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DIÁRIO OFICIAL PODER LEGISLATIVO - Assembléia Legislativa do ...

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ANO XLIII - VITÓRIA-ES, TERÇA-FEIRA, 01 DE SETEMBRO DE 2009 - Nº 6401 - 20 PÁGINAS<br />

SMCS – Composição, Diagramação, Arte Final. REPROGRAFIA – Impressão<br />

3ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 16ª LEGISLATURA<br />

MARCELO COELHO (PSDB)<br />

1º Secretário<br />

DARY PAGUNG – (PRP)<br />

3º Secretário<br />

MESA DIRETORA<br />

ELCIO ALVARES (DEM)<br />

Presidente<br />

RODRIGO CHAMOUN (PSB)<br />

1ª Vice-Presidente<br />

DA VITÓRIA – (PDT)<br />

2º Vice-Presidente<br />

GIVALDO VIEIRA (PT)<br />

2 o Secretário<br />

WANILDO SARNÁGLIA (PT <strong>do</strong> B)<br />

4º Secretário<br />

GABINETE DAS LIDERANÇAS REPRESENTAÇÃO PARTIDÁRIA<br />

DEM – Atayde Armani<br />

PT – Claudio Vereza<br />

PTB – Marcelo Santos<br />

PSB – Luciano Pereira<br />

PR – Vandinho Leite<br />

PDT – Aparecida Denadai<br />

PSDB –<br />

PMDB – Sérgio Borges<br />

PMN – Janete de Sá<br />

PSC – Reginal<strong>do</strong> Almeida<br />

PP – Cacau Lorenzoni<br />

PRP – Dary Pagung<br />

PT <strong>do</strong> B – Wanil<strong>do</strong> Sarnáglia<br />

Líder <strong>do</strong> Governo – Paulo Roberto<br />

Vice-Líder <strong>do</strong> Governo – Sérgio Borges<br />

<strong>DIÁRIO</strong> <strong>OFICIAL</strong><br />

<strong>PODER</strong> <strong>LEGISLATIVO</strong><br />

DEM – Atayde Armani, Robson Vaillant, Elcio Alvares, Theo<strong>do</strong>rico Ferraço<br />

e Giulianno <strong>do</strong>s Anjos.<br />

PT – Claudio Vereza e Gival<strong>do</strong> Vieira.<br />

PTB – Luzia Tole<strong>do</strong>, Marcelo Santos, Freitas e Doutor Rafael Favatto.<br />

PSB – Sargento Valter de Paula, Luciano Pereira e Rodrigo Chamoun.<br />

PR – Vandinho Leite.<br />

PDT – Aparecida Denadai, Da Vitória, Doutor Wolmar Campostrini e<br />

Euclério Sampaio.<br />

PSDB – César Colnago e Marcelo Coelho.<br />

PMDB - Doutor Hércules, Luiz Carlos Moreira e Sérgio Borges.<br />

PMN – Janete de Sá e Paulo Roberto.<br />

PSC – Reginal<strong>do</strong> Almeida.<br />

PP – Cacau Lorenzoni.<br />

PRP – Dary Pagung.<br />

PT <strong>do</strong> B – Wanil<strong>do</strong> Sarnáglia.<br />

Sem Parti<strong>do</strong> –<br />

Esta edição está disponível no site da Assembleia <strong>Legislativa</strong><br />

Editoração: Simone Silvares Itala Rizk – (027) 3382-3665 – (027) 3382-3666<br />

e-mail: dpl@al.es.gov.br<br />

www.al.es.gov.br


COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA,<br />

SERVIÇO PÚBLICO E REDAÇÃO<br />

Presidente: Theo<strong>do</strong>rico Ferraço<br />

Vice-Presidente: Claudio Vereza<br />

Efetivos: Doutor Wolmar Campostrini, Luzia Tole<strong>do</strong>,<br />

Luiz Carlos Moreira, Dary Pagung e Janete de Sá.<br />

Suplentes: Atayde Armani, Da Vitória, Rodrigo Chamoun,<br />

Freitas, Doutor Hércules, Vandinho Leite e Cacau<br />

Lorenzoni.<br />

COMISSÃO DE PROTEÇÃO AO MEIO AMBIENTE<br />

Presidente: Reginal<strong>do</strong> Almeida<br />

VicePresidente: Luciano Pereira<br />

Efetivos: Paulo Roberto, Da Vitória, Doutor Rafael<br />

Favatto.<br />

Suplentes: Marcelo Santos, Rodrigo Chamoun, Doutor<br />

Wolmar Campostrini e Doutor Hércules.<br />

COMISSÃO DE CULTURA<br />

Presidente: Claudio Vereza<br />

Vice-Presidente: Cacau Lorenzoni<br />

Efetivos: Janete de Sá.<br />

Suplentes: Vandinho Leite, Freitas, Paulo Roberto, Doutor<br />

Rafael Favatto e Marcelo Santos.<br />

COMISSÃO DE EDUCAÇÃO<br />

Presidente: Vandinho Leite<br />

Vice-Presidente: Doutor Wolmar Campostrini<br />

Efetivos: Luzia Tole<strong>do</strong>, Sérgio Borges e Atayde Armani.<br />

Suplentes: Robson Vaillant, Da Vitória, Paulo Roberto e<br />

Rodrigo Chamoun.<br />

COMISSÃO DE DEFESA DA CIDADANIA E DOS<br />

DIREITOS HUMANOS<br />

Presidente: Janete de Sá<br />

Vice-Presidente: Doutor Wolmar Campostrini<br />

Efetivos: Sargento Valter de Paula e Luzia Tole<strong>do</strong>.<br />

Suplentes: Paulo Roberto, Euclério Sampaio, Reginal<strong>do</strong><br />

Almeida.<br />

COMISSÃO DE SAÚDE, SANEAMENTO E<br />

ASSISTÊNCIA SOCIAL<br />

Presidente: Doutor Hércules<br />

Vice-Presidente: Freitas<br />

Efetivos: Luiz Carlos Moreira, Rodrigo Chamoun e Doutor<br />

Rafael Favatto.<br />

Suplentes: Sargento Valter de Paula, Doutor Wolmar<br />

Campostrini, Janete de Sá, Sérgio Borges e Paulo Roberto.<br />

COMISSÃO DE AGRICULTURA, DE SILVICULTURA,<br />

DE AQUICULTURA E PESCA, DE ABASTECIMENTO<br />

E DE REFORMA AGRÁRIA<br />

Presidente: Atayde Armani<br />

Vice-Presidente: Luciano Pereira<br />

Efetivos: Cacau Lorenzoni, Dary Pagung, César Colnago e<br />

Freitas.<br />

Suplentes: Robson Vaillant, Doutor Rafael Favatto, Janete<br />

de Sá e Da Vitória.<br />

COMISSÕES PERMANENTES<br />

COMISSÃO DE FINANÇAS, ECONOMIA, ORÇAMENTO,<br />

FISCALIZAÇÃO, CONTROLE E TOMADA DE CONTAS<br />

Presidente: Sérgio Borges<br />

Vice-Presidente: Atayde Armani<br />

Efetivos: Paulo Roberto, Euclério Sampaio, Doutor Rafael<br />

Favatto, Reginal<strong>do</strong> Almeida e Wanil<strong>do</strong> Sarnáglia.<br />

Suplentes: Doutor Hércules, Robson Vaillant, Janete de Sá,<br />

Da Vitória, Luzia Tole<strong>do</strong>, Vandinho Leite e Theo<strong>do</strong>rico<br />

Ferraço.<br />

COMISSÃO DE DEFESA DO CONSUMIDOR<br />

Presidente: Aparecida Denadai<br />

Vice-Presidente: Theo<strong>do</strong>rico Ferraço<br />

Efetivos: Luiz Carlos Moreira, Vandinho Leite.<br />

Suplentes: Da Vitória, Robson Vaillant, Doutor Hércules,<br />

Cacau Lorenzoni.<br />

COMISSÃO DE SEGURANÇA<br />

Presidente: Da Vitória<br />

Vice-Presidente: Euclério Sampaio<br />

Efetivos: Sargento Valter de Paula, Marcelo Santos e<br />

Luciano Pereira.<br />

Suplentes: Doutor Wolmar Campostrini, Theo<strong>do</strong>rico<br />

Ferraço, Doutor Hércules, Paulo Roberto e Rodrigo<br />

Chamoun.<br />

COMISSÃO DE TURISMO E DESPORTO<br />

Presidente: Luzia Tole<strong>do</strong><br />

Vice Presidente: Freitas<br />

Efetivos: Sargento Valter de Paula, Robson Vaillant e Doutor<br />

Hércules.<br />

Suplentes: Wanil<strong>do</strong> Sarnaglia, Cacau Lorenzoni e Sérgio<br />

Borges.<br />

COMISSÃO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA, INOVAÇÃO,<br />

INCLUSÃO DIGITAL, BIOSSEGURANÇA E PETRÓLEO<br />

E SEUS DERIVADOS<br />

Presidente: Paulo Roberto<br />

Vice-Presidente: Wanil<strong>do</strong> Sarnáglia<br />

Efetivos: Sérgio Borges.<br />

Suplentes: Luciano Pereira, Vandinho Leite e Doutor<br />

Hércules.<br />

COMISSÃO DE INFRAESTRUTURA, DE<br />

DESENVOLVIMENTO URBANO E REGIONAL, DE<br />

MOBILIDADE URBANA E DE LOGÍSTICA<br />

Presidente: Marcelo Santos<br />

Vice-Presidente: Theo<strong>do</strong>rico Ferraço<br />

Efetivos: Robson Vaillant e Doutor Hércules.<br />

Suplentes : Luzia Tole<strong>do</strong>, Atayde Armani, Luciano Pereira,<br />

Freitas e Luiz Carlos Moreira.<br />

DEPUTADO CORREGEDOR: CACAU LORENZONI<br />

DEPUTADO OUVIDOR: ROBSON VAILLANT<br />

Atas das Sessões..........................................................pág. 4027 a 4038<br />

Publicação Autorizada...................................................... pág. 01 a 02<br />

LIGUE OUVIDORIA Atos <strong>do</strong> Presidente<br />

3382-3846 3382-3845 Atos Legislativos<br />

0800-2839955 Atos Administrativos..........................................................pág. 02 a 04<br />

ouvi<strong>do</strong>ria@al.es.gov.br Suplemento


Vitória-ES, terça-feira, 01 de setembro de 2009 Diário <strong>do</strong> Poder Legislativo - 4027<br />

ATAS DAS SESSÕES<br />

DÉCIMA SÉTIMA SESSÃO ESPECIAL<br />

DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA<br />

ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA<br />

LEGISLATURA, REALIZADA EM 21 DE<br />

AGOSTO DE 2009, ÀS QUINZE HORAS.<br />

O SR. CERIMONIALISTA – (SÉRGIO<br />

SARKIS FILHO) – Senhoras e senhores, deputa<strong>do</strong><br />

presente e telespecta<strong>do</strong>res da TV Assembleia, boatarde.<br />

É com satisfação que a Assembleia<br />

<strong>Legislativa</strong> <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Espírito Santo recebe to<strong>do</strong>s<br />

para a sessão especial alusiva aos trinta anos da<br />

anistia no Brasil.<br />

Toma assento à Mesa o Senhor Deputa<strong>do</strong><br />

Claudio Vereza, proponente desta sessão.<br />

O SR. PRESIDENTE – (CLAUDIO<br />

VEREZA) – Boa-tarde a to<strong>do</strong>s e a todas. Agradeço<br />

a acolhida <strong>do</strong> nosso convite feito em nome desta<br />

Casa. Invocan<strong>do</strong> a proteção de Deus, declaro aberta<br />

a sessão e procederei à leitura de um versículo da<br />

Bíblia.<br />

(O Senhor Claudio Vereza lê<br />

Salmos, 55:22)<br />

O SR. PRESIDENTE – (CLAUDIO<br />

VEREZA) – Dispenso a leitura da ata da sessão<br />

anterior e informo que esta sessão é especial alusiva<br />

aos 30 Anos da Anistia no Brasil, assinada em 28 de<br />

agosto de 1979, conforme requerimento de minha<br />

autoria aprova<strong>do</strong> em plenário.<br />

O SR. CERIMONIALISTA – (SÉRGIO<br />

SARKIS FILHO) – Convi<strong>do</strong> para compor a Mesa o<br />

Subsecretário Nacional <strong>do</strong>s Direitos Humanos,<br />

Senhor Perly Cipriano, e os Senhores Carlito Osório<br />

e Francisco Celso Calmon, anistia<strong>do</strong>s políticos.<br />

(Pausa)<br />

(Tomam assento à Mesa os<br />

referi<strong>do</strong>s convida<strong>do</strong>s)<br />

O SR. CERIMONIALISTA – (SÉRGIO<br />

SARKIS FILHO) – Convi<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s para, de pé, e<br />

volta<strong>do</strong>s para a Bandeira, ouvirmos a execução <strong>do</strong><br />

Hino Nacional. (Pausa)<br />

(É executa<strong>do</strong> o Hino Nacional)<br />

O SR. PRESIDENTE – (CLAUDIO<br />

VEREZA) – A Presidência registra, com satisfação,<br />

a presença <strong>do</strong> Senhor Orlan<strong>do</strong> Bonfim Neto, <strong>do</strong><br />

Instituto Geração; <strong>do</strong> Senhor José Rodrigues Rocha,<br />

da comissão <strong>do</strong>s ex-presos políticos e recentemente<br />

anistia<strong>do</strong>; <strong>do</strong> Senhor Wanderson Mansur, <strong>do</strong><br />

gabinete da Senhora Deputada Federal Iriny Lopes;<br />

<strong>do</strong> Senhor Jorge Wilson Pereira, anistia<strong>do</strong>; <strong>do</strong><br />

Senhor Irake Tristão, anistia<strong>do</strong>; <strong>do</strong> Senhor Luiz<br />

Apareci<strong>do</strong>, que se deslocou <strong>do</strong> Município de<br />

Fundão.<br />

Informamos que diversas pessoas,<br />

impossibilitadas de comparecer a esta sessão,<br />

enviaram e-mails. A Senhora Graça Andreatta<br />

escreveu: “Esperava por algo assim há muito<br />

tempo”. Fala também da luta de seu ex-mari<strong>do</strong> Ruy,<br />

que não foi reconhecida até hoje. O Senhor Laerte<br />

Braga, jornalista de Juiz de Fora, escreveu: “A<br />

sessão solene, com certeza, resgata uma parte<br />

importante da história <strong>do</strong> Brasil e torna-se, por isso,<br />

mais abrangente, à medida que se constitui fator de<br />

relevo no conhecimento e na divulgação de um<br />

perío<strong>do</strong> sombrio dessa nossa história.” O Senhor<br />

Laerte Braga lembra especialmente <strong>do</strong> companheiro<br />

Luís Apareci<strong>do</strong>. O companheiro Eduar<strong>do</strong>, da<br />

