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O Segredo do Marketing dos Pastéis de Belém - mruiandre

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Instituto Politécnico <strong>de</strong> Lisboa<br />

Escola Superior <strong>de</strong> Comunicação Social<br />

Licenciatura em Publicida<strong>de</strong> e <strong>Marketing</strong><br />

Fundamentos <strong>de</strong> <strong>Marketing</strong><br />

O <strong>Segre<strong>do</strong></strong> <strong>do</strong> <strong>Marketing</strong><br />

<strong>do</strong>s <strong>Pastéis</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong><br />

Dezembro <strong>de</strong> 2011, Lisboa<br />

André Amaral, 6740 | Carla Pires, 6733 | Daniel Castro e Silva, 6728<br />

Luís Me<strong>de</strong>iros, 6745 | Mário Rui André, 676


Índice<br />

1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 1<br />

1.1.QUESTÃO DE PARTIDA ........................................................................................... 1<br />

1.2 OBJECTIVOS DO TRABALHO ............................................................................... 2<br />

1.3 METODOLOGIAS E PROCEDIMENTOS ....................................................................... 2<br />

1.3.1 Local <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong> ............................................................................................ 2<br />

1.3.2 Méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> recolha <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s ....................................................................... 2<br />

2. QUAL A IMPORTÂNCIA DO DEPARTAMENTO DE MARKETING .......................... 4<br />

3. CASE – STUDY: ANTIGA CONFEITARIA DE BELÉM, LDA. ................................... 5<br />

3.1. HISTÓRIA ............................................................................................................. 5<br />

3.2. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL .............................................................................. 5<br />

3.3 VALORES .............................................................................................................. 7<br />

3.4. OBJECTIVOS ........................................................................................................ 7<br />

3.5. SEGMENTAÇÃO .................................................................................................... 7<br />

3.5.1 Critérios <strong>de</strong> Segmentação ............................................................................. 8<br />

3.6 POSICIONAMENTO ................................................................................................. 8<br />

3.7 A MARCA E IMAGEM DE MARCA: PASTÉIS DE BELÉM ................................................. 9<br />

3.7.1 A i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> psicológica da marca, personalida<strong>de</strong> e valores. ....................... 9<br />

3.8 MARKETING-MIX ................................................................................................. 10<br />

3.8.1 Política <strong>de</strong> Produto ...................................................................................... 10<br />

3.8.1.2 A embalagem ........................................................................................... 10<br />

3.8.2 POLÍTICA DE PREÇO ......................................................................................... 11<br />

3.8.2.1 Determinação <strong>do</strong> preço <strong>de</strong> venda ao público ........................................... 11<br />

3.9. POLÍTICA DE DISTRIBUIÇÃO ................................................................................. 11<br />

3.10 POLÍTICA DE COMUNICAÇÃO .............................................................................. 12<br />

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................... 15<br />

5. APÊNDICES ........................................................................................................... 16<br />

5.1. APÊNDICE A – CARTA DE PEDIDO DE AUTORIZAÇÃO E DE COLABORAÇÃO À ANTIGA<br />

CONFEITARIA DE BELÉM, LDA, ................................................................................... 16<br />

5.2. APÊNDICE B - GUIA DA ENTREVISTA ................................................................... 17<br />

5.3 APÊNDICE C – ENTREVISTA AO DR. MIGUEL CLARINHA .......................................... 18<br />

6. BIBLIOGRAFIA ....................................................................................................... 25


1. Introdução<br />

Cada vez mais, os consumi<strong>do</strong>res apresentam-se como elementos activos e,<br />

sobretu<strong>do</strong>, informa<strong>do</strong>s durante o processo <strong>de</strong> consumo quer <strong>de</strong> bens como <strong>de</strong><br />

serviços. Simultaneamente, a crescente competitivida<strong>de</strong> <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> exige maior<br />

eficácia e melhores resulta<strong>do</strong>s para que se mantenham e se atinjam os objectivos pré-<br />

<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s pela própria empresa. Logo, a existência <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> marketing é<br />

fundamental.<br />

Segun<strong>do</strong> da<strong>do</strong>s disponíveis pelo Instituto Nacional <strong>de</strong> Estatística (INE),<br />

relativos a 2008, existem 349 756 micro, pequenas e médias empresas (PME) em<br />

