16.04.2013 Views

RESGATE HISTóRICO - Prefeitura Municipal de Campo Bom

RESGATE HISTóRICO - Prefeitura Municipal de Campo Bom

RESGATE HISTóRICO - Prefeitura Municipal de Campo Bom

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

8<br />

Erni João Hilgert – 83 anos<br />

Moro em <strong>Campo</strong> <strong>Bom</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1932, quando<br />

meu pai, que era pedreiro, veio para trabalhar.<br />

Naquela época não exista asfalto na cida<strong>de</strong> e meu<br />

pai alugou uma casa na região central. Ele tinha uma<br />

vitrola e tínhamos um vizinho que era <strong>de</strong>ntista e todo<br />

dia nos visitava para escutar um disco com a música<br />

Gauchinha. Foi assim que comecei a gostar <strong>de</strong> música,<br />

escutava muito em casa porque meu pai comprava<br />

muitos discos, e minha mãe tocava violão e meu pai<br />

flauta. Estu<strong>de</strong>i um pouco <strong>de</strong> música e hoje toco cítara.<br />

Também canto. Entrei no coral quando minha mãe era regente do coral da igreja evangélica<br />

e da igreja católica, e ela também cantava, era contralto, a segunda voz. Meu irmão e eu já<br />

gravamos um CD com músicas populares e natalinas. Hoje canto no coral <strong>de</strong> <strong>Bom</strong> Princípio e<br />

a música me traz muita alegria, acho que todas as pessoas que cantam ou tocam instrumentos<br />

são felizes, eu sou apaixonado pela música, toca no meu coração.” (músico)<br />

Evanir Eloisa Martini – 53 anos<br />

Cheguei em <strong>Campo</strong> <strong>Bom</strong> com cinco anos,<br />

quando meu pai, que era sapateiro, foi convidado<br />

para trabalhar numa fábrica calçadista da cida<strong>de</strong>.<br />

Anos mais tar<strong>de</strong>, eu já conhecia o Joelci, meu esposo,<br />

quando surgiu a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong>le adquirir o Jornal<br />

O Fato, e ele me convidou para trabalhar no jornal, porque<br />

eu era <strong>de</strong> <strong>Campo</strong> <strong>Bom</strong> e conhecida da cida<strong>de</strong>. Estamos<br />

há 33 anos fazendo o jornal, e neste período já<br />

passamos por vários ciclos e temos que estar atentos às<br />

mudanças. As novas tecnologias estão aí, a evolução,<br />

mas o jornal é algo palpável, que <strong>de</strong>ixa registrado, e no que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> mim não terminará.<br />

Um povo tem que ter sua história registrada, eu as vezes pego os jornais <strong>de</strong> tempos<br />

atrás e me surpreendo com as mudanças. Nós que fizemos jornal temos que somar na comunida<strong>de</strong>,<br />

porque o meio <strong>de</strong> comunicação tem que ser responsável pelo que faz, temos que<br />

respeitar as pessoas, sem expô-las. Temos compromisso com a verda<strong>de</strong>, tendo a consciência<br />

<strong>de</strong> que estamos fazendo a coisa certa.” (jornal O Fato)<br />

Flávio Selonir De Lima – 63 anos<br />

Meu envolvimento com a música sertaneja começou<br />

na adolescência, quando gostava muito <strong>de</strong><br />

acompanhar os programas <strong>de</strong> rádio. Meu pai tinha um<br />

rádio à bateria e a gente sentava a noite pra tomar chimarrão<br />

e curtir os programas sertanejos. Depois comecei<br />

a me interessar mais e surgiu a Rádio Cin<strong>de</strong>rela em<br />

<strong>Campo</strong> <strong>Bom</strong>. Fui um dos primeiros comunicadores, isso<br />

em 1978, e fiquei na rádio até a década <strong>de</strong> 90. Meus<br />

ídolos da música sertaneja sempre foram, e são até hoje,<br />

Milionário e José Rico. Mas tive o prazer <strong>de</strong> ter no<br />

meu programa duplas como Rony e Robson, Abel e Caim, e <strong>de</strong>pois fui conhecendo outros artistas<br />

<strong>de</strong> renome, e tive cada vez mais vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> dar continuida<strong>de</strong> ao meu trabalho. A música<br />

sertaneja, que a gente chama <strong>de</strong> sertaneja mesmo, é aquela <strong>de</strong> viola e violão, que falava<br />

da caboclinha, da carreta <strong>de</strong> boi. Depois veio um sertanejo um pouco ‘americanizado’, que<br />

as vezes as frases não rimavam. Depois surgiram outras duplas que fizeram sucesso, que eu<br />

respeito, mas que pra mim passam longe do sertanejo <strong>de</strong> raiz.” (radialista)<br />

Idor Breno Saft – 57 anos<br />

Moro <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1978 no bairro 25 <strong>de</strong> julho on<strong>de</strong><br />

construí minha vida e família. Aos poucos<br />

a gente foi se engajando na comunida<strong>de</strong>. Quando<br />

minha filha foi para o colégio, entrei no Círculo <strong>de</strong><br />

Pais e Mestres (CPM) e <strong>de</strong>pois, ajudando na Associação<br />

<strong>de</strong> Moradores do bairro. Quando viemos morar<br />

aqui, não tínhamos água, luz e era só um campo.<br />

Fazíamos a missa na área coberta no colégio que eu<br />

também aju<strong>de</strong>i a construir pelo CPM. Aquele antigo<br />

pavilhão <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira do colégio 25 <strong>de</strong> Julho foi<br />

construído com ma<strong>de</strong>ira doada que nós íamos buscar, cortar, <strong>de</strong>scascar e até carregar<br />

num caminhão cedido pela <strong>Prefeitura</strong>. Assim construímos aquele pavilhão, com mutirões.<br />

