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oteiro de leitura<br />
A <strong>INCRÍVEL</strong> <strong>FUGA</strong> <strong>DA</strong> <strong>CEBOLA</strong><br />
1. Resenha do Livro<br />
Uma jovem cebola quer escapar do horror<br />
das facas afiadas e da Grande Fritura. Para<br />
fugir do destino terrível que a espreita,<br />
a cebola vai precisar da ajuda do leitor.<br />
Assim, ela começa uma conversa para<br />
convencê-lo da importância de aprender a<br />
pensar.<br />
Do início ao fim faz questionamentos<br />
como: “Você seria diferente se tivesse<br />
outro nome?”, “Quanto dura um minuto<br />
quando você toma um sorvete?”, “O que<br />
é mais real: o que nós de fato fizemos ou<br />
o que nós pensamos que fizemos?”, “É<br />
possível alguém ser mau e bom?”…<br />
As perguntas não têm respostas, ou pelo<br />
menos não têm uma só resposta, seu<br />
objetivo é estimular a reflexão do leitor.<br />
Pois, segundo a cebola, quem aprende<br />
a pensar cresce livre e sábio, cria suas<br />
próprias verdades e ganha capacidade de<br />
solucionar problemas. Um livro original<br />
e filosófico ensinando que questionar,<br />
1<br />
autora Sara Fanelli<br />
ilustradora Sara Fanelli<br />
coleção Clara Luz<br />
editora Ática<br />
formato 21,2 x 29 cm<br />
número de páginas 68<br />
faixa etária sugerida 8/9 anos<br />
temas: Filosofia / Autoconhecimento<br />
/ Identidade /Amadurecimento<br />
duvidar, ter ideias é o caminho para<br />
a formação de um ser humano mais<br />
completo.<br />
2. Biografia da autora e ilustradora<br />
Sara Fanelli nasceu em Florença (Itália),<br />
mas vive em Londres (Inglaterra).<br />
Ilustradora, designer e escritora<br />
reconhecida internacionalmente criou<br />
vários livros para crianças. Já recebeu duas<br />
vezes o prêmio de Ilustração do Museu<br />
Victoria and Albert, de Londres, e é a<br />
primeira ilustradora a receber o título de<br />
Royal Designer for Industry, conferido pela<br />
instituição britânica Royal Society of Arts.<br />
Seu trabalho também pode ser visto na<br />
Tate Modern, a galeria de arte moderna<br />
mais importante do Reino Unido.
ilustrações e projeto<br />
gráfico<br />
As ilustrações são ricas em cores e<br />
formas.<br />
No fundo das páginas, Sara Fanelli<br />
alterna tons fortes, tons pastel e<br />
texturas. Utiliza desenhos, colagens,<br />
cita outras culturas, usa diferentes<br />
tipos de letras manuscritas de forma<br />
lúdica, realista, fantástica ou surreal<br />
que esclarecem mas também induzem<br />
o leitor a refletir. Tudo no projeto tem<br />
a função de nos fazer pensar.<br />
3. O professor mediador da leitura!<br />
O trabalho com o livro A Incrível Fuga da<br />
Cebola pressupõe uma constante atuação<br />
do professor–mediador para explorar ao<br />
máximo as questões que passam pelos<br />
valores, pelas escolhas éticas e racionais<br />
ou pelas preferências pessoais, temas<br />
fundamentais para se desenvolver ao<br />
longo do processo de formação das<br />
crianças a partir de suas experiências<br />
cotidianas.<br />
“A grande fuga da cebola não tem<br />
intenção de buscar respostas, de concluir<br />
cada questionamento com verdades<br />
únicas, mas sim levar o leitor ao ato<br />
de refletir, de ter condições de tomar<br />
consciência de si, do mundo e da realidade<br />
que o cerca. São perguntas que têm como<br />
finalidade estimular o leitor a pensar por si<br />
próprio.”<br />
O professor-mediador de leitura tem o<br />
papel de facilitar a compreensão do texto,<br />
a “traduzir” as perguntas ali apresentadas<br />
e contribuir para que os leitores<br />
estabeleçam a relação entre a ilustração e<br />
o texto. Além disso, ele tem a importante<br />
função que é a de problematizar as<br />
respostas dos leitores para então explorar<br />
2<br />
os conceitos trazidos, organizar as ideias<br />
do grupo, mobilizar os leitores a saírem do<br />