Petrobras, parabenizou-nos por esta sessão e<br />

justificou sua ausência. O Prefeito de Cachoeiro de<br />

Itapemirim, Senhor Carlos Casteglione,<br />

impossibilita<strong>do</strong> de participar, parabeniza pela<br />

realização desta sessão. O Promotor de Justiça,<br />

Senhor Marcos Antônio Rocha Pereira, justifica sua<br />

ausência pela impossibilidade de participar. A<br />

Senhora Ilma Viana, <strong>do</strong> Coletivo de Mulheres<br />

Círculo Palmarino, escreveu em sua mensagem: “A<br />

anistia faz parte <strong>do</strong> patrimônio histórico <strong>do</strong> povo<br />

brasileiro assim como 20 de novembro, por isso<br />

temos que estar sempre lembran<strong>do</strong> e relembran<strong>do</strong>,<br />

para que essas nó<strong>do</strong>as não voltem jamais para a<br />

nossa sociedade, a liberdade <strong>do</strong> povo brasileiro é<br />

construída to<strong>do</strong>s os dias com homens e mulheres de<br />

bem!”<br />

A Senhora Fernanda Tardin escreveu:<br />

“(...) em nome de uma democracia<br />

de fato, ampla e irrestrita, não<br />

devemos esquecer que os crimes<br />

anistia<strong>do</strong>s são violações de acor<strong>do</strong>s<br />

internacionais de Direitos Humanos,<br />

não prescrevem. Como a Anistia foi<br />

a única solução para evitar outros<br />

crimes, aceitamos a incondicional. É<br />

hora de acompanhar a luta e<br />

estancar os benefícios concedi<strong>do</strong>s a<br />

tortura<strong>do</strong>res e assassinos na anistia.<br />

(...)”<br />

Termina o texto com um grito de guerra:<br />

“(...) Hasta la vitória, JUNTOS<br />

SOMOS FORTES. Somos a base da<br />

pirâmide, 180 milhões de<br />

brasileiros, só falta fazermos uso<br />

dessa força e assim evitar que o topo<br />

nos manipule.(...)”<br />

Também enviou correspondências<br />

justifican<strong>do</strong> ausência o Diretor da Faculdade de


4028 - Diário <strong>do</strong> Poder Legislativo Vitória-ES, terça-feira, 01 de setembro de 2009<br />

Santa Teresa; o Sena<strong>do</strong>r Gerson Camata e o<br />

Prefeito Municipal de São Mateus, Senhor<br />

Amadeu Boroto.<br />

A Presidência registra, com satisfação, a<br />

presença <strong>do</strong>s Senhores Marcelo Rosa da Costa, da<br />

Associação de Lideranças Capixabas; Vanderlei<br />

Bezerra Silva, <strong>do</strong> Programa Escola Aberta;<br />

Sebastião Rodrigues, <strong>do</strong> CPV - Famopes; Gislene<br />

Curto, da Associação A3P, de Ibiraçu; Josias<br />

Braga Cunha, <strong>do</strong> PT; Fernan<strong>do</strong> Roldi; Gilberto<br />

Alvares <strong>do</strong>s Santos, mais conheci<strong>do</strong> como<br />

Gilbertinho, e Gil<strong>do</strong> Loyola, fotógrafo da mídia<br />

capixaba. (Pausa)<br />

Em nome da Assembleia <strong>Legislativa</strong><br />

saudamos to<strong>do</strong>s os que comparecem a esta sessão<br />

especial, numa tarde de chuva inesperada, o que é<br />

raro em pleno mês de agosto porque é um perío<strong>do</strong> de<br />

estiagem, para debatermos sobre os trinta anos da<br />

promulgação da Lei da Anistia no Brasil.<br />

Foi um processo de negociação da chamada<br />

transição da ditadura para um perío<strong>do</strong> democrático.<br />

Naqueles tempos não poderíamos realizar esta<br />

sessão nesta Casa. Felizmente, com a luta de muitos<br />

<strong>do</strong>s presentes, praticamente de to<strong>do</strong>s vocês, e com a<br />

nossa pequena contribuição no movimento popular<br />

da época conquistamos muitos avanços na sociedade<br />

brasileira. O processo de reparação e<br />

reconhecimento da luta de tantas pessoas. Algumas<br />

deram a vida, outras quase deram a vida, quase se<br />

entregaram pela democracia no Brasil contra a<br />

ditadura, muitas foram torturadas, ficaram exiladas,<br />

mas, enfim, o Governo brasileiro, felizmente, depois<br />

de tantos anos, lentamente vem reparan<strong>do</strong> vários<br />

companheiros que sofreram naqueles anos de<br />

chumbo, os chama<strong>do</strong>s anos de chumbo.<br />

Acolhemos to<strong>do</strong>s os presentes nesta Casa,<br />

considerada a Casa <strong>do</strong> povo, Casa da democracia,<br />

Casa da representação popular. Portanto, é o local<br />

próprio para lembrarmos um tema como esse.<br />

Anunciamos que o livro, fruto da<br />

Comissão Especial que analisou a luta <strong>do</strong>s expresos<br />

políticos nesta Assembleia <strong>Legislativa</strong>, na<br />

Década de 90, que levou o título de “Ditaduras<br />

não são eternas: memórias da resistência ao golpe<br />

de 64 no Espírito Santo” contém depoimentos de<br />

cerca de cem ex-presos políticos que militaram aqui<br />

no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Espírito Santo, sen<strong>do</strong> que vários deles<br />

estão presentes. Este livro teve sua primeira edição<br />

publicada em janeiro de 2005, e está com essa<br />

edição totalmente esgotada. A procura por esse livro,<br />

importantíssimo para historiografia capixaba, é<br />

imensa, por isso se esgotou muito rapidamente. Os<br />

vestibulan<strong>do</strong>s, os estudantes, pesquisa<strong>do</strong>res, pessoas<br />

que não encontram referências da luta <strong>do</strong>s militantes<br />

contra a ditadura, têm procura<strong>do</strong> adquirir esse livro.<br />

Como presidente da Comissão de Cultura da<br />

Assembleia <strong>Legislativa</strong>, fizemos um requerimento à<br />

Mesa Diretora da Casa para a publicação de uma<br />

segunda edição. Já tivemos a palavra <strong>do</strong> Presidente<br />

da Casa, Senhor Deputa<strong>do</strong> Elcio Alvares, de que está<br />

garantida a publicação da segunda edição <strong>do</strong> livro.<br />

Portanto, essa história não ficará restrita aos que<br />

obtiveram a primeira edição. (Palmas)<br />

Considero essa uma importante notícia,<br />

porque jovens têm procura<strong>do</strong> o resgate dessa<br />

história, e infelizmente não temos mais nenhum<br />

exemplar a não ser o que o nosso gabinete guarda<br />

com muito carinho, pelo menos para mostrarmos e<br />

oferecermos como objeto de pesquisa. Felizmente a<br />

Casa publicará a segunda edição.<br />

O SR. JOSÉ ROCHA – Na ocasião da<br />

nova edição desse trabalho que tanta contribuição<br />

trouxe para o esclarecimento desses anos tão<br />

sombrios, peço que haja uma revisão, porque mu<strong>do</strong>u<br />

a configuração <strong>do</strong>s fatos e novos acontecimentos<br />

vieram à baila, esclarecen<strong>do</strong> melhor, elucidan<strong>do</strong><br />

aquele passa<strong>do</strong> sombrio. Cabe, então, uma revisão<br />

uma ampliação que seja a otimização daquele<br />

trabalho feito naquela época.<br />

O SR. PRESIDENTE – (CLAUDIO<br />

VEREZA) – Obriga<strong>do</strong> companheiro José Rocha.<br />

Vamos junto à Mesa Diretora analisar a<br />

possibilidade de uma edição revisada.<br />

Os procedimentos dessa sessão serão os<br />

seguintes: cada integrante da Mesa falará pelo prazo<br />

de dez minutos e em seguida cada um <strong>do</strong>s<br />

companheiros que estão no Plenário poderão<br />

participar desse debate, nesta sessão especial,<br />

fazen<strong>do</strong> suas colocações e seus questionamentos.<br />

Inicialmente, já agradecen<strong>do</strong> o deslocamento<br />

de Brasília até aqui, embora seja um mineiro -<br />

capixaba legítimo conce<strong>do</strong> a palavra ao<br />

Subsecretário Nacional da Secretaria Especial de<br />

Direitos Humanos da Presidência da República,<br />

companheiro Perly Cipriano, ex-Deputa<strong>do</strong> desta<br />

Casa de Leis.<br />

O SR. PERLY CIPRIANO – (Sem revisão<br />

<strong>do</strong> ora<strong>do</strong>r) – Boa-tarde a to<strong>do</strong>s e a todas. Senhor<br />

Deputa<strong>do</strong> Claudio Vereza - conterrâneo, porque<br />

somos de Aimorés - amigo, companheiro e militante<br />

da luta pelos Direitos Humanos, um exemplo para o<br />

Brasil e o mun<strong>do</strong>.<br />

Como S. Ex.ª é uma pessoa muito humilde,<br />

não projetamos tu<strong>do</strong> o que realizou neste país, mas o<br />

parabenizamos por essa iniciativa. A votação da lei<br />

de anistia está completan<strong>do</strong> trinta anos e de lá para<br />

cá muitas coisas mudaram. Foi uma luta muito<br />

importante que mobilizou amplos setores da<br />

sociedade. E vimos que esse perío<strong>do</strong> foi marcante<br />

para o fim da ditadura; não a encerrou, mas permitiu<br />

uma mobilização intensa que assegurasse o seu fim.<br />

Primeiro, a votação da lei assegurou o<br />

retorno <strong>do</strong>s cassa<strong>do</strong>s, bani<strong>do</strong>s e exila<strong>do</strong>s; os<br />

persegui<strong>do</strong>s que estavam no Brasil retornaram à vida<br />

pública; os Senhores Luiz Carlos Prestes, Miguel<br />

Arraes, João Amazonas e Leonel Brizola. Enfim,<br />

esses retornaram e reorganizaram a vida política


Vitória-ES, terça-feira, 01 de setembro de 2009 Diário <strong>do</strong> Poder Legislativo - 4029<br />

partidária. Então, foi uma conquista muito<br />

importante a lei de anistia. Porém, não foi nem<br />

ampla, nem geral, nem irrestrita.<br />

No dia 22 de agosto foi votada a Lei de<br />

Anistia. Eu estava preso, fui convida<strong>do</strong>, da prisão,<br />

para falar com o Sena<strong>do</strong>r Theotônio Vilella, para<br />

agradecer o empenho <strong>do</strong>s parlamentares nessa luta.<br />

Mas, continuei preso. Foi defini<strong>do</strong>, foi vota<strong>do</strong>. Mas<br />

recebíamos, na prisão, as pessoas que voltavam <strong>do</strong><br />

exterior. Apesar da lei, os presos políticos<br />

continuavam presos. Nenhum preso político foi<br />

liberta<strong>do</strong> graças à anistia. Saiu por cumprimento de<br />

pena ou por livramento condicional. Uma coisa<br />

completamente absurda! Mas queremos dizer que foi<br />

um avanço, foi importante para o país, e temos que<br />

reconhecer isso. Mas precisamos falar que tem<br />

muitas coisas a serem feitas.<br />

Feitas já temos o Memorial da Anistia, da<br />

Universidade Federal de Minas Gerais juntamente<br />

com o Ministério da Justiça quan<strong>do</strong> serão reuni<strong>do</strong>s<br />

to<strong>do</strong>s os depoimentos de to<strong>do</strong>s os presos políticos<br />

cassa<strong>do</strong>s, bani<strong>do</strong>s e exila<strong>do</strong>s que entraram com<br />

processo de anistia. Significa dar a versão que<br />

tivemos da luta naquele perío<strong>do</strong>. Isso será uma coisa<br />

importante. Há, também, o projeto Memórias<br />

Reveladas, que irá digitalizar to<strong>do</strong>s os arquivos<br />

públicos <strong>do</strong> Brasil e disponibilizá-los para a<br />

sociedade. São grandes avanços. Mas precisamos<br />

pensar no passa<strong>do</strong> e no futuro. Temos alguns<br />

problemas ainda. Nem to<strong>do</strong>s os arquivos foram<br />

abertos. Precisamos recuperá-los e dar acesso à<br />

sociedade para que ela possa conhecer o seu<br />

passa<strong>do</strong>.<br />

Temos um processo sen<strong>do</strong> julga<strong>do</strong> no<br />

Supremo, que decidirá se tortura é um crime que<br />

prescreve. O Brasil é signatário de to<strong>do</strong>s os<br />

trata<strong>do</strong>s e convenções que afirmam que a tortura é<br />

um crime abominável, que não prescreve. Mesmo<br />

se o Supremo não reconhecer isso, sabemos que<br />

os nossos filhos continuarão essa luta, que os<br />

filhos <strong>do</strong>s nossos filhos, os netos <strong>do</strong>s nossos filhos<br />

e os nossos assim continuarão. Os tortura<strong>do</strong>res não<br />

podem ser anistia<strong>do</strong>s. Não há essa possibilidade. Um<br />

carrasco nazista não poderia se comparar com<br />

alguém num forno crematório. Temos que ter essa<br />

visão.<br />

O Brasil passará por uma democracia<br />

completa quan<strong>do</strong> começar a conhecer melhor seu<br />

passa<strong>do</strong>, sua história. Antes disso, o esquecimento<br />

só interessa às classes <strong>do</strong>minantes, às elites e<br />

àqueles que mataram. Temos que estar atentos a<br />

desafios importantes como o de imaginar que a<br />

anistia é a luta pela democratização <strong>do</strong> país; e<br />

temos que ampliar a democracia ao máximo. Mas<br />

para isso temos que trabalhar; precisamos olhar<br />

para o passa<strong>do</strong>, pois ele traz surpresas para todas<br />

as pessoas. Se essa ditadura durou tantos anos é<br />

porque tinha bases; base nas instituições que<br />

conhecemos ainda hoje e que se chama ovo da<br />

serpente, que ainda persiste nas nossas instituições.<br />

Temos que democratizar os parti<strong>do</strong>s<br />

políticos, porque parti<strong>do</strong>s políticos elegeram<br />

Deputa<strong>do</strong>s e Sena<strong>do</strong>res que ajudaram a declarar<br />

vaga Presidência da República, quan<strong>do</strong> o Senhor<br />

João Goulart ainda estava no Poder. Também<br />

parlamentares ajudaram a cassar outros<br />

parlamentares. Então, precisamos rever as Câmaras<br />

de Verea<strong>do</strong>res, as Assembleias <strong>Legislativa</strong>s, o<br />