Portugal, sen<strong>do</strong> que 86% <strong>de</strong>stas dizem respeito a micro empresas. Por <strong>de</strong>finição, uma<br />

PME não tem mais que 250 funcionários, em muitas das quais gran<strong>de</strong> parte <strong>do</strong>s<br />

mesmos são não-especializa<strong>do</strong>s. Assim sen<strong>do</strong> coloca-se a questão - será que todas<br />

as PMEs têm um <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> e estrutura<strong>do</strong>?<br />

Neste senti<strong>do</strong>, é pertinente perceber a estrutura e organização, quer<br />

hierárquica quer funcional, <strong>de</strong> uma PME e, também, <strong>de</strong> que forma têm presentes a<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> estratégias <strong>de</strong> marketing da marca e da própria empresa.<br />

Desta forma, a consciencialização <strong>de</strong> como uma estratégica e plano <strong>de</strong><br />

marketing são integra<strong>do</strong>s no funcionamento da PME só é possível in loco, on<strong>de</strong>,<br />

através <strong>de</strong> observação directa e participante, se torna claro como to<strong>do</strong>s os agentes<br />

interactuam no senti<strong>do</strong> <strong>de</strong> garantir e promover o sucesso da mesma.<br />

Porquê a escolha pela Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, Lda?<br />

Determinou-se como objecto <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> a empresa Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>,<br />

Lda, na medida em que se trata <strong>de</strong> uma empresa:<br />

De médias dimensões;<br />

Com posicionamento estratégico particular;<br />

E, por fim, por se tratar <strong>de</strong> uma empresa histórica e facilmente<br />

reconhecível por parte <strong>do</strong>s portugueses.<br />

1.1.Questão <strong>de</strong> Partida<br />

Como questão <strong>de</strong> partida major ou problema tem-se: ‘’Qual a estrutura e<br />

organização ten<strong>do</strong> em vista estratégias <strong>de</strong> marketing e vendas da Antiga Confeitaria<br />

<strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, Lda?’’<br />

1


1.2 Objectivos <strong>do</strong> trabalho<br />

O presente estu<strong>do</strong> tem como objectivo principal observar e <strong>de</strong>screver a<br />

organização geral da Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, Lda. Como objectivos específicos<br />

preten<strong>de</strong>-se, essencialmente:<br />

Determinar a organização estrutural, hierárquica e funcional da Antiga<br />

Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, Lda;<br />

I<strong>de</strong>ntificar os elementos responsáveis pela gestão <strong>de</strong> marketing e<br />

vendas da Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, Lda;<br />

I<strong>de</strong>ntificar quais os objectivos <strong>de</strong> vendas e <strong>de</strong> marketing actuais <strong>do</strong><br />

mesmo;<br />

Verificar a existência ou não <strong>de</strong> alterações associadas à actual crise<br />

socioeconómica no interior da Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, Lda, e na<br />

respectiva gestão <strong>de</strong> marketing e vendas;<br />

I<strong>de</strong>ntificar as principais características da estratégia e plano <strong>de</strong><br />

marketing a<strong>do</strong>pta<strong>do</strong> pela Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, Lda;<br />

E, por fim, observar a rotina diária <strong>de</strong> cada um <strong>do</strong>s elementos<br />

responsáveis.<br />

1.3 Meto<strong>do</strong>logias e procedimentos<br />

Estu<strong>do</strong> qualitativo <strong>de</strong> carácter etnográfico. Neste senti<strong>do</strong>, preten<strong>de</strong>-se observar<br />

in loco a organização estrutural, hierárquica e funcional da Antiga Confeitaria <strong>de</strong><br />

<strong>Belém</strong>, Lda.<br />

1.3.1 Local <strong>de</strong> Estu<strong>do</strong><br />

O local <strong>de</strong> estu<strong>do</strong> é a Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, Lda, localizada na Rua <strong>de</strong><br />

<strong>Belém</strong>, nº 84-88, 1300, Lisboa, uma vez que foi aceite, por parte <strong>do</strong> Doutor Miguel<br />

Clarinha – Direcção e Gestão –, o pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> colaboração e acorda<strong>do</strong>s os aspectos<br />

que viabilizam a realização <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> em tempo útil (Capítulo 5.1 Apêndice A – Carta<br />

