Revista 71 - Crea-RJ
Revista 71 - Crea-RJ
Revista 71 - Crea-RJ
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
f<br />
bom cargo, eu diria para se dedicar<br />
ao máximo, pois os esforços de quem<br />
faz um bom trabalho são reconhecidos.<br />
Também é importante continuar<br />
se capacitando, pois o mercado está<br />
cada vez mais exigente em todos os<br />
níveis”, sugere.<br />
oPortUniDaDe<br />
“Há três coisas que não voltam<br />
atrás: a flecha lançada, a palavra pronunciada<br />
e a oportunidade perdida.”<br />
O provérbio traduz bem a história do<br />
engenheiro mecânico João Edson Machado,<br />
da Maprom Engenharia. Foi a<br />
oportunidade – e a certeza de que<br />
não poderia desperdiçá-la - que o fez<br />
sair da condição de empregado para<br />
virar empresário. Há 13 anos, João<br />
Edson viu a empresa em que trabalhava<br />
como engenheiro de projeto demitir<br />
funcionários e reduzir, até aca-<br />
bar, o departamento em que atuava.<br />
Em vez de tratar a demissão como um<br />
problema, a volta por cima foi abrir<br />
seu negócio. Com o sócio, Walmir Rigas,<br />
o engenheiro, então, construiu o<br />
sonho de virar empregador. “Quando<br />
empregado, percebi que os fornecedores<br />
não conheciam as necessidades<br />
da empresa. Se eu conhecia o que elas<br />
precisavam, por que não oferecer esses<br />
serviços?”, lembra João.<br />
O empresário, então, tratou de<br />
procurar um lugar próximo a seus<br />
clientes, que, aos poucos, começavam<br />
a surgir. Na época, a solução que encontrou<br />
foi uma praça em Irajá, subúrbio<br />
do Rio, onde ele improvisou um<br />
escritório. “Eu apoiava minha agenda<br />
na prateleira embaixo do orelhão<br />
e fazia as ligações para os clientes.<br />
Um dia, bateu um vento forte e voou<br />
tudo”, diverte-se o empresário, lem-<br />
Abrir um pequeno negócio é trabalhoso, mas ainda compensa, de acordo com especialistas<br />
brando a história que o fez procurar<br />
o prédio onde, até hoje, funciona<br />
a Maprom Engenharia. “Não me arrependo<br />
de ter virado empregador.<br />
Hoje gerencio, junto com meu sócio,<br />
uma equipe de 22 funcionários. Já<br />
são mais de 11 anos, muitos clientes<br />
satisfeitos e a certeza de que fiz a escolha<br />
certa”, recorda.<br />
Depois de descobrir a receita rentável<br />
de ser empregador, João também<br />
faz o balanço dos prós e contras da<br />
sua escolha. “A preocupação aumenta<br />
consideravelmente. Ser dono de um<br />
negócio significa mais responsabilidade.<br />
Há quase 12 anos que eu não sei o<br />
que são férias. Mas, ao mesmo tempo,<br />
hoje consigo dosar minha qualidade de<br />
vida com a rentabilidade da empresa,<br />
sem conflitos. Não sei mais trabalhar<br />
como empregado”, resume.<br />
DiFiCUlDaDes e CaPaCitação<br />
Os arquitetos Eduardo Horta e<br />
Andréa Fiorini, sócios da Studio HF,<br />
acham que, apesar da independência<br />
profissional, ainda é muito difícil manter<br />
uma empresa no Brasil. Para eles,<br />
as maiores dificuldades são: conseguir<br />
um fluxo de caixa positivo e confortável,<br />
formar e manter uma equipe, buscar<br />
novos clientes e, principalmente,<br />
enfrentar o universo burocrático que<br />
envolve a prática profissional e a condução<br />
de uma empresa. “Ser empregado<br />
é muito melhor, evidentemente,<br />
se você receber um salário justo<br />
e estiver satisfeito com as atividades<br />
que desempenha. O empregador faz<br />
o mesmo que o empregado e ainda<br />
precisa se preocupar com as contas no<br />
fim do mês, o salário dos empregados,<br />
em buscar novos contratos para manter<br />
isso tudo. O empregador tem um<br />
status superior e é só”, conta Horta.<br />
Para Kirszenblatt, apesar dos obstáculos,<br />
o papel do empreendedor é<br />
muito importante, já que, com a tec-