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Na Rebimboca da Parafuseta Na Rebimboca da Parafuseta

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28 <strong>Na</strong> <strong>Rebimboca</strong> <strong>da</strong> <strong>Parafuseta</strong><br />

Obviamente, existem críticas do tipo: a atual re<strong>da</strong>ção de QR não entende<br />

na<strong>da</strong> de carro, de comando desmodrômico, não sabem trocar um<br />

amortecedor... Não mesmo. Mas eu garanto que ca<strong>da</strong> uma destas pessoas<br />

sabe fazer o melhor jornalismo automobilístico do país. Porque jornalismo<br />

é muito diferente de entender de mecânica, de saber como funciona um<br />

comando desmodrômico, até porque, se eu não entendo, a minha obrigação<br />

como jornalista é perguntar: “Mas como?, Por quê?”.<br />

Ser jornalista é ter intuição e saber raciocinar, porque a informação<br />

vem bruta e é você que vai fazer dela uma grande ou uma pequena notícia,<br />

que vai decidir o que é importante para que aquele leitor, que comprou<br />

sua revista, sinta que o seu dinheiro foi bem investido.<br />

Fazer jornalismo sério é não ficar no “blá-blá-bla”, <strong>da</strong>r dez páginas<br />

para um carro porque ele é bonito, mesmo que ele não tenha dez páginas<br />

de informação relevante para o leitor; é viajar, mesmo que seja a pé, para<br />

testar um carro e “furar” a concorrência; é montar e coordenar uma competente<br />

equipe de correspondentes em todo o mundo; é comprar carros<br />

como uma pessoa comum para testar; é não se render a esta epidemia<br />

“jabazística” que contamina o setor e, ao invés de aceitar um convite para<br />

um final de semana na Disneylândia em vôo ‘charter’ (com a desculpa de<br />

que lá será lançado um novo carro), ligar para a fábrica e dizer: “Ao invés<br />

do final de semana com o Mickey, você poderia me <strong>da</strong>r o carro antes para<br />

eu testar?”; é ter o compromisso moral de não querer tirar proveito <strong>da</strong><br />

profissão e, quando receber um presente, por mais sedutor que seja, man<strong>da</strong>r<br />

devolver; é não usar um carro de teste para desfilar na aveni<strong>da</strong> beiramar<br />

no final de semana; é não depender <strong>da</strong> boa vontade <strong>da</strong> fábrica, de<br />

assessorias, de press-kits e de viagens de mordomias (onde você pode<br />

levar sua mulher, seu cachorro e seu papagaio), para levar a informação<br />

até o seu leitor; é ir para um salão de automóvel com recursos próprios e<br />

passar dois, três dias trabalhando alucina<strong>da</strong>mente, não recolhendo presskits,<br />

tomando champanhe e comendo canapés nas salas de imprensa, mas<br />

atrás de uma entrevista, um “furo”, uma foto exclusiva, a palavra de uma<br />

personali<strong>da</strong>de, etc. O ver<strong>da</strong>deiro jornalismo é isso.<br />

Mas nossos críticos não se dão por vencidos, falam que o sucesso <strong>da</strong><br />

nossa publicação se deve à “força <strong>da</strong> Editora Abril”, e se esquecem que a<br />

Abril, em sua história, também teve títulos que não foram sucesso, que<br />

desapareceram ou não se tornaram líderes de seus segmentos. Falam sobre<br />

a “tradição do nome Quatro Ro<strong>da</strong>s”, e também se esquecem que nós<br />

temos um título concorrente que surgiu apenas quatro anos depois. Ou<br />

ain<strong>da</strong> contestam: “Ah, mas QR tem equipe grande, tem muito dinheiro...”,

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