Congresso, toda a sua história, e a sustentação que a<br />

ditadura teve no Congresso; distinguir entre os que<br />

combatiam e os que apoiavam a ditadura.<br />

Mas, precisamos também examinar as<br />

universidades; em todas elas surgiram o IPM;<br />

pessoas investigavam a vida <strong>do</strong>s estudantes. Depois<br />

foi criada a Assessoria de Segurança Interna, que é o<br />

SNI das universidades. Havia o Decreto-Lei n.º 477.<br />

Todas as universidades tinham que mostrar o seu<br />

“ventre” para dizer como agiam antes de 64, como<br />

agiam durante a ditadura e como estão agin<strong>do</strong> hoje.<br />

Por isso é preciso transparência.<br />

Mas também outras instituições. O<br />

Ministério Público também precisava verificar<br />

porque os mais agressivos a nós, que estávamos<br />

sen<strong>do</strong> condena<strong>do</strong>s pelas auditorias militares, eram os<br />

promotores. É necessário que o Ministério Público,<br />

que tem um papel importante hoje na sociedade,<br />

também diga como é que agimos. Também os<br />

Tribunais de Justiça, as instituições públicas, como o<br />

Banco <strong>do</strong> Brasil, a Petrobras, a Caixa Econômica<br />

Federal, a Vale, a CST e a área de recursos humanos<br />

dessas empresas que serviu para informar aos<br />

repressores.<br />

Quan<strong>do</strong> ocorreu o massacre de Ipatinga,<br />

algumas pessoas foram afastadas, e quan<strong>do</strong><br />

localizaram os <strong>do</strong>cumentos nos recursos humanos,<br />

viram que existiam pessoas informan<strong>do</strong> aos órgãos<br />

de repressão. Nas Forças Armadas também ocorreu<br />

o mesmo. Existem aqueles que não participaram da<br />

tortura, mas é necessário dizer que foi nos porões da<br />

ditadura, em quartéis, que os crimes se deram.<br />

Precisamos examinar tu<strong>do</strong> com bastante atenção se<br />

quisermos de fato avançar.<br />

Temos tarefas importantes também. A<br />

democratização da sociedade é a continuação da<br />

luta pela anistia, por isso é incompleta.<br />

Precisamos localizar os corpos <strong>do</strong>s mortos<br />

desapareci<strong>do</strong>s.<br />

O Senhor Orlan<strong>do</strong> Bonfim está presente.<br />

Seu pai assassina<strong>do</strong> foi um desapareci<strong>do</strong> político.<br />

Há também o Senhor Aril<strong>do</strong> Valadão, <strong>do</strong> PC <strong>do</strong> B,<br />

irmão <strong>do</strong> senhor ex-prefeito de Cachoeiro de<br />

Itapemirim Roberto Valadão. Não é só localizar os<br />

restos mortais. É fundamental que sejam<br />

encontra<strong>do</strong>s, mas é fundamental que se diga em<br />

que circunstância eles foram presos, a tortura que<br />

sofreram, a morte e o seu desaparecimento. É<br />

preciso que o País conheça a relação de to<strong>do</strong>s os<br />

tortura<strong>do</strong>res para evitar o que está acontecen<strong>do</strong><br />

agora no Ceará, onde o Correge<strong>do</strong>r de Polícia é<br />

um antigo tortura<strong>do</strong>r, só recentemente localiza<strong>do</strong>.


4030 - Diário <strong>do</strong> Poder Legislativo Vitória-ES, terça-feira, 01 de setembro de 2009<br />

Eu fui tortura<strong>do</strong> por alguém que foi reitor da<br />

Universidade de Pernambuco, um coronel da polícia<br />

e dentista. Anos depois, fui verificar, ler num<br />

<strong>do</strong>cumento e lá estava, como reitor da Universidade<br />

de Pernambuco, um tortura<strong>do</strong>r.<br />

O coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra,<br />

adi<strong>do</strong> militar no Paraguai, era um tortura<strong>do</strong>r. Ele<br />

ainda recebeu deste País um número muito grande<br />

de adesões, de reconhecimento pelo seu papel.<br />

Precisamos trabalhar atentamente no senti<strong>do</strong><br />

de mudar este País. Quero dizer que isso é<br />

importante. A Lei da Anistia foi insuficiente,<br />

incompleta, portanto é uma luta que continua.<br />

Falarei muito rapidamente sobre as chamadas<br />

indenizações que também considero a forma<br />

apresentada um equívoco.<br />

Lamentavelmente, não fazem justiça no<br />

País. Não é que se deva receber mais. Mas que se<br />

leve em consideração a prisão, a morte, a tortura e<br />

que to<strong>do</strong>s esses itens fossem percebi<strong>do</strong>s e<br />

compreendi<strong>do</strong>s numa lei de anistia.<br />

A lei criou apenas um vínculo trabalhista,<br />

isso gerou um falta de compreensão no País sobre a<br />

sua importância. Tem-se a impressão de que a luta<br />

pela anistia é apenas para reparos econômicos.<br />

Eu, pessoalmente, fui julga<strong>do</strong> agora no dia<br />

13, e considero que o momento mais importante,<br />

talvez <strong>do</strong>s mais importantes que eu tive na minha<br />

vida, foi que depois <strong>do</strong> julgamento, diferente <strong>do</strong> que<br />

no passa<strong>do</strong> a Comissão de Anistia fazia ao invés de<br />

dizer “você está per<strong>do</strong>a<strong>do</strong> e receba uns trocos”, foi<br />

dito: “a comissão de anistia, de pé, pede perdão<br />

àqueles que foram presos, tortura<strong>do</strong>s, cassa<strong>do</strong>s,<br />

bani<strong>do</strong>s, mortos”.<br />

A comissão de anistia pede perdão, pede<br />

desculpas e reconhece que essas pessoas lutaram<br />

por liberdade e democracia; lutaram inclusive para<br />

que a comissão de anistia pudesse existir e<br />

funcionar. Vamos localizar os trabalha<strong>do</strong>res<br />

excluí<strong>do</strong>s <strong>do</strong> processo. É difícil localizar. Quem<br />

vai encontrar alguém da liga camponesa que foi<br />

preso? O preso político que ficou mais tempo<br />

neste País foi Júlio Santana, preso antes de 64 e<br />

por onze anos.<br />

Precisamos contar esta história toda. É<br />

importante realizar esta sessão e várias Assembleias<br />

<strong>Legislativa</strong>s estão realizan<strong>do</strong>.<br />

Amanhã, no Rio de Janeiro, será realizada<br />

uma atividade muito grande, se reunirão to<strong>do</strong>s os<br />

presos políticos que participaram da greve de fome<br />

de 79. A nossa greve foi a mais longa. Uma greve de<br />

fome que durou trinta e <strong>do</strong>is dias. A homenagem<br />

reunirá ex-presos políticos <strong>do</strong> Brasil e contará com a<br />

presença de alguns ministros e a apresentação de<br />

filmes, vídeos, correspondências, fotografias, tu<strong>do</strong><br />

que diz respeito à nossa luta. É preciso ser resgata<strong>do</strong><br />

e incorpora<strong>do</strong> como patrimônio para ser<br />

conheci<strong>do</strong> pelos estudantes, bem como o livro que o<br />

Senhor Deputa<strong>do</strong> Claudio Vereza falou, para<br />

construirmos memoriais da verdade nos Esta<strong>do</strong>s.<br />

Não bastam as informações no arquivo<br />

público, é preciso que sejam digitalizadas, impressas<br />

e distribuídas para as pessoas conhecerem o mun<strong>do</strong> e<br />

de que maneira nossas gerações passadas lutaram.<br />

Até recentemente os negros, os rebela<strong>do</strong>s<br />

eram ti<strong>do</strong>s como vadios, e depois, ao serem presos,<br />

eram trazi<strong>do</strong>s acorrenta<strong>do</strong>s e eram julga<strong>do</strong>s pela<br />

justiça como negros fugi<strong>do</strong>s, negros rebeldes, negros<br />

preguiçosos. E não reconheciam neles grandes lutas.<br />

Só recentemente Zumbi foi reconheci<strong>do</strong> como um<br />

herói.<br />

O Senhor Deputa<strong>do</strong> Claudio Vereza é<br />

autor de uma lei da Anistia no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Espírito<br />

Santo. Essa lei foi votada, vetada, o veto foi<br />

derruba<strong>do</strong> e até hoje não está em vigor. Temos que<br />

tirar essa discussão <strong>do</strong> âmbito que está no jurídico,<br />

meio confuso e dizer o seguinte: se não era legítimo<br />

a Assembleia aprovar essa lei, que o Poder<br />

Executivo mandasse uma lei para esta Casa para ser<br />

aprovada e fazer o reparo. Uma lei talvez mais<br />

correta e mais avançada porque o recurso é pequeno,<br />

mas lembrar que no Espírito Santo as pessoas foram<br />

perseguidas. Peço a to<strong>do</strong>s os presentes reforçar a<br />

ideia da necessidade da lei estadual para que de fato<br />

entre em vigor. É preciso conversar com os Poderes<br />

Executivo, Legislativo e Judiciário.<br />

O Desembarga<strong>do</strong> José Paulo Calmon<br />

Nogueira da Gama está presente, é sobrinho <strong>do</strong><br />

Senhor Augusto Calmon Nogueira da Gama,<br />

presidente da Frente Mobilização Popular, grande<br />

militante e parente <strong>do</strong> Senhor Chico Celso. Essa<br />

família parece que foi contaminada pela ideia<br />

libertária.<br />

Saudamos a iniciativa <strong>do</strong> Senhor Deputa<strong>do</strong><br />

Claudio Vereza porque é necessário continuar essa<br />

luta. Ninguém acredita que a anistia termina no<br />

dia em que for vota<strong>do</strong> o processo. O processo vai<br />

passar.<br />

A Senhora Laura Maria Coutinho está<br />

presente. S. S.ª foi presa e violentamente<br />

torturada. O Senhor Gil<strong>do</strong> Loyola também.<br />

Precisamos compreender que essa luta é<br />

de to<strong>do</strong>s nós. Não uma luta que se encerra com o<br />

processo, tem que continuar. Temos que passar<br />

para os nossos filhos, netos e bisnetos. Temos que<br />

lutar para democratizar o País, as instituições e<br />

não deixar que o passa<strong>do</strong> seja esqueci<strong>do</strong>. O<br />

passa<strong>do</strong> é a pátria <strong>do</strong> ser humano. Guimarães Rosa<br />

disse: “Minha pátria é a memória”. Então, essa é a<br />

nossa pátria, a única que não podemos aban<strong>do</strong>nar.<br />

É segurar, debater, não deixar que esqueçam,<br />

porque esquecimento é tu<strong>do</strong> contra nós.<br />

Acaba de chegar a esta sessão a Senhora<br />

Deputada Federal Iriny Lopes, batalha<strong>do</strong>ra, nossa<br />

militante <strong>do</strong>s direitos humanos. Temos orgulho de<br />

ter uma deputada em Brasília. S. Ex.ª também é<br />

mineira e capixaba. Esse é o nosso destino.<br />

Agradecemos ao Senhor Deputa<strong>do</strong><br />

Claudio Vereza. (Muito bem!)


Vitória-ES, terça-feira, 01 de setembro de 2009 Diário <strong>do</strong> Poder Legislativo - 4031<br />

O SR. PRESIDENTE – (CLAUDIO<br />

VEREZA) - Agradeço ao companheiro Perly<br />

Cipriano o pronunciamento e a camiseta que recebo<br />

neste momento. Nela está escrito: “Presos políticos<br />

nunca mais”; e mostra uma foto <strong>do</strong> presídio Frei<br />

Caneca, naquele momento em que a Lei da Anistia<br />

era decretada.<br />

Convi<strong>do</strong> para compor a Mesa o<br />

Desembarga<strong>do</strong>r José Paulo Calmon Nogueira da<br />

Gama, representan<strong>do</strong> o Poder Judiciário; e a Senhora<br />

Deputada Federal Iriny Lopes.<br />

(Tomam assento à Mesa as<br />

referidas autoridades)<br />

O SR. PRESIDENTE – (CLAUDIO<br />

VEREZA) - Justificamos a ausência <strong>do</strong><br />

companheiro, Senhor Clementino Dalmácio, que<br />

está com cento e um anos de idade e impossibilita<strong>do</strong><br />

de se deslocar de sua casa para esta sessão. Foi um<br />

<strong>do</strong>s luta<strong>do</strong>res daquele perío<strong>do</strong>.<br />

Senhor Perly Cipriano, a lei a que V. S.ª se<br />

referiu é a de n.º 5.751, promulgada pela Assembleia<br />

<strong>Legislativa</strong> em 05 de novembro de 1998. Embora<br />

não tenha si<strong>do</strong> aplicada até os dias de hoje, está em<br />

vigor. Infelizmente, o Governa<strong>do</strong>r em exercício na<br />

época, Presidente <strong>do</strong> Tribunal de Justiça, no<br />

exercício da governa<strong>do</strong>ria pediu uma ação direita de<br />

inconstitucionalidade a esta lei argumentan<strong>do</strong> que a<br />

iniciativa da lei não poderia ser da Assembleia<br />

<strong>Legislativa</strong>. Mas, até hoje, a Adin não teve sequer<br />

julga<strong>do</strong> o pedi<strong>do</strong> de liminar. Portanto, enquanto não<br />

se julga uma lei no Supremo Tribunal Federal ela<br />

continua em vigor.<br />

É o caso, sim, de solicitar ao Governo o<br />

cumprimento da lei. Porém, se o entendimento <strong>do</strong><br />

Governo é de que a iniciativa está viciada, deveria<br />

ser então uma iniciativa <strong>do</strong> Executivo, de enviar um<br />

projeto de lei semelhante a este para esta Casa, no<br />

senti<strong>do</strong> da reparação muito mais política <strong>do</strong> que<br />

financeira àqueles que sofreram nas mãos <strong>do</strong> aparato<br />

policial repressivo <strong>do</strong> Governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>. A<br />

primeira medida da repressão eram normalmente as<br />

Polícias Militar ou Civil <strong>do</strong> Governo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>.<br />

Portanto, há uma responsabilidade <strong>do</strong> Governo <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong> sobre o sofrimento, a luta, a morte, o<br />

desaparecimento de muitas pessoas no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

Espírito Santo.<br />

Conce<strong>do</strong> a palavra ao aniversariante <strong>do</strong> dia,<br />

Senhor Carlito Osório, que pediu licença para sair<br />

antes <strong>do</strong> término da sessão para preparar a<br />

celebração <strong>do</strong> seu aniversário.<br />

O SR. CARLITO OSÓRIO – (Sem<br />

revisão <strong>do</strong> ora<strong>do</strong>r) – Quero acrescentar um da<strong>do</strong><br />

especial à palavra <strong>do</strong> Senhor Deputa<strong>do</strong> Claudio<br />

