENTIDADE LATINO-AMERICANA:<br />

OS SERTÕES E RADIOGRAFIA DE LA PAMPA<br />

Ana Amélia M. C. Melo<br />

Profª Visitante <strong>do</strong> Dept. História, UFC<br />

Esta comunicação tem como preocupação central realizar uma aproximação entre as obras Os<br />

Sertões <strong>de</strong> Eucli<strong>de</strong>s da Cunha e Radiografía <strong>de</strong> la Pampa <strong>do</strong> argentino Ezequiel Martínez<br />

Estrada, a partir <strong>de</strong> uma abordagem interdisciplinar que articula a literatura e a história. O<br />

propósito <strong>de</strong>stas reflexões é compreen<strong>de</strong>r o papel da natureza e os chama<strong>do</strong>s espaços<br />

inciviliza<strong>do</strong>s — como a pampa e o sertão — na interpretação que estes autores elaboram <strong>do</strong><br />

processo histórico latino-americano. Vale <strong>de</strong>stacar que pela influência significativa da obra <strong>de</strong><br />

Domingo Faustino Sarmiento, preten<strong>de</strong>-se apontar para algumas das dimensões possíveis que<br />

estes autores outorgam às categorias civilização e barbárie. Junto com eles, refletir sobre a<br />

maneira como estas noções <strong>de</strong> espaço e natureza se vinculam com a temática da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong><br />

nacional.<br />

A CULTURA EM QUESTÃO:<br />

AS PRÁTICAS DA POLÍTICA CULTURAL NO CEARÁ (1971-1978)<br />

Ana Amélia Rodrigues <strong>de</strong> Oliveira<br />

Mestranda em História Social – UFC<br />

Orienta<strong>do</strong>r: Dr. Francisco Régis Lopes Ramos<br />

Durante o regime militar no Brasil houve, por parte <strong>do</strong> governo fe<strong>de</strong>ral, o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> um<br />

projeto <strong>de</strong> política volta<strong>do</strong> para a área da cultura, como tentativa <strong>de</strong> homogeneização e<br />

disciplinamento da produção cultural daquele perío<strong>do</strong>. De 1971 a 1978, Francisco Ernan<strong>do</strong><br />

Uchoa Lima esteve à frente da Secretaria <strong>de</strong> Cultura <strong>do</strong> Ceará com a proposta <strong>de</strong> implantação<br />

<strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> popularização da cultura, proposta feita, também, por grupos <strong>de</strong>svincula<strong>do</strong>s<br />

<strong>do</strong> órgão oficial, e que propunham o mesmo projeto <strong>de</strong> popularização da cultura. O presente<br />

trabalho tem como objetivo analisar as relações <strong>de</strong> conflito entre os grupos que se propunham a<br />

promover a cultura em nosso esta<strong>do</strong>, refletin<strong>do</strong> sobre o conceito <strong>de</strong> cultura e memória<br />

subjacente à ação governamental <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> durante o perío<strong>do</strong>, analisan<strong>do</strong>, também, as outras<br />

formas <strong>de</strong> promoção cultural no Ceará propostas por grupos <strong>de</strong>svincula<strong>do</strong>s da política oficial.<br />

QUE JARDIM É ESSE? JARDIM IRACEMA NA<br />

MEMÓRIA DE SEUS MORADORES.<br />

Ana Christina Moreira Lima<br />

Licenciada em História – UFC<br />

A memória <strong>de</strong> velhos mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong> bairro permite-nos conjeturar que em fins da década <strong>de</strong><br />

1950 e inícios da <strong>de</strong> 1960, pessoas vindas <strong>de</strong> outros partes <strong>de</strong> Fortaleza ou <strong>do</strong> interior <strong>do</strong> Ceará<br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 16


se fixaram num local da parte Oeste da Cida<strong>de</strong> que mais tar<strong>de</strong> seria conheci<strong>do</strong> por Jardim<br />

Iracema. Essa mesma memória nos mostra que nesse local havia uma temporalida<strong>de</strong> e uma<br />

realida<strong>de</strong> bem diferentes daquela presenciada nos bairros centrais <strong>de</strong> Fortaleza <strong>de</strong>sse mesmo<br />

perío<strong>do</strong>. Dessa forma, esse trabalho <strong>de</strong> pesquisa vem com a aspiração <strong>de</strong> perceber como esses<br />

mora<strong>do</strong>res vivenciaram essa realida<strong>de</strong> no seu cotidiano, além <strong>de</strong> buscar suas antigas<br />

experiências, antes <strong>de</strong> chegarem ao bairro, e como faziam <strong>de</strong>las seus projetos para o novo local<br />

<strong>de</strong> moradia. Esses caminhos são <strong>de</strong> real importância, no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> buscar apreen<strong>de</strong>r parte das<br />

experiências sociais pelas quais passaram esses mora<strong>do</strong>res.<br />

ESTAÇÃO MEMÓRIA<br />

A construção <strong>de</strong> memórias orais a partir da<br />

Estrada <strong>de</strong> Ferro <strong>do</strong> Crato (1926 - 1989)<br />

Ana Isabel Ribeiro Parente Cortez<br />

Mestranda em História Social – UFC<br />

Quan<strong>do</strong> interroga<strong>do</strong>s a respeito da ferrovia que funcionou na cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Crato em mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong><br />

século XX, os nossos entrevista<strong>do</strong>s narraram diversas lembranças relacionadas a este evento. A<br />

partir <strong>de</strong>sse momento passamos a perceber que essas memórias forjadas nas entrevistas<br />

guardavam algumas especificida<strong>de</strong>s, tais como o fato <strong>de</strong> que estas narrações são feitas a partir<br />

<strong>do</strong> que está em jogo no presente, produzidas a respeito <strong>de</strong> assuntos seleciona<strong>do</strong>s pela memória<br />

e que são elaboradas por indivíduos que têm aspirações sobre o futuro. Isto é, são testemunhos<br />

subjetivos. Dessa forma, a pesquisa objetiva compreen<strong>de</strong>r como se constroem as lembranças<br />

elaboradas ten<strong>do</strong> como ponto <strong>de</strong> partida o evento da chegada <strong>do</strong> trem na cida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Crato<br />

(última estação da Estrada <strong>de</strong> Ferro <strong>de</strong> Baturité). E que se forjaram principalmente a partir <strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>is marcos na memória <strong>de</strong>ssas pessoas: os anos <strong>de</strong> 1926 e 1989. O recorte temporal da<br />

pesquisa se inicia com o ano em que chegou o primeiro trem no Crato e transita pelos vários<br />

anos in<strong>do</strong> até o momento em que se extinguiu o transporte <strong>de</strong> passageiros. Utilizamos como<br />

fonte principal <strong>de</strong> pesquisa a História Oral por compreen<strong>de</strong>rmos que ela revela vestígios que nos<br />

possibilitam vislumbrar e analisar formas <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> memória. Trata-se <strong>do</strong> meu projeto <strong>de</strong><br />

Mestra<strong>do</strong> em História Social <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> na Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Ceará, sob orientação da<br />

Profa. Dra. Kênia Sousa Rios.<br />

FORTALEZA NOS PRIMEIROS ANOS DE TV:<br />

“COTIDIANO, MEMÓRIA E CULTURA - 1960-1965"<br />

Ana Queza<strong>do</strong><br />

Com esse trabalho hora em <strong>de</strong>senvolvimento no mestra<strong>do</strong> em História Social, lanço esforços<br />

para compreen<strong>de</strong>r como a inserção da televisão alterou num perío<strong>do</strong> histórico a dinâmica <strong>de</strong><br />

Fortaleza e o cotidiano <strong>de</strong> seus mora<strong>do</strong>res, investigan<strong>do</strong> as novas práticas culturais que se<br />

estabeleceram na cida<strong>de</strong>, as alterações nas relações familiares e da vizinhança e a recepção ou<br />

o “uso” (De Certeau, 1994) <strong>do</strong>s primeiros programas <strong>de</strong> tv. A primeira emissora a se instalar na<br />

Capital é a TV Ceará, pertencente aos Diários Associa<strong>do</strong>s <strong>de</strong> Assis Chateaubriand, que ven<strong>de</strong>u<br />

ações aos mora<strong>do</strong>res da cida<strong>de</strong> para arrecadar dinheiro e colocar em funcionamento o novo<br />

veículo. A pesquisa se inicia no ano <strong>de</strong> fundação da emissora, inaugurada em novembro <strong>de</strong><br />

1960, e prossegue até 1965 quan<strong>do</strong> a chegada <strong>do</strong> vi<strong>de</strong>otape e a o Regime Militar mudam a<br />

programação. Além <strong>de</strong> <strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong> pessoas comuns que vivenciaram o perío<strong>do</strong> estuda<strong>do</strong><br />

(história oral), utilizo como fontes jornais e revistas, crônicas e livros <strong>de</strong> memórias.<br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 17


AS FORMAS DE BEM E MAL VIVER SENHORES E ESCRAVOS<br />

NO CRATO NA SEGUNDA METADE DO SÉCULO XIX<br />

Ana Sara Ribeiro Parente Cortez<br />

Mestranda em História Social – UFC<br />

A escravidão tem si<strong>do</strong> tema recorrente na historiografia brasileira. Muitas são as consi<strong>de</strong>rações<br />

feitas a respeito <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s escravos bem como <strong>do</strong>s negros livres e libertos e a experiência<br />

social por eles engendrada. No presente trabalho, reportamo-nos ao mun<strong>do</strong> <strong>do</strong>s escravos; no<br />

objetivo <strong>de</strong> analisar as experiências <strong>de</strong>stes trabalha<strong>do</strong>res em relação ao universo <strong>de</strong> senhores e<br />

trabalha<strong>do</strong>res livres que os circundavam, portanto vivencia<strong>do</strong> em espaço não dicotomiza<strong>do</strong>, mas<br />

em condições distintas. Nesse senti<strong>do</strong>, a ênfase <strong>de</strong> nosso projeto <strong>de</strong> pesquisa recai sobre o<br />

trabalha<strong>do</strong>r cativo, toman<strong>do</strong>-o como sujeito <strong>do</strong> processo histórico. Como um ser humano que<br />

sonha, pensa, articula, se movimenta e age. Com base nesses pressupostos, nos propomos à<br />

análise das experiências escravas partin<strong>do</strong> da leitura <strong>de</strong>sses sujeitos como seres ativos,<br />

inseri<strong>do</strong>s numa <strong>de</strong>terminada realida<strong>de</strong> social. Todavia, enten<strong>de</strong>mos que estudar os escravos<br />

implica necessariamente uma análise <strong>do</strong>s senhores <strong>de</strong> escravos; partin<strong>do</strong> da alegação <strong>de</strong> que<br />

um era posse <strong>do</strong> outro e que conviviam cotidianamente. Dessa forma, vemos uma relação<br />

complexa e dinâmica entre cativos e senhores. Essas inferências fazem parte das reflexões<br />

feitas para nossa pesquisa <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong> na Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Ceará e contam com o<br />

incentivo financeiro da Funcap – Fundação Cearense <strong>de</strong> Apoio a Pesquisa.<br />

O USO DE FERRAMENTAS DE EDUCAÇÃO<br />

À DISTANCIA NO ENSINO DE HISTÓRIA<br />

Antonio Germano Magalhães Junior<br />

Igor Lima Rodrigues<br />

Silviane da Silva Rocha<br />

A utilização das novas ferramentas tecnológicas na educação se tornou prática cotidiana em<br />

muitos estabelecimentos educacionais. Com o <strong>de</strong>senvolvimento das Novas Tecnologias da<br />

Informação e Comunicação - NTICs temos ambientes <strong>de</strong> EAD como recursos que surgem neste<br />

processo <strong>de</strong> constituição e mudanças culturais. O uso <strong>do</strong>s Ambientes Virtuais <strong>de</strong> Ensino – AVE<br />

na Internet cresce constantemente aumentan<strong>do</strong> seu uso em vários níveis <strong>de</strong> educação. O objeto<br />

<strong>de</strong> nossa pesquisa é analisar se as ações proposta <strong>de</strong> mediatização proporciona<strong>do</strong>s pelo AVE<br />

no Ensino <strong>de</strong> História. Neste contexto, surgiu a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> melhor compreen<strong>de</strong>r como se<br />

estabelecem as formas <strong>de</strong> interação e interativada<strong>de</strong> dadas pela utilização <strong>de</strong> ferramentas <strong>de</strong><br />

EAD Moodle. Este Sistema <strong>de</strong> Gerenciamento On-Line <strong>de</strong> cursos (SGC) para EaD apresenta<br />

mecanismos que auxiliaram na interação entres professores e alunos. As evidências estão<br />

presentes nas participações em Fóruns <strong>de</strong> Mensagens, Chat, Diário Virtual e Wiki. Junto a elas<br />

estão os Logs (registros <strong>de</strong> acontecimentos no sistema) e a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> traçar avaliações<br />

que po<strong>de</strong>m ser associadas a cada ativida<strong>de</strong>. As principais dificulda<strong>de</strong>s que apontamos para<br />

utilização <strong>do</strong> Moodle como suporte a ao Ensino <strong>de</strong> História é a carência <strong>de</strong> informações que<br />

professores possuem sobre os recursos <strong>de</strong> “mo<strong>de</strong>lagem” <strong>de</strong> cursos, bem como as alternativas<br />

<strong>de</strong> uso pedagógico <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s que o sistema oferece. Apontamos a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> materiais (manuais, tutoriais) basea<strong>do</strong>s em experiências vividas por<br />

<strong>do</strong>centes que tem utiliza<strong>do</strong> este AVE e disseminação <strong>de</strong> seu uso como recurso pedagógico.<br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 18


“ASSALTOS CARNAVALESCOS” EM FORTALEZA (1920-1930)<br />

Carlos Henrique Moura Barbosa<br />

Mestran<strong>do</strong> em História Social – UFC<br />

Bolsista da FUNCAP<br />

Esta apresentação procura abordar uma prática carnavalesca conhecida como “assaltos<br />

carnavalescos” durante 1920 e 1930. Os “assaltos carnavalescos” consistiam em uma festa<br />

organizada em residências <strong>de</strong> pessoas que pertenciam a segmentos abasta<strong>do</strong>s da socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Fortaleza. Alguns jornais publicavam em suas páginas o en<strong>de</strong>reço e o horário que estas festas<br />

aconteciam. Os articulistas <strong>de</strong>stacavam a organização e a ornamentação da residência. O<br />

objetivo <strong>de</strong>sta pesquisa é compreen<strong>de</strong>r os significa<strong>do</strong>s e senti<strong>do</strong>s <strong>de</strong>stes “assaltos<br />

carnavalescos” em Fortaleza no perío<strong>do</strong> pesquisa<strong>do</strong>. Para a pesquisa estou utilizan<strong>do</strong> os jornais<br />

