FLICTS , LIVRO DE ARTISTA - Unesp
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<strong>FLICTS</strong>, <strong>LIVRO</strong> <strong>DE</strong> <strong>ARTISTA</strong><br />
“O livro é um objeto perfeito. É o objeto mais perfeito que o homem criou. (…)<br />
É um superdesenho. Você abre, você move a página, é o tempo; você pára na<br />
página, é o espaço. A vida está dentro do livro – contida nele , você está com<br />
a vida nas mãos”. Ziraldo<br />
Flicts traz o sentido da vanguarda do seu criador, fazendo do livro infantil<br />
um objeto novo, grande texto tecido de muitas linguagens convergindo para uma<br />
linguagem total, em diferentes gêneros ou na face compacta de um objeto,<br />
componentes imagísticoverbais, gráficovisuais, cromáticoespaciais. Sob as<br />
considerações de Lúcia Pimentel Góes sobre o livro infantil e juvenil, a estudiosa<br />
o define como objeto novo:<br />
“O objeto novo segue aprofundando e ampliando a proposta da poesia<br />
concretista, entre outras, que atinge e explora as camadas materiais do<br />
significante: o som, a letra impressa, a linha, a superfície da página, ainda da<br />
cor, a massa. Se o poema concreto é identificado como objeto de linguagem, o<br />
objeto novo literatura infantil e juvenil, também quer falar a linguagem da<br />
percepção e da sensibilidade na sua leitura de mundo e de vida. A palavra<br />
poética concretista projeta e opera sobre as dimensões da palavra semântica,<br />
sonora, gráfica – em síntese espaçotemporal, utilizando categorias diversas,<br />
como o jogo, a geometria. O objeto novo não parte de condicionamentos e se<br />
pretende plural: sua proposta é produzir sentidos, a partir de signos, sem<br />
delimitações prévias. Portanto, poderá utilizar recursos de artes e técnicas<br />
diversas, como cinema, televisão, quadrinhos, palavras, tecnologia de ponta e<br />
muitas outras conhecidas ou a descobrir.” 13<br />
A formação profissional de Ziraldo é variada, permitindo que se reflitam as<br />
condições históricas específicas dos movimentos artísticos ocorrentes no Brasil<br />
daquela época, assim como foi o movimento concretista 14 ocorrido em 1951,<br />
quando houve a primeira Exposição Nacional de Arte Concreta em São Paulo,<br />
13 In: Jornal do Professor de 1º grau. Brasília, nº 5, publicação do MEC/INEP, março, 1969, p.4.<br />
14 GOES, Lúcia Pimentel Olhar de descoberta São Paulo: Paulinas Ed., 2003, p.21.<br />
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