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<strong>Gláuks</strong><br />
ord<strong>em</strong> eurocêntrica) perde espaço, visto que há uma<br />
consciência, relativamente generalizada, de que a realidade das<br />
nações outrora colonizadas expõe um mosaico cultural híbrido,<br />
conflituoso e contrastante e, diante disso - talvez principalmente<br />
por isso - as ‘novas’ identidades que se formam e se relacionam<br />
constant<strong>em</strong>ente dev<strong>em</strong> fortalecer suas comunidades, meditar e<br />
buscar soluções para a desigualdade social e o desnível<br />
econômico que são impostos, ainda e incansavelmente, de fora<br />
para dentro.<br />
Nesta abordag<strong>em</strong>, não percebo termo mais conveniente<br />
que o conceito de ‘pensamento liminar’ elaborado por Walter<br />
Mignolo (2003). Para esse crítico latino-americano, o<br />
pensamento liminar nada mais é que uma espécie de ‘outro<br />
pensamento’, cuja crítica é dupla e aberta para possibilitar a<br />
descolonização do pensamento, pois viabiliza, afinal, pensar<br />
s<strong>em</strong> o Outro (colonizador, neocolonizador, opressor, impositor,<br />
ditador...). Assim, o pensamento liminar que sustenta a dinâmica<br />
deste texto é “uma maneira de pensar que não é inspirada <strong>em</strong><br />
suas próprias limitações e não pretende dominar e humilhar;<br />
uma maneira de pensar que é universalmente marginal e<br />
fragmentária, não é etnocida” (MIGNOLO, 2003, p. 104).<br />
Nesse sentido, situar o discurso crítico-literário latinoamericano<br />
no entre-lugar que lhe é pertinente r<strong>em</strong>onta à questão<br />
do pensamento liminar, pois o mesmo se situa entre as Ciências<br />
Humanas e a Literatura, sugerindo que a Literatura não é<br />
concebida apenas como objeto de estudo; mas, sobretudo, como<br />
produção de conhecimento teórico; não é pesquisada somente<br />
como artefato de representação; mas é usada, muitas vezes,<br />
como instrumento de reflexão no que tange os probl<strong>em</strong>as de<br />
interesse humano e sócio-histórico. Obviamente, essa<br />
articulação se aproxima intimamente dos aspectos da língua e de<br />
seus desvios por se tratar de um entre-lugar híbrido por<br />
excelência. Surge, assim sendo, um espaço para o