<strong>do</strong> perío<strong>do</strong> que trazem informações sobre os dias e os en<strong>de</strong>reços <strong>do</strong>s “assalto carnavalesco”,<br />

também informa <strong>de</strong> como foram, quais os blocos que participaram, como estava a organização e<br />

outros elementos que permitem enten<strong>de</strong>r os “assaltos carnavalescos”.<br />

PADARIA ESPIRITUAL: RUPTURA OU CONTINUIDADE?<br />

Cícero João da Costa Filho<br />

Mestran<strong>do</strong> em História – USP<br />

Nossa pesquisa possui como objeto a Padaria Espiritual, tida como a original e por ter si<strong>do</strong> esta<br />

a socieda<strong>de</strong> não só literária como das artes no geral, aquela que falaria <strong>do</strong>s reais costumes e<br />

valores <strong>do</strong> povo cearense. Nossa hipótese é <strong>de</strong>sconstruir não que tal socieda<strong>de</strong> não falou da<br />

cultura popular, mas mostrar a inter-relação entre “campo <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r” e “campo intelectual”, o que<br />

nos faz negar a análise reducionista <strong>de</strong> estudar os movimentos literários a partir <strong>de</strong> uma história<br />

das idéias. Sustentamos, pois, que to<strong>do</strong>s os movimentos literários, como entranha<strong>do</strong>s <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r,<br />

mais não eram <strong>do</strong> que a pura e mera extensão <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r material, não toca<strong>do</strong> pela historiografia<br />

literária cearense que vê estes movimentos a partir da concepção <strong>de</strong> uma literatura como arte,<br />

sublime, algo <strong>de</strong>scola<strong>do</strong> <strong>do</strong> real. Portanto, nos <strong>de</strong>bruçaremos sobre o caráter <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> ou<br />

ruptura da Padaria Espiritual, sua relação com o po<strong>de</strong>r, suas idéias e, claro, suas<br />

particularida<strong>de</strong>s i<strong>de</strong>ológicas que fizeram <strong>de</strong>ssa socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> letras o movimento que se<br />

preocupou com o povo porque falou da cultura <strong>de</strong>ste. Dessa forma, nossa pesquisa tem em vista<br />

tocar nestes liames.<br />

ACARAÚ: CASAMENTOS INDÍGENAS NO PERÍODO DE 1725 A 1798<br />

Cíntia Maria <strong>de</strong> Almeida Vasconcelos<br />

Mestranda em História Social - UFC<br />

A presente comunicação tem como objetivo fazer uma abordagem das uniões indígenas<br />

ocorridas no Acaraú durante os anos <strong>de</strong> 1725 a 1798, ligações feitas não só entre índios, mas<br />

com outros grupos étnicos (negros e brancos) através <strong>do</strong> sacramento <strong>do</strong> Matrimônio. Insere-se<br />

na dissertação que está sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvida junto ao Programa <strong>de</strong> Pós-graduação em História<br />

Social da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Ceará: As Vivências Indígenas no Curato <strong>do</strong> Acaraú (século<br />

XVIII). Diante <strong>do</strong> contexto da ocupação, novas relações foram estabelecidas fazen<strong>do</strong> com que os<br />

indígenas reformulassem e reinventassem seus costumes e vivências. A trajetória <strong>de</strong>sses<br />

indígenas foi acompanhada por uma re<strong>de</strong> entrelaçada <strong>de</strong> sociabilida<strong>de</strong>s, articulações que foram<br />

feitas estabelecen<strong>do</strong> novos espaços e posições. Fizeram uso <strong>do</strong>s códigos cristãos para terem<br />

condições <strong>de</strong> se estabilizar e gerar novos costumes. Índios que se organizaram e articularam em<br />

busca <strong>de</strong> uma melhor forma <strong>de</strong> viver, <strong>de</strong> uma maneira que pu<strong>de</strong>ssem organizar famílias em meio<br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 19


a um jogo <strong>de</strong> negociações entre o que era imposto pela Igreja e o que a realida<strong>de</strong> histórica lhes<br />

proporcionava. Dinâmicas que serão percebidas por meio <strong>do</strong>s assentos <strong>de</strong> Casamento os quais<br />

fazem parte <strong>do</strong>s Registros Paroquiais <strong>do</strong> Acervo da Cúria Diocesana <strong>de</strong> Sobral.<br />

AMÁLIA XAVIER DE OLIVEIRA – SABERES E EXPERIÊNCIAS<br />

DE UMA EDUCADORA RURALISTA<br />

Delane Lima Nogueira<br />

Mestra<strong>do</strong> em Educação - UECE<br />

Bolsista FUNCAP/Ce<br />

Este é um trabalho sobre Amália Xavier <strong>de</strong> Oliveira, educa<strong>do</strong>ra ruralista que exerceu função <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>staque na construção <strong>de</strong> uma cultura <strong>do</strong>cente voltada para a educação nos sertões<br />

cearenses, mais especificamente em Juazeiro <strong>do</strong> Norte. É, por conseguinte, um estu<strong>do</strong> histórico<br />

que não visa apenas <strong>de</strong>screver a trajetória <strong>de</strong> vida <strong>de</strong>sta professora, mas que busca, a partir<br />

<strong>de</strong>ssa fornecer subsídios para a compreensão <strong>do</strong> processo <strong>de</strong> construção da profissão <strong>do</strong>cente<br />

no Esta<strong>do</strong>, mais especificamente, da profissão professor ruralista. O estu<strong>do</strong>, em<br />

<strong>de</strong>senvolvimento no Mestra<strong>do</strong> em Educação da Universida<strong>de</strong> Estadual <strong>do</strong> Ceará (UECE), toma<br />

como estratégia meto<strong>do</strong>lógica a abordagem biográfica, dan<strong>do</strong> ênfase à utilização <strong>de</strong> relatos<br />

orais. Até o presente momento a pesquisa encontra-se na fase <strong>de</strong> revisão <strong>de</strong> literatura. A<br />

realização das entrevistas com ex-alunos e ex-professores que conviveram com D. Amália <strong>de</strong>ve<br />

ser iniciada no segun<strong>do</strong> semestre <strong>do</strong> ano em curso (2006). Estas fontes contribuirão para o<br />

conhecimento <strong>do</strong> cenário educacional da época, e, por conseguinte, <strong>do</strong> papel <strong>de</strong> Amália Xavier<br />

na formação <strong>de</strong> professores ruralistas.<br />

A PROFISSÃO PROFESSOR NO CEARÁ GETULISTA –<br />

PERCURSOS E ACHADOS DA PESQUISA<br />

Delane Lima Nogueira<br />

Mestra<strong>do</strong> em Educação - UECE<br />

Bolsista FUNCAP/Ce<br />

A pesquisa aborda numa perspectiva histórica a profissão <strong>do</strong>cente como tema <strong>de</strong> política<br />

educacional. Toman<strong>do</strong> como referência o contexto cearense da década <strong>de</strong> 1930, apresenta<br />

resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> investigação sobre o discurso governamental acerca <strong>do</strong> ser professor nesse<br />

perío<strong>do</strong>. A proposta buscou compor um retrato da realida<strong>de</strong> vivida naquela época pelos <strong>do</strong>centes<br />

<strong>do</strong> ensino primário, ten<strong>do</strong> como enfoque os da<strong>do</strong>s expressos nas Mensagens Governamentais e<br />

em um Relatório Republicano. Toman<strong>do</strong> o professor como foco principal da investigação, a<br />

análise <strong>de</strong>stacou aspectos que retratassem a realida<strong>de</strong> vivida naquela época pelos <strong>do</strong>centes<br />

cearenses. Além <strong>de</strong> apresentar um perfil da situação vivenciada nesse contexto, a leitura e<br />

análise <strong>do</strong>s <strong>do</strong>cumentos proporcionou uma apreciação acerca <strong>do</strong> discurso oficial relativo à<br />

profissão professor <strong>do</strong>s anos 30.<br />

O COMUNISMO NA EXPERIÊNCIA DOS TRABALHADORES<br />

DA CEARÁ LIGHT (FORTALEZA, 1929).<br />

Eduar<strong>do</strong> Oliveira Parente<br />

Mestra<strong>do</strong> em História UFC<br />

O presente trabalho – parte <strong>de</strong> uma pesquisa maior que ora <strong>de</strong>senvolvemos no Mestra<strong>do</strong> em<br />

História Social da UFC – se propõe a investigar e compreen<strong>de</strong>r a influência <strong>do</strong> Comunismo na<br />

experiência <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res da Ceará Light, conforme manifestada em um momento<br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 20


específico: durante a greve <strong>de</strong> 1929. Para tanto, preten<strong>de</strong>mos verificar três or<strong>de</strong>ns <strong>de</strong> questões<br />

complementares. A primeira diz respeito às práticas <strong>de</strong>senvolvidas pelos militantes comunistas<br />

no Ceará, em especial na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fortaleza, na divulgação <strong>de</strong> suas idéias, o que nos leva a<br />

consi<strong>de</strong>rar momentos anteriores e posteriores ao foco <strong>de</strong> nossa atenção. Seqüencialmente,<br />

intentamos oferecer uma explicação acerca das motivações <strong>de</strong> tais trabalha<strong>do</strong>res que os<br />

dispuseram a aproximarem-se <strong>do</strong> Comunismo. Por fim, analisaremos a ocorrência da greve em<br />

1929, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong> o impacto e a repercussão da mesma na cida<strong>de</strong>, bem como as atuações <strong>de</strong><br />

outros sujeitos sociais, conferin<strong>do</strong> atenção as manifestações da influência comunista e,<br />

principalmente, seu possível significa<strong>do</strong> e importância para a cultura política <strong>de</strong>stes<br />

trabalha<strong>do</strong>res.<br />

“E A FÁBRICA RIO TINTO ATENDEU OS TRABALHADORES”: A EXPERIÊNCIA OPERÁRIA<br />

NA TECELAGEM DOS LUNDGREN (PARAÍBA, 1959-1964)<br />

Eltern Campina Vale<br />

Mestra<strong>do</strong> em História Social / UFC<br />

A Tecelagem Rio Tinto, <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong> da família Lundgren, foi inaugurada em 1924. No perío<strong>do</strong><br />

1959-1964, foi palco da atuação <strong>de</strong> um <strong>do</strong>s mais emblemáticos movimentos operários<br />

registra<strong>do</strong>s na Paraíba. Portanto, esta comunicação tem o objetivo <strong>de</strong> discutir a história <strong>de</strong>sse<br />

movimento, a partir da experiência <strong>do</strong> próprio trabalha<strong>do</strong>r. Logo fica claro, as minhas matrizes<br />

teóricas: a Historia Social Inglesa, especificamente as contribuições <strong>de</strong> E. Hobsbawm e<br />

E.P.Thompson. No recorte temporal <strong>de</strong>limita<strong>do</strong>, os operários foram capazes <strong>de</strong> confrontar-se<br />

com o po<strong>de</strong>r <strong>do</strong>s Lundgren na cida<strong>de</strong>-fábrica. Arrebataram a Prefeitura <strong>do</strong> <strong>do</strong>mínio da fábrica,<br />

através da eleição <strong>do</strong> operário Antônio Fernan<strong>de</strong>s em 1963. A partir das <strong>do</strong>cumentações e<br />

entrevistas com ex-operários, constatamos o quanto estavam organiza<strong>do</strong>s, através das<br />

conquistas <strong>de</strong> várias reivindicações trabalhistas. O Golpe Civil-Militar <strong>de</strong> 1964 representou o<br />

marco <strong>de</strong> amordaçamento <strong>do</strong>s operários, interrompen<strong>do</strong> arbitrariamente a solidificação <strong>de</strong>ste<br />

movimento.<br />

ANTÔNIA JOAQUINA DA CONCEIÇÃO E BÁRBARA FEITOSA: NARRATIVAS<br />

MASCULINAS SOBRE AS MULHERES CAMPONESAS NO CEARÁ DE 1960<br />

Enilce Lima Cavalcante <strong>de</strong> Souza<br />

Professora <strong>do</strong> CEFET-CE<br />

Mestre em História Social – UFC<br />

No espaço rural, como no urbano, as dificulda<strong>de</strong>s em se construir a participação da mulher no<br />

cotidiano <strong>de</strong> trabalho e luta vem sen<strong>do</strong>, aos poucos, contornadas com o uso <strong>de</strong> criativas e<br />

necessárias fontes. Na História da Questão Agrária <strong>do</strong> Ceará na década <strong>de</strong> 1960, as mulheres<br />

camponesas - como participantes ativas da vida e da resistência social e política <strong>do</strong>s<br />

camponeses – estiveram presentes às narrativas e <strong>de</strong>poimentos <strong>do</strong>s lí<strong>de</strong>res camponeses. De<br />

maneira indireta, é através da narrativa <strong>de</strong> Vicente Pompeu da Silva, que encontro a camponesa<br />

Antônia Joaquina da Conceição. E na autobiografia <strong>de</strong> José Leandro Bezerra da Costa se<br />

<strong>de</strong>scortina a figura marcante <strong>de</strong> Bárbara Feitosa. O estu<strong>do</strong> compreen<strong>de</strong> que a História Social<br />

<strong>do</strong>s Trabalha<strong>do</strong>res Camponeses no Ceará na década <strong>de</strong> 1960 se constrói, via Memória e<br />

História Oral, e no <strong>de</strong>bate sobre a participação das mulheres no espaço rural.<br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 21


"ÊXODO E MIGRAÇÃO: DIMENSÕES E MANCHETES<br />

DA QUESTÃO AGRÁRIA NO CEARÁ DE 1964”.<br />

Enilce Lima Cavalcante <strong>de</strong> Souza<br />

Professora <strong>do</strong> CEFET-CE<br />

Mestre em História Social – UFC<br />

Uma das principais alternativas para a resolução <strong>do</strong>s problemas sociais no campo, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong><br />

com a imprensa cearense <strong>de</strong> 1964, era justamente a “partida”. Partida <strong>do</strong> interior para a capital<br />

ou <strong>do</strong> Ceará para outras regiões <strong>do</strong> país. É nesta perspectiva, que os jornais Correio <strong>do</strong> Ceará,<br />

Gazeta <strong>de</strong> Notícias, O Nor<strong>de</strong>ste e O Povo <strong>de</strong>stacam a Questão Agrária <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> através <strong>do</strong>s<br />

temas: Migração e Êxo<strong>do</strong> Rural. Por estas dimensões, os camponeses teriam um espaço<br />