<strong>de</strong> pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> autorização e <strong>de</strong> colaboração à Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, Lda,).<br />

1.3.2 Méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> recolha <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s<br />

Como méto<strong>do</strong>s <strong>de</strong> recolhas <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s utilizou-se a (Fortin, M., 2006):<br />

- Observação directa e participante (uma vez que se observa em colaboração<br />

com os elementos <strong>do</strong> meio e objecto em estu<strong>do</strong>);<br />

2


- E, a entrevista semi-dirigida (que comporta respostas abertas e fechadas)<br />

(Capítulo 5.2 Apêndice B – Guião da Entrevista).<br />

3


2. Qual a importância <strong>do</strong> <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> marketing<br />

Perante a crescente competitivida<strong>de</strong> <strong>do</strong> merca<strong>do</strong> é exigida maior eficácia e<br />

melhores reulta<strong>do</strong>s para que se mantenham e se atinjam os objectivos pré-<br />

<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s por uma dada empresa. Logo, a existência <strong>de</strong> um <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong><br />

marketing, nomeadamente em médias e gran<strong>de</strong>s empresas, é fundamental para a<br />

sbrevivência, <strong>de</strong>senvolvimento e adaptação <strong>de</strong>stas ao merca<strong>do</strong>. Segun<strong>do</strong> Morgan<br />

(2000), os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> uma dada empresa serão tanto melhores quanto maior for a<br />

importância, relevância, <strong>de</strong>semprenho e eficácia <strong>do</strong> <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> marketing inter e<br />

externamente (Urbonavicius, S., 2007). Sen<strong>do</strong> especialmente importante em contextos<br />

socioeconónimos <strong>de</strong> constante mudança e transmutação como os actuais (Fox, 2003).<br />

As acções e funções <strong>do</strong> <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> marketing relacionam-se directamente<br />

com as activida<strong>de</strong>s financeiras, comerciais, relações públicas, <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong><br />

produto, entre outros (Urbonavicius, S., 2007). Desta forma, é da competência <strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> marketing integrar toda a informação e planear estrategicamente a<br />

comunicação e acções da empresa. Aliás, se uma dada empresa tiver como objectivos<br />

a satisfação das necessida<strong>de</strong>s e <strong>de</strong>sejos <strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res por meio da criação,<br />

oferta e troca <strong>de</strong> produtos e/ou serviços (Kotler, 1999), isto é orientada para o<br />

marketing, então to<strong>do</strong>s os outros <strong>de</strong>partamentos como o <strong>de</strong> produção, <strong>de</strong> finanças e<br />

administrativos estão orienta<strong>do</strong>s para este mesmo objectivo <strong>de</strong> satisfação <strong>do</strong>s<br />

consumi<strong>do</strong>res (Amaral, G., 2001).<br />

O marketing não cria per se necessida<strong>de</strong>s no consumi<strong>do</strong>r mas é função <strong>do</strong><br />

<strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> marketing i<strong>de</strong>ntificá-las com o objectivo <strong>de</strong> as satisfazer <strong>de</strong> forma<br />

a<strong>de</strong>quada e lucrativa ten<strong>do</strong> em consi<strong>de</strong>ração a missão e objectivos da empresa. É, por<br />

isso, fundamental que o <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> marketing disponha <strong>de</strong> acesso a informação<br />

correcta, fi<strong>de</strong>digna e actualizada <strong>de</strong> mo<strong>do</strong> a reduzir a percentagem <strong>de</strong> incerteza<br />

aquan<strong>do</strong> da tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões. Simultaneamente, conhecer o merca<strong>do</strong>, estar ciente<br />

das acções <strong>do</strong>s concorrentes, conhecer o comportamento <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r, os<br />

segmentos-alvo, entre outros, são responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> marketing<br />

(Ferreira, B. et al, 2011).<br />

No entanto, nem sempre existe um <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> marketing formaliza<strong>do</strong> e<br />

distinto das restantes unida<strong>de</strong>s da organização, porém tal situação não é sinónimo <strong>de</strong><br />

inexistência <strong>de</strong> uma estratégia ou plano <strong>de</strong> marketing, que muitas vezes ficam, então,<br />

sob responsabilida<strong>de</strong> da direcção ou elementos próximos <strong>de</strong>sta.<br />