Vereza que com muita oportunidade, com muito<br />

espírito público, com muita responsabilidade e<br />

cidadania requereu esta sessão especial e não obteve<br />

uma grande representatividade da nossa parte, <strong>do</strong>s<br />

que foram persegui<strong>do</strong>s. E muitos estiveram naquelas<br />

memoráveis reuniões que resultaram no livro que<br />

será reedita<strong>do</strong>, se Deus quiser. Uma importante<br />

memória <strong>do</strong> passa<strong>do</strong>.<br />

A responsabilidade <strong>do</strong> Governo nesta<br />

questão de impedir, postergar a execução da lei de<br />

reparação apresentada pelo deputa<strong>do</strong>, alegan<strong>do</strong><br />

questões jurídicas que, na minha opinião, são<br />

equivocadas ou têm um pouco de má fé. O Esta<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul já aprovou essa lei e já<br />

reparou seu erro financeiramente, moralmente e até<br />

politicamente, assim como os Esta<strong>do</strong>s: Paraná,<br />

Pernambuco e Minas Gerais. Mas, no Espírito Santo<br />

essa lei está sen<strong>do</strong> postergada por razões incabíveis,<br />

na minha opinião.<br />

Lembro-me bem que quan<strong>do</strong> o General<br />

Mourão saiu de Minas Gerais, de Belo Horizonte ou<br />

Juiz de Fora, não me lembro bem, rumo ao Rio de<br />

Janeiro para deflagrar o golpe militar de 1964, no<br />

Espírito Santo mais de cem companheiros militantes<br />

da esquerda foram encarcera<strong>do</strong>s no quartel <strong>do</strong> Corpo<br />

de Bombeiros, no Parque Moscoso. Ficamos lá mais<br />

de quarenta dias encarcera<strong>do</strong>s pela Polícia Militar.<br />

Não foi pelo Exército, não foi pelas Forças Armadas,<br />

mas pela Polícia Militar, decretada como corpo<br />

auxiliar <strong>do</strong> Exército.<br />

Segun<strong>do</strong> nossa ótica, segun<strong>do</strong> nossa<br />

percepção e algumas informações, a oitava ou sexta<br />

esquadra da marinha americana estava estacionada<br />

oito milhas da costa <strong>do</strong> Espírito Santo, pronta para<br />

desembarcar rumo a Minas Gerais caso houvesse<br />

resistência das tropas legalistas que estavam<br />

sediadas no Rio Grande <strong>do</strong> Sul e em São Paulo.<br />

Como não houve nenhuma reação contrária ao golpe<br />

militar por parte das tropas leais ao governo,<br />

fomos soltos; porque os delega<strong>do</strong>s da ditadura<br />

achavam que nós, o pessoal da esquerda que<br />

estava encarcera<strong>do</strong> no quartel <strong>do</strong> Corpo de<br />

Bombeiros, poderíamos fazer alguma sabotagem que<br />

pudesse impedir o desembarque dessas tropas.<br />

Então, ficou evidente e claro que a Polícia<br />

Militar, cujo comandante é o governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>,<br />

tinha essa responsabilidade e hoje tem a<br />

responsabilidade de reparar essa injustiça, essa<br />

repressão que houve contra o nosso grupo que<br />

militava na esquerda.<br />

Mas quero dizer também que a palavra de<br />

Perly Cipriano, que me antecedeu, é cheia de<br />

verdades. E cito o caso <strong>do</strong> Holocausto, <strong>do</strong>s judeus<br />

que foram massacra<strong>do</strong>s, tortura<strong>do</strong>s, mortos e<br />

serviram de cobaias nos campos de concentração.<br />

A tortura em nível internacional é um crime<br />

hedion<strong>do</strong> que não prescreve, tanto assim que até<br />

hoje, passa<strong>do</strong>s mais de cinquenta anos da Segunda<br />

Guerra Mundial, os nazistas continuam sen<strong>do</strong><br />

puni<strong>do</strong>s pelos crimes e os seus algozes sofren<strong>do</strong><br />

os rigores da lei, que interpreta dessa forma.<br />

Outro caso é o da Argentina. Os grandes<br />

chefes militares da Argentina estão sen<strong>do</strong><br />

procura<strong>do</strong>s, cassa<strong>do</strong>s e presos até hoje. Aqui no


4032 - Diário <strong>do</strong> Poder Legislativo Vitória-ES, terça-feira, 01 de setembro de 2009<br />

Brasil, os tortura<strong>do</strong>res continuam - como disse o<br />

Perly Cipriano - ocupan<strong>do</strong> até cargos de chefia de<br />

polícia, como é o caso <strong>do</strong> Ceará. Portanto, estamos<br />

aqui numa atitude de mobilização que devemos<br />

conservar, para que essa memória que construímos<br />

com sacrifícios não seja apagada. Temos essa<br />

responsabilidade.<br />

Muitos <strong>do</strong>s que militaram conosco não estão<br />

aqui hoje: morreram, mas deixaram um rastro de<br />

bravura, de dignidade, de democracia, de liberdade,<br />

que nunca pode e nem deve ser apaga<strong>do</strong>. E cabe a<br />

nós, como disse o Perly Cipriano, mantermos essa<br />

chama viva de alguma forma ou de todas possíveis.<br />

No caso <strong>do</strong> Holocausto, os judeus não<br />

deixam morrer a chama da lembrança <strong>do</strong>s<br />

tortura<strong>do</strong>res <strong>do</strong> Regime Nazista. E nós também não<br />

deixaremos esse la<strong>do</strong> sombrio da história <strong>do</strong> nosso<br />

país ser esqueci<strong>do</strong>.<br />

Nós temos a obrigação de manter a luz<br />

acesa, com a nossa dignidade, com nosso civismo e<br />

passa<strong>do</strong>. Hoje estamos aqui justamente nessa<br />

missão, que deve ser estendida para toda a<br />

juventude, pois muitos jovens não têm conhecimento<br />

desses fatos. Por isso, temos a obrigação de estarmos<br />

sempre com esse farol aceso. (Muito bem!)<br />

O SR. PRESIDENTE – (CLAUDIO<br />

VEREZA) – Obriga<strong>do</strong>, companheiro Carlito Osório,<br />

que se mantém militante na luta política <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> Espírito Santo, e é referência a tantos no nosso<br />

Esta<strong>do</strong>. Parabéns pelo aniversário, Senhor Carlito<br />

Osório.<br />

O Perly Cipriano nos lembra que as leis<br />

estaduais já estão em vigor ou em debate em<br />

Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Ceará, Bahia,<br />

Rio Grande <strong>do</strong> Sul, Santa Catarina, São Paulo e<br />

Rio de Janeiro e Goiás, além <strong>do</strong> Espírito Santo.<br />

Conce<strong>do</strong> a palavra ao companheiro<br />

Francisco Celso Calmon Ferreira da Silva, mais<br />

conheci<strong>do</strong> por Chico Celso.<br />

O SR. FRANCISCO CELSO CALMON<br />

– (Sem revisão <strong>do</strong> ora<strong>do</strong>r) - Companheiro<br />

Senhor Deputa<strong>do</strong> Claudio Vereza, demais<br />

componentes da Mesa, to<strong>do</strong>s companheiros, meus<br />

familiares, familiares <strong>do</strong> companheiro Perly<br />

Cipriano , meu amigo Denílson Martins, boa-tarde<br />

a to<strong>do</strong>s.<br />

O Perly Cipriano foi um <strong>do</strong>s últimos a ser<br />

solto e anistia<strong>do</strong>. Hoje, felizmente, ele foi o<br />

primeiro a falar. Eu já estava preocupa<strong>do</strong> com a<br />

síndrome <strong>do</strong> último, porque Perly Cipriano tem<br />

que continuar sen<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s primeiros.<br />

Também estava preocupa<strong>do</strong> de não termos<br />

aqui representantes das instituições, que hoje só<br />

funcionam bem, apesar de muitos percalços, pela<br />

existência da democracia que ajudamos a existir,<br />

após a derrubada da ditadura. Felizmente,<br />

duplamente feliz, o Desembarga<strong>do</strong>r José Paulo<br />

Calmon Nogueira da Gama, meu queri<strong>do</strong> Primo, está<br />

presente.<br />

Gostaria de lembrar um fato interessante em<br />

restaurar o inicio da história da anistia que começou<br />

com uma mulher, esposa de um general. Mulher que<br />

se rebela, cuja família é de militares, casada com<br />

militar, Senhora Terezinha Zerbini, lança o grito de<br />

indignação, mobiliza a mãe, as avôs, as irmãs, as<br />

tias, principalmente- mulher sempre mais corajosa<br />

<strong>do</strong> que o homem- acostumada as <strong>do</strong>res <strong>do</strong> parto cria<br />

e espalha por este Brasil to<strong>do</strong> os comitês da anistia.<br />

A anistia é fruto de um movimento de base e<br />

popular. Portanto, quan<strong>do</strong> alguns ainda insistem em<br />

dizer que anistia é perdão, esquece que no Brasil ela<br />

foi fruto de uma luta de indignação contra as<br />

barbaridades que estavam ocorren<strong>do</strong> dentro <strong>do</strong>s<br />

porões da ditadura. As mulheres e depois os homens<br />

que formaram esses comitês, em momento algum<br />

pediram clemência. Muito pelo contrário, esse<br />

movimento foi crescen<strong>do</strong> e por isso a ditadura com<br />

sua base trincada teve que ceder. Com a anistia,<br />

inicia-se o dissenso da ditadura. Anistia que<br />

completa trinta anos, que se por um la<strong>do</strong> significou a<br />

mobilização e a indignação da sociedade brasileira,<br />

por outro la<strong>do</strong> também significou a volta <strong>do</strong>s nossos<br />

irmãos, <strong>do</strong>s nossos companheiros que estavam<br />

exila<strong>do</strong>s, bani<strong>do</strong>s, etc. Mas não imobiliza<strong>do</strong>s, porque<br />

mesmo no exterior continuavam a lutar e treinan<strong>do</strong><br />

para que se fosse necessário voltariam para derrubar<br />

a ditadura por outros meios.<br />

Fui anistia<strong>do</strong> duas vezes. Acho que sou<br />

um <strong>do</strong>s poucos que fui anistia<strong>do</strong> no Governo<br />

Fernan<strong>do</strong> Henrique, quan<strong>do</strong> ainda era uma medida<br />

provisória, depois uma portaria <strong>do</strong> Ministério <strong>do</strong><br />

Trabalho. Anistia<strong>do</strong> com direito a retornar ao meu<br />

trabalho, Serviço Social da Indústria -<br />

Departamento Nacional, que não aceitou; ou<br />

aposenta<strong>do</strong>ria que também o INSS sustou, por<br />

ordem <strong>do</strong> então Presidente Fernan<strong>do</strong> Henrique,<br />

fiquei <strong>do</strong>is anos esperan<strong>do</strong> a nova lei. E, na nova<br />

lei <strong>do</strong> Governo Lula também fui anistia<strong>do</strong>. É um<br />

erro jurídico, obviamente, porque anistia é o<br />

esta<strong>do</strong> e não o governo. Não tive, apesar de duas<br />

vezes, o privilégio de receber <strong>do</strong> esta<strong>do</strong> brasileiro<br />

o pedi<strong>do</strong> de desculpas e os parabéns pela luta que<br />

travei.<br />

O esta<strong>do</strong> evolui. E agora na anistia <strong>do</strong><br />

Senhor Perly Cipriano pede perdão e o parabeniza<br />

pela luta. O Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Espírito Santo não evoluiu,<br />

porque ainda não pediu perdão pelo que aconteceu.<br />

Aqui também tivemos perseguições, prisões e<br />

torturas. Neste Esta<strong>do</strong> escapei três vezes, mas a casa<br />

de minha mãe foi invadida, revistada. Ela era viúva,<br />

com filhos menores e só não aconteceu o pior<br />

porque o irmão dela, pai <strong>do</strong> meu primo José Paulo<br />

Calmom Nogueira da Gama, juiz de direito da<br />

época, e outro parente, general da reserva, foram<br />

chama<strong>do</strong>s a tempo para tentarem impedir o que<br />

poderia ser algo pior. Minha mãe, também como


Vitória-ES, terça-feira, 01 de setembro de 2009 Diário <strong>do</strong> Poder Legislativo - 4033<br />

mulher, extremamente corajosa, enfrentou os<br />

agentes Doi-Codi.<br />

Senhores presentes, tive que aban<strong>do</strong>nar a<br />

faculdade aqui. Escapei de ser preso no casamento<br />

da minha irmã na Igreja <strong>do</strong> Colégio Salesiano, que<br />

foi cercada e invadida. Para escapar, sacrificamos a<br />

lua-de-mel da minha irmã e <strong>do</strong> meu cunha<strong>do</strong>. Tu<strong>do</strong><br />

isso o Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Espírito Santo deve e tem que<br />

assumir a responsabilidade, pelo menos a<br />

responsabilidade moral. Porque não são cinco mil ou<br />

trinta mil reais que resgatarão uma lua-de-mel que<br />

não tem mais como fazê-la; ou minha mãe que já<br />

não está presente entre nós ou a humilhação de meus<br />

tios. Entretanto, estamos evoluin<strong>do</strong> porque durante a<br />

ditadura parentes e amigos tinham receio de dizer<br />

que tinham um parente, um amigo combatente ou<br />

ex-prisioneiro, e hoje é motivo de orgulho.<br />

Senhor Presidente, costumamos dizer que o<br />

lema <strong>do</strong> anistia<strong>do</strong> é: ”Repetir, repetir.” Ou melhor:<br />

“Lembrar e lembrar” para que jamais este País repita<br />

a ditadura cruel e - como dizia o Senhor Ulisses<br />

Guimarães: - “nojenta” que teve por vinte e um anos.<br />

O processo de anistia é um processo<br />

inacaba<strong>do</strong>. Como já foi dito neste Plenário, só<br />

concluirá quan<strong>do</strong> os mortos, os desapareci<strong>do</strong>s e os<br />

arquivos da ditadura forem absolutamente<br />

resgata<strong>do</strong>s e se tornarem transparentes à sociedade<br />

brasileira.<br />

Lembro-me de algumas pessoas que me<br />

são muito caras, ou seja, alguns companheiros que<br />

perdi dentro da prisão: o Chael Charles, estudante<br />

de medicina, com vinte anos, preso porque não<br />

entregou nenhum companheiro e foi barbaramente<br />

tortura<strong>do</strong> por mais de seis horas; a Senhora Maria<br />

Auxilia<strong>do</strong>ra que, como Frei Tito, vivia com sua<br />

mente perturbada pelos tortura<strong>do</strong>res e abriu mão<br />

da vida suicidan<strong>do</strong>-se na Alemanha. Lembro de<br />

companheiros <strong>do</strong> início de minha vida estudantil,<br />

como o Julinho Prates, também combatente que não<br />

está entre nós; professor Rubens Gomes e meu dileto<br />

amigo Erweton Guimarães Montenegro que até<br />

quarenta e cinco dias antes de sua morte estava eu<br />

encaminhan<strong>do</strong> os procedimentos para ele pedir sua<br />

anistia.<br />

Senhor Presidente, às vezes mais <strong>do</strong> que<br />

teoria alguns fatos são importantes. Junto com a<br />

minha prisão foi presa a mãe <strong>do</strong>s meus filhos que<br />

tinha dezesseis anos de idade e nove meses e foi<br />

barbaramente torturada. Seu crime foi ser<br />

intermediária de <strong>do</strong>cumentos entre mim e minha<br />

companheira Wanda, hoje Ministra Chefe da Casa<br />

Civil, Senhora Dilma Rousseff. Companheiro e<br />

comandante que depois da Anistia recebeu o título<br />

de General Carlos Lamarca, costumava dizer:<br />

“Ousar para vencer.” Hoje temos que dizer: Ousar<br />

para manter a democracia, para construir a<br />

democracia popular, a democracia institucional,<br />

das elites e <strong>do</strong>s dirigentes, é uma democracia com<br />

pés de barro. Se não houver mecanismos em que<br />

cada vez mais a população participe <strong>do</strong> cotidiano e<br />

<strong>do</strong> estratégico da vida da Nação, essa democracia é<br />

frágil. A democracia não pode depender de<br />

“salva<strong>do</strong>r da pátria;” não pode depender de alguns.<br />

A democracia tem que ser um mo<strong>do</strong> de vida de uma<br />

sociedade e, portanto, irreversível. É dever nosso,<br />

anistia<strong>do</strong>s e ex-combatentes, sermos os guardiões<br />

dessa democracia dentro da sociedade e dentro<br />

<strong>do</strong>s parti<strong>do</strong>s porque dentro <strong>do</strong>s parti<strong>do</strong>s significa<br />