<strong>de</strong>termina<strong>do</strong> a ocupar em Fortaleza - a Hospedaria Getúlio Vargas. O dito sobre a “espera” <strong>de</strong><br />

navios, tempos melhores incentivo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, em meio a re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> <strong>do</strong>rmir e pratos vazios se<br />

contrapõe ao não-dito sobre as manifestações camponesas num tempo <strong>de</strong> luta política e social<br />

em Sindicatos, Associações e Ligas. Desta forma, a imprensa é um espaço útil ao <strong>de</strong>sarme da<br />

formação da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e das estratégias <strong>de</strong> luta <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res camponeses no Ceará.<br />

"”VIDA SEVERINA” – SEU POMPEU E ZÉ LEANDRO: DOIS CAMPONESES CEARENSES,<br />

DUAS MIGRAÇÕES, DOIS TEMPOS E VIDAS, 1950 - 1960”.<br />

Enilce Lima Cavalcante <strong>de</strong> Souza<br />

Professora <strong>do</strong> CEFET-CE<br />

Mestre em História Social – UFC<br />

Estu<strong>do</strong>s sobre a migração indicam a participação <strong>do</strong> Ceará, como um <strong>do</strong>s esta<strong>do</strong>s que mais<br />

possibilitaram, sob diversos aspectos, a saída <strong>de</strong> sua população para outros lugares <strong>do</strong> país.<br />

Neste senti<strong>do</strong>, analisamos as histórias <strong>de</strong> vida <strong>de</strong> Vicente Pompeu da Silva e José Leandro<br />

Bezerra da Costa. Os motivos que levaram seu Pompeu a São Paulo são diferentes <strong>do</strong>s que<br />

impulsionaram Zé Leandro ao Rio <strong>de</strong> Janeiro. Um migra bem antes <strong>do</strong> golpe civil-militar <strong>de</strong> 1964<br />

e <strong>de</strong> se tornar militante comunista. O outro é leva<strong>do</strong> a migrar pela participação e li<strong>de</strong>rança<br />

comunista nas lutas políticas pela reforma agrária, logo após o referi<strong>do</strong> golpe. Mesmo distintas,<br />

as experiências se assemelham: os protagonistas são alvos <strong>do</strong> latifúndio. Por motivos diferentes,<br />

os interessa<strong>do</strong>s na migração <strong>de</strong> ambos, na saída, ou na chegada, são representantes da elite<br />

agrária.<br />

A CULTURA CÍVICA ESCOLAR CEARENSE (1971-1973) – NA TAPEÇARIA DA HISTÓRIA,<br />

OBEDECER À LEI, SER FIEL AO TRABALHO E FESTEJAR A PÁTRIA.<br />

Francisco Egberto <strong>de</strong> Melo<br />

Mestran<strong>do</strong> em História Social – UFC<br />

Orientação: Dra. Edilene Terezinha <strong>de</strong> Tole<strong>do</strong><br />

Em 1969, foi instituída a Educação Moral e Cívica (EMC) na re<strong>de</strong> <strong>de</strong> ensino no País. Com a Lei<br />

5692/71, o ensino <strong>de</strong> História foi suprimi<strong>do</strong> para dar lugar aos Estu<strong>do</strong>s Sociais e Organização<br />

Social e Política <strong>do</strong> Brasil (OSPB). O objetivo era transformar a educação escolar em<br />

instrumento <strong>de</strong> elaboração e propaganda <strong>do</strong> sentimento nacionalista e <strong>do</strong> i<strong>de</strong>ário<br />

<strong>de</strong>senvolvimentista. No Ceará, as reformas educacionais fundamentadas na i<strong>de</strong>ologia da<br />

Segurança <strong>Nacional</strong> foram estabelecidas pelo currículo <strong>de</strong> 1º. Grau em abril <strong>de</strong> 1973, on<strong>de</strong> se<br />

fixavam os méto<strong>do</strong>s, objetivos e conteú<strong>do</strong>s que <strong>de</strong>veriam ser trabalha<strong>do</strong>s <strong>de</strong> 1ª. a 8ª série.<br />

Institucionalizava-se um ensino <strong>de</strong> História, EMC e OSPB que se efetivava através das diversas<br />

práticas escolares, com intensa valorização <strong>do</strong>s símbolos nacionais, <strong>do</strong> culto à Pátria e à Nação<br />

e aos heróis nacionais, <strong>de</strong> Tira<strong>de</strong>ntes a Médici, que extrapolavam os muros escolares através<br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 22


das horas cívicas, <strong>do</strong> hasteamento da ban<strong>de</strong>ira, nas comemorações das datas cívicas. Mas, o<br />

momento culminante era o Sete <strong>de</strong> Setembro, em especial, o sesquicentenário <strong>de</strong> 1972. É o<br />

diálogo estabeleci<strong>do</strong> entre Esta<strong>do</strong>, escola e socieda<strong>de</strong> que buscamos i<strong>de</strong>ntificar, no início <strong>do</strong>s<br />

anos setenta que buscamos i<strong>de</strong>ntificar através <strong>do</strong>s jornais e <strong>do</strong>cumentação escolar da época.<br />

A VIDA COTIDIANA DE MERETRIZES EM TORNO DAS RELAÇÕES FAMILIARES. UMA<br />

REFLEXÃO A PARTIR DA HISTÓRIA ORAL E MEMÓRIA.<br />

Francisco Gleison da Costa Monteiro<br />

A partir da meto<strong>do</strong>logia da História Oral e Memória, foi possível analisar as relações <strong>de</strong><br />

sociabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mulheres que divi<strong>de</strong>m suas ocupações entre os fazeres <strong>do</strong>mésticos, a família e<br />

a vida no meretrício. O contexto histórico, <strong>de</strong>senrola<strong>do</strong>s numa Zona <strong>de</strong> Baixo Meretrício na<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Tianguá-Ceará – fechada no ano <strong>de</strong> 2002, pelo Juiza<strong>do</strong> da Infância e Juventu<strong>de</strong> – nos<br />

permite, trazer à tona, o viver e o conviver na família das meretrizes. As abordagens seguem<br />

como trama os <strong>de</strong>s<strong>do</strong>bramentos na relação entre família, trabalho e cotidiano.<br />

A MULTIDÃO, OS SAQUES E A MOBILIZAÇÃO POPULAR: O RELACIONAMENTO ENTRE<br />

MOVIMENTOS SOCIAIS E A AÇÃO DIRETA EM TEMPOS DE SECA EM ITAPIÚNA-CE (1988-1993)<br />

Francisco Ruy Gondim Pereira<br />

Mestran<strong>do</strong> em História Social – UFC<br />

Orienta<strong>do</strong>r: Fre<strong>de</strong>rico <strong>de</strong> Castro Neves<br />

Esta pesquisa investiga o cenário <strong>de</strong> mobilização e protesto social em Itapiúna no que diz<br />

respeito ao inter-relacionamento entre os movimentos sociais <strong>do</strong> município, que se<br />

<strong>de</strong>senvolveram em torno da Igreja Católica ocal nas décadas <strong>de</strong> 1980 e 1990, e os saques que<br />

foram <strong>de</strong>flagra<strong>do</strong>s na cida<strong>de</strong> nos anos <strong>de</strong> 1988, 1990 e 1993, perceben<strong>do</strong>, <strong>de</strong> um la<strong>do</strong>, a<br />

intersecção entre a mobilização planejada <strong>do</strong>s movimentos com a ação <strong>de</strong> massa da multidão e,<br />

por outro, a fricção entre os novos projetos <strong>de</strong> <strong>de</strong>mocracia e transformação social <strong>do</strong>s<br />

movimentos sociais e a "economia moral da multidão" (E.P. Thompson e Fre<strong>de</strong>rico <strong>de</strong> Castro<br />

Neves) na motivação e legitimação simbólica <strong>de</strong>sses saques. Dessa forma, perceber como estas<br />

distintas tradições <strong>de</strong> intervenção política se mesclaram e interagiram na realização <strong>de</strong>stes atos<br />

para, assim, compreen<strong>de</strong>r a reelaboração e (res)significação atribuída pelos movimentos<br />

populares à tradição <strong>de</strong> ação direta da multidão nos anos <strong>de</strong> seca. Utilizan<strong>do</strong>-me <strong>de</strong><br />

<strong>do</strong>cumentação oral e escrita, procuro assim perceber a articulação <strong>do</strong>s conflitos e negociações<br />

entre trabalha<strong>do</strong>res rurais (atingi<strong>do</strong>s pelas secas) e a prefeitura local diante da efervescência<br />

<strong>de</strong>sses sujeitos políticos e como, diante <strong>de</strong> tais conflitos, foram <strong>de</strong>flagra<strong>do</strong>s aqueles saques.<br />

A FÚRIA DA EPIDEMIA CRUENTA: EXPERIÊNCIAS DA<br />

EPIDEMIA DE MALÁRIA NO BAIXO JAGUARIBE-CE.<br />

Gláubia Cristiane Arruda Silva<br />

Mestranda em História Social – UFC<br />

As epi<strong>de</strong>mias, para além <strong>de</strong> acontecimento simplesmente mórbi<strong>do</strong>, refletem, também, experiências<br />

sócio-culturais. Essa pesquisa busca compreen<strong>de</strong>r, a incidência da epi<strong>de</strong>mia <strong>de</strong> malária, ocorrida<br />

na região <strong>do</strong> Baixo Jaguaribe-Ce, nos anos <strong>de</strong> 1937 a 1940, como um elemento <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sorganização e reorganização social uma vez que este surto pestilento alterou sobremaneira as<br />

relações cotidianas durante a vigência da <strong>do</strong>ença na região. Ao analisarmos as experiências<br />

sociais vivenciadas durante essa epi<strong>de</strong>mia po<strong>de</strong>remos interpretar o que significou, para a<br />

população jaguaribana da época, sofrer e sobreviver a este momento <strong>de</strong> extrema dificulda<strong>de</strong>.<br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 23


“UMA ALMA NACIONAL PARA PERPETUAR AS GERAÇÕES”. A LEITURA DE “IRACEMA”<br />

PELOS REPUBLICANOS DO CENTRO LITERÁRIO (1895 - 1904).<br />

Gleudson Passos Car<strong>do</strong>so<br />

Prof. Assistente <strong>do</strong> Curso <strong>de</strong> História/ UECE<br />

Doutoran<strong>do</strong> em História Social no PPGH/UFF<br />

Membro da Soc:. Bel.: Let.: Art.: Aca<strong>de</strong>mia da Incerteza.<br />

Durante os primeiros anos após o golpe republicano, os intelectuais cearenses distribuíram-se<br />

pelas fileiras das socieda<strong>de</strong>s ou agremiações literárias, científicas e/ ou filosóficas.<br />

Contemporâneo da Padaria Espiritual (1892/1898) e da Aca<strong>de</strong>mia Cearense (1894), o Centro<br />

Literário (1894/1904) <strong>de</strong>stacou-se das <strong>de</strong>mais entida<strong>de</strong>s pelo seu apelo ao público leitor <strong>de</strong><br />

Fortaleza para a a<strong>de</strong>são e o compromisso moral com o novo regime. Imbuí<strong>do</strong>s <strong>do</strong> anseio<br />

civilizatório e patriótico, os sócios <strong>do</strong> Centro Literário elegeram o romance “Iracema”, <strong>de</strong> José <strong>de</strong><br />

Alencar, como a gran<strong>de</strong> referência em torno <strong>do</strong>s enuncia<strong>do</strong>s que haveriam <strong>de</strong> elencar posturas<br />

a<strong>de</strong>sistas. A estamparem nos textos <strong>do</strong> seu periódico, a “Revista Iracema”, um novo civismo que<br />

viesse <strong>de</strong>stacar o nacionalismo em favor da República como “sentimento apto ao progresso e à<br />

civilização”, po<strong>de</strong>-se perceber as estratégias discursivas, os embates no circuito das idéias na<br />

capital cearense, bem como a trama <strong>de</strong> interesses <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m política e social em que estiveram<br />

inseri<strong>do</strong>s esses letra<strong>do</strong>s. Para este estu<strong>do</strong>, foram analisa<strong>do</strong>s números da “Revista Iracema”,<br />

<strong>do</strong>cumentos oficiais, produção literária <strong>de</strong> época, dicionários biográficos, livros <strong>de</strong> memória,<br />

<strong>de</strong>ntre outras fontes.<br />

“BARDOS DA CANALHA, QUARESMA DE DESALENTOS”. PRODUÇÃO<br />

LITERÁRIA DE NEFELIBATAS, BOÊMIOS E LIBERTÁRIOS EM<br />

FORTALEZA NA REPÚBLICA VELHA (1889 - 1922).<br />

Gleudson Passos Car<strong>do</strong>so<br />

Prof. Assistente <strong>do</strong> Curso <strong>de</strong> História/ UECE<br />

Doutoran<strong>do</strong> em História Social no PPGH/UFF<br />

Membro da Soc:. Bel.: Let.: Art.: Aca<strong>de</strong>mia da Incerteza.<br />

Com a implantação <strong>do</strong> regime republicano, diferentes posturas surgiram no circuito letra<strong>do</strong> da<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fortaleza. Positivistas, antigos abolicionistas, republicanos <strong>de</strong> “última hora”, católicos,<br />

enfim, boa parte <strong>do</strong>s letra<strong>do</strong>s procuraram <strong>de</strong> alguma forma se inserir no jogo político que<br />

restabeleceu a velha estrutura <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r com a nova or<strong>de</strong>m política. Contu<strong>do</strong>, outros agentes<br />

letra<strong>do</strong>s <strong>de</strong>nunciaram essa trama e, através <strong>do</strong>s seus textos literários, fizeram ressonar o<br />

<strong>de</strong>scontentamento diante <strong>de</strong> tal conjuntura. Assim, foram i<strong>de</strong>nca<strong>do</strong>s em jornais operários,<br />

literatura <strong>de</strong> época, brochuras, panfletos, livros <strong>de</strong> memória, aforismas, <strong>de</strong>ntre outras fontes,<br />

textos que expressaram as leituras sociais <strong>de</strong> caixeiros,guarda livros, ferroviários, artesãos,<br />

tipógrafos, músicos etc, sobre suas experiências e inquietações diante da construção da or<strong>de</strong>m<br />

republicana no Ceará. Distribuída em três distintos campos semânticos (nefelibata, boêmio e<br />

libertário), a produção literária <strong>de</strong>stes sujeitos se diferencia em estilos, léxicos e narrativas, em<br />

que ficam evi<strong>de</strong>ntes seus repertórios <strong>de</strong> leituras, as formas <strong>de</strong> produção e circulação <strong>do</strong>s seus<br />

textos, re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sociabilida<strong>de</strong>s, bem como sua inserção no circuito letra<strong>do</strong> da capital cearense<br />

naquele perío<strong>do</strong> e as reações <strong>do</strong>s segmentos <strong>do</strong>minantes, administra<strong>do</strong>res, intelectuais<br />

orgânicos e católicos frente estas leituras.<br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 24


