No. 23/1979
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Senhor Presidente,<br />
Senhor Primeiro Ministro,<br />
Senhoras e Senhores,<br />
Levo destes primeiros dias de minha estada<br />
em Portugal nao apenas a emocao do reen-<br />
contro com esta terra que ocupa um lugar<br />
especial no afeto de todos os brasileiros.<br />
Levo tambem a certeza de que os brasilei-<br />
ros e portugueses de hoje, animados por um<br />
renovado espirito de congracamento, estao<br />
dando passos firmes para fazer de suas re-<br />
lacoes um espaco privilegiado no exercicio<br />
do dialogo, na promocao da cooperacao e<br />
na intensificacao do intercambio que os<br />
une.<br />
Honrado em poder colocar-me ao servico<br />
dessa antiga e renovada amizade, peco a to-<br />
dos que me acompanhem num brinde pela<br />
crescente prosperidade da nobre nacao por-<br />
tuguesa, pela felicidade de seu povo frater-<br />
no, pelo continuo aperfeicoamento de nos-<br />
sas relacoes e pela felicidade e ventura pes-<br />
soais de Vossa Excelencia e da senhora Soa-<br />
res.<br />
Muito obrigado.<br />
sarney na assembleia legislativa portuguesa:<br />
"brasil nao e caudatario das grandes potencias"<br />
Saudo, em Vossas Excelencias, o Portugal<br />
que se renova, e se integra em uma Europa<br />
unida na prosperidade.<br />
Saudo tambem o velho Portugal que deu ao<br />
mundo as licoes de ousadia e perseveranca,<br />
que rasgou os mares com suas caravelas e<br />
plantou as cruzes da conquista nas quartas<br />
partes do mundo.<br />
Somos, os brasileiros, orgulhosamente por-<br />
tugueses.<br />
Ate mesmo as razoes que nos levaram a<br />
romper com os vinculos politicos, nos as<br />
buscamos na espada de Afonso Henriques e<br />
no verbo de Joao das Regras.<br />
Vos, portugueses, soubestes, em toda a rica<br />
historia desta peninsula, conciliar a bravura<br />
e a diplomacia para preservar a nacao.<br />
Nao VOS contentastes com a mera aventura<br />
peninsular. Em Ourique tracastes o destino<br />
nacional, e poucos estados mantem, na his-<br />
toria, fronteiras tao antigas e tao solidas co-<br />
mo Portugal.<br />
Vossa divisa era a de sempre: ousar. Nao a<br />
Discurso do Presidente Jose Sarney, na Assembleia<br />
Legislativa Portuguesa, em 06 de maio de 1986.<br />
ousadia desatada do saber, mas a ele submissa.<br />
Levantastes as moveis pontes sobre o<br />
mar oceano com os pinhais da Leiria; era a<br />
visao do poeta, sonhador - mas energico<br />
amestrador do futuro - que foi, sem duvida,<br />
D. Diniz.<br />
Amestrar o futuro, fazer caravelas e plantar<br />
arvores. Convocar o pensamento, reunir os<br />
saberes e multiplica-los na reflexao e nos<br />
debates. Amestrar o futuro e construir a<br />
Universidade de C.oimbra, antes de levantar<br />
a Escola de Marinha de Sagres.<br />
Se saudo vossa historia com emocao, e porque<br />
esta e nossa propria porcao de gloria na<br />
crdnica do mundo. Todos somos o que fomos,<br />
embora nos cumpra acrescentar, em<br />
nossa propria geracao, fatos a legar ao amanha.<br />
Viveis um tempo que se guardara na memoria<br />
nacional. Vinte e cinco de abril de 1974<br />
e data carregada de grandeza, que se fez<br />
com cravos e ao som da doce poesia da<br />
"Grandola, vila morena".<br />
Mas e preciso que se diga, que antes de<br />
eclodir nos quarteis, a resistencia se fazia<br />
neste plenario.<br />
Documento digitalizado pela equipe de Mundorama - Divulgação Científica em Relações Internacionais (http://www.mundorama.net).