lutarmos pela democracia <strong>do</strong>s militantes,<br />

assegurarmos sempre mecanismos que permitam<br />

que o coletivo fale mais alto <strong>do</strong> que o individual,<br />

mesmo que um individual grupal.<br />

Encerro as minhas palavras dizen<strong>do</strong> que<br />

mesmo na minha solitária ao la<strong>do</strong> de outros<br />

agentes, em que gritavam um para o outro: “(...)<br />

ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil.”<br />

Sempre. (Muito bem!)<br />

O SR. PRESIDENTE - (CLAUDIO<br />

VEREZA) - Obriga<strong>do</strong>, companheiro Senhor<br />

Francisco Celso Calmon, que fez um<br />

pronunciamento emociona<strong>do</strong> e fundamenta<strong>do</strong><br />

também.<br />

Conce<strong>do</strong> a palavra à Deputada Federal<br />

Senhora Iriny Lopes.<br />

A SR.ª IRINY LOPES – (Sem revisão da<br />

ora<strong>do</strong>ra) - Boa-tarde a to<strong>do</strong>s e a todas.<br />

Companheiro Senhor Deputa<strong>do</strong> Claudio Vereza,<br />

parabenizo V. Ex.ª pela iniciativa porque é preciso<br />

ter compromisso com a nossa história, com as nossas<br />

causas, para realizar sessões como esta. Para muitos<br />

que caminharam conosco durante muito tempo esta<br />

sessão é considerada hoje uma coisa meio fora de<br />

moda.<br />

Faço esse registro porque as pessoas<br />

presentes hoje nesta sessão construíram um pedaço<br />

importante da História deste País. Construir na<br />

adversidade é quan<strong>do</strong> medimos efetivamente<br />

homens e mulheres públicos que, apesar de não<br />

terem cargos, enfrentam a história na hora da sua<br />

maior dificuldade. Com isso, registro não só a minha<br />

alegria da coragem e da persistência <strong>do</strong> Senhor<br />

Deputa<strong>do</strong> Claudio Vereza neste tema, mas<br />

homenagear nas pessoas <strong>do</strong> Senhor Francisco Celso<br />

Calmon, o “Chico” e da Senhora Maria das Graças<br />

da Silva, companheira dele que está presente; <strong>do</strong><br />

Senhor Perly Cipriano e da querida Senhora Regina<br />

Cezana que também estão presentes; to<strong>do</strong>s e todas<br />

que durante os anos de chumbo” dedicaram sua vida<br />

pela liberdade <strong>do</strong> nosso País, <strong>do</strong> nosso povo; pelo<br />

direito à opinião, à adversidade; pela soberania<br />

brasileira, pelo direito de discutir um modelo de<br />

funcionamento da sociedade. Isso é muito fácil fazer<br />

hoje, quan<strong>do</strong> temos uma liberdade conquistada por<br />

essa geração que resistiu.<br />

Os nossos meninos que hoje estão na escola,<br />

não têm muita noção <strong>do</strong> que foi a história <strong>do</strong> nosso<br />

País ontem. Para que completemos a anistia, é


4034 - Diário <strong>do</strong> Poder Legislativo Vitória-ES, terça-feira, 01 de setembro de 2009<br />

preciso garantirmos o direito de memória, o<br />

direito à verdade e não à história oficial construída<br />

pelos que venceram. Quem venceu foi quem<br />

aju<strong>do</strong>u a libertar o povo brasileiro desse perío<strong>do</strong><br />

pesa<strong>do</strong> da Ditadura Militar, último perío<strong>do</strong> da<br />

Ditadura que vivemos, não foi o único.<br />

Pode chegar Senhor Rogério Medeiros, o<br />

Senhor Perly Cipriano está convidan<strong>do</strong>-o para<br />

fazer parte desta sessão, também.<br />

Cumprimentamos também o Senhor José<br />

Paulo Calmon Nogueira da Gama; ainda não<br />

acostumamos com suas novas tarefas, mas<br />

lembramo-nos bem de quan<strong>do</strong> assumiu o<br />

Ministério Público Estadual e coincidentemente<br />

estivemos juntos nesta mesma Mesa e nesta<br />

mesma Casa. Na oportunidade, dissemos a V. S.ª<br />

que esperávamos não só êxito em seu trabalho,<br />

mas, sempre muitas mudanças.<br />

Não alongaremos a nossa fala, só<br />

gostaríamos de, apenas, traçar brevemente um<br />

paralelo entre a história de muitas pessoas que<br />

estão neste Plenário e as que já homenageamos<br />

nas pessoas <strong>do</strong>s Senhores Perly Cipriano e<br />

Francisco Celso Calmon. Sempre lembramos <strong>do</strong><br />

companheiro Dimes Broseghini, todas as vezes<br />

que vamos trabalhar este tema.<br />

Desejo muita saúde e vida longa ao<br />

companheiro Carlito Osório. Feliz coincidência;<br />

esta sessão especial em seu aniversário, com tu<strong>do</strong><br />

o que V. S.ª representa nesta luta em nosso<br />

Esta<strong>do</strong>.<br />

Traçaremos brevemente um paralelo sobre<br />

o perío<strong>do</strong> em que os companheiros e<br />

companheiras, objeto de nossa luta pela anistia e<br />

os militantes que hoje estão dentro de nossa<br />

democracia. A democracia é algo de uma<br />

repercussão magnífica, enorme, ao mesmo tempo,<br />

que ela é extremamente frágil e tênue. Aquelas<br />

pessoas que dedicaram sua vida legitimamente à<br />

luta armada naquele momento da história de nosso<br />

país, nos chama<strong>do</strong>s anos de chumbo, através de<br />

suas organizações que por necessidade estavam na<br />

clandestinidade, mas lutaram para libertar o Brasil<br />

e para que conseguíssemos a democracia que<br />

vivemos.<br />

Nossa geração veio fazen<strong>do</strong> coro, depois<br />

aderiu, com milhares de pessoas à necessidade de<br />

termos a anistia no Brasil. Fomos membro <strong>do</strong><br />

CBA, Comitê Brasileiro de Anistia, minha<br />

primeira militância no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Espírito Santo,<br />

depois que vim de Minas Gerais. Reuníamo-nos<br />

no histórico Colégio <strong>do</strong> Carmo por onde passaram<br />

tantas plenárias importantes <strong>do</strong> projeto de<br />

redemocratização em nosso país.<br />

Mas hoje temos outro perfil de militantes e<br />

temos também outro comportamento. Se havia<br />

prisões para quem fazia resistência à Ditadura<br />

Militar, hoje temos a criminalização <strong>do</strong>s<br />

movimentos sociais. Lamentavelmente, hoje, a<br />

Polícia Militar <strong>do</strong> Rio Grande <strong>do</strong> Sul matou um<br />

militante sem-terra covardemente,<br />

injustificadamente, porque até <strong>do</strong> ponto de vista<br />

da lei poderiam dizer que havia um conflito<br />

arman<strong>do</strong>. Mas não havia conflito arman<strong>do</strong>. Foi um<br />

homicídio puro e simples pelo fato de aquela<br />

pessoa ter uma causa em sua vida e dedicar-se a<br />

essa causa. Não é uma causa qualquer. A Reforma<br />

Agrária é uma causa <strong>do</strong> Brasil. Se quisermos<br />

cumprir o papel que a nós está destina<strong>do</strong> no<br />

Planeta, como o combate à fome, que o Senhor<br />

Presidente Lula tanto tem fala<strong>do</strong> e que o Brasil<br />

pode definitivamente colaborar, é preciso fazer<br />

reforma agrária. Se as pessoas não podem se<br />

manifestar em relação à causa da sua vida, porque<br />

se o fizerem são recebidas à bala, essa democracia<br />

ainda precisa avançar muito.<br />

Esse paralelo é muito importante para nós.<br />

Jamais esquecer. Não é só lembrar, é homenagear,<br />

é repercutir as informações, é lutar para que as<br />

escolas brasileiras insiram a verdade <strong>do</strong>s fatos que<br />

ocorreram naquele perío<strong>do</strong> histórico, é entender<br />

que o militante de hoje também está sujeito a<br />

atitudes covardes, de força e sempre contra a<br />

democracia. Não podemos nos esquecer disso em<br />

momento nenhum.<br />

Junto com as homenagens que presto a<br />

to<strong>do</strong>s os companheiros e companheiras que<br />

resistiram e tiveram um papel fundamental na<br />

preservação da identidade e na volta da<br />

democracia no nosso país, deixo uma homenagem<br />

a to<strong>do</strong>s que são vitima<strong>do</strong>s, hoje, pela brutalidade<br />

daqueles que não querem a democracia no país, na<br />

pessoa desse sem-terra assassina<strong>do</strong> no Rio Grande<br />

<strong>do</strong> Sul. (Muito bem!)<br />

O SR. PRESIDENTE – (CLAUDIO<br />

VEREZA) – Agradecemos à companheira<br />

Senhora Iriny Lopes, Deputada Federal,<br />

representan<strong>do</strong> a Bancada Federal <strong>do</strong> Espírito<br />

Santo.<br />

Finaliza<strong>do</strong>s os pronunciamentos <strong>do</strong>s<br />

membros da Mesa, antes de passar para o<br />

Plenário, gostaria de fazer um momento de<br />

silêncio em memória <strong>do</strong>s que já passaram. Alguns<br />

passaram ainda no perío<strong>do</strong> da ditadura, outros no<br />

perío<strong>do</strong>, já, após a ditadura. Uns foram militantes<br />

naquele perío<strong>do</strong>, outros na transição.<br />

Iniciarei uma lista com os nomes <strong>do</strong>s<br />

companheiros, se o Plenário tiver outros nomes,<br />

por favor, decline-os. Depois faremos um minuto<br />

de silêncio por esses companheiros.<br />

Lembramos de Ewerton Montenegro<br />

Guimarães; Aristides Silva de Souza, o primeiro a<br />

criar a comissão especial nesta Assembleia<br />

<strong>Legislativa</strong>; Dimes Broseghini Braga; Antônio<br />

Flores; Eneas Pinheiro, até hoje não encontra<strong>do</strong>;


Vitória-ES, terça-feira, 01 de setembro de 2009 Diário <strong>do</strong> Poder Legislativo - 4035<br />

Aristóteles Rangel; Júlio Moreira; Hermógenes<br />

Lima Fonseca; Vespasiano Meirelles; Rubens<br />

Gomes; Nilson Lino Rodrigues, o Nilson Bigode;<br />

Aril<strong>do</strong> Valadão; Orlan<strong>do</strong> Bonfim; João Calatroni;<br />

Benjamin de Carvalho Campos; Aldemar Oliveira<br />

Neves; Reveren<strong>do</strong> Jaime Wright, que veio a<br />

falecer militan<strong>do</strong> no Espírito Santo recentemente;<br />

Paulo Vinha; Otaviano de Carvalho; Joel Bezerra;<br />

César Ronald; Mário Gurgel; José Carlos Freitas.<br />

O SR. JORGE WILSON PEREIRA –<br />

Lembramos os seguintes nomes: <strong>do</strong> Senhor<br />

Alexandre e da Senhora Josefina, de Boa Vista –<br />

localiza<strong>do</strong> entre Barra de São Francisco e Nova<br />

Venécia; <strong>do</strong> Cabo João de Joassuba – Ecoporanga;<br />

<strong>do</strong> Senhor Zulmarino Alves Porto; <strong>do</strong> Senhor<br />

Nelson Fraga Pinheiro, Presidente da Câmara de<br />

Verea<strong>do</strong>res de Barra de São Francisco e membro<br />

<strong>do</strong> Parti<strong>do</strong> Comunista Brasileiro.<br />

O SR. PRESIDENTE – (CLAUDIO<br />

VEREZA) – To<strong>do</strong>s esses companheiros são<br />

lembra<strong>do</strong>s neste momento e estão presentes.<br />

A palavra está franqueada a to<strong>do</strong>s que<br />

quiserem fazer uso dela.<br />

Conce<strong>do</strong>-a ao Senhor Irake Tristão.<br />

O SR. IRAKE TRISTÃO – (Sem<br />

revisão <strong>do</strong> ora<strong>do</strong>r) - Senhor Deputa<strong>do</strong> Claudio<br />

Vereza, conheço o Senhor Perly Cipriano desde o<br />

tempo <strong>do</strong>s Senhores Hermógenes Lima Fonseca,<br />

Clementino Salles Dalmácio e César Ronald,<br />

exila<strong>do</strong> no Chile.<br />

Fui preso em Colatina - o Senhor Carlito<br />

Osório sabe disso - em Vitória e no Rio de Janeiro<br />

- na União Nacional <strong>do</strong>s Estudantes (UNE). O<br />

Senhor Brizola, aju<strong>do</strong>u na minha libertação, como<br />

estudante, e quan<strong>do</strong> esteve aqui lembrou-se <strong>do</strong><br />

fato. Será que estou inseri<strong>do</strong> nesse livro que fala<br />

sobre as pessoas que lutaram contra a Ditadura<br />

Militar? Durante toda a vida lutei contra a<br />

Ditadura Militar, pela democracia. O Senhor<br />

Carlito Osório sabe que fui preso em Colatina, em<br />

Vitória e no Rio de Janeiro.<br />

Hoje me orgulho por estar no livro Os<br />

notáveis como professor, mas me orgulho de ter o<br />

livro Pequenas Histórias de Cadeia, <strong>do</strong> meu<br />

queri<strong>do</strong> amigo Perly Cipriano. Para mim é a maior<br />

honra <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> ser amigo de Perly Cipriano, um<br />

defensor que lutou pela liberdade <strong>do</strong> Brasil, pela<br />

democracia. (Muito bem!)<br />

O SR. PRESIDENTE – (CLAUDIO<br />

VEREZA) – Senhor Irake Tristão, não temos<br />

certeza se foi cita<strong>do</strong> no depoimento daqueles que<br />

participaram de uma série de sessões da Comissão<br />

Especial de ex-presos políticos, que funcionou<br />

nesta Casa na década de noventa.<br />

É bem possível que o Senhor tenha si<strong>do</strong><br />

cita<strong>do</strong> pelos companheiros que compareceram na<br />

sede antiga da Assembleia <strong>Legislativa</strong> e nesta<br />

nova sede durante vários meses.<br />

O SR. IRAKE TRISTÃO – Muito<br />

obriga<strong>do</strong>.<br />

O SR. PRESIDENTE – (CLAUDIO<br />

VEREZA) – Agradecemos a presença da<br />

Deputada Federal Iriny Lopes e <strong>do</strong><br />

Desembarga<strong>do</strong>r José Paulo Calmon Nogueira da<br />

Gama, que precisam se retirar da sessão neste<br />

momento.<br />

O microfone está disponível para o debate.<br />

Neste momento falará o companheiro José Rocha.<br />

O SR. JOSÉ ROCHA – (Sem revisão <strong>do</strong><br />

ora<strong>do</strong>r) - Senhor Deputa<strong>do</strong> Claudio Vereza,<br />

