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memorial de tempo e espaço - embap

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EXPOSIÇÃO<br />

Para complementar esta pesquisa, se propõe a realização <strong>de</strong> uma exposição simulando<br />

o <strong>espaço</strong> EMBAP através <strong>de</strong> uma instalação que dê margem para o <strong>de</strong>vaneio do observador,<br />

principalmente para aqueles que frequentavam o lugar. Fazer com que o principal objetivo da<br />

exposição seja o <strong>de</strong> instigar as pessoas a viajarem através das sensações para o passado, e assim<br />

estimular a imaginação. Que a exposição seja causadora <strong>de</strong> bem estar 7 , do <strong>de</strong>spertar da<br />

intimida<strong>de</strong>, e para que seja assim, caminhar a inspiração e a criação das obras para algo sugestivo,<br />

que <strong>de</strong>sperte muito sutilmente <strong>de</strong>terminadas sensações <strong>de</strong> aconchego, <strong>de</strong> familiar e <strong>de</strong><br />

belo 8 . O universo imaginário criado pelo observador será influenciado pela imagem poética<br />

contida na obra. A intenção não é simplesmente convidar o expectador a visitar o passado do<br />

lugar, e sim a reencontrá-lo intimamente, a buscá-lo <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> si mesmo, a sonhar com esse<br />

lugar:<br />

O excesso do pitoresco <strong>de</strong> uma morada po<strong>de</strong> ocultar a sua intimida<strong>de</strong>. Isso é verda<strong>de</strong><br />

na vida; e mais ainda no <strong>de</strong>vaneio. As verda<strong>de</strong>iras casas da lembrança, as casas on<strong>de</strong><br />

os nossos sonhos nos conduzem, as casas ricas <strong>de</strong> um fiel onirismo, rejeitam qualquer<br />

<strong>de</strong>scrição. Descrevê-la seria mandar visitá-las. Do presente po<strong>de</strong>-se talvez dizer<br />

tudo, mas do passado! A casa primordial e oniricamente <strong>de</strong>finitiva <strong>de</strong>ve guardar sua<br />

penumbra. (BACHELARD 2005, p.32)<br />

Para alcançar tal objetivo po<strong>de</strong>mos trabalhar tanto com imagens subjetivas, que representam<br />

apenas algum <strong>de</strong>talhe inspirador, como po<strong>de</strong>mos trabalhar com imagens exatas, mas<br />

que precisam ser bem trabalhadas e convidativas, pois “o <strong>de</strong>senho objetivo, <strong>de</strong>sligado <strong>de</strong><br />

qualquer <strong>de</strong>vaneio, é um documento rígido e estável que marca uma biografia. Mas essa representação,<br />

se pelo menos <strong>de</strong>monstrar habilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>senho, talento <strong>de</strong> representação, [...] a<br />

simples apreciação da expressão [...] prolonga-se em contemplação e em <strong>de</strong>vaneio.” (BA-<br />

CHELARD 1957, p. 64) O importante é que a imagem poética tenha a sua verda<strong>de</strong>ira função:<br />

causar através <strong>de</strong> sua criação, o <strong>de</strong>vaneio poético.<br />

7 Aliás, é bastante surpreen<strong>de</strong>nte o fato <strong>de</strong> que, mesmo na casa confortável, a consciência do bem-estar apela para as comparações<br />

com os animais em seus refúgios. (BACHELARD 2006, p. 104)<br />

8 [...] <strong>de</strong>vaneio poético: tudo, por ele e nele, se torna belo. [...] O <strong>de</strong>vaneio poético nos dá o mundo dos mundos. O <strong>de</strong>vaneio<br />

poético é um <strong>de</strong>vaneio cósmico. É uma abertura para um mundo belo, para mundos belos. (BACHELARD 2006, p. 13)<br />

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