Em 1991 surgiu a vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> termos uma capela, e começamos a pedir doações<br />

para construção. Não tínhamos terreno, não tínhamos nada. Chamamos um empresário<br />

da cida<strong>de</strong> que nos doou um terreno e fomos pedir tijolos nas olarias e cimento entre<br />

os moradores. Hoje vejo aquela capela ali construída, o tamanho que ela tem hoje<br />

e lembro <strong>de</strong> tudo isso com muito orgulho.” (morador do bairro 25 <strong>de</strong> Julho)<br />

Terra <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s<br />

A leitura atenta dos relatos permite<br />

uma constatação: <strong>Campo</strong> <strong>Bom</strong><br />

é uma terra <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s. Foi<br />

atrás <strong>de</strong>la que gran<strong>de</strong> parte dos moradores<br />

veio. Além <strong>de</strong> empregos<br />

no setor calçadista, em franca expansão,<br />

muito filhos adotados por<br />

<strong>Campo</strong> <strong>Bom</strong>, enxergaram na cida<strong>de</strong><br />

alternativas <strong>de</strong> encontrarem uma<br />

profissão. Uns vieram para trabalhar<br />

na roça, outros para produzir<br />

calçados, há quem veio para lecionar,<br />

para pregar a palavra <strong>de</strong> Deus<br />

e os que se <strong>de</strong>dicaram a garantir a<br />

segurança dos <strong>de</strong>mais. Assim a cida<strong>de</strong><br />

foi se formando, num ciclo <strong>de</strong><br />

chegadas e novas <strong>de</strong>mandas. Dentre<br />

tantas, há quem quase per<strong>de</strong>u a<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ficar, mas encontrou<br />

o futuro quando partia na estação<br />

do trem. “Estava na estação para<br />

voltar para Taquara quando um<br />

homem apareceu e me ofereceu emprego.<br />

Comecei a trabalhar e logo<br />

vim <strong>de</strong> muda para <strong>Campo</strong> <strong>Bom</strong>”,<br />

conta o sapateiro Arthur Luiz Leuck<br />

(pag 3), funcionário por mais <strong>de</strong><br />

50 anos da empresa Reichert.<br />

Década <strong>de</strong><br />

60 - Rio do<br />

Sinos em<br />

<strong>Campo</strong> <strong>Bom</strong><br />

Ismar Reichert – 63 anos<br />

Na minha adolescência comecei a jogar no clube 15 <strong>de</strong> novembro, meu<br />

time do coração. Na época além do 15, havia ainda o Oriente e o Riogran<strong>de</strong>nse,<br />

mas todo o menino que gostava <strong>de</strong> jogar futebol tinha o <strong>de</strong>sejo<br />

<strong>de</strong> ir para o 15. Jogava na posição <strong>de</strong> centro médio, que hoje é chamado <strong>de</strong><br />

volante. A primeira oportunida<strong>de</strong> que o 15 teve <strong>de</strong> ganhar um título em casa,<br />

no seu campo, per<strong>de</strong>u. Foi um momento marcante e triste, mas <strong>de</strong> muito<br />

aprendizado. Encerrei minha carreira em 1977, e tive a felicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> receber<br />

nestes anos <strong>de</strong> carreira o prêmio Belfort Duarte, <strong>de</strong>dicado a todo atleta que<br />

durante 10 anos e no mínimo 200 jogos não tenha sido expulso. O 15 sempre<br />

se caracterizou por ser uma equipe bastante disciplinada, tanto é que<br />

não fui o único que recebeu este título. Des<strong>de</strong> menino também tive gosto pela odontologia<br />

e por isso cursei essa faculda<strong>de</strong>. Gosto <strong>de</strong> ser <strong>de</strong>ntista porque esta profissão me faz ser útil<br />

para as pessoas, me sinto realizado.” (ex-jogador do 15 <strong>de</strong> novembro)<br />

Jair Hugo Steigle<strong>de</strong>r – 57 anos<br />

Estou em <strong>Campo</strong> <strong>Bom</strong> <strong>de</strong>s<strong>de</strong> quando tinha dois anos, data em que meu<br />

pai começou a trabalhar na farmácia, que se chamava Mercúrio na época<br />

e era do meu avô. Em 1974 fui para faculda<strong>de</strong> cursar engenharia mecânica<br />

e meu pai me fez uma proposta para eu trabalhar na farmácia e aceitei o <strong>de</strong>safio.<br />

Em 1976 comprei a primeira proprieda<strong>de</strong> da farmácia, o terreno on<strong>de</strong><br />

hoje fica a se<strong>de</strong> localizada na Avenida Brasil. Depois abrimos outras casas e a<br />

empresa começou a crescer. Hoje nossa empresa é bem estruturada, organizada<br />

e tenho excelentes profissionais trabalhando comigo. A farmácia existe há<br />

55 anos, mas trata-se <strong>de</strong> um ramo muito dinâmico e que exige muito conhecimento.<br />

Ser um bom administrador e ter humilda<strong>de</strong>, <strong>de</strong>dicação, e uma boa<br />

relação com os fornecedores e clientes também é fundamental.” (farmácia <strong>Campo</strong> <strong>Bom</strong>)

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!