senso comum e, finalmente, fazer com que<br />
se tornem cúmplices e parceiros na fuga da<br />
Cebola.<br />
4. Como inserir A Incrível Fuga da Cebola<br />
na rotina escolar?<br />
Este é um livro que, embora cada aluno<br />
possa e deva ter o seu próprio exemplar,<br />
é para ser lido coletivamente, com<br />
diferentes dinâmicas que favorecem o<br />
compartilhamento das reflexões entre os<br />
leitores.<br />
Diferente das leituras convencionais nas<br />
quais o professor-mediador ou o leitor lê o<br />
livro inteiro para depois trocar informações,<br />
opiniões e fazer algum trabalho mais<br />
dirigido a respeito do livro, em A Incrível<br />
Fuga da Cebola, não funcionaria desta<br />
forma.<br />
Sugerimos que o trabalho com este<br />
livro seja realizado em formato de Roda<br />
de Conversa. A cada página uma roda<br />
de conversa, sendo que a frequência<br />
poderá ficar a critério do professor: diária,<br />
quinzenal, mensal etc.<br />
Para facilitar a organização do trabalho com<br />
o livro o professor também poderá organizar<br />
o planejamento baseado nos 7 grandes<br />
blocos temáticos que o livro traz:<br />
1) Quem sou eu? Identidade - Páginas: 10- 21<br />
2) Realidade e Medo- Páginas: 22-25<br />
3) Tempo e Memórias - Páginas: 26-35<br />
4) As palavras - Páginas : 42-47<br />
5) Felicidade - Páginas: 48-53<br />
6) O bem e o mal - Páginas: 54- 58<br />
7) A Incrível Fuga da Cebola - Páginas: 59- 61<br />
É muito importante ter claro que este é um<br />
livro que pressupõe discussões, conversas e<br />
trocas de ideias. Para isso a pressa não pode<br />
estar presente.
5. O registro do trabalho<br />
Selecionar algumas páginas que julgue<br />
mais estimulantes ou que tenham gerado<br />
discussões mais calorosas e pedir para que<br />
cada leitor anote no seu próprio livro pode<br />
ser uma opção interessante de registro.<br />
Outra possibilidade é a do professormediador<br />
fazer o papel de escriba<br />
e registrar as ideias levantadas pelo<br />
grupo, produzindo um resumo coletivo<br />
dos pontos “altos” da conversa ou da<br />
conclusão da turma, caso haja uma, por<br />
exemplo.<br />
Importante: não há necessidade de<br />
registro de todas as páginas nem<br />
tampouco de se produzir o consenso<br />
em torno de uma questão, pois dessa<br />
forma o trabalho corre o risco de ficar<br />
pouco original e se desviar do seu foco<br />
principal que são as discussões em<br />
grupo, o confronto de opiniões, ideias e<br />
experiências.<br />
6. Antes de ler o Livro<br />
1- Apresente o livro aos alunos.<br />
Proponha que o manuseiem, observem<br />
as informações da capa e contracapa e<br />
relatem dados que identifiquem a obra<br />
que será lida, como:<br />
Título do livro: A <strong>INCRÍVEL</strong> <strong>FUGA</strong> <strong>DA</strong><br />
<strong>CEBOLA</strong><br />
Autora: SARA FANELLI<br />
Ilustradora: SARA FANELLI<br />
Série: CLARA LUZ<br />
Editora: ÁTICA<br />
Explique a função de cada item. Mostre<br />
onde geralmente estão o nome da cidade<br />
em que se situa a editora, o número<br />
de edição e o ano de publicação. A<br />
familiarização com a ficha técnica do livro<br />
leva as crianças a entender melhor o que<br />
3<br />
são informações bibliográficas e, assim,<br />
aprender procedimentos importantes para<br />
sua formação como leitores.<br />
2- Antes de começar a leitura explore as<br />
ideias preliminares que os alunos podem<br />
ter a respeito do livro apenas olhando,<br />
observando e lendo as informações da<br />
capa:<br />
> O que esse título sugere a vocês?<br />
> O que vocês sabem sobre cebolas?<br />
> O que vocês imaginam sobre a autora/<br />
ilustradora?<br />
> Vemos o desenho de uma panela e de<br />
uma cebola, qual relação pode haver entre<br />
esses dois objetos?<br />
Chame a atenção dos alunos para a<br />
panela/frigideira e o desenho da fumaça<br />
que serve de suporte para o título. A<br />