Senhor Perly Cipriano, senhores e senhoras, é<br />

preciso reescrever essa história que está muito mal<br />

escrita.<br />

Há pouco tempo a jornalista Lúcia<br />

Hipólito disse uma frase infeliz: “Pensão-<br />

ditadura”. Posteriormente, essa mesma frase<br />

infeliz vem sen<strong>do</strong> ratificada por outras pessoas<br />

como um jornalista muito badala<strong>do</strong> pela mídia,<br />

Senhor Elio Gaspari, um cidadão medíocre que<br />

escreve um artigo a esse respeito. O arcabouço <strong>do</strong><br />

artigo é algo muito bonito, mas a essência nada<br />

passa de uma sandice, uma besteira porque acaba<br />

ratifican<strong>do</strong> o que Lúcia Hipólito dissera. Mas não<br />

é bem assim. Isso me foi cobra<strong>do</strong> por uma cidadã<br />

de Guaçuí que me disse que se soubesse que<br />

haveria indenização teria também luta<strong>do</strong> contra a<br />

ditadura. Falei o seguinte: Mulher, naquela época<br />

você tinha quatro anos de idade. Se o cortejo<br />

fúnebre da sua mãe for andan<strong>do</strong>, você seria capaz<br />

de pagar a um tara<strong>do</strong> para virar o caixão de sua<br />

mãe e estuprá-la para no futuro receber uma<br />

indenização, por danos morais, físicos e<br />

psicológicos? Ela não deu resposta e falei: Já sei<br />

qual é o seu caso. Você está boa de trabalhar no<br />

Programa <strong>do</strong> SBT, Topa Tu<strong>do</strong> por Dinheiro.<br />

A coisa não é bem assim. O Mao Tsé-<br />

Tung dizia que uma revolução não é algo muito<br />

sofistica<strong>do</strong>; não é uma aula de borda<strong>do</strong>; não é<br />

desenho ou uma festa de aniversário. Mao Tsé-<br />

Tung dizia que uma revolução é um ato de<br />

violência, quan<strong>do</strong> uma classe derruba a outra. O<br />

que foi que se viu em 1.º de abril de 1964, neste<br />

País? Foi um ato de ignomínia, opróbrio. Uma<br />

contrarrevolução, uma coisa vergonhosa, porque<br />

se subentende como revolução pelo menos <strong>do</strong>is


4036 - Diário <strong>do</strong> Poder Legislativo Vitória-ES, terça-feira, 01 de setembro de 2009<br />

tiros em senti<strong>do</strong> oposto e nada disso houve. Houve<br />

um golpe simplesmente vergonhoso.<br />

Reconheço a cultura <strong>do</strong>s Argentinos. Basta<br />

dizer que Buenos Aires sozinha tem mais bibliotecas<br />

<strong>do</strong> que o Brasil to<strong>do</strong>. Eles possuem uma cultura<br />

fabulosa. Isso ficou prova<strong>do</strong> há poucos dias, quan<strong>do</strong><br />

dialogava com um argentino e dizia que o Brasil<br />

estava lucran<strong>do</strong>, levan<strong>do</strong> vantagem na pauta de<br />

exportação <strong>do</strong> café. Ele - com menos escolaridade<br />

<strong>do</strong> que eu – mostrou sua cultura falan<strong>do</strong> que não era<br />

bem assim. Ele disse que o café é sinônimo de<br />

comunhão. Tu<strong>do</strong> é resolvi<strong>do</strong> em uma mesinha de<br />

café. Se for ofereci<strong>do</strong> café aos generais, antes de<br />

uma guerra, começam a beber o café e acabam<br />

resolven<strong>do</strong> a situação sem deflagrar a guerra.<br />

Esse argentino mostrou que mesmo ten<strong>do</strong><br />

menos escolaridade que eu existia algo atrás dele: a<br />

cultura. Há um viés interessante nessa reação<br />

argentina: os militares tiveram a farda rasgada em<br />

público e, até hoje, estão encarcera<strong>do</strong>s por crime de<br />

traição à Pátria. Há um detalhe importante. Depois<br />

que a Itália não reconheceu o desaparecimento de<br />

trinta mil argentinos, não aceitava esse argumento <strong>do</strong><br />

desaparecimento, puro e simples, de trinta mil<br />

cidadãos, a ditadura argentina começou a balançar.<br />

Fizeram uma coisa que no Brasil não<br />

aconteceu. Começaram a distribuir os filhos <strong>do</strong>s<br />

presos políticos para os militares. Depois, ven<strong>do</strong> que<br />

a situação estava periclitante, ven<strong>do</strong> que a situação<br />

estava catastrófica, para dar uma sobrevida àquela<br />

ditadura infame, resolveram invadir as Malvinas.<br />

Eles se deram mal.<br />

Um homem que invadiu a Malvina, o<br />

General Mário Menendez, nunca ocupou nenhum<br />

cargo de chefia dentro <strong>do</strong> Exército argentino. Mas<br />

chefiou dezesseis mil solda<strong>do</strong>s na Malvina Oriental<br />

e Malvina Ocidental.<br />

Dentre esses presos militares quem mais está<br />

sofren<strong>do</strong> é o Mário Menendez e não Jorge Rafael<br />

Videla. Mário Menendez, que já está com oitenta e<br />

cinco anos, continua num cubículo de três por cinco,<br />

que no fun<strong>do</strong>, no fun<strong>do</strong> é um atenta<strong>do</strong> contra os<br />

direitos humanos.<br />

Devemos fuzilar uma pessoa se necessário<br />

for. Mas pela violência não devemos arrancar um fio<br />

de cabelo de um cidadão.<br />

Mas por que isso tu<strong>do</strong> aconteceu na<br />

Argentina? É por que o brasileiro de tu<strong>do</strong> é um<br />

idiota? É um imbecil? É um pascásio? Nada disso.<br />

É porque na Argentina, assim como no Brasil, não<br />

foram só os militares que fizeram essa<br />

esculhambação toda.<br />

Outro dia, contan<strong>do</strong>, encontramos dezesseis<br />

marechais civis que pertenceram à Ditadura de 64.<br />

Na Argentina, por uma questão<br />

psicológica de catarse, ao transferir a<br />

responsabilidade por toda baderna, por toda<br />

esculhambação, por to<strong>do</strong> desman<strong>do</strong> para os<br />

militares, querem se desagravar daquela derrota<br />

humilhante, vergonhosa. Dezesseis mil solda<strong>do</strong>s<br />

deita<strong>do</strong>s no chão e três mil ingleses pisan<strong>do</strong> nas<br />

costas deles.<br />

O cruza<strong>do</strong>r Belgrano recebeu um petar<strong>do</strong><br />

na popa, que subiu toda de uma vez. Um ato de<br />

violência tremen<strong>do</strong>. Então, acham que, ao<br />

transferir essa responsabilidade, estão se eximin<strong>do</strong><br />

da mesma. Quan<strong>do</strong>, na realidade, a verdade não é<br />

essa. Se os argentinos querem fazer catarse, vão<br />

ter que “catar-se” em outro ponto, mas não pegar<br />

somente os militares como pretexto. (Muito<br />

bem!)<br />

O SR. PRESIDENTE – (CLAUDIO<br />

VEREZA) – Agradeço a presença <strong>do</strong> Senhor Luiz<br />

Fernano Schettino.<br />

Conce<strong>do</strong> a palavra ao Senhor Jorge<br />

Wilson Pereira.<br />

O SR. JORGE WILSON PEREIRA –<br />

(Sem revisão <strong>do</strong> ora<strong>do</strong>r) – Boa-tarde. Meu nome<br />

é Jorge Wilson, ex-militante <strong>do</strong> Parti<strong>do</strong> Comunista<br />

Brasileiro.<br />

Nesta oportunidade, queremos<br />

homenagear mais uma vez o nosso companheiro,<br />

Senhor Deputa<strong>do</strong> Claudio Vereza, por essa feliz<br />

iniciativa desta convocatória para esta reunião<br />

plenária <strong>do</strong>s anistia<strong>do</strong>s, <strong>do</strong>s antigos presos<br />

políticos que ainda não estão anistia<strong>do</strong>s, familiares<br />

e interessa<strong>do</strong>s nesta luta.<br />

Não deveria falar sobre o Senhor<br />

Deputa<strong>do</strong> Claudio Vereza, porque partiria para o<br />

la<strong>do</strong> totalmente pessoal. S. Ex. a sabe da minha<br />

estima e admiração.<br />

Quero homenagear também o<br />

companheiro Senhor Carlito Osório por seu<br />

aniversário. Que seus anos de vida se<br />

multipliquem com muita saúde e paz.<br />

Quero, de forma especial, cumprimentar o<br />

meu co-conterrâneo. Nasci em Vitória e fui para o<br />

Município de Barra de São Francisco com três<br />

anos; o Senhor Perly Cipriano é <strong>do</strong> Município de<br />

Aimorés e foi para Barra de São Francisco<br />

também pequeno.<br />

Talvez seja quem mais conheça o Senhor<br />

Perly Cipriano, como pessoa física, <strong>do</strong>s que aqui<br />

estão. Quan<strong>do</strong> era a<strong>do</strong>lescente, vi S. Ex.ª vesti<strong>do</strong><br />

de calça curta. Já passei <strong>do</strong>s sessenta e sete anos e<br />

Perly está com um pouco menos.<br />

Cumprimentamos a Senhora Deputada<br />

Federal Iriny Lopes, que nos tem da<strong>do</strong> suporte em<br />

Brasília, mas que infelizmente não se encontra<br />

mais presente.<br />

Gostaríamos também que o companheiro<br />

<strong>do</strong> Judiciário estivesse presente, porque temos<br />

algumas palavras dirigidas ao Poder que<br />

representa.


Vitória-ES, terça-feira, 01 de setembro de 2009 Diário <strong>do</strong> Poder Legislativo - 4037<br />

Fazemos uma solicitação especial ao<br />

Senhor Deputa<strong>do</strong> Claudio Vereza. Ao citarmos os<br />

nomes <strong>do</strong>s membros <strong>do</strong> Parti<strong>do</strong> Comunista em<br />

Barra de São Francisco e Nova Venécia, omitimos<br />

um <strong>do</strong>s mais valorosos que por lá tivemos e que<br />

foi membro <strong>do</strong> Comitê Municipal, suplente <strong>do</strong><br />

Comitê Estadual <strong>do</strong> Parti<strong>do</strong> Comunista, como nós.<br />

Estamos falan<strong>do</strong> <strong>do</strong> Senhor Luiz Mozarth<br />

Guimarães Ferreira, ex-coletor federal <strong>do</strong><br />

Município de Barra de São Francisco, que muito<br />

nos incentivou, que nos aju<strong>do</strong>u a criar condições<br />

na cidade para transformarmos uma escola<br />

particular em escola pública, que exigíssemos a<br />

criação <strong>do</strong> sindicato rural e para que<br />

escondêssemos essas lideranças no Município de<br />

Cachoeirinha de Itaúnas, sob a guarda <strong>do</strong><br />

companheiro Senhor Nelson Fraga Pinheiro,<br />

farmacêutico, membro <strong>do</strong> Comitê Municipal <strong>do</strong><br />

Parti<strong>do</strong> Comunista de Barra de São Francisco e<br />

Presidente da Câmara de Verea<strong>do</strong>res. Então, não<br />

poderíamos deixar de solicitar que o nome <strong>do</strong><br />

Senhor Luiz Mozarth Guimarães Ferreira fosse<br />

inseri<strong>do</strong> entre os que já se foram em sau<strong>do</strong>sa<br />

memória.<br />

O Senhor Perly Cipriano tocou em algo<br />

que em cada um de nós aflora a sensibilidade. A<br />

anistia não é um ato comum e isola<strong>do</strong> <strong>do</strong> Jorge<br />

Wilson Pereira, <strong>do</strong> Perly Cipriano, <strong>do</strong> Carlito<br />

Osório ou de qualquer um aqui presente; não<br />

vamos nominar ninguém. É um ato que dá ao país<br />

a dignidade democrática de dizer àqueles que não<br />

conheceram a luta e não sabem nada <strong>do</strong> que<br />

aconteceu na nossa própria cidade de origem,<br />

Barra de São Francisco. Não é meu caso, nem de<br />

Ezequiel Ronchi Netto, nem de dezenas de outros<br />

companheiros que não adiantaria citar. Citaria<br />

alguém da família <strong>do</strong> próprio Perly Cipriano, um<br />

médico conceitua<strong>do</strong> na cidade, Doutor José<br />

Cipriano da Fonseca, que ficou algema<strong>do</strong> em um<br />

poste, no centro da cidade, mais de meio dia<br />

enquanto eu era joga<strong>do</strong> em um carro da Polícia<br />

Federal, como chamamos no interior, peia<strong>do</strong><br />

como um porco, com uma algema no pulso direito<br />

e outra na perna esquerda, e o outro pulso com a<br />

outra perna, in<strong>do</strong> para Ecoporanga. De lá para<br />

Cotaché para indicar companheiros <strong>do</strong> parti<strong>do</strong>,<br />

coisas que nunca tiveram de mim e jamais teriam.<br />

Dizia a eles que estava louco e que não<br />

conhecia ninguém em Ecoporanga. Mentira.<br />

To<strong>do</strong>s nós sabemos o que foi a resistência em<br />

Barra de São Francisco, a luta <strong>do</strong>s comunistas e<br />

<strong>do</strong>s companheiros de outras facções para fazer a<br />

manutenção de Cotaché, <strong>do</strong> Córrego <strong>do</strong> Limão, da<br />

questão <strong>do</strong> Itapeba, <strong>do</strong> Acabajá, que infelizmente<br />

ninguém fala, ninguém toca. Quan<strong>do</strong> cito o<br />

companheiro Cabo João, falo sobre Joaçuba.<br />

Companheiros, não foi só a Polícia<br />

Federal, Exército, Aeronáutica e Marinha; tivemos<br />

a participação efetiva de caça às bruxas pelo então<br />

governa<strong>do</strong>r, Senhor Christiano Dias Lopes, que se<br />

ufanava baten<strong>do</strong> no peito e dizen<strong>do</strong> que cassava<br />

qualquer um. E cassou os Senhores Dailson<br />

Laranja, Mário Gurgel, José Inácio Ferreira, to<strong>do</strong>s<br />

os nossos companheiros <strong>do</strong> parti<strong>do</strong> comunista.<br />

