Nuctemeron de Apolônio de Tiana - Sua Alteza o Gato
Nuctemeron de Apolônio de Tiana - Sua Alteza o Gato
Nuctemeron de Apolônio de Tiana - Sua Alteza o Gato
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Compreen<strong>de</strong>mos que, justamente pela forte e extremada individualização do homem<br />
dialético, o fogo si<strong>de</strong>ral torna-se um inferno flamejante, pois que todas as nossas vidas<br />
<strong>de</strong> <strong>de</strong>sejos se eqüivalem entre si, já que pertencem a esta natureza da morte, mas as<br />
nossas vidas <strong>de</strong> <strong>de</strong>sejos não se harmonizam quanto ao mesmo objetivo.<br />
O fogo que eu atraio e assim vivifico po<strong>de</strong> ser repelido por vós, ou po<strong>de</strong>is querer<br />
extinguí-lo, ou não ten<strong>de</strong>s interesse por ele. Quando, pois, estamos tão <strong>de</strong>sigualmente,<br />
tão diferentemente sintonizados, tornamo-nos um inferno um para o outro.<br />
Queimamo-nos uns aos outros com fogo, apesar <strong>de</strong> não o <strong>de</strong>sejarmos, e assim atiçamos<br />
o geral charco <strong>de</strong> fogo e assim torna-se compreensível o furiosos andamento do jogo<br />
dos opostos. As contínuas transformações são lógicas e explicáveis!<br />
Os homens, pela sua natureza dialética, reciprocamente se atiram ao inferno do fogo<br />
si<strong>de</strong>ral e se ligam uns aos outros.<br />
Pelo <strong>de</strong>sejo a discórdia é atraída.<br />
Supon<strong>de</strong> ter<strong>de</strong>s percebido isso e que todos vós <strong>de</strong>sejais neutralizar o fogo que todos<br />
somos responsáveis, que quereis conseguir a equivalência dos opostos e assim abrir<br />
uma passagem. Que ten<strong>de</strong>s então a fazer?<br />
Então, ve<strong>de</strong> o simbolismo dos peixes do zodíaco.<br />
Por que e com que são ligados o homem inferior e o Homem divino e a dualida<strong>de</strong> se<br />
transforma em unida<strong>de</strong>?<br />
Pela Cruz, isto é, pelo Amor Divino, o qual tem o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> tudo santificar e tudo<br />
vencer. É esta, pois, a Força Alma-Espírito, a verda<strong>de</strong>ira harmonia <strong>de</strong> vida, a qual<br />
unicamente se torna possível pela Via Crucis do Amor.<br />
Estais agora em condições <strong>de</strong> compreen<strong>de</strong>r <strong>de</strong> que aqui se trata? Suponhamos<br />
possuir<strong>de</strong>s um inimigo. Todo homem tem inimigo, conhecidos ou <strong>de</strong>sconhecidos,<br />
querendo-os ou não. Como aparece a inimiza<strong>de</strong>? Ela aparece, <strong>de</strong>ve aparecer da<br />
heterogeneida<strong>de</strong> dos opostos.<br />
Repelis, quereis suprimir; um outro atrai o que é idêntico, ele quer <strong>de</strong>ixar que o<br />
incêndio flameje. Imediatamente surge gran<strong>de</strong> conflito, antagonismo no campo dos<br />
opostos. Surge logo a guerra! Seguis o mesmo caminho porque viveis na natureza da<br />
morte, porque ten<strong>de</strong>s <strong>de</strong>sejos no campo <strong>de</strong> nascimento si<strong>de</strong>ral.<br />
E assim, os homens pren<strong>de</strong>m-se uns aos outros na dança infernal, na própria<br />
con<strong>de</strong>nação. Uma lei natural se cumpre; uma vez estamos no forno e somos torrados,<br />
e outra vez estamos fora do forno para torrar e assar a outrem. <strong>Apolônio</strong> <strong>de</strong> <strong>Tiana</strong><br />
procura fazer-nos ver a nossa estupi<strong>de</strong>z e a nossa limitação.