cebola tem corpo, pernas e braços. Leve<br />
os alunos a indagar a respeito da função<br />
dos picotes ao redor do desenho da<br />
cebola. Conduza os leitores a descobrir<br />
que a cada página trabalhada deverão<br />
destacar uma camada da cebola e, ao<br />
final do livro, a cebola inteira poderá ser<br />
destacada.<br />
3- Proponha a leitura dos textos da<br />
contracapa:<br />
> Pelo texto, conseguem identificar quem<br />
é o personagem principal desta história?<br />
> O texto diz: “basta ser uma cebola<br />
desafiadora, que questiona e duvida”. O<br />
que significa esta frase?<br />
Certifique-se de que as crianças consigam<br />
antecipar algumas ações da cebola ao<br />
longo da história. Faça anotações para<br />
retomá-las após a leitura
7. Durante a leitura do Livro<br />
Na leitura compartilhada, faça algumas<br />
interrupções em momentos estratégicos<br />
do texto, formulando perguntas que<br />
ajudem o leitor a compreender melhor<br />
a obra e as questões ali propostas que<br />
abram a possibilidade de a criança fazer<br />
relações com sua vida e com outras<br />
histórias.<br />
O professor poderá também confeccionar<br />
um quadro em cartolina, ou qualquer outro<br />
material que preferir, para fazer os registros<br />
coletivos e deixar expostos na sala. Desta<br />
forma, os alunos poderão acompanhar os<br />
desafios que ainda terão que superar para<br />
finalmente conseguirem libertar a Cebola.<br />
Este “quadro de leitura” pode servir<br />
ainda para lembrar a turma dos desafios<br />
e conversas já percorridas, de modo que<br />
torne visíveis para a classe a leitura e<br />
reflexões feitas em relação a cada bloco<br />
temático.<br />
Neste sentido, sugerimos que o quadro<br />
de leitura tenha todos os blocos temáticos<br />
( veja abaixo quais são eles) com título de<br />
cada um e um espaço embaixo para a<br />
turma poder completar coletivamente.<br />
Bloco 1: Quem sou eu? Identidade -<br />
Páginas: 1- 21<br />
a) Nas pp. 2-3, aparece a frase “Quem sou<br />
eu?”. Quem vocês acham que faz essa<br />
pergunta? Como descobriram?<br />
> Alguma vez vocês se fizeram essa<br />
pergunta?<br />
b) Das pp. 1 a 9, vemos a cebola como<br />
se houvesse uma lente que parte de<br />
uma grande abertura e vai fechando e<br />
revelando a “face” da cebola, com olhos<br />
de menina. Vamos percebendo a textura<br />
4<br />
da cebola, a cor, o formato, até ela virar,<br />
nas pp. 10-11, quase toda um desenho.<br />
Pergunte:<br />
> O que sobrou na cebola que parece foto<br />
e não desenho? Qual terá sido a intenção<br />
da autora?<br />
> <strong>Ser</strong>á que toda criança ou jovem, assim<br />
como a jovem cebola, tem ânsia de<br />
aprender?<br />
c) Na p. 12, a cebola fala de seu terrível<br />
destino: a Grande Fritura. Estimule os<br />
questionamentos com perguntas como:<br />
> Nas pp. 14-15, ela diz “Por isso preciso<br />
da sua ajuda”. Com quem vocês acham<br />
que ela está falando?<br />
> Sim, ela está falando com vocês. Querem<br />
participar dessa aventura e ajudar a cebola<br />
a escapar da Grande Fritura? Para isso,<br />
leiam e observem cada página. Cada uma<br />
pode ser uma etapa vencida no socorro à<br />
personagem.<br />
> Vocês acham que a cebola vai conseguir<br />
escapar da Grande Fritura? Como ela pode<br />
escapar se esse é o destino dela?<br />
> No centro das pp. 14-15, há a frase<br />
“Pense! Imagine! Escreva!”. Por que a<br />
cebola propõe isso a vocês?<br />
d) Peça que cada aluno responda à<br />
pergunta central das pp. 16-17:<br />
> ”Quem é você?”<br />
Estimule os alunos a se apresentarem de<br />
maneira semelhante à da cebola: como<br />
se veem, o que desejam… Some as<br />
perguntas das pp. 18 a 21:<br />
> Quem acha que o seu jeito de ser não<br />
combina com o nome que tem? Por quê?<br />
> Além de usar nomes diferentes, o que<br />
mais vocês percebem nas pessoas quando<br />
estão bravas ou contentes com vocês?