Quan<strong>do</strong> ele não fazia, encaminhava diretamente<br />

ao 38.° BI para fazer o encaminhamento para sair<br />

por um ato de Brasília.<br />

Sofri perseguição <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is la<strong>do</strong>s, fui<br />

persegui<strong>do</strong> pelas Polícias Militar, Civil e Federal,<br />

pelo Exército e pela Marinha. Lutamos<br />

desesperadamente para que o Arquivo Público <strong>do</strong><br />

Espírito Santo - bem gerencia<strong>do</strong> no que tange aos<br />

interesses hoje <strong>do</strong>s alemães, italianos, etc., mas<br />

não na questão <strong>do</strong> índio, <strong>do</strong> negro, <strong>do</strong> judeu, <strong>do</strong><br />

português que chegou em 1525 e principalmente<br />

<strong>do</strong>s presos políticos – nos ajudasse.<br />

Senhor Perly Cipriano, dei entrada, na<br />

Vara <strong>do</strong>s Feitos da Fazenda Pública <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong>, um<br />

mês atrás, a uma ação de habeas data pedin<strong>do</strong><br />

meus registros das cento e quarenta e duas caixas,<br />

que foram <strong>do</strong> Dops para o Arquivo Público há<br />

mais de quinze anos e ainda não foram abertas.<br />

Por isso, eu e dezenas de companheiros estamos<br />

prejudica<strong>do</strong>s. Onde está meu trancamento de<br />

notas? As prisões que sofremos na Graciano<br />

Neves, os espancamentos no porão da antiga<br />

Chefatura de Polícia? Onde estão os registros<br />

sofri<strong>do</strong>s na Delegacia de Polícia de Barra de São<br />

Francisco? As humilhações que sofremos ao<br />

sermos presos e passar pela cidade, algema<strong>do</strong>s e<br />

ficar até uma semana numa sala como se fôssemos<br />

as piores figuras <strong>do</strong> mun<strong>do</strong>? Fica o nosso protesto<br />

e já adianto que foi ajuizada, na Vara <strong>do</strong>s Feitos<br />

da Fazenda Pública <strong>do</strong> Espírito Santo, Vitória,<br />

uma ação de habeas data solicitan<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os<br />

meus da<strong>do</strong>s e com eles possivelmente os <strong>do</strong>s<br />

companheiros.<br />

Companheiros, essa visão não ficou pura e<br />

simplesmente em cima de nós. Havia órgãos - o<br />

próprio Tribunal de Justiça da época era<br />

pressiona<strong>do</strong> pelo 38º BI e até por quem queria ser<br />

o primeiro juiz federal <strong>do</strong> Espírito Santo, não<br />

maculan<strong>do</strong> memória de ninguém.<br />

O CGI – Comitê Geral de Investigações -<br />

quan<strong>do</strong> foi monta<strong>do</strong> na Caixa Econômica Federal<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Espírito Santo, foi para dar um cargo<br />

de juiz federal a um cidadão e a promotoria a<br />

outro cidadão que eram juízes no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

Espírito Santo.<br />

Não quero cometer um ato de delação,<br />

mas um desabafo. Perdi um cartório e continuo no<br />

Tribunal de Justiça com outro ato espúrio: eu era<br />

escrevente juramenta<strong>do</strong> há mais de cinco anos,<br />

quan<strong>do</strong> a aposenta<strong>do</strong>ria <strong>do</strong> meu pai se deu,<br />

solicitei a minha titularidade <strong>do</strong> cartório <strong>do</strong> 1.º<br />

Ofício de Barra de São Francisco. Depois de to<strong>do</strong>s


4038 - Diário <strong>do</strong> Poder Legislativo Vitória-ES, terça-feira, 01 de setembro de 2009<br />

os trâmites, e encaminha<strong>do</strong> meu nome ao Governo<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> para nomeação competente, o governo<br />

<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> não teria como, diante da Constituição e<br />

<strong>do</strong> que estava determina<strong>do</strong>, se negar a fazer o ato.<br />

Mas pressionaram o Presidente <strong>do</strong> Tribunal da<br />

época e num ato de pressão criou-se uma<br />

resolução antidemocrática de me estabilizar para<br />

um cargo no qual eu já era estabiliza<strong>do</strong> por<br />

concurso público como escrevente juramenta<strong>do</strong>.<br />

Nessa guerrinha de vai–e-vem desapareceu o meu<br />

processo. Aí prisão daqui, prisão dali quinze anos<br />

depois de tanta luta no tribunal, quan<strong>do</strong> já<br />

estávamos em 1988, no raiar de uma nova<br />

Constituição, esse tribunal retifica e ratifica a<br />

minha condição de titular <strong>do</strong> cartório de 1.º Ofício<br />

de Barra de São Francisco como tabelião de notas,<br />

Oficial de Registro Geral de Imóveis, Títulos,<br />

Documentos e Protestos de Títulos. Pasmem os<br />

senhores! Exoneraram-me <strong>do</strong> cargo de Escrevente<br />

Juramenta<strong>do</strong> e me ratificaram em outra resolução,<br />

também espúria, diante da constitucionalidade <strong>do</strong><br />

fato, como titular de cartório.<br />

Agora, a própria Comissão de Anistia<br />

necessita de um <strong>do</strong>cumento que diga que eu não<br />

recebo um centavo <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Espírito Santo,<br />

que não sou titular de cartório. Fiz um <strong>do</strong>cumento<br />

dirigi<strong>do</strong> ao Instituto Jerônimo Monteiro fazen<strong>do</strong><br />

essas solicitações e dan<strong>do</strong> subsídios para que<br />

possa estipular uma lei promulgada no Governo<br />

<strong>do</strong> então Governa<strong>do</strong>r Max Mauro a equiparação<br />

<strong>do</strong>s titulares de serventias não oficializadas aos<br />

promotores das Instâncias respectivas Primeira,<br />

Segunda e Terceira. Já vai para um mês que<br />

solicitei e ainda não foi para a Correge<strong>do</strong>ria para<br />

perguntar se realmente fui membro <strong>do</strong> Poder<br />

Judiciário, se recebo alguma coisa por lá, se fui<br />

nomea<strong>do</strong> em 1960 e até hoje não tenho<br />

aposenta<strong>do</strong>ria.<br />

Senhores companheiros da Mesa, é para<br />

se pasmarem, é impressionante. O meu caso<br />

juridicamente é ímpar no País. Aí um indivíduo<br />

disse: “Mas você vendeu o cartório”. Nunca<br />

vendi cartório. Meu pai já era aposenta<strong>do</strong> e fez<br />

uma negociata não sei com quem por aí afora. E<br />

isso resultou em colocar uma pessoa que nunca foi<br />

concursada e já se aposentou como tal. E eu<br />

continuo titular sem ter assento a cartório, sem ter<br />

recebimento, sem ter nada. Por quê? Porque lutava<br />

pela liberdade, porque lutava por um país como<br />

sonhávamos, como pensávamos que pudesse ser,<br />

um país socialista, um país que não tivesse fome,<br />

não tivesse miséria e que não precisássemos estar<br />

toda hora martelan<strong>do</strong> pelo mesmo la<strong>do</strong>.<br />

Agradeço mais uma vez a paciência de<br />

to<strong>do</strong>s em me ouvir. Parabenizo to<strong>do</strong>s que tiveram<br />

a oportunidade de estar nesta Casa, nesta data, em<br />

especial ao Senhor Deputa<strong>do</strong> Claudio Vereza e os<br />

demais componentes da Mesa.<br />

Desejo que em outras datas como esta<br />

estejamos juntos mais uma vez para homenagear<br />

não só o dia da anistia ou a data da nossa anistia,<br />

mas a anistia <strong>do</strong> povo brasileiro como um to<strong>do</strong>.<br />

(Muito bem!)<br />

O SR. PRESIDENTE – (CLAUDIO<br />

VEREZA) – Obriga<strong>do</strong>, companheiro Jorge<br />

Wilson Pereira.<br />

Agradecemos a presença <strong>do</strong> ex-deputa<strong>do</strong><br />

José Baioco, <strong>do</strong> Senhor Paulo Coutinho, expresidente<br />

da CUT; <strong>do</strong> Senhor Odimar<br />

Nascimento, da direção <strong>do</strong> PSB; <strong>do</strong> Senhor<br />

Paulo Gobira, que já se retirou; <strong>do</strong> Doutor José<br />

de Arimatéia Campos, Procura<strong>do</strong>r da Casa; <strong>do</strong><br />

Senhor Elias Pignaton Recla, Verea<strong>do</strong>r de<br />

Ibiraçu; da companheira Carla Osório, da<br />

bancada <strong>do</strong> PMN; <strong>do</strong> companheiro Vantuir<br />

Siqueira, da Secretaria da Frente de Mobilização<br />

Popular.<br />

Agradecemos imensamente a presença<br />

de to<strong>do</strong>s. Deixamos um agradecimento especial<br />

ao companheiro Luiz Apareci<strong>do</strong>, militante<br />

histórico, que se deslocou com dificuldade de<br />

Fundão a esta sessão especial. Torcemos para<br />

que se recupere o mais rápi<strong>do</strong> possível.<br />

Convidamos to<strong>do</strong>s para se dirigirem ao<br />

salão nobre, em frente à saída <strong>do</strong> Plenário, onde<br />

teremos um momento especial.<br />

Nada mais haven<strong>do</strong> a tratar, vou encerrar<br />

a presente a presente sessão. Antes, porém,<br />

convoco os Senhores Deputa<strong>do</strong>s e Deputadas<br />

para a próxima, que será dia 24/08/2009, à hora<br />

regimental e para a qual designo:<br />

EXPEDIENTE:<br />

O que ocorrer.<br />

ORDEM DO DIA: Votação da redação<br />

final <strong>do</strong> Projeto de Lei n.º 432/2007; discussão<br />

única <strong>do</strong> Projeto de Lei n.º 591/2007, discussão<br />

prévia <strong>do</strong>s Projetos de Lei n. os 156/2009 e<br />

229/2009 e discussão especial <strong>do</strong>s Projetos de Lei<br />

n. os 289/2009 e 336/2009.<br />

Está encerrada a sessão.<br />

A sessão foi encerrada às dezessete<br />

horas e quatorze minutos.


Vitória-ES, terça-feira, 01 de setembro de 2009 Diário <strong>do</strong> Poder Legislativo - 1<br />

PUBLICAÇÃO AUTORIZADA<br />

<strong>PODER</strong> EXECUTIVO<br />

GOVERNO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO<br />

GABINETE DO GOVERNADOR<br />

Vitória, 26 de agosto de 2009.<br />

MENSAGEM Nº 129/2009<br />

Senhor Presidente:<br />

Objetiva a presente Mensagem<br />

encaminhar a essa ilustre Assembleia<br />

<strong>Legislativa</strong> o anexo projeto de lei<br />

complementar onde proponho seja incluí<strong>do</strong> na<br />

estrutura organizacional da Secretaria de<br />

Esta<strong>do</strong> da Justiça – SEJUS o Centro de<br />

Detenção Provisória de São Mateus.<br />

O estabelecimento penal está em fase de<br />

construção com previsão de término da obra<br />

para o final <strong>do</strong> mês de agosto <strong>do</strong> corrente ano,<br />

proporcionan<strong>do</strong> a criação de 396 (trezentas e<br />

noventa e seis) novas vagas para o sistema<br />

penitenciário estadual.<br />

O presente projeto estabelece a criação<br />

de cargos de provimento em comissão de<br />

Direção, de Chefes de Segurança e de<br />

Departamentos de Assistência Social e de<br />

Psicologia e de Assessor Jurídico, necessários<br />

ao funcionamento da unidade criada.<br />

Em observação às normas da Lei de<br />

Responsabilidade Fiscal encaminho, anexo,<br />

Declaração de Atendimento ao Limite de<br />

Pessoal Defini<strong>do</strong> pela LRF, corrobora<strong>do</strong> pelo<br />

Relatório de Gestão Fiscal - Demonstrativo da<br />

Despesa com Pessoal - Orçamento Fiscal e da<br />

Seguridade Social - Janeiro/2008 a<br />

Dezembro/2008.<br />

Dessa forma, Senhor Presidente,<br />

esperan<strong>do</strong> contar com o apoio dessa ilustre<br />

Casa de Leis, aguar<strong>do</strong> a aprovação <strong>do</strong> incluso<br />

projeto.<br />

Atenciosamente<br />

PAULO CESAR HARTUNG GOMES<br />

Governa<strong>do</strong>r <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR Nº 23/2009<br />

Cria o Centro de Detenção<br />

Provisória de São Mateus -<br />

CDP e dá outras providências.<br />

Art. 1º Fica cria<strong>do</strong> e incluí<strong>do</strong> na<br />

estrutura organizacional básica, em nível de<br />

execução programática da Secretaria de Esta<strong>do</strong><br />

da Justiça - SEJUS, o Centro de Detenção<br />

Provisória de São Mateus - CDP.<br />

§ 1º O CDP de São Mateus fica<br />

subordina<strong>do</strong> hierarquicamente à Subsecretaria<br />

de Esta<strong>do</strong> para Assuntos Penais da SEJUS.<br />

§ 2º A administração <strong>do</strong> CDP de São<br />

Mateus, será executada, obedecidas às<br />

legislações nacional e estadual aplicáveis às<br />

normas e aos regulamentos da política penal<br />

dita<strong>do</strong>s pela SEJUS.<br />

Art. 2º Ao CDP de São Mateus<br />

compete a administração, o planejamento, a<br />

organização, o controle e a execução das<br />

atividades relativas à custódia de preso<br />

provisório, na forma da legislação penal<br />

vigente; outras atividades correlatas.<br />

Art. 3º Ficam cria<strong>do</strong>s os cargos de<br />

provimento em comissão com suas<br />

nomenclaturas, referências, quantitativos e<br />

valores, para atender às necessidades de<br />

funcionamento <strong>do</strong> CDP de São Mateus,<br />

constantes <strong>do</strong> anexo único, que integra esta Lei<br />

Complementar.<br />

Art. 4º Fica o Poder Executivo<br />

autoriza<strong>do</strong> a proceder às alterações necessárias<br />

no Plano Plurianual para o quadriênio de 2008<br />

a 2011, bem como a abrir os créditos<br />

adicionais necessários ao cumprimento desta<br />

Lei Complementar.<br />

Art. 5º Esta Lei Complementar entra<br />

em vigor na data de sua publicação.