4


3. Case – Study: Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, Lda.<br />

‘’Os pastéis que só Lisboa tem, mas que to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong> conhece’’<br />

3.1. História<br />

por Carlos Diogo Santos, em Diário <strong>de</strong> Notícias (11 <strong>de</strong> Novembro 2011).<br />

A Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, Lda é responsável por guardar aquele que é,<br />

talvez, o segre<strong>do</strong> mais secreto <strong>de</strong> Lisboa: a receita <strong>do</strong>s <strong>Pastéis</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>. Segun<strong>do</strong> o<br />

jornalista Carlos Diogo Santos (Diário <strong>de</strong> Notícias, Novembro 2011) - ‘’Os pastéis que<br />

só Lisboa tem, mas que to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong> conhece’’ - existem <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1837.<br />

Aquan<strong>do</strong> da Revolução Liberal <strong>de</strong> 1820, e com a crise instalada nas or<strong>de</strong>ns<br />

religiosas e com o encerramento <strong>de</strong> vários conventos, consta que um monge <strong>do</strong><br />

Mosteiros <strong>do</strong>s Jerónimos <strong>de</strong>cidiu fabricar uns pastéis <strong>de</strong> nata segun<strong>do</strong> uma receita<br />

secreta e distinta. Na ocasião, pelas características próprias <strong>do</strong> local, a gran<strong>de</strong><br />

activida<strong>de</strong> mercante, comercial e turística proporcionou uma gran<strong>de</strong> visibilida<strong>de</strong> a este<br />

<strong>do</strong>ce conventual. Consequentemente, em 1837 registou-se a patente e a marca<br />

<strong>Pastéis</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, fican<strong>do</strong> a produção (segun<strong>do</strong> a receita original) e venda <strong>de</strong>stes a<br />

cargo da Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, Lda.<br />

Transmitida e exclusivamente conhecida pelos cinco mestres pasteleiros que<br />

os fabricam artesanalmente na "Oficina <strong>do</strong> <strong>Segre<strong>do</strong></strong>", esta receita mantém-se<br />

inalterada até aos dias <strong>de</strong> hoje. Aqui, a marca apresenta um gran<strong>de</strong> valor institucional<br />

ao <strong>de</strong>senvolver uma forte pertença entre os funcionários e que os mantém fiéis à<br />

empresa (Capítulo 3.6 A marca e imagem <strong>de</strong> marca: <strong>Pastéis</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>).<br />

Actualmente, a Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, Lda trata-se duma socieda<strong>de</strong> por<br />

quotas, gerida familiarmente. A gerência é constituída três pessoas: Dr. Pedro<br />

Clarinha, o filho - Dr. Miguel Clarinha e a sobrinha, Dra. Penélope Clarinha.<br />

3.2. Estrutura Organizacional<br />

A estrutura organizacional <strong>de</strong> uma empresa reflecte as relações formais entre<br />

os grupos e os indivíduos que constituem a empresa ou um da<strong>do</strong> <strong>de</strong>partamento, ten<strong>do</strong><br />

em consi<strong>de</strong>ração as funções <strong>de</strong> cada unida<strong>de</strong> ou elemento e a forma como estão<br />

hierarquicamente posiciona<strong>do</strong>s. A estrutura organizacional é representada sob a forma<br />

<strong>de</strong> organigrama (Teixeira, S., 1998).<br />

5


A Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, Lda., está estrutural e hierarquicamente<br />

organizada segun<strong>do</strong> um mo<strong>de</strong>lo linear, em que o Dr. Pedro Clarinha assume o cargo<br />

máximo como Director Geral (Capítulo 5.3 Apêndice C - Entrevista ao Dr. Miguel<br />

Clarinha.<br />

Ilustração 1. Organograma Estrutural e Hierárquico da Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, Lda.<br />

No entanto, por se tratar <strong>de</strong> uma empresa <strong>de</strong> carácter familiar, as relações<br />

informais, isto é, to<strong>do</strong> o conjunto <strong>de</strong> relações ou interacções que surgem <strong>de</strong> forma<br />

espontânea e acentuadas pelo grau <strong>de</strong> parentesco entre os membros da direcção,<br />

promovem a passagem <strong>de</strong> informação e a inter<strong>de</strong>pendência <strong>de</strong> funções e tomadas <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>cisão .<br />