Sentimentos e emoções são notados<br />
não apenas por meio do significado<br />
das palavras pronunciadas, mas<br />
também pela entonação da voz, pela<br />
expressão facial, pelo movimento e<br />
pela posição do corpo. Estimule as<br />
crianças a observar as pessoas, busque<br />
exemplos na própria turma.<br />
e) Estimule os alunos, sugerindo:<br />
> Na p. 20, a cebola pergunta “Quantos<br />
anos você sente que tem?”. É diferente<br />
“ter” e sentir” alguma coisa?<br />
> Sigam a ideia da cebola na p. 21: cada<br />
um escreve uma qualidade que julga ter<br />
para cada letra do seu nome.<br />
> Ainda na p. 21, um texto fala de Teseu e<br />
sua nau, o que ele terá feito para ser herói?<br />
O que vocês sabem sobre a Grécia antiga<br />
e sua mitologia?<br />
Revoltado com a situação em Creta<br />
– anualmente a vida de catorze<br />
jovens era sacrificada para alimentar<br />
Minotauro, o monstro do labirinto –,<br />
Teseu decidiu acabar com a fera. E<br />
combinou com o rei Egeu, seu pai,<br />
que, tendo sucesso, retornaria com<br />
velas brancas hasteadas, em vez das<br />
negras com as quais partia sua nau.<br />
Chegando a Creta, Ariadne, a filha do<br />
rei, ajudou Teseu com a espada que<br />
matou o Minotauro e com os fios, que<br />
o auxiliaram a escapar do labirinto.<br />
Vitorioso, o herói volta para sua terra.<br />
Próximo ao porto, porém, esquece<br />
de hastear as velas brancas como<br />
prometera, deixando seu pai pensar<br />
que havia perdido o único filho nas<br />
garras do Minotauro. Desesperado,<br />
o pai se joga ao mar, que recebeu o<br />
nome de Egeu em sua homenagem.<br />
5<br />
Bloco 2: Realidade e medo - Páginas: 22-<br />
25<br />
a) Nas pp. 22-23, a cebola tem medo da<br />
Grande Fritura e não entende por que o<br />
medo a faz tremer tanto se ele é invisível<br />
e não pode ser tocado. O momento é<br />
oportuno para conversar com as crianças<br />
sobre seus medos. Sugestão de perguntas:<br />
> Vocês têm medo do quê?<br />
> Esse medo pode ser visto, tocado?<br />
> Se pudesse ser visto, que forma e cor<br />
teria?<br />
b) Sugira aos alunos que desenhem o seu<br />
medo e depois pergunte:<br />
> Agora que cada um pode ver o seu<br />
medo desenhado no papel, será que ele<br />
ficou mais real do que era antes?<br />
> Além do medo, o que mais vocês<br />
sentem e consideram reais que não podem<br />
ver nem tocar?<br />
Real, realidade, significa tudo aquilo<br />
que existe, seja virtual, visível ou não.<br />
Acontece que cada um de nós percebe<br />
a realidade de modo diferente. Procure<br />
exemplificar com ideias, situações<br />
do universo infantil, vivenciadas por<br />
pessoas diferentes que as entenderam<br />
de modo diverso. Por exemplo: o<br />
último jogo de futebol na escola, será<br />
que todos o viram com o mesmo<br />
olhar?<br />
Bloco 3: Tempo e lembranças - Páginas:<br />
26-35<br />
a) Leia com os alunos as pp. 26 a 29.<br />
Chame a atenção deles para o fato de que<br />
o tempo e sua duração é uma convenção<br />
que serve de referência par a contagem<br />
do tempo, dependendo da situação que<br />
vivemos ele pode parecer fugaz ou eterno.<br />
As sensações podem nos enganar e muito!