PRÁTICAS LETRADAS E SUJEITOS SOCIAIS.<br />

HISTÓRIA E HISTORIOGRAFIA<br />

Gleudson Passos Car<strong>do</strong>so<br />

Prof. Assistente <strong>do</strong> Curso <strong>de</strong> História/ UECE<br />

Doutoran<strong>do</strong> em História Social no PPGH/UFF<br />

Membro da Soc:. Bel.: Let.: Art.: Aca<strong>de</strong>mia da Incerteza.<br />

Nas últimas duas décadas, o estu<strong>do</strong> das práticas letradas, que se reporta à produção literária,<br />

ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> imprensa, circulação <strong>de</strong> livros, círculos <strong>de</strong> leituras etc., tem se <strong>de</strong>staca<strong>do</strong> no campo<br />

<strong>do</strong>s <strong>de</strong>bates históricos e historiográficos. Neste senti<strong>do</strong>, o presente encontro temático se propõe<br />

a agregar pesquisa<strong>do</strong>res e estudiosos, que vêm analisan<strong>do</strong> a relevância <strong>de</strong>ssas diferentes<br />

práticas da cultura letrada para os mais distintos agentes sociais inseri<strong>do</strong>s no processo das<br />

transformações históricas. A perceber que o uso e as formas <strong>de</strong>ssas ativida<strong>de</strong>s estão<br />

relaciona<strong>do</strong>s, <strong>de</strong>ntre outros aspectos, às estratégias <strong>de</strong> inserção nos <strong>de</strong>bates intelectuais, <strong>de</strong><br />

acor<strong>do</strong> com os trabalhos que este encontro temático po<strong>de</strong>rá agregar, há <strong>de</strong> se perceber como<br />

literatos, intelectuais orgânicos, trabalha<strong>do</strong>res, boêmios, abolicionistas, militantes, enfim, sujeitos<br />

sociais que se ocuparam das letras, elaboraram suas leituras sociais, apropriaram-se <strong>do</strong>s<br />

repertórios <strong>de</strong> leituras, construíram seus mecanismos <strong>de</strong> difusão das suas idéias, quais foram<br />

suas condições materiais <strong>de</strong> aquisição <strong>de</strong> livros e da produção <strong>do</strong>s textos, como veicularam suas<br />

percepções <strong>de</strong> mun<strong>do</strong>, a relação com a imprensa da época, os discursos e conteú<strong>do</strong>s<br />

semânticos presentes na produção literária <strong>do</strong> perío<strong>do</strong>, as re<strong>de</strong>s <strong>de</strong> sociabilida<strong>de</strong>s configuradas<br />

por esses agentes, a importância <strong>do</strong>s espaços <strong>de</strong> encontros, rodas literárias, saraus, gabinetes,<br />

livrarias, boticas, barbearias, praças, enfim, como na história e na historiografia foram percebi<strong>do</strong>s<br />

diferentes estratégias, usos, ambientes e agentes letra<strong>do</strong>s.<br />

DOM EXPEDITO: ESQUECIMENTO E MEMÓRIA<br />

Igor Alves Moreira<br />

Garanhuns-PE, 01 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 1957, 18h e 30min: Padre Hosana <strong>de</strong> Siqueira e Silva, Pároquo <strong>de</strong><br />

Quipapá, circunvizinhança, alveja seu Bispo Dom Expedito Lopes com três tiros <strong>de</strong> revólver.O<br />

principal motivo recai nas <strong>de</strong>núncias que eram en<strong>de</strong>reçadas ao bispo <strong>de</strong> que Padre Hosana não<br />

dava <strong>de</strong>vida assistência religiosa em sua paróquia e que estaria ten<strong>do</strong> um caso amoroso com Maria<br />

José, sua prima e empregada <strong>do</strong>méstica, e que esta estava esperan<strong>do</strong> um filho seu. O bispo,<br />

advertiu-o muitas vezes e <strong>de</strong>cidiu, com a permissão da Santa Sé, excomungar o sacer<strong>do</strong>te. No dia<br />

acima relata<strong>do</strong>, iria ser lida a excomunhão no programa <strong>de</strong> rádio chama<strong>do</strong> A Voz da Diocese. Padre<br />

Hosana dirigiu-se à emissora para falar e, segun<strong>do</strong> ele, <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r-se daquelas acusações. A palavra<br />

não lhe foi facultada, por isso, foi ao Palácio Episcopal e disparou as cápsulas. Entretanto, Dom<br />

Expedito pereceu oito horas <strong>de</strong>pois no Hospital Dom Moura. Suas últimas palavras foram <strong>de</strong> perdão<br />

ao seu assassino e uma oferenda <strong>de</strong> si mesmo aos seminaristas, ao clero e a toda a Diocese <strong>de</strong><br />

Garanhuns. Foram essas palvaras últimas daquele moribun<strong>do</strong> que servem <strong>de</strong> subsí<strong>do</strong>s para que a<br />

Igreja Católica <strong>de</strong> Garanhuns formule e ponha em prática to<strong>do</strong> um trabalho <strong>de</strong> construção e<br />

institucionalização <strong>de</strong> uma memória sobre o prela<strong>do</strong>. Des<strong>de</strong> a década <strong>de</strong> 1990 para cá, o atual bispo<br />

<strong>de</strong> Garanhuns, D.Irineu, o clero da urbe e as religiosas <strong>do</strong> Instituto <strong>de</strong> Nossa Senhora <strong>de</strong> Fátima <strong>do</strong><br />

Brasil se dispõe à recolha, seleção e análise <strong>de</strong> <strong>do</strong>cumentos escritos como também <strong>de</strong> <strong>de</strong>poimentos<br />

orais das pessoas que conheceram e/ou conviveram com Dom Expedito para, com isso, tornar<br />

pública o movimento em prol da beatificação e canonização <strong>do</strong> morto. Esse tornar público torna-se<br />

realmente público com as celebrações eucarísticas ocorridas na Catedral Santo Antônio - locus on<strong>de</strong><br />

está enterra<strong>do</strong> o corpo <strong>de</strong> Dom Expedito -, bem como na exposição <strong>de</strong> relíquias e objetos <strong>de</strong> Dom<br />

Expedito no Colégio Monsenhor A<strong>de</strong>lmar Valença, ali localiza<strong>do</strong>. Em suma, um esforço <strong>de</strong><br />

construção <strong>de</strong> uma memória está sen<strong>do</strong> feito. Uma memória que não a<strong>de</strong>ntrou ainda profundamente<br />

na socieda<strong>de</strong> garanhense, uma vez que esse crime e suas versões ficaram lá, em 1957. A<br />

população atual da cida<strong>de</strong> nada ou pouco sabe a respeito.<br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 25


OS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E O<br />

ENSINO DE HISTÓRIA: PERSPECTIVAS E DESAFIOS.<br />

Isaí<strong>de</strong> Ban<strong>de</strong>ira Timbó<br />

Professora <strong>de</strong> História da UECE<br />

A partir da Lei <strong>de</strong> Diretrizes e Bases da Educação aprovada em <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong> 1996 forma<br />

elabora<strong>do</strong>s os Parâmetros Curriculares Nacionais, com o intuito <strong>de</strong> nortear a educação formal<br />

trabalhada nas escolas <strong>de</strong> Ensino Fundamental e Médio. No que diz respeito a disciplina <strong>de</strong><br />

História aborda a perspectiva <strong>de</strong> se trabalhar com eixos temáticos e a interdisciplinarida<strong>de</strong>.<br />

Contu<strong>do</strong>, o conhecimento <strong>de</strong>stes <strong>do</strong>cumentos ainda é diminuto pela maioria <strong>do</strong>s <strong>do</strong>centes, o que<br />

impe<strong>de</strong>, pelo menos uma tentativa <strong>de</strong> aplicação <strong>do</strong>s mesmos e uma avaliação consistente.<br />

Assim, é <strong>de</strong> fundamental importância espaços que proporcionem o contato com os PCN,<br />

especialmente no que diz respeito a História, consequentemente uma reflexão e análise <strong>do</strong><br />

Ensino <strong>de</strong> História no Brasil hoje (início <strong>do</strong> século XXI).<br />

A CONSTRUÇÃO DA NACIONALIDADE NA PRODUÇÃO HISTORIOGRÁFICA<br />

DOS SÓCIOS DA SOCIEDADE CAPISTRANO DE ABREU:<br />

PAULO PRADO E O “CAMINHO DO MAR”.<br />

Ítala Byanca Morais da Silva<br />

Mestranda em História Social – UFRJ<br />

Orienta<strong>do</strong>r: Manoel Salga<strong>do</strong> Guimarães – UFRJ<br />

Esta comunicação tem como objetivo estabelecer um paralelo entre o artigo Os Caminhos<br />

antigos e povoamento <strong>do</strong> Brasil <strong>de</strong> autoria <strong>de</strong> Capistrano <strong>de</strong> Abreu e Caminho <strong>do</strong> Mar <strong>de</strong> autoria<br />

<strong>de</strong> Paulo Pra<strong>do</strong>, observan<strong>do</strong> quais as perspectivas historiográficas que nortearam o trabalho e<br />

que foram atribuídas pelo “discípulo” a orientação <strong>do</strong> seu “mestre-amigo”. O Caminho <strong>do</strong> Mar,<br />

trabalho <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> a partir da sugestão <strong>de</strong> Capistrano <strong>de</strong> Abreu e seguin<strong>do</strong> um gráfico <strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> São Paulo ofereci<strong>do</strong> por este a Paulo Pra<strong>do</strong>, busca compreen<strong>de</strong>r a<br />

formação <strong>de</strong> uma “raça paulista” que adquiriu suas particularida<strong>de</strong>s a partir da estrutura peculiar<br />

da geografia <strong>do</strong> território, <strong>de</strong>senvolven<strong>do</strong> assim, um típico trabalho aos mol<strong>de</strong>s da<br />

antropogeografia, ciência <strong>de</strong>senvolvida e estimulada por Capistrano <strong>de</strong> Abreu e consi<strong>de</strong>rada por<br />

este necessária para a compreensão da nação.<br />

FESTA DOS CARETAS NO MUNICÍPIO DE JARDIM-CE:<br />

QUANDO A MENINADA CAI NA BRINCADEIRA.<br />

Ivanei<strong>de</strong> Ulisses<br />

Orienta<strong>do</strong>r: Gilmar <strong>de</strong> Carvalho<br />

O trabalho tem como objeto <strong>de</strong> pesquisa uma festa, em particular, a “Festa ou Brinca<strong>de</strong>ira <strong>do</strong>s<br />

Caretas”, que acontece no perío<strong>do</strong> da Semana Santa, no município <strong>de</strong> Jardim, sul <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

Ceará. A pesquisa centrou-se nos mo<strong>do</strong>s como “brincantes”, “ex- brincantes” e organiza<strong>do</strong>res <strong>do</strong><br />

evento vivem e interpretam os processos <strong>de</strong> realização da festivida<strong>de</strong>. Na presente<br />

apresentação, buscaremos enfatizar a participação das crianças no processo <strong>de</strong> construção e<br />

elaboração da brinca<strong>de</strong>ira como elemento <strong>de</strong> pertença da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Jardim, quan<strong>do</strong> os<br />

“caretinhas” são um <strong>do</strong>s sujeitos primordiais <strong>de</strong>sse universo simbólico forja<strong>do</strong> por adultos e<br />

crianças. Além das entrevistas a observação <strong>de</strong> campo nos foi <strong>de</strong> máxima importância. A festa é<br />

menos uma forma <strong>de</strong> diversão em espaço público e mais uma forma esquematizada <strong>de</strong> saberes,<br />

liga<strong>do</strong>s a mo<strong>do</strong>s particulares <strong>de</strong> manifestar a cultura <strong>do</strong>s habitantes locais.<br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 26


ACORDOS MEC-USAID E OS ENSINOS DE 1º E 2º GRAUS<br />

Jeimes Mazza Correia Lima<br />

Historia<strong>do</strong>r<br />

Mestran<strong>do</strong> em Educação Brasileira (UFC)<br />

Este trabalho tem por finalida<strong>de</strong> levantar algumas discussões em torno <strong>do</strong>s acor<strong>do</strong>s MEC-<br />

USAID, buscan<strong>do</strong> sua relação com as reformas educacionais organizadas ao longo das décadas<br />

<strong>de</strong> 1960 e 1970, analisan<strong>do</strong> o contexto econômico que permeava esse momento, além <strong>de</strong><br />

evi<strong>de</strong>nciar a presença <strong>de</strong> elementos da Doutrina <strong>de</strong> Segurança <strong>Nacional</strong> na montagem <strong>do</strong><br />

arcabouço i<strong>de</strong>ológico que <strong>de</strong>u sustentação ao regime militar instaura<strong>do</strong> em março <strong>de</strong> 1964.<br />

A PROPAGANDA VARGUISTA NO CEARÁ (1937 – 1945)<br />

João Paulo Alexandrino Nogueira<br />

Licencia<strong>do</strong> em História – UFC<br />

O tema <strong>de</strong>sta pesquisa é “A Propaganda Varguista no Ceará”. A abordagem tomada sobre este<br />

tema consistirá na analise da propaganda política no Ceará no que concerne ao perío<strong>do</strong><br />

chama<strong>do</strong> <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> Novo (1937 – 1945), da História <strong>do</strong> Brasil, no qual o Brasil foi governa<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

forma autoritária e ditatorial por um presi<strong>de</strong>nte, altamente populista, chama<strong>do</strong> Getúlio Dornelles<br />

Vargas, homem <strong>de</strong> caráter pragmático, que se preocupou muito com as estratégias <strong>de</strong> controle,<br />

manipulação e censura da propaganda política em seu governo. O objetivo <strong>de</strong>sta pesquisa é<br />

compreen<strong>de</strong>r com se <strong>de</strong>senvolveu repercussão da atuação <strong>do</strong>s meios <strong>de</strong> comunicação no<br />

Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ceará, em especial em Fortaleza, ou melhor, os aqui analisa<strong>do</strong>s, os jornais e as<br />

revistas procuran<strong>do</strong> para isso enten<strong>de</strong>r como a propaganda <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> Novo, com suas<br />

manchetes, reportagens e notícias serviram para ganhar o apoio e/ou o <strong>de</strong>scontentamento das<br />

massas para a legitimação <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> Novo. As fontes a serem utilizadas para tal pesquisa são o<br />

Jornal O Esta<strong>do</strong> e as Revistas Cultura Política e O Amanhã, fontes estas que foram localizadas<br />

na Biblioteca Pública Menezes Pimentel, no Arquivo Público <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> e na Aca<strong>de</strong>mia Cearense<br />

