You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
Por Marcelo Oliveira da Silva Coordena<strong>do</strong>r de Comunicação da Secretaria Municipal da Cultura<br />
Um terceiro <strong>cor</strong>te de Chanel<br />
Coco Chanel & Igor Stravinsky<br />
chega aos cinemas como terceira<br />
tentativa em um curto espaço de tempo<br />
a retratar a mais famosa de to<strong>do</strong>s<br />
os estilistas de moda. Ao contrário<br />
<strong>do</strong> que se diz das histórias, que na<br />
primeira vez (Coco Chanel, 2008, de<br />
Christian Duguay) são engraçadas,<br />
na segunda nem tanto (Coco antes<br />
de Chanel, 2009, de Anne Fontaine)<br />
e na terceira chateiam, o filme de Jan<br />
Kounen dá uma idéia bastante<br />
razoável da época e <strong>do</strong> espírito de<br />
mais uma grande pioneira das mulheres<br />
emancipadas, independentes<br />
e poderosas. Mais que isso, o último<br />
é <strong>do</strong>s três o mais flui<strong>do</strong> e certamente<br />
o menos preocupa<strong>do</strong> em nos<br />
“ensinar” a biografia daquela musa.<br />
O filme de Kounen começa a traçar<br />
o perfil da estilista aten<strong>do</strong>-se ao<br />
que o diretor (que também é um <strong>do</strong>s<br />
roteiristas, junto com o autor <strong>do</strong> livro<br />
homônimo, Chris Greenhalg) considera<br />
a pedra angular da trajetória dela:<br />
o romance com o compositor russo<br />
Igor Stravinsky. O filme começa com<br />
a mais bem feita recriação da peça<br />
mais famosa dele, A Sagração da Primavera,<br />
cuja estréia na Paris de 1913<br />
foi intensamente vaiada. Sabe<strong>do</strong>ra<br />
das dificuldades financeiras <strong>do</strong> autor,<br />
que vivia com toda a família em um<br />
apartamento de único quarto em Paris,<br />
Coco o convida para morar com<br />
sua mulher e filhos numa de suas<br />
residências no interior. Ali ele teria<br />
espaço para acomodar decentemente<br />
a prole, além de silêncio – condição<br />
sine qua non para compositores<br />
– e um bom piano. De tempos em<br />
tempos, ela também passaria algumas<br />
noites na casa e dessas visitas<br />
surge um romance de início tolera<strong>do</strong><br />
pela mulher compositor.<br />
O <strong>cor</strong>te temporal é bastante curto<br />
na vida de ambos. A ação toda não<br />
se passa em mais que quatro outonos,<br />
até que a mulher de Stravinsky,<br />
sob pretexto de tratar uma tuberculose,<br />
se muda para uma clínica na<br />
Suíça. Isso no entanto não facilitou o<br />
affair entre ele e Chanel. O início da<br />
ruptura é discreta e efetivamente encena<strong>do</strong><br />
numa discussão boba entre<br />
os <strong>do</strong>is, quan<strong>do</strong> ele desdenha as<br />
preocupações da parceira e afirma<br />
que Chanel não é uma artista, mas<br />
uma “comerciante de panos”. Não é<br />
preciso mais que um registro <strong>do</strong> rosto<br />
de Anna Mouglalis, uma atriz certamente<br />
<strong>do</strong>tada de beleza, mas ainda<br />
melhor aquinhoada com charme<br />
e voz marcante, para revelar ao especta<strong>do</strong>r<br />
que dali em adiante o romance<br />
minguaria.<br />
Ainda haveria tempo para que<br />
Chanel financiasse – sem que<br />
Stravinsky soubesse – a encenação<br />
de Les Noces, escrita em sua casa. A<br />
atitude certamente disse muito mais<br />
sobre a “comerciante de panos” <strong>do</strong> que<br />
qualquer outro enfrentamento com o<br />
talentosíssimo, mas certamente menos<br />