) Converse com as crianças sobre o<br />
tempo. Procure saber as noções que têm<br />
sobre o “tempo”, perguntando:<br />
> O tempo marca o ontem, o hoje, o<br />
amanhã, a data de aniversário, a das<br />
férias... O que mais pode ser medido ou<br />
relacionado ao tempo?<br />
> Como podemos marcar a passagem<br />
do tempo externamente, fora de nossas<br />
sensações?<br />
> O que vocês acham que passa mais<br />
rápido: um mês de férias na praia com<br />
muito sol ou<br />
um mês de férias na praia com muita<br />
chuva?<br />
c) Na p. 30, aproveite para refletir com eles<br />
sobre o papel da memória. Pergunte:<br />
> A cebola diz que o tempo deixa<br />
lembranças dentro da gente. O que vocês<br />
acham que são lembranças?<br />
> Ela diz que umas lembranças<br />
permanecem vivas e outras vão se<br />
apagando. <strong>Ser</strong>á que elas desaparecem da<br />
nossa mente ou ficam guardadas?<br />
> Como será que a gente rememora as<br />
lembranças?<br />
d) Na margem esquerda da p. 32, aparece<br />
“memória” em diferentes idiomas.<br />
Estimule os alunos perguntando:<br />
> Que outras palavras estrangeiras<br />
chamaram a atenção de vocês ao longo do<br />
livro?<br />
e) Na p. 35, aproveite a questão da cebola<br />
“Todo mundo sempre concorda com a sua<br />
versão das lembranças?” e pergunte:<br />
> Já aconteceu com algum de vocês<br />
de passar, com um amigo ou colega,<br />
uma mesma situação e mais tarde cada<br />
um contá-la com detalhes e percepções<br />
diferentes?<br />
Bloco 4: As Palavras - Páginas : 42-47<br />
6<br />
a) No centro das pp. 42-43, há a pergunta:<br />
“Se nada é melhor que sorvete, e couvede-bruxelas<br />
é melhor que nada, couvede-bruxelas<br />
é melhor que sorvete?”. <strong>Ser</strong>á<br />
que os alunos concordam com ela? Em<br />
seguida, peça que eles leiam o texto à<br />
esquerda e estabeleçam relações entre os<br />
dois textos. Questione:<br />
> <strong>Ser</strong>á que, dependendo de como são<br />
formuladas, as frases podem enganar?<br />
> <strong>Ser</strong>á que tudo o que vocês ouvem e<br />
leem por aí é verdade? Vocês costumam<br />
parar para pensar, avaliar?<br />
> Se alguém conhecido importante diz<br />
alguma coisa na televisão ou na internet,<br />
essa fala é mais verdadeira que a fala de<br />
algum desconhecido na rua?<br />
b) No canto inferior da p. 47, um cão<br />
é apresentado com a frase: “Isto é um<br />
cachorro preto. Bem, pelo menos deste<br />
lado”. Pergunte aos alunos:<br />
> Quer dizer então que algo que vemos ou<br />
ouvimos pode ter mais de uma versão ou<br />
lado?<br />
> Vocês já se perguntaram por que<br />
a autora escolheu uma cebola como<br />
personagem principal do seu livro?<br />
Dependendo da maturidade e do<br />
envolvimento da turma, chame a<br />
sua atenção, na p. 47: a legenda<br />
em francês do desenho das cerejas,<br />
“Ceci n’est pas une cerise” (Isto não<br />
é uma cereja), faz uma referência ao<br />
quadro do cachimbo com a legenda<br />
“Ceci n’est pas une pipe” (Isto não é<br />
um cachimbo), do pintor belga René<br />
Magritte (1898-1967). A autora utiliza<br />
a intertextualidade para conferir mais<br />
complexidade ao texto, que ganha<br />
camadas, como a cebola, que podem<br />
ser lidas dependendo das referências<br />
e do repertório de cada um. Outros<br />
exemplos de intertextualidade são as
indicações à mitologia grega em<br />
Teseu e sua nau, na p. 21; ao poeta<br />
inglês Lewis Carroll (“Jubjub bird”,<br />
personagem do poema “Jaguadarte”),<br />
na p. 23; ao poeta polonês Stanislaw<br />
Lec (p. 44); e à peça teatral A ópera<br />
dos três vinténs, do dramaturgo<br />
alemão Bertold Brecht (Mackie Messer,<br />
personagem da peça), na p. 60.<br />
Bloco 5: Felicidade - Páginas: 48-53<br />
Aproveite o texto da p. 48, no qual a<br />
cebola diz que a felicidade não é eterna, é<br />
inconstante. Questione:<br />
> Se a cebola escapar de seu terrível<br />