<strong>de</strong> Letras, e que encontram-se em sua composição original ou em arquivos micro-filma<strong>do</strong>s<br />

disponibiliza<strong>do</strong>s ao acesso <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os pesquisa<strong>do</strong>res.<br />

SERVENTUÁRIOS DAS TREVAS”: OS BOLCHEVIQUES NA<br />

IMPRENSA CATÓLICA (FORTALEZA/CE, 1922-1932)<br />

Jose Aloísio Martins<br />

Professor História/UFC<br />

A pesquisa “Serventuários das trevas”: Os bolcheviques na imprensa católica (Fortaleza/CE,<br />

1922-1932), recorren<strong>do</strong> ao jornal O NORDESTE, órgão funda<strong>do</strong> em Junho <strong>de</strong> 1922, sob os<br />

auspícios da Arquidiocese <strong>de</strong> Fortaleza, analisa o anticomunismo. Além <strong>de</strong>sse tema, o jornal<br />

colocou-se a favor <strong>de</strong> outras práticas <strong>de</strong>senvolvidas pelo Tradicionalismo Católico da época.<br />

Apresentan<strong>do</strong>-se como guardião da moral e <strong>do</strong>s bons costumes, a <strong>de</strong>speito <strong>de</strong> criticar a<br />

instituição da República, o vespertino mostrou-se <strong>de</strong>fensor intransigente da or<strong>de</strong>m. Censurou as<br />

Revoltas Tenentistas. Publicou vetos ao protestantismo, à maçonaria e ao espiritismo. A<strong>do</strong>tou<br />

posições anti-semitas. Elogiou calorosamente o dita<strong>do</strong>r fascista Benito Mussolini e apoiou o<br />

Golpe <strong>de</strong> Esta<strong>do</strong> capitanea<strong>do</strong> por Getúlio Vargas, em 1930. Expressou concordância com o<br />

programa da Legião Cearense <strong>do</strong> Trabalho. Publicou as opiniões <strong>de</strong> Plínio Salga<strong>do</strong>, futuro<br />

dirigente da Ação Integralista Brasileira. A partir <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 1932, na condição <strong>de</strong> porta-voz<br />

da Liga Eleitoral Católica, divulgou o programa e os eventos da agremiação. Manipulan<strong>do</strong> a<br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 27


dualida<strong>de</strong> - bem x mal - a cúpula eclesiástica e a intelectualida<strong>de</strong> leiga articularam o comunismo<br />

e a encarnação <strong>do</strong> <strong>de</strong>mônio em um só corpo. Por isso, na publicação, a Rússia foi qualificada <strong>de</strong><br />

a “instituição <strong>do</strong> terror” e o “mal <strong>do</strong> tempo”. Os moscovitas foram chama<strong>do</strong>s <strong>de</strong> “micróbios” e <strong>de</strong><br />

“jacobinos vermelhos”, liga<strong>do</strong>s à idéia <strong>de</strong> sofrimento, peca<strong>do</strong>, mentira, sangue e morte, isto é,<br />

i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s com a “lei bolchevista <strong>do</strong> ódio”.<br />

O ENSINO DE HISTÓRIA USANDO A EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA<br />

Juscelino Chaves Sales<br />

O presente trabalho discute o uso da Informática na Educação, ten<strong>do</strong> em vista que o computa<strong>do</strong>r<br />

é capaz <strong>de</strong> fornecer ao professor uma ferramenta po<strong>de</strong>rosa para motivar seus alunos em<br />

pesquisas e durante a aprendizagem. A conquista das habilida<strong>de</strong>s computacionais, o incentivo<br />

ao questionamento <strong>do</strong> aluno e a integração <strong>de</strong> alunos com dificulda<strong>de</strong>s <strong>de</strong> aprendizagem são<br />

algumas das conseqüências <strong>do</strong> uso <strong>de</strong>ssa ferramenta nas escolas. O trabalho também discute a<br />

educação a distancia via internet. São apresenta<strong>do</strong>s diversos sites educacionais volta<strong>do</strong>s para<br />

História. A maioria <strong>do</strong>s sites pesquisa<strong>do</strong>s não trazem uma interativida<strong>de</strong> com o aluno. São<br />

compostos <strong>de</strong> textos com suas respectivas figuras e também links que permitem a navegação<br />

entre diferentes paginas daquele assunto escolhi<strong>do</strong>. Foram observadas as diversas<br />

meto<strong>do</strong>logias empregadas, apontan<strong>do</strong>-se algumas <strong>de</strong>ficiências em relação ao ensino, tal como a<br />

falta <strong>de</strong> interativida<strong>de</strong> para prover um aprendiza<strong>do</strong> mais diverti<strong>do</strong> e eficaz, como também o aluno<br />

não po<strong>de</strong> testar seus conhecimentos no próprio site, ou seja, não existe avaliação.<br />

MÉTODO DE PAULO FREIRE E MOBRAL – MEMÓRIAS DE PROFESSORES SOBRE<br />

EDUCAÇÃO POPULAR NO VALE DO JAGUARIBE NA DÉCADA DE 1970.<br />

Kamillo Karol Ribeiro e Silva<br />

Esta iniciativa advém <strong>do</strong> <strong>de</strong>sejo <strong>de</strong> prestar seleção para o Doutora<strong>do</strong> na Pós-Graduação em<br />

Educação da Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Ceará. A pesquisa tem por base <strong>de</strong>poimentos orais e<br />

memórias sobre o processo <strong>de</strong> educação popular na década <strong>de</strong> 1970. Inspirou-me pesquisar o<br />

assunto, o relato da Irmã Dionísia Andra<strong>de</strong> Costa, 71 anos, mora<strong>do</strong>ra da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Russas-Ce.<br />

Ela <strong>de</strong>screveu os <strong>de</strong>safios enfrenta<strong>do</strong>s durante a criação <strong>do</strong> Órgão Municipal <strong>de</strong> Educação da<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Jaguaruana e as iniciativas implementadas por este no <strong>de</strong>correr <strong>de</strong> suas ativida<strong>de</strong>s<br />

durante os anos da década <strong>de</strong> 1970. Na entrevista, Irmã Dionísia nos relata sobre as turmas <strong>de</strong><br />

educação popular, criadas a partir <strong>do</strong> méto<strong>do</strong> <strong>de</strong> Paulo Freire e, nos anos seguintes, da<br />

experiência <strong>do</strong> MOBRAL naquela mesma cida<strong>de</strong>. O relato nos serve, assim, como ponto <strong>de</strong><br />

partida para realização <strong>de</strong> outras entrevistas e aponta necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> leitura no campo<br />

histórico e teórico. Feito isso, será possível <strong>de</strong>limitar com mais proprieda<strong>de</strong> a problemática <strong>de</strong>sta<br />

pesquisa que <strong>de</strong>verá mergulhar ainda em campos <strong>do</strong> conhecimento como, por exemplo, a<br />

pesquisa histórica acerca da experiência da ditadura militar no Vale <strong>do</strong> Jaguaribe.<br />

MÁGICOS DOUTORES: A ARTE MÉDICA ENTRE A MAGIA<br />

E A CIÊNCIA NAS MINAS GERAIS SETECENTISTAS<br />

Kelly Cristina Benjamim<br />

Mestranda em História Social – UFC<br />

No século XVIII, persistia a crença na concepção <strong>de</strong> mun<strong>do</strong> regida por forças mágicas, a<br />

explicação <strong>de</strong> fenômenos orgânicos, climáticos ou meteorológicos era dada pela influência <strong>de</strong><br />

divinda<strong>de</strong>s. Essa concepção era um fenômeno <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> parte da Europa, e estava presente<br />

também no imaginário <strong>do</strong>s habitantes das Minas Gerais colonial. Para além <strong>de</strong>ssa<br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 28


especificida<strong>de</strong>, a prática médica exercida no Brasil e, sobretu<strong>do</strong> nas Minas colonial, guarda<br />

outras características peculiares: a rarida<strong>de</strong> <strong>de</strong> médicos, cirurgiões e boticários e o sincretismo<br />

étnico ocorri<strong>do</strong> nas Minas , foram responsáveis pela formação <strong>de</strong> uma medicina multifacetada e<br />

afeita ao universo da magia.. A crença na intervenção <strong>do</strong> sobrenatural tanto na instalação quanto<br />

na extirpação da <strong>do</strong>ença prossegue pelos tempos e atravessa o século XVIII, a <strong>de</strong>speito <strong>do</strong>s<br />

avanços <strong>do</strong> conhecimento médico e da tecnologia, persistem as invocações ao divino, através<br />

<strong>do</strong>s santos e a crença em curan<strong>de</strong>iros, ao mesmo tempo em que se recorria à medicina<br />

científica. Exemplo <strong>de</strong>ssa incorporação <strong>do</strong> saber médico colonial é a trajetória <strong>do</strong> cirurgião<br />

português Luís Gomes Ferreira, que atuou em Minas Gerais no século XVIII, reunin<strong>do</strong> uma vasta<br />

experiência prática, publicada em 1735 sob o título Erário Mineral. Nesse trata<strong>do</strong> médico, o<br />

cirurgião revela um talento excepcional em incorporar as práticas curativas locais, professadas<br />

por brancos, índios e negros, <strong>de</strong>stacan<strong>do</strong> principalmente a experiência, em <strong>de</strong>trimento da<br />

erudição acadêmica. As terapêuticas propostas por Luís Gomes Ferreira são algumas vezes<br />

consi<strong>de</strong>radas bizarras: acreditava-se nas proprieda<strong>de</strong>s curativas <strong>do</strong> pó <strong>de</strong> minhoca, <strong>do</strong> testículo<br />

<strong>de</strong> cavalo, <strong>do</strong> sangue menstrual, da terra <strong>de</strong> sepultura entre outros remédios miraculosos. De<br />

maneira geral, a farmacopéia colonial – assim como a arte médica e as praticas curativas<br />

populares – avizinhavam-se <strong>do</strong> terreno da magia e da feitiçaria, <strong>de</strong> tal mo<strong>do</strong> que é possível<br />

i<strong>de</strong>ntificar nelas as mesmas receitas e substâncias. Excrementos, plantas, raízes, pedras, ossos,<br />

ratos, morcegos, partes <strong>do</strong> corpo humano e <strong>de</strong> animais eram ingredientes que compunham tanto<br />

os receituários tradicionais <strong>de</strong> médicos e cirurgiões quanto as formulas ministradas por<br />

curan<strong>de</strong>iros, feiticeiras e benze<strong>de</strong>iras, evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> as afinida<strong>de</strong>s e convergências entre a magia<br />

e a ciência médica.<br />

MEMÓRIAS DO ADVENTISMO EM SOBRAL<br />

Lei<strong>de</strong>jane Araújo<br />

O Adventismo <strong>do</strong> Sétimo Dia surge e consolida-se como Igreja em Sobral, no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

1971/82. Através da utilização da oralida<strong>de</strong> como principal fonte, tenho por objetivo a<br />

problematização das questões a cerca da auto-imagem adventista, exploran<strong>do</strong> suas<br />

representações simbólicas, e, sobretu<strong>do</strong>, suas práticas, refletin<strong>do</strong> sobre suas significações para<br />

conquista <strong>de</strong> espaço social e <strong>de</strong> uma “i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>” para o grupo e suas implicações no cotidiano<br />

<strong>de</strong> cada membro. Importou-me também compreen<strong>de</strong>r como católicos e evangélicos viam e vêem<br />

o movimento, perceben<strong>do</strong> o contexto <strong>de</strong> inserção <strong>do</strong> adventismo e suas relações com esses<br />

grupos. Neste caminho, é possível apreen<strong>de</strong>r diferentes discursos e possibilida<strong>de</strong>s: adventistas<br />

apontan<strong>do</strong>, mesmo que involuntariamente, para a concepção <strong>de</strong> um grupo com uma<br />

consi<strong>de</strong>rável mutiplicida<strong>de</strong> nas formas <strong>de</strong> ver o mun<strong>do</strong> e <strong>de</strong> interpretar sua própria crença,<br />

enquanto os <strong>de</strong>mais entrevista<strong>do</strong>s os i<strong>de</strong>ntificaram sobretu<strong>do</strong> como sabatistas.<br />

SONHANDO SER JAMES DEAN? A JUVENTUDE TRANSVIADA<br />

NAS PÁGINAS DA IMPRENSA FORTALEZENSE. (1953-1963)<br />

Lidia Noemia Silva <strong>do</strong>s Santos<br />

Mestre em História - UFC<br />

Motivada pela leitura <strong>de</strong> algumas obras <strong>de</strong> memorialistas que escreveram sobre os anos 50, em<br />

Fortaleza, investiguei a presença <strong>de</strong> um suposto núcleo da juventu<strong>de</strong> transviada, na cida<strong>de</strong>.<br />

Nesta comunicação, preten<strong>do</strong> apresentar alguns resulta<strong>do</strong>s da pesquisa, discorren<strong>do</strong> e<br />

analisan<strong>do</strong> o noticiário da imprensa sobre a ação <strong>de</strong> rapazes, aponta<strong>do</strong>s como <strong>de</strong>linqüentes,<br />

transvia<strong>do</strong>s ou rebel<strong>de</strong>s “sem causa”. Priorizei os relatos da atuação <strong>do</strong>s rabos-<strong>de</strong>-burro, ti<strong>do</strong>s<br />

como uma apropriação local da nova relação entre pais e filhos (mais permissivos e menos<br />

autoritários), pre<strong>do</strong>minante na socieda<strong>de</strong> norte-americana, e representada e publicizada,<br />

especialmente, nos filmes que exploravam o universo juvenil, caso <strong>de</strong> Juventu<strong>de</strong> Transviada,<br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 29


exibi<strong>do</strong> em Fortaleza, em 1958.<br />

A MEMÓRIA AO AR LIVRE. MONUMENTOS ESTATUÁRIOS<br />

NAS PRAÇAS DO CENTRO ANTIGO DE FORTALEZA<br />

Liesly Oliveira Barbosa<br />

Licenciada – Bacharelanda – UFC<br />

A presente pesquisa propõe analisar a criação <strong>do</strong>s lugares <strong>de</strong> memória nos espaços públicos da<br />

cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fortaleza a partir da ereção <strong>do</strong>s monumentos estatuários <strong>de</strong> culto nacionalista nas<br />

praças <strong>do</strong> centro antigo. Cabe, portanto, enten<strong>de</strong>r como a utilização <strong>de</strong>stes monumentos foi<br />

selecionada e imposta pelos <strong>do</strong>minantes através <strong>de</strong> uma memória elitista, centrada nos gran<strong>de</strong>s<br />

heróis, homens e feitos históricos da Nação. Assim sen<strong>do</strong>, proponho por meio <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> <strong>do</strong>s<br />

marcos simbólicos, analisar o sistema <strong>de</strong> símbolos utiliza<strong>do</strong>s para a legitimação <strong>de</strong> uma memória<br />

nos espaços públicos <strong>de</strong> Fortaleza, ou seja, a memória das classes <strong>do</strong>minantes a partir <strong>do</strong>s<br />

primeiros monumentos estatuários erigi<strong>do</strong>s em praças públicas da cida<strong>de</strong>, perceben<strong>do</strong> as<br />

interpretações e resignificações <strong>de</strong>ssa memória para a população citadina e sua repercussão<br />

nos <strong>de</strong>mais lugares <strong>de</strong> memória da cida<strong>de</strong>, ou seja, nos objetos dispostos no museu e no culto<br />

aos mortos na necrópole.<br />

“A MEMÓRIA MOLDADA NO BRONZE”.<br />

Liesly Oliveira Barbosa<br />

Licenciada – Bacharelanda – UFC<br />

O presente trabalho visa analisar a construção da memória nos espaços públicos da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Fortaleza a partir da criação <strong>de</strong> uma cultura estatuaria <strong>de</strong> culto nacionalista nas praças <strong>do</strong> centro<br />

antigo, assim como interpretar as apropriações e resignicações <strong>de</strong>ssa memória pelos cidadãos<br />

da cida<strong>de</strong>. O ponto <strong>de</strong> partida <strong>de</strong>ssa nova cultura estatuária em Fortaleza se dá pela construção<br />

