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memorial de tempo e espaço - embap

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Duração x <strong>tempo</strong><br />

Nessa condição, o que provoca a lembrança é o <strong>espaço</strong>, pois o <strong>tempo</strong> não registra a<br />

duração concreta. A duração <strong>de</strong> um <strong>de</strong>vaneio não tem um <strong>tempo</strong> <strong>de</strong>terminado, é um <strong>tempo</strong><br />

abstrato. Bachelard cita que “Em seus mil alvéolos, o <strong>espaço</strong> retém o <strong>tempo</strong> comprimido. É<br />

essa a função do <strong>espaço</strong>. [...] Aqui o <strong>espaço</strong> é tudo, pois o <strong>tempo</strong> já não anima a memória. –<br />

coisa estranha! – não registra a duração concreta [...].” E reforça que é pelo <strong>espaço</strong> on<strong>de</strong> en-<br />

contramos os “belos fósseis <strong>de</strong> uma duração concretizados em longos estágios.” Sendo que,<br />

“mais importante do que <strong>de</strong>terminar datas, é no <strong>espaço</strong> que po<strong>de</strong>mos conhecer e localizar nos-<br />

sa intimida<strong>de</strong>.” (BACHELARD 2005, p. 28-29)<br />

ANALOGIA 5 PROPOSTA<br />

Po<strong>de</strong>-se então dizer que a EMBAP faz parte do imaginário dos estudantes, professores<br />

e servidores, gravando imagens na memória <strong>de</strong> todos que nela estudaram e trabalharam. Buscando<br />

então, a analogia proposta neste trabalho entre o prédio da EMBAP com a casa como<br />

<strong>de</strong>scrito por Bachelard, po<strong>de</strong>mos inferir que o prédio tem gran<strong>de</strong> po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> evocação das lembranças:<br />

Nosso objetivo está claro agora: preten<strong>de</strong>mos mostrar que a casa é uma das maiores<br />

(forças) <strong>de</strong> integração para os pensamentos, as lembranças e os sonhos do homem.<br />

Nessa integração, o princípio <strong>de</strong> ligação é o <strong>de</strong>vaneio. (BACHELARD 2005, p. 26)<br />

No caso do estudo feito em cima das memórias do prédio antigo da EMBAP, po<strong>de</strong>mos<br />

i<strong>de</strong>ntificar tais lembranças através dos <strong>de</strong>poimentos <strong>de</strong> dois professores e uma aluna que estudaram/trabalharam<br />

na antiga se<strong>de</strong>. As perguntas feitas na entrevista pu<strong>de</strong>ram incentivar o aparecimento<br />

<strong>de</strong> imagens poéticas no imaginário dos entrevistados, que acarretam lembranças e<br />

<strong>de</strong>vaneios, surgindo um universo imaginado diante da imagem, propiciando assim a criação<br />

<strong>de</strong> uma poética. Nesta pesquisa usa-se tal poética como inspiração para uma futura exposição<br />

visando estimular seus visitantes a participarem <strong>de</strong>sse imaginário e <strong>de</strong>vaneio.<br />

5 Esclarece Reverdy que a imagem, fruto da associação <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias, nasce da ligação <strong>de</strong> realida<strong>de</strong>s mais ou menos afastadas; a<br />

"analogia", portanto, "é um meio <strong>de</strong> criação, é uma existência <strong>de</strong> relações. (MELLO 2002, p. 95)<br />

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