destino, que é a Grande Fritura, vocês<br />
acham que ela será feliz para sempre?<br />
> O que acham que é preciso para as<br />
pessoas ou para vocês serem felizes?<br />
> Vocês se lembram de histórias em que os<br />
personagens principais foram felizes para<br />
sempre? O que acham disso?<br />
Bloco 6: Bem e mal - Páginas: 54- 58<br />
a) Leia com os alunos as pp. 54 a 58.<br />
Estimule-os a refletir, perguntando:<br />
> <strong>Ser</strong>á que existem pessoas que cometem<br />
maldades ou bondades o dia inteiro? A<br />
semana toda, sempre?<br />
> Por que a cebola começou a falar sobre<br />
o bem e o mal? Há relação com a história?<br />
> Na p. 55, a cebola diz acreditar que as<br />
facas “não devem ter coração” (p. 55).<br />
Vocês acham que a cebola é do bem e as<br />
facas são do mal? Por quê?<br />
Bloco 7: A Incrível Fuga da cebola -<br />
Páginas: 59- 61<br />
a) Na p. 61, a cebola está sendo dominada,<br />
mas se diz capaz de lutar. Peça que os<br />
7<br />
alunos levantem hipóteses:<br />
> Como ela poderá se livrar das facas?<br />
Vocês conseguem pensar em alguma<br />
coisa?<br />
> Nas pp. 62-63, a cebola diz que pode<br />
escapar espirrando seu líquido ardido nas<br />
facas. Vocês sabem que líquido é esse?<br />
b) Feche a discussão falando do livro como<br />
um todo:<br />
> Por que vocês acham que a cebola<br />
fez tantas perguntas ao longo do livro<br />
enquanto contava sua história?<br />
> Vocês perceberam que em todas as<br />
páginas há palavras grifadas, destacadas<br />
e de alguma forma chamando a nossa<br />
atenção? Por que será?<br />
7. Durante a leitura do Livro<br />
Avaliação<br />
Introduza questões para que a classe reflita<br />
sobre alguns momentos da leitura da<br />
obra. Inclua outras questões que possam<br />
fazer a ligação entre a história e o universo<br />
do aluno, sua imaginação e realidade,<br />
experiências e sonhos. Algumas sugestões:<br />
> O que vocês acharam da história da<br />
cebola?<br />
> Qual a parte mais interessante?<br />
> Quem não gostou?<br />
> O que acharam das perguntas feitas a<br />
vocês no livro? Tiveram que pensar muito<br />
para respondê-las? Em quais tiveram mais<br />
dificuldade?<br />
> Qual a pergunta ou perguntas que<br />
acharam mais curiosas ou engraçadas?<br />
> Nas pp. 10-11, a cebola diz que há tantas<br />
coisas que deseja saber. Vocês também<br />
têm muitas coisas que gostariam de<br />
aprender? O que e para quê?<br />
> Vocês acham que a fuga da cebola pode<br />
ter outro significado que não seja apenas a
fuga da personagem do seu destino?<br />
Relembre à turma o que foi dito antes:<br />
o que se apresenta aos nossos sentidos<br />
pode trazer verdades e significados que<br />
eles não captam. Por vezes, as palavras<br />
podem não dizer o que querem dizer. É<br />
preciso desconfiar, analisar, questionar...<br />
8. Encerramento do Projeto:<br />
Ufa! Quanto trabalho deu para libertar<br />
a Cebola, mas agora depois de tantas<br />
conversas, discussões e registros é hora de<br />
livrá-la da grande panela!<br />
Peça para cada leitor destacar a sua cebola<br />
do livro. Este é um momento especial e<br />
de grande euforia para todos, peça para<br />
cada um nomear e escrever o nome da sua<br />
cebola na última camada dela.<br />
Depois, com ajuda dos alunos, pendure<br />
as Cebolas pela sala, nos murais, na<br />
janela e até no teto se possível. Registre<br />
este momento com fotos para finalizar o<br />
projeto.<br />
Quando achar conveniente, retire as<br />
Cebolas da sala e devolva-as para seus<br />
alunos levarem para a casa.<br />
Além de dar sabor aos alimentos<br />
certamente a cebola deste livro pode<br />
contribuir para realçar a percepção<br />
sobre muitas coisas da vida oferecendo<br />
a possibilidade de uma experiência<br />
de leitura coletiva capaz de ampliar a<br />
condição de saber perguntar, saber ouvir,<br />
saber pensar, que afinal, é para que servem<br />
os livros.<br />
8