<strong>do</strong> primeiro monumento estatuário ou seja, o Monumento Tiburcio erigi<strong>do</strong> em 1888 na praça que<br />

leva o seu nome. Cabe portanto, interpretar os diversos processos que envolveram <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a<br />

seleção <strong>de</strong>sta memória a sua posterior resignificação, chegan<strong>do</strong> ao ponto da nomenclatura<br />

oficial ser subjugada a popular pela gran<strong>de</strong> maioria <strong>do</strong>s cidadãos da cida<strong>de</strong>.<br />

“O CASAMENTO E A MORTALHA NO CÉU SE TALHAM”: TRAJETÓRIA<br />

BIOGRÁFICA DA OUSADA E ESQUECIDA FRANCISCA CLOTILDE (1862-1935).<br />

Luciana Andra<strong>de</strong> <strong>de</strong> Almeida<br />

Mestranda em História Social – UFC<br />

Orienta<strong>do</strong>ra: A<strong>de</strong>lai<strong>de</strong> Pereira Gonçalves.<br />

A diversida<strong>de</strong> e os níveis <strong>de</strong> tensão presentes na trajetória <strong>de</strong> vida e nos escritos <strong>de</strong> Francisca<br />

Clotil<strong>de</strong> (1862-1935) revelam as várias contribuições que legou e os muitos interesses que a<br />

mobilizaram. A escritora fez parte <strong>do</strong> movimento abolicionista e <strong>do</strong> grupo <strong>de</strong> cearenses<br />

precursoras da escrita feminina, em um tempo em que o ato <strong>de</strong> escrever, em si, implicava<br />

transgressão. Teria figura<strong>do</strong> em clubes literários e produziu sonetos, contos, traduções, críticas<br />

literárias, propagandas. A pesquisa se ancora no estu<strong>do</strong> biográfico da escritora e observa<br />

evidências pessoais que perpassam sua vida e produção intelectual em jornais e romances,<br />

consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> que a experiência <strong>do</strong> sujeito não é <strong>de</strong>svencilhada <strong>do</strong>s aspectos sociais. O trabalho<br />

também se propõe a compreen<strong>de</strong>r os limites da abordagem biográfica, que emerge como<br />

instrumento para que o pesquisa<strong>do</strong>r perceba a importância das ações individuais e historicize o<br />

cotidiano, os sujeitos e suas experiências. Há que se problematizar os silêncios e vozes<br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 30


<strong>de</strong>ixa<strong>do</strong>s, como memórias em disputa, analisa<strong>do</strong>s na perspectiva <strong>de</strong> permissão: como em uma<br />

biografia autorizada, Francisca Clotil<strong>de</strong> oculta e mostra aspectos que nos permitem ver como ela<br />

quer ser mostrada e como gostaria <strong>de</strong> ser lembrada.<br />

RODOLFO TEÓFILO: LITERATURA E DENÚNCIA SOCIAL<br />

Manoel Carlos Fonseca <strong>de</strong> Alencar<br />

Professor da FECLESC-UECE<br />

A literatura como instrumento <strong>de</strong> crítica e <strong>de</strong>núncia social é um <strong>do</strong>s aspectos mais notáveis no<br />

naturalismo cearense. Ro<strong>do</strong>lfo Teófilo foi um <strong>do</strong>s autores que se valeu <strong>de</strong> sua obra literária, seja<br />

ela romanesca ou não, como arma para <strong>de</strong>nunciar aspectos da realida<strong>de</strong> que <strong>de</strong>scordava e que<br />

pretendia reformar. Nesse senti<strong>do</strong> a literatura cumpriria uma função civilizatória. Preten<strong>de</strong>mos<br />

com essa comunicação analisar a obra <strong>de</strong>sse autor procuran<strong>do</strong> i<strong>de</strong>ntificar como a partir da<br />

construção <strong>do</strong>s personagens, da trama e das <strong>de</strong>scrições da cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fortaleza, ele produziu<br />

um <strong>do</strong>s manifestos mais eloqüentes <strong>do</strong>s <strong>de</strong>scaminhos da república no Ceará.<br />

NAS TELAS DA CIDADE: OS CINEMAS EM FORTALEZA NOS ANOS DE 1920<br />

Márcio Inácio da Silva<br />

Mestran<strong>do</strong> em História Social / UFC<br />

Orienta<strong>do</strong>r: Prof. Dr. Fre<strong>de</strong>rico <strong>de</strong> Castro Neves<br />

Bolsista da FUNCAP<br />

Na presente pesquisa, buscamos enten<strong>de</strong>r as experiências sociais e as tramas estabelecidas na<br />

relação entre o cinema e a cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Fortaleza nas primeiras décadas <strong>do</strong> século passa<strong>do</strong>. Ao<br />

interpretarmos o cotidiano <strong>de</strong>sta cida<strong>de</strong> estamos refletin<strong>do</strong> sobre as culturas urbanas. O que<br />

significava ir ao cinema e quais experiências sociais eram vivenciadas no interior das salas <strong>de</strong><br />

exibição? Nesta trama, compreen<strong>de</strong>mos que o público também se constitui em elemento<br />

fundamental na interpretação <strong>do</strong> cinema na capital cearense. As fontes utilizadas nesta pesquisa<br />

são as mais variadas, formamos um campo <strong>do</strong>cumental amplo e diversifica<strong>do</strong> composto por<br />

jornais, revistas, <strong>do</strong>cumentos policiais.<br />

DOM DELGADO NA IGREJA DE SEU TEMPO (1963 – 1973).<br />

Márcio Porto<br />

Este trabalho preten<strong>de</strong> contribuir com os estu<strong>do</strong>s que problematizam as peculiarida<strong>de</strong>s e as<br />

inflexões <strong>do</strong> catolicismo no Ceará. Ten<strong>do</strong> como base o perío<strong>do</strong> em que a Igreja cearense estava<br />

sob o governo eclesiástico <strong>de</strong> Dom José <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros Delga<strong>do</strong>, busca-se mapear as direções, os<br />

conflitos, os avanços e os recuos com os quais se <strong>de</strong>pararam os clérigos e os militantes<br />

católicos face ao complexo quadro sócio-político pre<strong>do</strong>minante no cenário brasileiro da década<br />

<strong>de</strong> 1960 e inícios <strong>do</strong>s anos 70. Se por um la<strong>do</strong>, estes anos foram marca<strong>do</strong>s pelo ápice <strong>do</strong> <strong>de</strong>bate<br />

<strong>de</strong>mocrático nas relações entre a Igreja e a socieda<strong>de</strong>, por outro, foram marca<strong>do</strong>s pela<br />

implantação e consolidação <strong>do</strong> regime militar, caracteriza<strong>do</strong> pela negação <strong>do</strong>s direitos humanos<br />

e sociais que perdurou por 21 anos no Brasil.<br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 31


VITRINE DAS VIRTUDES: A IRMANDADE DAS<br />

FILHAS DE MARIA EM LIMOEIRO-CE (1915-1945)<br />

Maria Lucélia <strong>de</strong> Andra<strong>de</strong><br />

Mestranda em História Social – UFC<br />

A Pia União das Filhas <strong>de</strong> Maria era uma associação leiga feminina <strong>de</strong> caráter religioso. Exemplo<br />

<strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo romaniza<strong>do</strong> <strong>de</strong> irmanda<strong>de</strong>, implanta<strong>do</strong> no início <strong>do</strong> século XX, essa irmanda<strong>de</strong> surge<br />

como i<strong>de</strong>aliza<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> mo<strong>de</strong>lo i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> jovem católica. Na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Limoeiro, se<strong>de</strong> da terceira<br />

Diocese <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Ceará, a Irmanda<strong>de</strong> das Filhas <strong>de</strong> Maria, como era conhecida, constitui-se<br />

como um lugar <strong>de</strong> evi<strong>de</strong>nte prestígio social. Uma rara oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> projeção político-social<br />

numa socieda<strong>de</strong> machista e conserva<strong>do</strong>ra. Permeada <strong>de</strong> conflitos e tensões silenciadas, essa<br />

associação mostra, em sua <strong>do</strong>cumentação e também na memória daquelas que <strong>de</strong>la tomaram<br />

parte, como se davam as formas <strong>de</strong> resistência ao mo<strong>de</strong>lo i<strong>de</strong>al <strong>de</strong> mulher imposto pela Igreja. A<br />

presente pesquisa se encontra em fase inicial, no mestra<strong>do</strong> em História Social da Universida<strong>de</strong><br />

Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Ceará, e busca analisar a Irmanda<strong>de</strong> das Filhas <strong>de</strong> Maria em Limoeiro, no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

1915 a 1945.<br />

AS VOZES DO SOFRIMENTO: A FAMÍLIA DOS COMBATENTES<br />

CEARENSES QUE FORAM PARA “GUERRA DO PARAGUAI.”<br />

Maria Regina Santos <strong>de</strong> Souza<br />

Mestranda em História – UFC<br />

Bolsista da FUNCAP<br />

Orienta<strong>do</strong>r: Profa. Dra. Ivone Cor<strong>de</strong>iro Barbosa<br />

A construção social da Guerra <strong>do</strong> Paraguai é produto <strong>de</strong> uma multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> racionalida<strong>de</strong>s,<br />

porém as elucidações mais comuns na historiografia brasileira referem-se às violências <strong>do</strong>s<br />

recrutamentos, as resistências daqueles que se negavam a pelejar, as condições físicas e<br />

morais <strong>do</strong>s solda<strong>do</strong>s, enfim estu<strong>do</strong>s que parecem configurar esse conflito unicamente como<br />

misógino. Dessa forma, existem lacunas sobre as famílias <strong>do</strong>s combatentes que direta ou<br />

indiretamente foram afeta<strong>do</strong>s: como ficavam os <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>do</strong>s combatentes? O que sabemos<br />

<strong>do</strong>s sofrimentos <strong>de</strong> mães e esposas que tiveram seus filhos e mari<strong>do</strong>s mortos ou mutila<strong>do</strong>s em<br />

combate? A perspectiva <strong>de</strong>ste trabalho é preencher essas lacunas na província <strong>do</strong> Ceará ten<strong>do</strong><br />

como base frestas <strong>de</strong>ixadas pelas correspondências entre as autorida<strong>de</strong>s militares e civis<br />

cariocas e cearenses durante o conflito. Destacamos os diversos ofícios envia<strong>do</strong>s pelos<br />

Ministérios <strong>do</strong> Império, da Guerra, da Justiça e a Presidência <strong>do</strong> Ceará e <strong>de</strong>sta àqueles.<br />

ZÉ FULÔ, UMA VIDA EM TRINTA E OITO MOAGENS: EXPERIÊNCIA DE UM<br />

TRABALHADOR DE ENGENHO DE RAPADURA NO CARIRI:<br />

Maria Yacê Carleial F. <strong>de</strong> Sá<br />

Mestranda em História – UFC<br />

Este texto é parte <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> biográfico <strong>de</strong> um trabalha<strong>do</strong>r rural, hoje aposenta<strong>do</strong>, cuja<br />

experiência como operário em engenhos <strong>de</strong> rapadura forma um rico substrato para a<br />

compreensão <strong>de</strong>sse universo social <strong>de</strong> trabalho. As narrativas <strong>de</strong> José Cabral <strong>de</strong> Melo, mais<br />

conheci<strong>do</strong> como Zé Fulô, agregam-se as <strong>de</strong> outros trabalha<strong>do</strong>res, compon<strong>do</strong> parte <strong>do</strong> material<br />

empírico <strong>de</strong> uma pesquisa sobre relações <strong>de</strong> trabalho num engenho <strong>de</strong> rapadura no Cariri em<br />

mea<strong>do</strong>s <strong>do</strong> século XX. O engenho Tupinambá e sua gente são vistos como um microcosmo que<br />

constituiu em si um processo histórico, para o qual buscou-se reconstruir o contexto social e<br />

cultural em que se mol<strong>do</strong>u. Dentro da trajetória <strong>de</strong>ste operário que chegou a mestre da rapadura,<br />

foram escolhi<strong>do</strong>s trechos que sinalizam o tipo <strong>de</strong> aprendiza<strong>do</strong> informal que acontecia nos<br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 32


engenhos da região, on<strong>de</strong> o saber/fazer, passa<strong>do</strong> <strong>de</strong> geração em geração, era construí<strong>do</strong><br />

observação e na prática cotidiana.<br />

UMA VERDADE VISTA NOS CORPOS: O SABER MÉDICO NOS CASOS DE INFANTICÍDIO<br />

EM FORTALEZA NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX.<br />

Marla Albuquerque Ataí<strong>de</strong><br />

Mestranda em História - UFC<br />

O objetivo <strong>de</strong>sta comunicação é apresentar uma parte <strong>do</strong> primeiro capítulo <strong>de</strong> minha Dissertação<br />

em <strong>de</strong>senvolvimento no Curso <strong>de</strong> Mestra<strong>do</strong> em História da UFC. Neste tópico, preten<strong>do</strong> discutir<br />

o Saber Médico nos casos <strong>de</strong> infanticídio. Assim, partirei <strong>de</strong> alguns casos analisa<strong>do</strong>s por mim<br />

nos processos-crime para enten<strong>de</strong>r a intervenção <strong>de</strong>ste Saber no enriquecimento <strong>do</strong><br />

conhecimento acerca da prática <strong>do</strong> infanticídio em Fortaleza na primeira meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> Século XX.<br />

