memorial de tempo e espaço - embap

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A partir desses acontecimentos, iniciou-se esta pesquisa, procurando fazer uma analogia do prédio histórico da EMBAP com “a casa” de Bachelard em A Poética do espaço. Essa analogia se define a partir dos estudos comparativos feitos através das entrevistas feitas com dois professores e uma aluna, relacionadas com os conceitos de Bachelard sobre memória, imaginação, imagem poética e devaneio, que comprovam que a poética do espaço proposta no livro, pode ser aplicada no caso da Escola de Música e Belas Artes do Paraná. Para um reforço desta pesquisa sugere-se uma exposição embasada no estudo aqui feito. Se propõe duas instalações que dão referência ao espaço do hall de entrada da EMBAP e também, algumas fotos que incentivam o expectador ao devaneio poético. 8
CONCEITOS PROPOSTOS POR BACHELARD Memória e imaginação Segundo Bachelard, as moradas de nossa vida, que são os lugares onde mais vivemos e frequentamos, têm o poder de evocar devaneios que, através de uma imagem poética, clareiam a memória e fazem nos lembrar de nossa infância, de nosso passado, de acontecimentos e objetos que se encontravam nesses lugares. Bachelard cita que: Abordando as imagens da casa com o cuidado de não romper a solidariedade entre a memória e a imaginação, podemos esperar transmitir toda a elasticidade psicológica de uma imagem que nos comove a graus de profundidade insuspeitos. (BACHE- LARD 2005, p. 26). Nessas recordações, não se pode separar a memória da imaginação, elas trabalham juntas constituindo a comunhão da lembrança e da imagem. A imagem poética A imagem poética não tem a sua origem nas lembranças do passado, mas no momento em que ela surge, ela nos permite evocá-lo. Ela vem da alma do artista, é algo inovador, que repercute em cada alma de uma forma nova e diferente. Bachelard refere que “a imagem poética não está sujeita a um impulso. Não é o eco de um passado. É antes o inverso: "Com a explosão de uma imagem, o passado longínquo ressoa de ecos e já não vemos em que profundezas esses ecos vão repercutir e morrer.” Em outro trecho diz que “o poeta não me confere o passado de sua imagem e, no entanto, ela se enraíza imediatamente em mim.” (BACHELARD 2005, p. 2) Pode-se então dizer que é através da origem de uma imagem nova 3 que se pode criar um mundo imaginário através do devaneio 4 . 3 A imagem poética nova – uma simples imagem! – torna-se assim simplesmente, uma origem absoluta, uma origem de consciência. Nas horas de grandes achados, uma imagem poética pode ser o germe de um mundo, o germe de um universo imaginado diante do devaneio de um poeta. (BACHELARD 2006, p. 1) 4 O devaneio é uma fuga para fora do real, nem sempre encontrando um mundo irreal consciente. (BACHELARD 2006, p. 5) 9
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