Na Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, Lda não se verifica a existência <strong>de</strong> um<br />

<strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> marketing formal, sen<strong>do</strong> da responsabilida<strong>de</strong> da direcção, em<br />

particular <strong>do</strong> Dr. Miguel Clarinha (Licencia<strong>do</strong> em <strong>Marketing</strong> e Publicida<strong>de</strong> pelo Instituto<br />

<strong>de</strong> Artes Visuais, Design e <strong>Marketing</strong> - IADE), o <strong>de</strong>senvolvimento da estratégia e plano<br />

<strong>de</strong> marketing e vendas da empresa.<br />

Direcção<br />

Pedro Clarinha<br />

Miguel Clarinha<br />

Penélope Clarinha<br />

Supervisão Economato Qualida<strong>de</strong><br />

Serviço <strong>de</strong><br />

Confeitaria<br />

Fabricação<br />

Serviço <strong>de</strong> mesa<br />

e atendimento<br />

É da responsabilida<strong>de</strong> <strong>do</strong> Dr. Miguel Clarinha: (i) a elaboração e controlo das<br />

estratégias e planos <strong>de</strong> marketing; (ii) coor<strong>de</strong>nar e integrar informação proveniente das<br />

<strong>de</strong>mais unida<strong>de</strong>s internas da empresa; (iii) manter uma relação próxima com a<br />

unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção e garantir a acção da unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> sobre a primeira; (iv)<br />

coor<strong>de</strong>nar e manter relações com fornece<strong>do</strong>res; (v) a comunicação interna e externa;<br />

(vi) a elaboração <strong>de</strong> briefings referentes a estratégias <strong>de</strong> comunicação above e below<br />

6


the line quer para orientação interna quer para fornece<strong>do</strong>res <strong>de</strong> serviços <strong>de</strong> marketing;<br />

entre outras funções.<br />

O Dr. Miguel Clarinha para além das funções mencionadas acumula ainda<br />

funções da responsabilida<strong>de</strong> da direcção. Embora as funções relacionadas com o<br />

marketing sejam da sua responsabilida<strong>de</strong>, quer o seu pai, Dr. Pedro Clarinha, quer a<br />

sua prima, Penélope Clarinha, são também elementos activos na tomada <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões.<br />

Adicionalmente, não se prevêm alterações estruturais no interior da direcção a<br />

curto e médio prazo ainda que se vivencie uma forte crise socioeconómica.<br />

3.3 Valores<br />

A Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, Lda reconhece que o sucesso da marca<br />

assenta na gran<strong>de</strong> carga histórica e tradição associadas à marca, ao estabelecimento<br />

e ao produto (os <strong>Pastéis</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>). Aposta por isso, contrarian<strong>do</strong> uma possível<br />

tendência <strong>de</strong> necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> renovação <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e imagem <strong>de</strong> marca, na<br />

manutenção da sua i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, assentan<strong>do</strong> em valores como a tradição, proximida<strong>de</strong><br />

com o consumi<strong>do</strong>r, e numa diferenciação pela manutenção da “qualida<strong>de</strong> [<strong>do</strong> produto]<br />

e <strong>do</strong>s processos <strong>de</strong> produção artesanais” (Capítulo 5.3 Apêndice C - Entrevista ao Dr.<br />

Miguel Clarinha. Tanto que os <strong>Pastéis</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> são consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s pelos<br />

consumi<strong>do</strong>res a referência <strong>de</strong>ntro da categoria (pastelaria e confeitaria tradicional e<br />

nacional). É percepcionada por estes como marca genuína à qual está associa<strong>do</strong> um<br />

forte valor <strong>de</strong> tradição e que culmina com uma forte relação afectiva entre o produto,<br />

consumi<strong>do</strong>res e a construção da i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> nacional.<br />

3.4. Objectivos<br />

Actualmente, a Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, Lda estabelece como objectivo para 2012<br />

a manutenção <strong>do</strong> volume <strong>de</strong> vendas como explícita o Dr. Miguel Clarinha – ‘’ (...) a<br />

nossa expectativa para o ano que vem é conseguir manter [o volume <strong>de</strong> vendas], não<br />

temos aqui gran<strong>de</strong>s expectativas <strong>de</strong> crescimento, porque isso seria um pouco utópico,<br />

e manter o volume <strong>de</strong> vendas seria já para nós como crescimento, seria como uma<br />

vitória , porque o contexto [socioeconómico] já é complica<strong>do</strong>” (Capítulo 5.3 Apêndice C<br />