Nas análises <strong>de</strong>stes processos, encontraremos Médicos que procediam aos exames cadavéricos<br />

na criança, aos exames <strong>de</strong> verificação <strong>de</strong> recente parto nas mulheres (exame <strong>de</strong> parto suposto)<br />

e ainda ao chama<strong>do</strong> exame pericial realiza<strong>do</strong> na acusada <strong>de</strong> infanticídio Francisca Rodrigues.<br />

Este, resulta<strong>do</strong> <strong>de</strong> 45 dias <strong>de</strong> observação sobre a mesma, com o intuito <strong>de</strong> atestar ou não a<br />

“imbecilida<strong>de</strong> nativa”, que se atestada a tornaria incapaz <strong>de</strong> imputação criminal, entre outros<br />

da<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s importantes.<br />

CEMITÉRIO DE SÃO BENEDITO-CEARÁ:<br />

MEMÓRIA, CULTO E DEVOÇÃO A JOÃO DAS PEDRAS.<br />

Michelle Ferreira Maia<br />

Em Abril <strong>de</strong> 1978 morreu eletrocuta<strong>do</strong> João Ferreira Gomes em São Benedito-Ceará, a morte<br />

<strong>de</strong>corria-se <strong>de</strong> uma tentativa <strong>de</strong> furtar a casa <strong>do</strong> Sr. Epifânio, esta que protegida por uma fiação<br />

elétrica vitimou o infrator que morreu no ato <strong>do</strong> impacto com os fios, sen<strong>do</strong> <strong>de</strong>ssa forma, vitima<strong>do</strong><br />

por sua tentativa <strong>de</strong> furto como também pela própria fiação. Se por um la<strong>do</strong>, este fato marcava a<br />

última tentativa <strong>de</strong> furto <strong>de</strong> João das Pedras, assim popularmente conheci<strong>do</strong> como o ladrão que<br />

tirava <strong>do</strong>s ricos para dar aos pobres, por outro la<strong>do</strong> construía-se a partir <strong>de</strong> então memórias não<br />

somente sobre a morte em si, mas <strong>de</strong> vários momentos da vida <strong>de</strong> João das Pedras. As<br />

histórias sobre seus furtos e fugas, sobre sua morte compõem construções <strong>de</strong> senti<strong>do</strong>s,<br />

significa<strong>do</strong>s sobre este sujeito, memórias que são presentes no cotidiano <strong>de</strong> São Benedito.<br />

Porém, os vestígios sobre a vida e morte <strong>de</strong> João das Pedras remontam a narrativas orais, e<br />

isso suscita a questão <strong>de</strong> qual o passa<strong>do</strong> que se quis registrar, preservar nos livros relaciona<strong>do</strong>s<br />

à historiografia local. No entanto, o trabalho com as fontes orais nesta pesquisa nos possibilita<br />

observar que o que <strong>de</strong> fato é esqueci<strong>do</strong>, pela escrita ganha por outro la<strong>do</strong> expressivida<strong>de</strong> na<br />

oralida<strong>de</strong>. Neste artigo, porém, abor<strong>do</strong> apenas o espaço <strong>de</strong> culto e <strong>de</strong> <strong>de</strong>voção, analisan<strong>do</strong> a<br />

relação <strong>do</strong>s sujeitos com este espaço e questionan<strong>do</strong> como e em torno <strong>de</strong> quê são construídas<br />

as memórias sobre João das Pedras.<br />

“A FORÇA DOS CATRAEIROS NAS LUTAS<br />

DE CONTESTAÇÃO À OLIGARQUIA ACIOLINA”<br />

Nágila Maia <strong>de</strong> Moraes<br />

A presente pesquisa tem o objetivo <strong>de</strong> analisar a lutas <strong>de</strong> contestação a oligarquia acciolina,<br />

ten<strong>do</strong> como ponto <strong>de</strong> partida a Greve organizada pelos catraieiros <strong>de</strong> fortaleza, após a Lei<br />

Fe<strong>de</strong>ral que obrigava estes a se alistarem para a Armada da Marinha <strong>do</strong> Brasil. Na manhã <strong>do</strong> dia<br />

03 <strong>de</strong> janeiro <strong>de</strong> 1904 os grevistas foram surpreendi<strong>do</strong>s pela força policial, que agiram <strong>de</strong><br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 33


maneira cruel, não poupan<strong>do</strong> nem os transeuntes que olhavam a manifestação no porto da<br />

cida<strong>de</strong>. Sen<strong>do</strong> bastante interessante <strong>de</strong>stacar que a partir da repressão aos grevistas as<br />

manifestações em protesto ao ocorri<strong>do</strong> no dia 03 e também aos <strong>de</strong>sman<strong>do</strong>s da política acciolina<br />

ganharam força. Assim, intensas disputas se <strong>de</strong>senrolaram com a participação <strong>do</strong>s<br />

trabalha<strong>do</strong>res, oligarquia acciolina e oligarquia dissi<strong>de</strong>nte. Estes últimos que buscaram legitimar<br />

seus interesses políticos através da sensibilização da população mediante o fatídico episódio,<br />

utilizan<strong>do</strong> até mesmo a tentativa <strong>de</strong> elaboração <strong>de</strong> uma memória <strong>do</strong> “03 <strong>de</strong> janeiro”.<br />

ESTUDANTES EM MOVIMENTO: EXPERIÊNCIAS E LUTAS<br />

COTIDIANAS DOS ESTUDANTES DA UFC ( 1969- 1979)<br />

Niedja Lima Torres Portugal<br />

Mestranda em História Social – UFC<br />

Orienta<strong>do</strong>r: Prof. Dr. Fre<strong>de</strong>rico <strong>de</strong> Castro Neves<br />

Durante os primeiros quatro anos <strong>do</strong> regime civil-militar no Brasil (1964- 1968), os estudantes<br />

foram atores <strong>de</strong> um movimento social forte e atuante. Personagens constantes na luta contra a<br />

ditadura, é em especial no ano <strong>de</strong> 1968 que os estudantes ganham <strong>de</strong>staque, graças à<br />

visibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> movimento estudantil. Em 13 <strong>de</strong> <strong>de</strong>zembro <strong>de</strong>ste ano, após intensas<br />

mobilizações, o governo baixa o Ato Institucional n°5 (AI-5), que representou o fechamento <strong>do</strong><br />

regime. Então, um movimento fruto <strong>de</strong> um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> efervescência política e cultural, sofre uma<br />

profunda ruptura. Juntamente com o AI-5, foram implantadas medidas repressivas voltadas para<br />

o movimento estudantil, como os Decretos-leis 228 e 477 e a Reforma Universitária <strong>de</strong> 1969. A<br />

partir <strong>de</strong>sse ponto começa o silêncio historiográfico sobre o movimento estudantil. Nosso<br />

trabalho se propõe a romper com esse silêncio, buscan<strong>do</strong> interpretar a experiência <strong>do</strong>s<br />

estudantes que, com rupturas e permanências, repensaram e refizeram suas práticas, buscan<strong>do</strong><br />

espaços legítimos <strong>de</strong> atuação. Através <strong>do</strong> diálogo com as fontes, procuramos compreen<strong>de</strong>r os<br />

significa<strong>do</strong>s das memórias em conflito para a história <strong>do</strong> perío<strong>do</strong>.<br />

HISTÓRIA EM MOVIMENTO: A CONSTRUÇÃO DA MEMÓRIA DO MOVIMENTO<br />

ESTUDANTIL POR EX-MILITANTES ( UFC/ 1969- 1979)<br />

Niedja Lima Torres Portugal<br />

Mestranda em História Social – UFC<br />

Orienta<strong>do</strong>r: Prof. Dr. Fre<strong>de</strong>rico <strong>de</strong> Castro Neves<br />

Na história recente <strong>do</strong> Brasil, e especificamente <strong>do</strong> movimento estudantil, o ano <strong>de</strong> 1968 surge<br />

como um marco. Para os estudantes, tem uma dupla simbologia: foi durante 1968 que as<br />

manifestações estudantis alcançaram seu auge e foi no final <strong>de</strong>ste mesmo ano que a ditadura<br />

civil-militar, que então ocupava o po<strong>de</strong>r no país “endureceu” e recru<strong>de</strong>sceu a repressão sobre os<br />

dissi<strong>de</strong>ntes. Seguiu-se o perío<strong>do</strong> mais violento <strong>do</strong> regime civil-militar imposto com o golpe <strong>de</strong><br />

1964, situação que viria a mudar na segunda meta<strong>de</strong> <strong>do</strong>s anos 1970. Na presente pesquisa,<br />

buscamos analisar as experiências, as práticas políticas e os conflitos <strong>do</strong>s estudantes da<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral <strong>do</strong> Ceará, no perío<strong>do</strong> que vai <strong>de</strong> 1969 a 1979. O trabalho com as<br />

memórias <strong>de</strong> um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> exceção da história brasileira recente faz necessário ter em mente o<br />

contínuo fazer-se da memória. Muitos <strong>do</strong>s conflitos <strong>de</strong>ste perío<strong>do</strong> persistem até os dias <strong>de</strong> hoje<br />

como disputas <strong>de</strong> memória. As batalhas <strong>de</strong> memória que assistimos nos levaram a priorizar os<br />

conflitos e as disputas, pois o caso da disputa entre uma memória oficial e uma memória<br />

subterrânea, esta é uma luta política. Ten<strong>do</strong> em vista que a memória é um fenômeno construí<strong>do</strong><br />

e que, no caso da história oral, entrevista<strong>do</strong>r e entrevista<strong>do</strong> participam <strong>de</strong>ssa construção. Assim,<br />

o <strong>de</strong>safio <strong>do</strong> historia<strong>do</strong>r está na tarefa da interpretação e <strong>do</strong> diálogo entre diversas fontes e a<br />

polifonia proporcionada pela oralida<strong>de</strong>.<br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 34


ESPAÇO NARRADO, ESPAÇO CONSTRUIDO:<br />

ESPAÇO E NATUREZA NA HISTORIOGRAFIA POTIGUAR<br />

Olívia Morais <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros Neta<br />

UFRN – PPGH<br />

Iranilson Buriti <strong>de</strong> Oliveira<br />

UFCG<br />

O campo da história <strong>do</strong>s espaços vem ganhan<strong>do</strong> fôlego com as primeiras gerações <strong>do</strong>s Anais,<br />

neste senti<strong>do</strong>, procuran<strong>do</strong> produzir uma história <strong>do</strong>s espaços, problematizamos a historiografia<br />

sobre o Seridó potiguar, quanto as noções <strong>de</strong> espaço e natureza - o Seridó potiguar situa-se na<br />

porção central <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Rio Gran<strong>de</strong> <strong>do</strong> Norte. O corpo escrito historiograficamente sobre o<br />

espaço Seridó constitui-se como nosso corpus <strong>do</strong>cumental, composto pelas obras: Homens <strong>de</strong><br />

Outrora <strong>de</strong> Manoel Dantas, Seridó <strong>de</strong> José Augusto Bezerra <strong>de</strong> Me<strong>de</strong>iros, Velhos Costumes <strong>de</strong><br />

meu sertão <strong>de</strong> Juvenal Lamartine <strong>de</strong> Faria e Sertões <strong>do</strong> Seridó <strong>de</strong> Oswal<strong>do</strong> Lamartine <strong>de</strong> Faria.<br />

O Seridó em tais obras é teci<strong>do</strong> a partir <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> genealógica e uma re<strong>de</strong> da própria escrita,<br />

pois enquanto parentes, suas escritas se cruzam e são subjetivida<strong>de</strong> <strong>de</strong> suas vivências que,<br />

configuram espaços <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejos, nos possibilitan<strong>do</strong> <strong>de</strong>stacar a relação entre a escrita <strong>de</strong> si e a<br />

escrita da história. Espaço e natureza são categorias ressaltadas pelos autores ao pensarem o<br />

Seridó, sen<strong>do</strong> este um palco <strong>do</strong> embate entre o homem e o meio.<br />

“POR ENTRE LEITURAS E ESCRITA: AS EPÍSTOLAS TROCADAS ENTRE CAPISTRANO<br />

DE ABREU E JOÃO LÚCIO DE AZEVEDO (1916-1927)”<br />

Paula Virgínia Pinheiro Batista<br />

Mestranda em História Social – UFC<br />

Orienta<strong>do</strong>r: Francisco Régis Lopes<br />

O historia<strong>do</strong>r cearense João Capistrano <strong>de</strong> Abreu e o historia<strong>do</strong>r português João Lúcio <strong>de</strong><br />

Azeve<strong>do</strong> mantiveram uma constante troca epistolar por cerca <strong>de</strong> onze anos (1916-1927). Parte<br />

<strong>de</strong>ssa correspondência, cerca <strong>de</strong> 250 cartas, foram publicadas numa coletânea organizada por<br />

José Honório Rodrigues na década <strong>de</strong> 1950, já outra parte, cerca <strong>de</strong> 58 cartas, estão<br />

<strong>de</strong>positadas no Acervo Capistrano <strong>de</strong> Abreu e se encontram sob a guarda <strong>do</strong> Instituto <strong>do</strong> Ceará<br />

(Histórico, Antropológico e Geográfico). Analisan<strong>do</strong> essa correspondência vimos à importância<br />

<strong>de</strong> estudá-la <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à riqueza <strong>de</strong> comentários acerca das práticas <strong>de</strong> leitura e escrita presentes<br />

no ofício <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is historia<strong>do</strong>res, Capistrano <strong>de</strong> Abreu e Lúcio <strong>de</strong> Azeve<strong>do</strong> participaram<br />

ativamente da dinâmica <strong>do</strong> meio intelectual durante a “Primeira República” no Brasil. Assim, o<br />

trabalho procura reinserí-los nos seus itinerários <strong>de</strong> escrita e <strong>de</strong> leitura, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> algumas<br />

condições particulares às suas produções e a circulação das suas obras, consi<strong>de</strong>ran<strong>do</strong> as<br />

estratégias <strong>de</strong> publicação e divulgação das mesmas. Além <strong>de</strong> analisar os comentários que os<br />

missivistas faziam sobre suas leituras numa busca <strong>de</strong> apreen<strong>de</strong>r que tipo <strong>de</strong> apropriações eles<br />

faziam <strong>de</strong>sses livros partilha<strong>do</strong>s esses <strong>do</strong>is historia<strong>do</strong>res. Com o objetivo também <strong>de</strong><br />

compreen<strong>de</strong>r como foi construída a “re<strong>de</strong> <strong>de</strong> sociabilida<strong>de</strong>” que envolvia esses intelectuais e<br />

quais as estratégias <strong>de</strong> inserção <strong>do</strong>s missivistas, traçamos suas trajetórias individuais e<br />

investigamos minuciosamente o suporte material, a periodicida<strong>de</strong>, os temas, as circunstâncias e<br />

as convenções da troca epistolar estabelecida entre eles.<br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 35