2 - Diário <strong>do</strong> Poder Legislativo Vitória-ES, terça-feira, 01 de setembro de 2009<br />

ANEXO ÚNICO - Cargos de provimento em comissão cria<strong>do</strong>s, a que se refere o artigo 3º.<br />

Nomenclatura Ref. Quant. Valor Valor Total<br />

Diretor de Unidade QCE-04 1 3.276,00 3.276,00<br />

Diretor Adjunto de Unidade QCE-05 1 2.184,00 2.184,00<br />

Chefe de Segurança QC-01 1 1.458,55 1.458,55<br />

Chefe de Plantão QC-01 4 1.458,55 5.834,20<br />

Assessor Jurídico <strong>do</strong> Sistema Penal QC-01 1 1.458,55 1.458,55<br />

Chefe de Departamento de Assistência Social QC-01 1 1.458,55 1.458,55<br />

Chefe de Departamento de Psicologia QC-01 1 1.458,55 1.458,55<br />

Assistente de Enfermagem <strong>do</strong> Sistema Penal QC-04 1 662,84 662,84<br />

Total 11 17.791,24<br />

IMPACTO ORÇAMENTÁRIO FINANCEIRO<br />

PROJETO DE LEI QUE CRIA O CDP – SÃO MATEUS<br />

Valores em R$ 1,00<br />

ESPECIFICAÇÃO<br />

MENSAL 2009 2010 2011<br />

Criação de cargos comissiona<strong>do</strong>s 17.791 103.721 260.282 260.282<br />

Impacto orçamentário financeiro 17.791 103.721 260.282 260.282<br />

ATOS ADMINISTRATIVOS<br />

ATOS DA MESA DIRETORA<br />

ERRATA<br />

No Ato nº 1240 de 25.08.2009, publica<strong>do</strong><br />

em 26.08.2009:<br />

Onde se lê:<br />

(...) Prorrogar, por 30 (trinta) dias (...)<br />

* Memória de Cálculo anual (2009)<br />

Quantitativo de cargos = 11<br />

Valor total mensal: R$ 17.791<br />

Valor anual = (17.791 x 1,1 x 05,3)<br />

Valor anual = R$ 103.721<br />

* Memória de Cálculo anual (2010 e 2011)<br />

Quantitativo de cargos = 11<br />

Valor total mensal: R$ 17.791<br />

Valor anual = (17.791 x 1,1 x 13,3)<br />

Valor anual = R$ 260.282<br />

Leia-se:<br />

(...) Prorrogar, por 60 (sessenta) dias (...)<br />

PALÁCIO DOMINGOS MARTINS, em<br />

31 de agosto de 2009.<br />

ELCIO ALVARES<br />

Presidente<br />

MARCELO COELHO<br />

1º Secretário<br />

GIVALDO VIEIRA<br />

2º Secretário<br />

ATO Nº 1245<br />

A MESA DIRETORA DA<br />

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO


Vitória-ES, terça-feira, 01 de setembro de 2009 Diário <strong>do</strong> Poder Legislativo - 3<br />

ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usan<strong>do</strong><br />

de suas atribuições legais, resolve:<br />

EXONERAR, na forma <strong>do</strong> artigo 61, §<br />

2º, alínea “a”, da Lei Complementar nº 46, de<br />

31 de janeiro de 1994, NELBER DA SILVA<br />

MARTINS, <strong>do</strong> cargo em comissão de<br />

Assistente Legislativo, da Secretaria da<br />

Assembleia <strong>Legislativa</strong>.<br />

PALÁCIO DOMINGOS<br />

MARTINS, em 31 de agosto de 2009.<br />

ELCIO ALVARES<br />

Presidente<br />

MARCELO COELHO<br />

1º Secretário<br />

GIVALDO VIEIRA<br />

2º Secretário<br />

ATO Nº 1246<br />

A MESA DIRETORA DA<br />

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO<br />

ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usan<strong>do</strong><br />

de suas atribuições legais, resolve:<br />

EXONERAR, na forma <strong>do</strong> artigo 61,<br />

§ 2º, alínea “a”, da Lei Complementar nº 46,<br />

de 31 de janeiro de 1994, MEIRIANE<br />

OSORIA TURINI CUNHA, <strong>do</strong> cargo em<br />

comissão de Supervisor-Geral de Gabinete<br />

de Representação Parlamentar, código<br />

SGGRP, <strong>do</strong> gabinete <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Gival<strong>do</strong><br />

Vieira, por solicitação <strong>do</strong> próprio Deputa<strong>do</strong>,<br />

contida no processo nº 092854/2009.<br />

PALÁCIO DOMINGOS<br />

MARTINS, em 31 de agosto de 2009.<br />

ELCIO ALVARES<br />

Presidente<br />

MARCELO COELHO<br />

1º Secretário<br />

GIVALDO VIEIRA<br />

2º Secretário<br />

ATO Nº 1247<br />

A MESA DIRETORA DA<br />

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO<br />

ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usan<strong>do</strong><br />

de suas atribuições legais, resolve:<br />

EXONERAR, na forma <strong>do</strong> artigo 61,<br />

§ 2º, alínea “a”, da Lei Complementar nº 46,<br />

de 31 de janeiro de 1994, MARCOS<br />

ANTONIO DA SILVA DUARTE, <strong>do</strong> cargo<br />

em comissão de Subcoordena<strong>do</strong>r de Gabinete<br />

de Representação Parlamentar, código<br />

SCGRP, <strong>do</strong> gabinete <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Gival<strong>do</strong><br />

Vieira, por solicitação <strong>do</strong> próprio Deputa<strong>do</strong>,<br />

contida no processo nº 092854/2009.<br />

PALÁCIO DOMINGOS<br />

MARTINS, em 31 de agosto de 2009.<br />

ELCIO ALVARES<br />

Presidente<br />

MARCELO COELHO<br />

1º Secretário<br />

GIVALDO VIEIRA<br />

2º Secretário<br />

ATO Nº 1248<br />

A MESA DIRETORA DA<br />

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO<br />

ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usan<strong>do</strong><br />

de suas atribuições legais, resolve:<br />

NOMEAR, na forma <strong>do</strong> artigo 12,<br />

inciso II, da Lei Complementar nº 46, de 31<br />

de janeiro de 1994, LAIARA GOTARDO<br />

VALOTTO, para exercer o cargo em<br />

comissão de Assistente Legislativo, da<br />

Secretaria da Assembleia <strong>Legislativa</strong>.<br />

PALÁCIO DOMINGOS<br />

MARTINS, em 31 de agosto de 2009.


4 - Diário <strong>do</strong> Poder Legislativo Vitória-ES, terça-feira, 01 de setembro de 2009<br />

ELCIO ALVARES<br />

Presidente<br />

MARCELO COELHO<br />

1º Secretário<br />

GIVALDO VIEIRA<br />

2º Secretário<br />

ATO Nº 1249<br />

A MESA DIRETORA DA<br />

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO<br />

ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usan<strong>do</strong><br />

de suas atribuições legais, resolve:<br />

NOMEAR, na forma <strong>do</strong> artigo 12,<br />

inciso II, da Lei Complementar nº 46, de 31<br />

de janeiro de 1994, MARCOS ANTONIO<br />

DA SILVA DUARTE, para exercer o cargo<br />

em comissão de Supervisor-Geral de<br />

Gabinete de Representação Parlamentar,<br />

código SGGRP, no gabinete <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong><br />

Gival<strong>do</strong> Vieira, por solicitação <strong>do</strong> próprio<br />

Deputa<strong>do</strong>, contida no processo nº<br />

092854/2009.<br />

PALÁCIO DOMINGOS<br />

MARTINS, em 31 de agosto de 2009.<br />

ELCIO ALVARES<br />

Presidente<br />

MARCELO COELHO<br />

1º Secretário<br />

GIVALDO VIEIRA<br />

2º Secretário<br />

ATO Nº 1250<br />

A MESA DIRETORA DA<br />

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO<br />

ESTADO DO ESPÍRITO SANTO, usan<strong>do</strong><br />

de suas atribuições legais, resolve:<br />

NOMEAR, na forma <strong>do</strong> artigo 12,<br />

inciso II, da Lei Complementar nº 46, de 31<br />

de janeiro de 1994, MEIRIANE OSORIA<br />

TURINI CUNHA, para exercer o cargo em<br />

comissão de Subcoordena<strong>do</strong>r de Gabinete de<br />

Representação Parlamentar, código SCGRP,<br />

no gabinete <strong>do</strong> Deputa<strong>do</strong> Gival<strong>do</strong> Vieira, por<br />

solicitação <strong>do</strong> próprio Deputa<strong>do</strong>, contida no<br />

processo nº 092854/2009.<br />

PALÁCIO DOMINGOS<br />

MARTINS, em 31 de agosto de 2009.<br />

ELCIO ALVARES<br />

Presidente<br />

MARCELO COELHO<br />

1º Secretário<br />

GIVALDO VIEIRA<br />

2º Secretário<br />

ATOS DO DIRETOR-GERAL<br />

(*) PORTARIA Nº 452<br />

O DIRETOR-GERAL DA<br />

SECRETARIA DA ASSEMBLEIA<br />

LEGISLATIVA DO ESTADO DO<br />

ESPIRÍTO SANTO, usan<strong>do</strong> de suas de<br />

atribuições legais, resolve:<br />

MARCAR, 16 (dezesseis) dias<br />

restantes de férias regulamentares, referentes<br />

ao exercício de 2009, no perío<strong>do</strong> de 10 a<br />

25.09.2009, da servi<strong>do</strong>ra MÔNICA<br />

NOGUEIRA DE FARIA AGUIAR,<br />

matrícula nº 201984, exercen<strong>do</strong> o cargo em<br />

comissão de Assistente Legislativo, da<br />

Secretaria da Assembleia <strong>Legislativa</strong>,<br />

suspensas anteriormente conforme Portaria nº<br />

1165/09.<br />

Secretaria da Assembleia <strong>Legislativa</strong>,<br />

em 28 de agosto de 2009.<br />

JOSÉ DAS GRAÇAS PEREIRA<br />

DIRETOR-GERAL DA SECRETARIA<br />

(*) Reproduzida por ter si<strong>do</strong> publicada com incorreção.


HINO NACIONAL BRASILEIRO<br />

Poema: Joaquim Osório Duque Estrada<br />

Música: Francisco Manuel da Silva<br />

I<br />

Ouviram <strong>do</strong> Ipiranga as margens plácidas<br />

De um povo heróico o bra<strong>do</strong> retumbante,<br />

E o sol da Liberdade, em raios fúlgi<strong>do</strong>s,<br />

Brilhou no céu da Pátria nesse instante.<br />

Se o penhor dessa igualdade<br />

Conseguimos conquistar com braço forte,<br />

Em teu seio, ó liberdade,<br />

Desafia o nosso peito a própria morte!<br />

Ó Pátria amada,<br />

I<strong>do</strong>latrada,<br />

Salve! Salve!<br />

Brasil, um sonho intenso, um raio vívi<strong>do</strong><br />

De amor e de esperança à terra desce,<br />

Se em teu formoso céu, risonho e límpi<strong>do</strong>,<br />

A imagem <strong>do</strong> Cruzeiro resplandece.<br />

Gigante pela própria natureza,<br />

És belo, és forte, impávi<strong>do</strong> colosso,<br />

E o teu futuro espelha essa grandeza.<br />

Terra a<strong>do</strong>rada,<br />

Entre outras mil,<br />

És tu, Brasil,<br />

Ó Pátria amada!<br />

Dos filhos deste solo és mãe gentil,<br />

Pátria amada,<br />

Brasil<br />

II<br />

Deita<strong>do</strong> eternamente em berço esplendi<strong>do</strong><br />

Ao som <strong>do</strong> mar e a luz <strong>do</strong> céu profun<strong>do</strong>,<br />

Fulguras, ó Brasil, florão da América,<br />

Ilumina<strong>do</strong> ao sol <strong>do</strong> Novo Mun<strong>do</strong>!<br />

Do que a terra mais garrida<br />

Teus risonhos lin<strong>do</strong>s campos têm mais flores;<br />

“Nossos bosques têm mais vida”,<br />

“Nossa vida” no teu seio “mais amores”.<br />

Ó Pátria amada,<br />

I<strong>do</strong>latrada,<br />

Salve! Salve!<br />

Brasil, de amor eterno seja símbolo<br />

O lábaro que ostentas estrela<strong>do</strong>,<br />

E diga o verde-louro desta flâmula<br />

-Paz no futuro e glória no passa<strong>do</strong>.<br />

Mas, se ergues da justiça a clava forte,<br />

Verás que um filho teu não foge à luta,<br />

Nem teme, quem te a<strong>do</strong>ra, a própria morte.<br />

Terra a<strong>do</strong>rada,<br />

Entre outras mil,<br />

És tu, Brasil,<br />

Ó Pátria amada!<br />

Dos filhos deste solo és mãe gentil,<br />

Pátria amada,<br />

Brasil!<br />

HINO DO ESPÍRITO SANTO<br />

Música: Arthur Napoleão<br />

Letra: Pessanha Póvoa<br />

Surge ao longe a estrela prometida<br />

Que a luz sobre nós quer espalhar;<br />

Quan<strong>do</strong> ela ocultar-se no horizonte,<br />

Há de o sol nossos feitos lumiar.<br />

Nossos braços são fracos, que importa?<br />

Temos fé, temos crença a fartar.<br />

Suprem a falta de idade e da força<br />

Peitos nobres, valentes, sem par.<br />

Estribilho<br />

Salve, oh povo espírito-santense.<br />

Herdeiro de um passa<strong>do</strong> glorioso,<br />

Somos nós a falange <strong>do</strong> presente<br />

Em busca de um futuro esperançoso.<br />

Saudemos nossos pais e mestres,<br />

A Pátria, que estremece de alegria,<br />

Na hora em que seus filhos, reuni<strong>do</strong>s,<br />

Dão exemplo de amor e de harmonia.<br />

Venham louros, coroas, venham flores<br />

Ornar os troféus da mocidade.<br />

Se as glórias <strong>do</strong> presente forem poucas,<br />

Acenai para nós – Posteridade!<br />

Estribilho<br />

Salve, oh povo espírito-santense.<br />

Herdeiro de um passa<strong>do</strong> glorioso,<br />

Somos nós a falange <strong>do</strong> presente<br />

Em busca de um futuro esperançoso.<br />

Saudemos nossos pais e mestres,<br />

A Pátria, que estremece de alegria,<br />

Na hora em que seus filhos, reuni<strong>do</strong>s,<br />

Dão exemplo de amor e de harmonia.<br />

Venham louros, coroas, venham flores<br />

Ornar os troféus da mocidade.<br />

Se as glórias <strong>do</strong> presente forem poucas,<br />

Acenai para nós – Posteridade!<br />

Surge ao longe a estrela prometida<br />

Que a luz sobre nós quer espalhar;<br />

Quan<strong>do</strong> ela ocultar-se no horizonte,<br />

Há de o sol nossos feitos lumiar.


ASSEMBLEIA LEGISLATIVA<br />

ESTADO DO ESPÍRITO SANTO<br />

DIRETORIAS DO <strong>PODER</strong> <strong>LEGISLATIVO</strong><br />

SECRETARIA-GERAL<br />

DIRETOR-GERAL DA SECRETARIA<br />

JOSÉ DAS GRAÇAS PEREIRA<br />

SECRETÁRIO-GERAL DA MESA<br />

CARLOS EDUARDO CASA GRANDE<br />

PROCURADOR-GERAL<br />

JULIO CESAR BASSINI CHAMUN<br />

SECRETÁRIA DA MESA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL<br />

ANA PAULA GARCIA BARROS<br />

SUBDIRETOR-GERAL – OCTÁVIO LUIZ ESPINDULA<br />

SUBPROCURADOR-GERAL - NILSON ESCOPELLE GOMES<br />

DIRETORIAS LEGISLATIVAS<br />

Alfre<strong>do</strong> Ferreira Pereira – Administrativa - DLA<br />

Paulo Marcos Lemos – Mesa Diretora - DLMD<br />

Almir Cordeiro Júnior – Centro de Processamento de Da<strong>do</strong>s - DLCPD<br />

Ricar<strong>do</strong> Wagner Viana Pereira – Redação - DLR<br />

Vanilza Marques da Silva – Processo Legislativo - DLPL<br />

Paulo da Silva Martins – Procura<strong>do</strong>ria - DLP<br />

José Augusto Freire de Matos - Mesa para Assuntos Econômicos - DLMAE<br />

– Documentação e Informação - DLDI<br />

Lucio Scarpelli – Serviço Médico - DLSM<br />

Marcelo Siano Lima – Comissões Permanentes e Temporárias - DLCPT<br />

Luzia Maria Rabello Amm de Assis – Taquigrafia Parlamentar - DLTP<br />

Luis Carlos Giuberti – Assessoria <strong>Legislativa</strong> de Segurança

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