moderno, artista durango. Outro<br />
grande acerto da produção foi a escolha<br />
de Mads Mikkelsen, que além de<br />
se parecer com o mestre russo, captura<br />
com grande sensibilidade sua mistura<br />
de fragilidade e violenta inquietação.<br />
O filme não tem exatamente um<br />
fim, mas une os <strong>do</strong>is destinos ao mostrar<br />
duas cenas curtas (quase<br />
polaroids em movimento) de ambos<br />
em adiantada velhice. Ele em Nova<br />
York, onde faleceria, e Coco naquela<br />
mesma casa, ambos em devaneios<br />
sau<strong>do</strong>sistas com sobre o tempo que<br />
compartilharam.<br />
Desnecessário dizer que o apuro<br />
visual de figurinos, móveis e objetos<br />
é irrepreensível. Qualquer projeto<br />
sobre essa mestra <strong>do</strong> design, cujo<br />
bom gosto se expressava não apenas<br />
em <strong>cor</strong>es, padrões, teci<strong>do</strong>s e<br />
madeiras como também em perfumes,<br />
não decolaria sem resolver<br />
essa parte. Já os créditos de abertura<br />
mostram uma elegante evolução<br />
de padronagens típicas de teci<strong>do</strong>s<br />
finos em preto-e-branco, cujo efeito<br />
calei<strong>do</strong>scópico evolui para uma ilusão<br />
de tridimensionalidade, produzin<strong>do</strong><br />
um resulta<strong>do</strong> hipnótico.<br />
Talvez a melhor qualidade <strong>do</strong> perfil<br />
de Kounen desse ícone da mulher<br />
modernista que é Chanel esteja na<br />
opção por um único <strong>cor</strong>te de tempo e<br />
na decisão de nada explicar sobre o<br />
que tenha se passa<strong>do</strong> antes na vida<br />
dela ou de seu igualmente famoso<br />
amante. A receita segue de certa forma<br />
os preceitos que J. D. Salinger<br />
imortalizou no primeiro parágrafo <strong>do</strong><br />
romance O Apanha<strong>do</strong>r nos Campos<br />
de Centeio. Nele o protagonista define<br />
com um palavrão o que acha das<br />
histórias que começam contan<strong>do</strong><br />
quem foram os avós e os pais <strong>do</strong><br />
narra<strong>do</strong>r, antes de entrar na ação em<br />
si. O diretor usa o mesmo atalho daquele<br />
marco literário para contar o que<br />
lhe interessa, sem didatismos. E consegue<br />
dar vida ao monumento<br />
Chanel. Sobre quem foram os avós e<br />
os pais dela, e como foi sua infância<br />
e essa droga toda à moda de Charles<br />
Dickens, você pode ler na Wikipédia,<br />
ou ver nos outros <strong>do</strong>is filmes.<br />
DICIONÁRIO POLÍTICO<br />
DO RIO GRANDE DO SUL<br />
1821/1937<br />
No dia 19 de agosto, na Livraria Nova Roma, aconteceu<br />
o lançamento e sessão de autógrafos <strong>do</strong> inédito<br />
DICIONÁRIO POLÍTICO DO RIO GRANDE DO SUL, de autoria<br />
<strong>do</strong> historia<strong>do</strong>r Sérgio da Costa Franco. Fruto de uma<br />
minuciosa investigação, este dicionário biográfico reúne<br />
mais de quinhentos verbetes, compreenden<strong>do</strong> políticos,<br />
pensa<strong>do</strong>res, caudilhos, instituições peculiares, parti<strong>do</strong>s<br />
de bandeiras, programas característicos e a imprensa alinhada<br />
com a política partidária no perío<strong>do</strong> de 1821 a 1937<br />
no RS.<br />
Com organização de Mário Rozano, a obra tem prefácio<br />
de Raphael Copstein e projeto gráfico de Alex Medeiros.<br />
O projeto recebeu patrocínio das empresas BRDE, Celulose<br />
Riograndense, Grupo CEEE, Marquardt Scherer,<br />
