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senar instituto - Canal do Produtor

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COMO FOI FEITO ESSE TRABALHO<br />

“Alguém precisa rever, escrever e assinar os autos <strong>do</strong> Passa<strong>do</strong><br />

antes que o Tempo torne tu<strong>do</strong> raso.”<br />

Cora Coralina<br />

O Instituto CNA foi buscar em São Paulo, capital, e na cidade <strong>do</strong> Rio de Janeiro, pessoas que viveram a desproteção<br />

social em áreas rurais <strong>do</strong> Brasil. São pessoas simples, que contam sua trajetória, e pintam retratos <strong>do</strong> homem <strong>do</strong><br />

campo, <strong>do</strong> pequeno agricultor familiar. São eles que encontram mais <strong>do</strong> que dificuldades para permanecer no<br />

campo. Eles se deparam, de fato, com a impossibilidade. Essas quatorze pessoas hoje vivem em <strong>do</strong>is bairros de<br />

São Paulo, há bem pouco tempo considera<strong>do</strong>s favelas – Heliópolis e Paraisópolis, e em duas favelas famosas <strong>do</strong> Rio<br />

de Janeiro, Mangueira e Rocinha.<br />

Foram entrevistadas mais de vinte pessoas, mas uma seleção das histórias mais expressivas resultou em quartoze<br />

perfis. Eles falam não apenas da luta pela sobrevivência na área rural e das desproteções vividas, mas também das<br />

marcas e estigmas que aquelas desproteções cravaram nessas pessoas – suas carências, e o confronto com a<br />

realidade da cidade grande, a dificuldade de inserção no merca<strong>do</strong> de trabalho, inclusão que é o grande sonho de<br />

to<strong>do</strong>s. As entrevistas buscaram reconstruir os processos migratórios de cada um e uma atualização da memória<br />

<strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s para gerar um quadro das condições de vida na área rural e das principais motivações da<br />

definição pela mudança.<br />

A escolha pela realização de entrevistas qualitativas que se transformaram em pequenas histórias, fundamentadas<br />

nos processos de memória, foi definida pelo desejo de dar “humanidade” e colorir com experiências reais e<br />

subjetivas o extenso universo de estatísticas que retratam os processos de migração no país. As favelas e bairros<br />

populares foram visita<strong>do</strong>s muitas vezes, em busca de pessoas dispostas a resgatar suas histórias. Ainda que seja<br />

enorme o número de migrantes em todas as favelas, nem todas as pessoas se disponibilizam a remexer nos baús <strong>do</strong><br />

passa<strong>do</strong>, para encontrar lembranças tantas vezes <strong>do</strong>lorosas.<br />

As Associações de Mora<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s assentamentos populares urbanos, tanto no Rio de Janeiro como em São Paulo,<br />

têm desempenha<strong>do</strong> um papel fundamental na organização dessas comunidades. São hoje protagonistas na<br />

articulação com mora<strong>do</strong>res e na legitimação de ações e atividades realizadas nas comunidades que representam,<br />

mesmo ações de cunho pontual. No senti<strong>do</strong> de formalizar a ação desenvolvida, foi feito um termo de parceria com<br />

as Associações de Mora<strong>do</strong>res das quatro comunidades envolvidas no projeto. As Associações viabilizaram o acesso<br />

da equipe às comunidades e aos entrevista<strong>do</strong>s.<br />

Agradecemos a cada um das pessoas entrevistadas pelo seu tempo e sua disponibilidade de resgatar suas histórias,<br />

revelan<strong>do</strong> aspectos de uma vida que é também a vida de to<strong>do</strong>s nós, brasileiros.<br />

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