ROMANTISMO E CIENTIFICISMO: CULTURA HISTÓRICA NO<br />

PENSAMENTO SOCIAL BRASILEIRO NA 1 a METADE DO SÉCULO XX.<br />

Raimunda Rodrigues Oliveira<br />

Mestre em História – UFC<br />

Professora <strong>de</strong> História da URCA<br />

A criação literária se afirma no in<strong>de</strong>fini<strong>do</strong> <strong>do</strong> social ou coletivamente constituí<strong>do</strong>, ultrapassa seus<br />

autores. Aqueles que se imaginam cria<strong>do</strong>res vêem-se presos num círculo <strong>de</strong> referências que vai<br />

além <strong>de</strong> sua época e espaço. Toda escrita pressupõe um corpo extenso <strong>de</strong> leitura, aquele que<br />

<strong>de</strong>fine a trama da tecelagem construída pelo autor, sen<strong>do</strong> que este, invariavelmente,<br />

<strong>de</strong>sconhece todas as suas afiliações. Sen<strong>do</strong> assim, o trabalho <strong>do</strong> historia<strong>do</strong>r interessa<strong>do</strong> na<br />

gênese da criação literária como forma <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar socialmente seu autor po<strong>de</strong> seguir a<br />

fórmula <strong>de</strong> Certeau tentan<strong>do</strong> reencontrar na História Cultural os próprios temas da História<br />

Social. A formação <strong>do</strong> pensamento <strong>do</strong>s letra<strong>do</strong>s que nasceram na segunda meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século<br />

XIX seria capaz <strong>de</strong> esclarecer a questão primordial a partir da qual tem origem toda a<br />

mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong>, a saber, a construção <strong>de</strong> uma memória da socieda<strong>de</strong> oci<strong>de</strong>ntal? É aqui que estão<br />

as preocupações nacionalistas <strong>do</strong> pensamento social brasileiro na 1ª meta<strong>de</strong> <strong>do</strong> século XX. A<br />

preocupação <strong>de</strong> estar inseri<strong>do</strong> nessa discussão e em inserir nela, mostrar a partir <strong>de</strong>la o objeto<br />

<strong>de</strong> suas preocupações, o futuro da nação brasileira, <strong>de</strong>ixa evi<strong>de</strong>nte a conformação <strong>de</strong> uma<br />

<strong>de</strong>terminada cultura histórica exposta em seu repertório <strong>de</strong> leituras.<br />

HISTÓRIA, MEMÓRIA E GÊNERO<br />

Regia Agostinho da Silva<br />

Professora <strong>de</strong> História da UFMA<br />

Pensar as relações entre História, Memória e Gênero é também pensar o quanto à história e a<br />

memória são perpassadas por recortes <strong>de</strong> gênero. Como aponta Michelle Perrot, homens e<br />

mulheres guardam e narram memórias diferenciadas, marcadas pelo olhar cultural <strong>do</strong> gênero<br />

que ocupam. Partin<strong>do</strong> <strong>de</strong>sse pressuposto preten<strong>de</strong>-se nesse encontro temático estabelecer um<br />

diálogo profícuo entre pesquisa<strong>do</strong>res <strong>de</strong> narrativas femininas e masculinas que versem sobre<br />

diferentes olhares a cerca da Memória e da História.<br />

"ENTRE VERSOS E (RE)VERSOS DA VIOLA": TRADIÇÃO E ERUDIÇÃO DA CANTORIA DE<br />

VIOLA E A INSERÇÃO DO AUDITORIO PEDRO BANDEIRA NA CIDADE DE JUAZEIRO DO<br />

NORTE (1960-2004).<br />

Reinal<strong>do</strong> Forte Carvalho<br />

Esta pesquisa tem como objetivo investigar o lugar social da cantoria <strong>de</strong> viola na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Juazeiro <strong>do</strong> Norte a partir da inserção <strong>do</strong> auditório Pedro Ban<strong>de</strong>ira no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1960 a 2004.<br />

Procuramos discutir como a cultura da cantoria <strong>de</strong> viola foi sen<strong>do</strong> criada, produzida, transmitida e<br />

difundida na socieda<strong>de</strong> em questão. Nossa intenção é compreen<strong>de</strong>r como a cantoria foi<br />

produzida <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> espaço <strong>do</strong> auditório a partir <strong>do</strong> momento que passou ser chama<strong>do</strong> e<br />

conheci<strong>do</strong> como "a escola <strong>de</strong> canta<strong>do</strong>res e poetas <strong>do</strong> nor<strong>de</strong>ste". Nesta pesquisa preten<strong>de</strong>mos<br />

compreen<strong>de</strong>r a cultura da cantoria <strong>de</strong> viola a partir da construção e interpretação das diversas<br />

falas, gestos e ações coletadas em cartas, jornais e <strong>de</strong>poimentos orais.<br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 36


“VAQUEIROS DE DEUS”: EXPANSÃO EVANGÉLICA PELO<br />

SERTÃO CEARENSE NAS PRIMEIRAS DÉCADAS DO SÉCULO XX.<br />

Robério Américo Souza<br />

Doutoran<strong>do</strong> em História Social – UFF<br />

Essa pesquisa se propõe a construir uma compreensão histórica sobre como a religiosida<strong>de</strong><br />

evangélica se estabeleceu como alternativa <strong>de</strong> experiência religiosa no universo sertanejo<br />

cearense nas primeiras décadas <strong>do</strong> século XX. Para tanto, orienta sua investigação em duas<br />

linhas distintas, porém complementares. A primeira diz respeito às práticas proselitistas <strong>do</strong>s<br />

missionários presbiterianos, pioneiros na divulgação da fé cristã reformada no Ceará, num<br />

esforço <strong>de</strong> problematização <strong>de</strong> suas estratégias <strong>de</strong> conquista <strong>de</strong> conversos entre os sertanejos.<br />

A segunda se volta para as apropriações que os sertanejos converti<strong>do</strong>s fizeram da religiosida<strong>de</strong><br />

evangélica, imputan<strong>do</strong>-lhe resignificações <strong>de</strong> objetos, práticas e conceitos, a partir das idéias,<br />

crenças e valores próprios <strong>do</strong> universo cultural <strong>de</strong> que eram tributários.<br />

CINEMA NOVO: CAMPO E CIDADE<br />

San<strong>de</strong>r Cruz Castelo<br />

Doutoran<strong>do</strong> em Sociologia – UFC<br />

Bolsista da Funcap<br />

O cinema novo, movimento cinematográfico origina<strong>do</strong> nos mea<strong>do</strong>s da década <strong>de</strong> cinqüenta <strong>do</strong><br />

século passa<strong>do</strong>, na ala cultural <strong>do</strong> PCB, e cuja dissolução remete ao final <strong>do</strong>s anos 60,<br />

celebrizou-se pelo inventário e invenção <strong>de</strong> imagens sobre a revolução brasileira, que tiveram<br />

como palco o universo rural e o urbano. Utilizan<strong>do</strong>, como fontes, quinze filmes, preten<strong>de</strong>-se<br />

<strong>de</strong>linear as significações atribuídas ao campo e à cida<strong>de</strong>, em três conjunturas diversas (1961-<br />

1964/1965-1967/1968-1972), marcadas pela revalidação <strong>do</strong> i<strong>de</strong>ário socialista. Sugere-se que,<br />

não obstante renegarem a militância partidária, os cinemanovistas foram co-autores <strong>do</strong><br />

imaginário revolucionário.<br />

A INFLUÊNCIA DA MAÇONARIA NA<br />

ABOLIÇÃO DOS ESCRAVOS DO CEARÁ<br />

Sara Maria Rodrigues Ferreira<br />

Tenho como objetivo analisar a influência da Maçonaria no processo <strong>de</strong> Abolição <strong>do</strong>s Escravos<br />

no Ceará e o porquê <strong>de</strong>ssa discussão não aparecer e nem ser <strong>de</strong>batida com freqüência na<br />

historiografia brasileira. Dispon<strong>do</strong> da literatura maçônica, preten<strong>do</strong> elucidar como era vista a<br />

Maçonaria no século XIX, quais suas atuações frente à campanha abolicionista no Ceará, os<br />

órgãos que se opuseram a Entida<strong>de</strong>, como se <strong>de</strong>u o processo <strong>de</strong> elaboração e legitimação das<br />

leis escritas e aprovadas por maçons, a fundação das Lojas e jornais abolicionistas, como<br />

também enfatizar a participação <strong>de</strong> maçons cearenses que estiveram liga<strong>do</strong>s à campanha<br />

abolicionista. Em meio a tantos discursos encontra<strong>do</strong>s na literatura maçônica e não-maçônica,<br />

não se po<strong>de</strong> negar a influência <strong>de</strong>sta Instituição Filosófica e Filantrópica em alguns contextos da<br />

história <strong>do</strong> Brasil, assumin<strong>do</strong> esta, uma posição que nem sempre agradava a outras instituições<br />

da época.<br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 37


ROSÁRIO DE ORELHAS: MEMÓRIA MÍTICA DE<br />

FIDERALINA AUGUSTO DE LIMA<br />

Silvana <strong>de</strong> Sousa Pinho<br />

Este trabalho tem como temática a história <strong>de</strong> vida pública e privada, <strong>de</strong> <strong>do</strong>na Fi<strong>de</strong>ralina Augusto<br />

<strong>de</strong> Lima, representante <strong>do</strong> man<strong>do</strong>nismo na vida política interiorana <strong>do</strong> Ceará, no final <strong>do</strong> século<br />

XIX e início <strong>do</strong> XX. Analisamos os senti<strong>do</strong>s da “memória mítica”, relativos a <strong>do</strong>na Fi<strong>de</strong>ralina, na<br />

narrativa popular, como representação das culturas orais, que subsistem em meio a “nova”<br />

oralida<strong>de</strong> das linguagens tecnológicas.<br />

OBJETOS, TRABALHOS E TRABALHADORES:<br />

OS NOVOS SERVIÇOS E AS PRÁTICAS DE CONSUMO.<br />

Thiago Schead <strong>de</strong> Souza<br />

Neste trabalho busco analisar e interpretar as diversas transformações <strong>do</strong> cotidiano urbano <strong>de</strong><br />

Fortaleza nas décadas <strong>de</strong> 1940 e 1950, atentan<strong>do</strong> para as práticas, os conflitos e as<br />

transformações culturais que se engendraram em torno da relação <strong>do</strong>s novos objetos, serviços e<br />

trabalha<strong>do</strong>res. A gran<strong>de</strong> influência cultural norte-americana, a mo<strong>de</strong>rnização, os avanços<br />

tecnológicos da 2ª Guerra e a ascensão <strong>de</strong> uma socieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> consumo possibilitam pensar,<br />

através <strong>do</strong> aparecimento <strong>de</strong> novos objetos inventa<strong>do</strong>s e reinventa<strong>do</strong>s, o surgimentos <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s serviços e também <strong>de</strong> novos trabalha<strong>do</strong>res, on<strong>de</strong> numa espécie <strong>de</strong> relação circular<br />

permitem perceber os “tipos <strong>de</strong> consumos” e as “formas <strong>de</strong> usos” <strong>do</strong>s receptores e também as<br />

novas relações sócio-culturais e as dinâmicas <strong>de</strong> sociabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro <strong>do</strong> campo <strong>de</strong> tensões<br />

cotidiano, e que transformam tanto as relações intersubjetivas como os próprios espaços<br />

urbanos.<br />

A DIALÉTICA: PERSEGUIÇÃO E RESISTÊNCIA NAS PRATICAS<br />

DE BUMBA-MEU-BOI EM SÃO LUIS-MA (1890-1920)<br />

Wagner <strong>de</strong> Sousa e Silva<br />

Neste trabalho procuramos abordar questões direcionadas a prática <strong>do</strong> bumba-meu-boi no<br />

Maranhão, especificamente em São Luis, no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 1890 a 1920. A problemática <strong>do</strong> referi<strong>do</strong><br />

trabalho gira em torno das perseguições ao BMB, praticadas pelas autorida<strong>de</strong>s policiais e<br />

governamentais, por meio <strong>de</strong> <strong>de</strong>cretos e códigos <strong>de</strong> posturas, que visavam disciplinar o povo e a<br />

cida<strong>de</strong>. Por outro la<strong>do</strong>, percebe – se também a resistência <strong>do</strong>s manifestantes, ou seja, <strong>do</strong>s<br />

brincantes <strong>de</strong>sta festança, que apesar das perseguições, continuaram pratican<strong>do</strong> e transmitin<strong>do</strong><br />

essa ativida<strong>de</strong> cultural por muitas gerações. O nosso recorte temporal <strong>de</strong>ve-se ao fato <strong>de</strong> ser o<br />

perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> transição <strong>do</strong> séc. XIX às primeiras décadas <strong>do</strong> XX, a época em que <strong>de</strong>tectamos <strong>de</strong><br />

forma mais intensa a dialética: perseguições–resistência em relação ao BMB.<br />

OPERÁRIOS EM CONSTRUÇÃO: A EXPERIÊNCIA SINDICAL DOS TRABALHADORES NA<br />

INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL DE FORTALEZA NAS DÉCADAS DE 1970 A 1990.<br />

Yuri Holanda da Nóbrega<br />

Professor <strong>de</strong> História da UECE<br />

Este trabalho procura reconstruir as experiências sindicais <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res da construção civil<br />

<strong>de</strong> Fortaleza a partir <strong>do</strong> <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> uma práxis sindical com influências das propostas<br />

<strong>do</strong> “novo sindicalismo” e <strong>de</strong> uma organização política comunista, o Parti<strong>do</strong> da Libertação<br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 38


Proletária. A pesquisa se preocupa em apreen<strong>de</strong>r o mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho nos canteiros <strong>de</strong> obras,<br />

tentan<strong>do</strong> reconstituir o perfil histórico-cultural <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res, os diferentes ofícios neste setor,<br />

as relações sociais <strong>de</strong>senvolvidas pelos sujeitos históricos coletivos envolvi<strong>do</strong>s nesse processo e<br />

a construção <strong>de</strong> estratégias na mediação <strong>de</strong>ssas relações. Dialogaremos com a historiografia<br />

que se propõe a refletir sobre as migrações e as re<strong>de</strong>s sociais constituídas pelos migrantes, e<br />

também com os historia<strong>do</strong>res que problematizam aspectos relaciona<strong>do</strong>s a concepções<br />

sindicalistas no Brasil, particularmente à proposta <strong>do</strong> “novo sindicalismo” e o contexto histórico<br />

em que ele emerge.<br />

ASS OCI AÇ ÃO NAC IONAL DE HISTÓRIA – ANP UH CEARÁ 39

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!