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COLÓQUIO SABER E PODER
Focus, Unicamp, 10/2008
Rodrigues, “foi solenemente desprezado”. De acordo com ele, em um artigo publicado em
2001, a agricultura, apesar da sua importância econômica, vinha perdendo poder político, ao
mesmo tempo em que seus agentes declinavam no que tangia ao reconhecimento social. Era
preciso, portanto, revalorizar o setor, tornando a sua força política e o seu prestígio social
condizentes com o seu peso na economia. Isso só se faria, na sua visão, pela incorporação e
implementação, de fato, da idéia de agribusiness.23
Roberto Rodrigues promoveu uma série de alterações na estrutura do Ministério,
fazendo com que os assuntos atinentes ao agronegócio tornassem-se atribuição de diversos
dos seus órgãos. Criou uma Assessoria de Gestão Estratégica e uma Secretaria de Relações
Internacionais do Agronegócio. Esta Secretaria ficaria, juntamente com o Ministro, à frente
do também criado Conselho de Negociações Agrícolas Internacionais (CONAI), cujo
objetivo era “coordenar, orientar, articular e acompanhar as políticas e atividades do
Ministério relativas ao comércio exterior de bens e serviços de interesse do agronegócio”. 24
Dos ministros do primeiro governo Lula, Roberto Rodrigues foi um dos que por mais tempo
se mantiveram no cargo. Ele permaneceu ministro de 2003 até junho de 2006 quando, após
divergências com a equipe do Ministério da Fazenda sobre recursos a serem destinados à
agricultura, pediu demissão.
Fora do Ministério, Roberto Rodrigues continuou atuando como um especialista e um
promotor do agronegócio, associando seu nome fortemente, também, ao debate sobre
agroenergia e etanol. Na verdade, os dois temas estão, hoje, muito fortemente imbricados.
Uma das importantes bases dessa atuação de Roberto Rodrigues, ao lado das diversas
entidades onde milita, é o GV Agro. Além de manter em circulação a revista Agroanalysis,
que se apresenta como a revista de agronegócio da FGV, o Centro realiza estudos,
consultorias e desenvolve cursos de especialização e, também, de pós-graduação stricto sensu,
como o MPAGRO, Mestrado Profissional em Agroenergia. O curso é uma parceria entre o
http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/revista_fae_business/n3_setembro_2002/ambiente_economico1_
Agronegocio_.pdf consultado em 13 de abril de 2009.
23 Rodrigues, Roberto. “Agricultura e agronomia”. Estudos Avançados, v. 15, n. 43: 289-302, 2001.
24 Cf. Portarias n° 277, de 10/11/2004, e n° 292, de 09/06/2005, do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, e Decretos n° 4629, de 21/03/2003, e n° 5351, de 21/01/2005, da Presidência da República.
Disponíveis em SISLEGIS, Sistema de Legislação Agrícola Federal,
http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis-consulta/consultarLegislacao.do
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