Ran<strong>do</strong>n e Sulgás, através da Lei Federal de Incentivo à<br />
Cultura.<br />
É só chamar o<br />
HOMEM PIZZA<br />
e ele leva<br />
o mais<br />
delicioso<br />
rodízio na sua<br />
festa ou evento!<br />
<strong>Usina</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> <strong>Usina</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> <strong>Usina</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> <strong>Usina</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> <strong>Usina</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> <strong>Usina</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> <strong>Usina</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> <strong>Usina</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> <strong>Usina</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> <strong>Usina</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> <strong>Usina</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong> <strong>Usina</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong><br />
9<br />
Autor: Sérgio da Costa Franco<br />
Organiza<strong>do</strong>r: Mário Rozano<br />
Editora: Suliani Letra & Vida<br />
Formato: 20,5 cm x 25 cm<br />
240 páginas, 2010<br />
ABERTO EDITAL PARA OCUPAÇÃO DOS TEATROS DA CCMQ EM 2011<br />
São oito temporadas em teatro adulto e infantil e cinco de dança e música. Deverão ser<br />
entregues sinopse/roteiro <strong>do</strong> espetáculo, concepção, ficha técnica, currículo <strong>do</strong>s participantes,<br />
inclusive da equipe técnica, informações sobre cenários, figurinos, sonoplastia<br />
e iluminação, repertório e cópia <strong>do</strong> texto, fita ou CD. Serão avalia<strong>do</strong>s os critérios de<br />
clareza e coerência; criatividade e abrangência; histórico <strong>do</strong> grupo; currículo <strong>do</strong>s participantes;<br />
adequação da proposta ao espaço pretendi<strong>do</strong> e significa<strong>do</strong> da proposta<br />
dentro <strong>do</strong> contexto cultural da cidade. O Teatros Carlos Carvalho (2º andar) tem a taxa<br />
diária de R$ 65,00 e o Bruno Kiefer (6º andar), <strong>cor</strong>respondente a R$ 95,00 ou 10% da<br />
bilheteria (caso a arrecadação for maior).<br />
O QUE: Ocupação <strong>do</strong>s Teatros Bruno Kiefer e Carlos Carvalho<br />
PERÍODO: 4 de março a 11 de dezembro de 2011<br />
PRAZO: Até 05 de novembro de 2010<br />
INSCRIÇÕES: Núcleo de Artes Cênicas da CCMQ – Andradas, 736<br />
Alunos da Oficina de Criação<br />
Literária da PUC/RS lançaram<br />
a antologia de contos 40<br />
Em 2010, a Oficina de Criação Literária da PUC/<br />
RS, ministrada pelo escritor e Doutor em Letras<br />
Luiz Antonio de Assis Brasil, comemora 25 anos<br />
de atuação ininterrupta e lançou o livro 40, que<br />
reúne a produção de nove jovens autores, oriun<strong>do</strong>s<br />
da 40ª turma. Editada pela Libretos, a obra<br />
tem organização <strong>do</strong> professor Assis Brasil.<br />
Os artistas interessa<strong>do</strong>s em ocupar as<br />
salas de espetáculos da Casa de Cultura<br />
Mario Quintana (Andradas, 736),<br />
de 4 de março a 11 de dezembro de 2011,<br />
podem entregar seus projetos no Núcleo<br />
de Artes Cênicas (4º andar), até o dia 5<br />
de novembro. O regulamento está à disposição<br />
no site www.ccmq.com.br,<br />
no e-mail artescenicas@ccmq.rs.gov.br<br />
ou no local, das 13h às 19h.<br />
A pizza vai até você!<br />
Informe-se 3338.4299<br />
www.homempizza.com.br