- Entrevista ao Dr. Miguel Clarinha.<br />

3.5. Segmentação<br />

É fundamental para qualquer organização conhecer os seus públicos-alvo e<br />

públicos pontenciais, só assim é possível a<strong>de</strong>quar a estratégia e plano <strong>de</strong> marketing<br />

aos mesmos <strong>de</strong> forma eficaz (Lin<strong>do</strong>n, D., et al, 2011).<br />

7


3.5.1 Critérios <strong>de</strong> Segmentação<br />

A Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, Lda, dirige a venda <strong>de</strong> <strong>Pastéis</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong><br />

segun<strong>do</strong> um critério geográfico, isto é, a to<strong>do</strong>s os indivíduos resi<strong>de</strong>ntes em Lisboa e a<br />

indivíduos que estejam <strong>de</strong> passagem pela zona circundante ao estabelecimento (o<br />

inclui turistas) com interesse pela pastelaria tradicional. Por não se tratar <strong>de</strong> um<br />

produto <strong>de</strong> primeira necessida<strong>de</strong> os indíviduos pertencem às classes A, B, C1 e, mais<br />

dificilmente, C2.<br />

Ao tratar-se <strong>de</strong> um critério <strong>de</strong> valor operacional e passível <strong>de</strong> medição permite<br />

ao responsável <strong>de</strong> marketing, neste caso o Dr. Miguel Clarinha, direccionar com maior<br />

especificida<strong>de</strong> as suas acções.<br />

3.6 Posicionamento<br />

À semelhança da segmentação estabelecer o posicionamento <strong>de</strong> uma da<strong>do</strong><br />

produto reflecte uma escolha por parte <strong>do</strong> <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> marketing e traduz a forma<br />

como se preten<strong>de</strong> ser percepciona<strong>do</strong> pelo público-alvo (Lin<strong>do</strong>n, D., et al, 2011).<br />

Ao tratar-se <strong>de</strong> uma política <strong>de</strong> marketing, isto é um conjunto <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões e<br />

regras <strong>de</strong> conduta que a empresa a<strong>do</strong>pta para atingir os seus objectivos (Ferreira B.,<br />

2011), e <strong>de</strong> uma <strong>de</strong>cisão estratégica face aos concorrentes, preten<strong>de</strong> transmitir,<br />

explicíta ou implicitamente, uma posição coerente, credível, distinta e atractiva <strong>de</strong> um<br />

da<strong>do</strong> produto no merca<strong>do</strong> em que se insere e, também, na mente <strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res<br />

(Lin<strong>do</strong>n, D., et al, 2011).<br />

Neste caso, a marca <strong>Pastéis</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> e produto homónimo são i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s<br />

como pastéis <strong>de</strong> Nata (o que permite situar o produto), diferencian<strong>do</strong>-se <strong>do</strong>s restantes<br />

pela tradição, qualida<strong>de</strong> e secretismo em re<strong>do</strong>r da receita original (o que permite<br />

distinguir o produto da concorrência), como traduz a assinatura <strong>Pastéis</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, O<br />

Sabor da Tradição.<br />

Apesar <strong>de</strong> as estratégias <strong>de</strong> marketing serem actualizadas periodicamente à<br />

evolução <strong>do</strong>s merca<strong>do</strong>s, o posicionamento é um elemento <strong>de</strong> continuida<strong>de</strong> que<br />

garante a coerência entre os subsequentes planos <strong>de</strong> marketing.<br />

8


3.7 A marca e imagem <strong>de</strong> marca: <strong>Pastéis</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong><br />

“A product is something ma<strong>de</strong> in a factory;; a brand is something that is bought by the<br />

customer. A product can be copied by a competitor; a brand is unique. A product can<br />

be quickly outdated;; a successful brand is timeless.”<br />

por Stephen King, WPP Group, Lon<strong>do</strong>n<br />

A concepção <strong>de</strong> marca acrecenta valor ao produto, à empresa e, inclusive, ao<br />

consumi<strong>do</strong>r. Na medida em que se apresenta como um termo <strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong> da<br />

empresa, diminuin<strong>do</strong> o risco <strong>de</strong>corrente da aquisição <strong>de</strong>sse produto pelo consumi<strong>do</strong>r<br />

