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146<br />
<strong>Gláuks</strong><br />
líder revolucionário que, <strong>em</strong> muito, r<strong>em</strong>ete à figura <strong>em</strong>bl<strong>em</strong>ática<br />
de Ernesto Che Guevara. Assim sendo, t<strong>em</strong>-se um modelo de<br />
narrativa que configura profundamente a ideologia do<br />
pensamento liminar.<br />
Ele tinha dentro de si, no seu coração indomável, um lutador,<br />
um rebelde que odiava a injustiça. Isso era verdade. Mas<br />
também um hom<strong>em</strong> apaixonado e triste. Solano Rojas sabia<br />
agora que amor é tristeza, e engendra s<strong>em</strong> r<strong>em</strong>édio a solidão.<br />
Estava acompanhado e só [...].<br />
Não; seu sacrifício não tinha sido estéril. O combate, os anos<br />
de prisão, suas cicatrizes, sua cegueira. Nada tinha sido inútil.<br />
Estava contente de ter-se arriscado inteiro a favor de seus<br />
irmãos. (ROA BASTOS, 2005, p. 203-204).<br />
No estudo acima ocorre, portanto, a investigação da<br />
natureza humana através das gerações dentro de distintas<br />
comunidades. Essa perpetuação da identidade transforma a<br />
m<strong>em</strong>ória <strong>em</strong> história que, por sua vez, transmuta-se <strong>em</strong><br />
literatura. Permeando essa discussão acerca da m<strong>em</strong>ória, se<br />
encontram a língua e o conflito entre o passado e o presente,<br />
pois se há necessidade de mudança no presente, isso evidencia<br />
que o passado, quando r<strong>em</strong><strong>em</strong>orado, não é agradável e sugere<br />
um status a ser modificado na ord<strong>em</strong> social, ou seja, se o<br />
passado é preservado e l<strong>em</strong>brado saudosamente, raramente<br />
implicará mudanças presentes. Todavia, quando o passado fora<br />
manipulado por forças dominantes, é preciso revistá-lo no<br />
sentido de aprender com ele, por isso a importância da m<strong>em</strong>ória<br />
individual e, acima de tudo, coletiva. Não é uma questão de<br />
rejeitar o passado, mas de “libertá-lo” como propõe Jacques Le<br />
Goff (2003, p. 227), colocando-o “a serviço das lutas sociais e<br />
nacionais”.<br />
A respeito da língua diante dessa questão da m<strong>em</strong>ória, o<br />
próprio Le Goff esclarece que ela está intimamente ligada à<br />
conscientização da identidade nacional porque é um fenômeno