Livro Completo - Ramacrisna
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Auto-sustentabilidade inovadora<br />
Parte dos recursos empregados nos programas da <strong>Ramacrisna</strong><br />
vem de duas fábricas próprias: uma produz<br />
telas de arame galvanizado, a outra, massas caseiras.<br />
Essas fábricas são responsáveis pelo reconhecimento<br />
da <strong>Ramacrisna</strong>, no Brasil, como referência em projetos<br />
de auto-sustentabilidade no Terceiro Setor. Esses projetos arcam<br />
com parte importante das despesas operacionais da Instituição<br />
que também recebe recursos, viabilizados por meio de parcerias<br />
com órgãos públicos, empresas privadas e pessoas físicas. As fábricas<br />
geram renda e trabalho para pessoas da região, pois os<br />
funcionários das duas fábricas são selecionados na comunidade<br />
do entorno da <strong>Ramacrisna</strong>. Essa seleção prioriza a oportunidade<br />
do primeiro emprego, visando à inserção do jovem no mercado<br />
de trabalho.<br />
A fábrica de telas de arame é reconhecida no<br />
mercado por seus produtos de excelente acabamento<br />
e pela qualidade da matéria prima utilizada<br />
da Belgo Bekaert Arames. É considerada<br />
referência em qualidade e atende o mercado<br />
consumidor de Minas e de vários estados do<br />
país. Mas, antes de todo esse reconhecimento,<br />
a fábrica de telas começou em 1975 quando o<br />
professor Arlindo se interessou pela idéia de um<br />
funcionário da <strong>Ramacrisna</strong> que sabia como fazer<br />
o trançado de arames. Daí, eles montaram<br />
uma pequena máquina rudimentar, movida à<br />
manivela, debaixo de um abacateiro, no terreno<br />
da Instituição.<br />
Como a Instituição é localizada em área rural,<br />
cercada por sítios e fazendas (hoje duas favelas<br />
fazem parte do bucólico cenário dessa região,<br />
embora grande parte ainda permaneça preservada)<br />
o Prof. Arlindo percebeu uma opor-<br />
Inauguração do novo prédio da Fábrica de Telas em 1993,<br />
parceria com o Instituto C&A de Desenvolvimento Social.<br />
Construção do primeiro galpão onde funcionaria a fabrica de Massas <strong>Ramacrisna</strong>. 1974<br />
Missão <strong>Ramacrisna</strong> . 50 ANOS<br />
tunidade de gerar recursos, fabricando e comercializando<br />
telas para cercas. Não se tem um registro da produção<br />
dessa época, mas acredita-se ser pequena em razão da<br />
simplicidade do equipamento.<br />
Em 1993 obteve-se a parceria do Instituto C&A de Desenvolvimento<br />
Social que, acreditando no potencial de gestão da <strong>Ramacrisna</strong>,<br />
construiu um novo galpão com 200 m², adquiriu 3 máquinas modernas<br />
e disponibilizou capital de giro para ampliar a capacidade<br />
produtiva, que atualmente é de 40 toneladas de matéria prima<br />
consumida/mês. O acompanhamento do projeto, realizado pelo<br />
Sr. Paulo Castro, atualmente diretor-presidente do Instituto C&A<br />
e na época gerente da loja do centro de Belo Horizonte, foi um<br />
grande aprendizado. Castro é economista e solicitava relatórios<br />
de acompanhamento financeiro, de produção, de índice de perda<br />
de matéria prima, etc., etc. Foi um desafio e<br />
percebeu-se então a necessidade de melhorar<br />
o processo administrativo, de produção, de<br />
estoque, etc. Nota-se que nesse ano de 1993<br />
a <strong>Ramacrisna</strong> atendia a 120 crianças e adolescentes.<br />
Atualmente a Fábrica de Telas <strong>Ramacrisna</strong><br />
possui 6 máquinas semi-automáticas<br />
e uma máquina automática; comercializa seus<br />
produtos para todo o Brasil e obteve uma parceria<br />
de exclusividade de uso de matéria-prima<br />
da marca Belgo Bekaert Arames, que agrega<br />
valor aos produtos, pela reconhecida qualidade<br />
do arame.<br />
As telas produzidas pela <strong>Ramacrisna</strong> são reconhecidas<br />
como um produto de excelente qualidade<br />
e segundo pesquisa realizada por estudantes<br />
do curso de Administração da PUC/Belo<br />
Horizonte, 73% das pessoas consultadas da região<br />
metropolitana de Belo Horizonte lembram<br />
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