15.04.2013 Views

Na Rebimboca da Parafuseta Na Rebimboca da Parafuseta

Na Rebimboca da Parafuseta Na Rebimboca da Parafuseta

Na Rebimboca da Parafuseta Na Rebimboca da Parafuseta

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

50 <strong>Na</strong> <strong>Rebimboca</strong> <strong>da</strong> <strong>Parafuseta</strong><br />

Fiquei empolgado com a idéia e saí em busca de qualquer coisa. Tive<br />

tamanha sorte que, quando cheguei na porta <strong>da</strong> Abril, do outro lado <strong>da</strong><br />

rua estava passando um cara <strong>da</strong> antiga equipe de testes <strong>da</strong> Vemag. Eu o<br />

cumprimentei e perguntei onde ele estava trabalhando (A Vemag tinha<br />

sido compra<strong>da</strong> pela Volkswagen). Para minha felici<strong>da</strong>de, ele respondeu:<br />

“Estou trabalhando na Ford, na linha de montagem”. Aí, eu falei: “Ah é?<br />

Então vem cá, vamos tomar um café”.<br />

No meio do cafezinho eu abri o jogo: “Olha, eu recebi uma incumbência...<br />

eu preciso descobrir onde está o Corcel”. E o cara falou: “Me liga<br />

<strong>da</strong>qui a uma hora, neste telefone”. Eu, ain<strong>da</strong> <strong>da</strong> rua mesmo, liguei para ele<br />

e tive a resposta: “Às 17 horas, no quilômetro tal <strong>da</strong> Rodovia Raposo<br />

Tavares. Posto Rodoviário. Eles passam lá”.<br />

Imediatamente, eu telefonei pro Mauro Ivan e contei a novi<strong>da</strong>de:<br />

“Olha, 17 horas, no quilômetro tal...”. Ele repassou as dicas para o Jean e o<br />

Penna e, menos de sete <strong>da</strong> noite, a foto estava em cima <strong>da</strong> mesa dele.<br />

Uma curiosi<strong>da</strong>de é que o título desta matéria (A Guerra Começou)<br />

já dizia tudo. Quando a fábrica ficou sabendo <strong>da</strong> foto, mandou um cara <strong>da</strong><br />

sua agência de propagan<strong>da</strong> até a Abril com a seguinte ameaça: “Se a foto<br />

sair, nós vamos cortar a publici<strong>da</strong>de <strong>da</strong> Ford em to<strong>da</strong>s as revistas <strong>da</strong> Abril”.<br />

Deu a maior confusão. Mas a re<strong>da</strong>ção fez pressão e a foto acabou sendo<br />

capa <strong>da</strong> Quatro Ro<strong>da</strong>s de março de 68.<br />

O Mauro Ivan acabou gostando do trabalho e me parabenizou:<br />

“Vassão, você é bom nisso!”. Gostei do elogio, mas não tinha entendido<br />

que ele significava que eu ia fazer isso continua<strong>da</strong>mente... Mas, poucos<br />

dias depois, ele veio com uma nova “missão”. Aí, eu fui, tentei, consegui,<br />

trouxe, entreguei... e pensei: “Pronto! Agora vou poder voltar para o esporte”.<br />

Mas o Mauro falou: “Não, você vai continuar”. E assim, eu entrei<br />

nessa vi<strong>da</strong> ca<strong>da</strong> vez mais.<br />

Mas, qual seria a razão <strong>da</strong> revista <strong>da</strong>r tanta importância aos “Segredos<br />

<strong>da</strong>s Fábricas”? É que ela achava que estava prestando um serviço de<br />

grande importância ao leitor. Porque o leitor juntava um dinheiro com esforço,<br />

comprava um carrinho, punha na garagem e, uma semana depois, a<br />

fábrica lançava um modelo substituto e o carro dele perdia valor. Por isso,<br />

as montadoras nunca concor<strong>da</strong>ram com esse trabalho. Além de você acabar<br />

revelando, aos concorrentes, as novi<strong>da</strong>des que eles estavam preparando<br />

com um, dois ou mais anos de antecedência.<br />

E, dentro dessa visão <strong>da</strong> diretoria de QR, quando (no começo dos<br />

anos 70) comecei a me dedicar exclusivamente aos “segredos”, ganhei total<br />

autonomia para realizar este trabalho sob as melhores condições possíveis.<br />

Não precisava ir na re<strong>da</strong>ção todos os dias, tinha os melhores fotógra-

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!