f A nova cara da Cedae Depois de anos apresentando déficit, empresa fecha 2007 com saldo positivo e pretende ampliar sua atuação no rio de Janeiro
Depois de retomar as obras do Programa de Despoluição da Baía de Guanabara (PDBG), colocar o Emissário da Barra da Tijuca, finalmente, em funcionamento e fechar o ano de 2007 com um surpreendente superávit, a Cedae, ou Nova Cedae, prepara-se para abrir seu capital. O presidente da companhia, Wagner Victer, não conta detalhes, mas adianta que o estado do Rio de Janeiro será o acionista majoritário. Outra novidade é que a empresa está trabalhando para ampliar sua carta de “clientes” e distribuir água para outros municípios fluminenses. “Estamos nos preparando para disputar o mercado. Vamos abrir nosso capital, mas o estado do Rio terá a maior parte das ações. Isso é certo”, conta Victer, acrescentando que a abertura de capital deve ocorrer no primeiro semestre de 2009. A empresa de distribuição de água e tratamento de esgoto, que em outros governos era vista como o “patinho feio” da administração pública, começa a alterar o quadro. E a mudança é muito mais do que conceitual. Com a eleição do governador Sérgio Cabral, a Cedae passou por um profundo processo de renovação, da diretoria à filosofia da empresa. Com assessoria e metodologia da Fundação Getúlio Vargas, foi montado um novo modelo de gestão para a companhia, que possui três pilares: imagem, auto-sustentação e universalização dos serviços. zeranDo o DéFiCit Logo nos primeiros meses, além da alteração da imagem e do nome da companhia, que passou a se chamar Nova Cedae, a atual administração desenvolveu um programa de redução de custos, com aplicação de pregão eletrônico, reduziu a estrutura organizacional, de 30 para 13 superintendências, e cortou cerca de 50% das funções terceirizadas. “Meu acordo com o governador era colocar a empresa no azul em três anos e meio. Conseguimos isso logo no primeiro ano. A Cedae tinha de R$ 20 milhões a R$ 30 milhões de déficit por mês. Pagamos mais de R$ 90 milhões em dívidas anti- Roberto Bellonia Wagner Victer exibe o certificado do Guinness Book recebido pela Nova Cedae, que possui a maior estação de tratamento de água do mundo (Guandu) gas e encerramos 2007 com arrecadação recorde de US$ 1 bilhão e cerca de US$ 100 milhões em caixa. É como se tivéssemos um mês a mais de arrecadação e um mês a menos de gastos”, compara Victer. Atualmente, a Nova Cedae distribui água para mais de nove milhões de pessoas e trata esgoto de mais de 5 milhões, considerando-se uma taxa de ocupação de 3,61 pessoas por domicílio. Dos 92 municípios do estado, 65 são abastecidos pela companhia e 17 contam com a rede de esgoto da empresa fluminense. “Estamos negociando com algumas cidades do Rio de Janeiro e já há quem queira aderir à Cedae. Vamos crescer nos próximos anos”, estima o presidente. enGenheiros ValorizaDos O choque de gestão passa também pela valorização dos quadros técnicos da empresa e, principalmente, dos profissionais de engenharia. Para se ter uma idéia, além do atual presidente, todos os sete diretores da Cedae são engenheiros. Victer ressalta que o recebimento do Atestado de Conformidade com o Exercício Profissional do <strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong>, que premia empresas que atendem aos quesitos de conformidade com o exercício profissional e investem na qualificação técnica de seus profissionais, é a prova de que a mudança na forma de a empresa agir foi uma medida acertada. “A Cedae foi a primeira empresa do Governo do Estado a ganhar o certificado do <strong>Crea</strong>-<strong>RJ</strong>. Estamos fortalecendo as relações técnicas, capacitando nossos quadros e valorizando os bons profissionais. Nossa chefe de gabinete, por exemplo, é uma das maiores arquitetas desse estado. Ela participou de grandes obras no Rio, como o Sambódromo e a Linha Amarela. São profissionais assim que queremos na Cedae”, conta Victer, referindo-se à arquiteta Ângela Fonti. f