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manutenção assim, mais cuidada. Eu me lembro mais ou menos como funcionava a oficina <strong>de</strong><br />
música em janeiro, era uma coisa mais restrita lá no Solar do Barão, era uma coisa mais familiar,<br />
mas <strong>de</strong>pois a coisa vai crescendo <strong>de</strong>mais e a estrutura não comporta, não suporta. E eu<br />
acho que o pior da escola era isso, essa sufocação, <strong>de</strong> não po<strong>de</strong>r crescer, <strong>de</strong> não po<strong>de</strong>r se expandir,<br />
não ter essas condições. Acho que o principal problema era esse.<br />
Na escola sempre existiu duas correntes muito fortes <strong>de</strong> pensamento. Uma corrente era muito<br />
tradicionalista, que sempre quis manter o prédio como se<strong>de</strong>, como estrutura própria da escola,<br />
e a outra corrente que pensava em transformar esse <strong>espaço</strong> da Emiliano em um centro cultural,<br />
num centro <strong>de</strong> exposição e <strong>de</strong> teatro. Eu já vi vários projetos, várias maquetes e várias<br />
tentativas, só que o terreno lá tem problema técnico, o terreno é pequeno, então, mesmo que<br />
construa uma coisa, chega uma hora que a escola não tem pra on<strong>de</strong> se expandir mais, fica engessado.<br />
Então o objetivo é manter o prédio como uma estrutura histórica, como uma estrutura<br />
artística, como um centro artístico na cida<strong>de</strong> e transformar esse <strong>espaço</strong> num <strong>espaço</strong> cultural,<br />
tanto que a escola possa usar (Artes Visuais e Música) quanto a comunida<strong>de</strong> também, com o<br />
teatro, com o centro <strong>de</strong> exposição. Isso seria bastante legal!<br />
3- Você po<strong>de</strong> me <strong>de</strong>screver algum lugar em especial <strong>de</strong> lá?<br />
Tinham vários lugares especiais lá. Acho que os dois lugares mais marcantes eram a cantina, a<br />
pare<strong>de</strong> ficava no meio do caminho, todo mundo tinha que passar por ali, e o Hall <strong>de</strong> entrada,<br />
que como era um ponto central ali na escola, virava um ponto <strong>de</strong> encontro dos professores e<br />
alunos e era um ponto <strong>de</strong> movimentação muito gran<strong>de</strong>. Tinha o recanto também, que foi chamado<br />
recanto Dona Zulmira, que ficava lá no fundo, também era um ponto <strong>de</strong> encontro, o<br />
pessoal se reunia ali pra trocar uma i<strong>de</strong>ia, para fumar. Algumas salas tinham um carisma, como<br />
aquela sala que ficava no sótão, lá em cima, contavam muita história, eu acho que era a<br />
sala mais carismática da escola.<br />
4- Você po<strong>de</strong> me contar alguma estória relacionada à EMBAP?<br />
Qualquer estória sempre vai ter a imagem da Dona Zulmira. A Dona Zulmira foi uma figura<br />
patrimônio da escola. A noite, a gente estava dando aula e ela ficava na porta esperando para<br />
fechar, porque ela fazia questão <strong>de</strong> fechar todas as janelas e portas. Como ela morava lá, ela<br />
contava muitas estórias <strong>de</strong> barulhos que ela ouvia, do pessoal que se reunia ali dos antigos,<br />
que já tinham passado “pro andar <strong>de</strong> cima” e que se reuniam lá para fazer suas conferências.<br />
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