(Lin<strong>do</strong>n, D., et al, 2011). Por exemplo, um indivíduo ao querer consumir um Pastel <strong>de</strong><br />

<strong>Belém</strong>, sabe à priori que está adquirir um pastel <strong>de</strong> nata (produto) <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />

distinta.<br />

Perante uma oferta <strong>de</strong> produtos semelhantes, as marcas, com as suas<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>s gráficas facilmente reconhecíveis, são elementos que promovem ou<br />

distanciam a aquisição <strong>do</strong> produto por parte <strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res (Lin<strong>do</strong>n, D., et al,<br />

2011). Os <strong>Pastéis</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> por apresentarem uma forte i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> e imagem <strong>de</strong><br />

marca são facilmente reconhecíveis e surgem como produto <strong>de</strong> referência na<br />

aquisição no que diz respeito ao merca<strong>do</strong> da pastelaria e confeitaria tradicional e<br />

nacional, nomeadamente, <strong>de</strong> pastéis <strong>de</strong> nata.<br />

A marca constitui, também, um elemento <strong>de</strong> pertença e <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificação entre<br />

membros <strong>de</strong> um da<strong>do</strong> grupo, po<strong>de</strong>, por exemplo, traduzir um status social (Lin<strong>do</strong>n, D.,<br />

et al, 2011). Os <strong>Pastéis</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> são, em gran<strong>de</strong> parte, i<strong>de</strong>ntifica<strong>do</strong>s e projecta<strong>do</strong>s<br />

pelos consumi<strong>do</strong>res ten<strong>do</strong> em consi<strong>de</strong>ração a sua forte história e tradição o que<br />

proporciona e contribui para uma forte pertença e construção <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> nacional.<br />

3.7.1 A i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> psicológica da marca, personalida<strong>de</strong> e valores.<br />

Por si só, uma marca não é apenas <strong>de</strong>scrita pelos seus aspectos físicos e<br />

concretos. As gran<strong>de</strong>s marcas têm sempre associadas a si valores, traços e<br />

personalida<strong>de</strong>s (Lin<strong>do</strong>n, D., et al, 2011). Desta forma, todas as manifestações da<br />

marca contribuem para a criação <strong>de</strong> uma imagem e <strong>de</strong> valores associa<strong>do</strong>s à mesma.<br />

Por exemplo, o estabelecimento da Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> apresenta uma<br />

<strong>de</strong>coração própria e tradicional (existência <strong>de</strong> elementos nacionais como azulejos <strong>de</strong><br />

cerâmica típicos, entre outros), o que reflecte os valores da empresa (Capítulo 3.3<br />

Valores).<br />

9


3.8 <strong>Marketing</strong>-Mix<br />

<strong>Marketing</strong>-Mix <strong>de</strong>fine-se como to<strong>do</strong> o conjunto <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões <strong>de</strong> marketing que<br />

resultam <strong>de</strong> orientações <strong>de</strong>finidas pela política e estratégia <strong>de</strong> marketing e que visam<br />

atingir os objectivos pré-<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s (Lin<strong>do</strong>n, D., et al, 2011; Nunes, C., et al, 2001).<br />

3.8.1 Política <strong>de</strong> Produto<br />

A política <strong>de</strong> produto é elemento fundamental da estratégia <strong>de</strong> marketing uma<br />

vez que <strong>de</strong>termina: (i) a <strong>de</strong>finição <strong>do</strong> portfolio <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s da empresa e respectivos<br />

produtos; (ii) as características próprias <strong>de</strong> cada um <strong>do</strong>s produtos; (iii) a embalagem e<br />

respectiva concepção; e, (iv) uma política <strong>de</strong> gama (Lin<strong>do</strong>n, D., et al, 2011).<br />

A Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> apresenta uma estratégia direccionada para o<br />

produto lí<strong>de</strong>r, os <strong>Pastéis</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, uma vez que a sua fabricação e venda constituem<br />

o portfólio <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s daquela com o propósito principal <strong>de</strong> manter as vantagens<br />

<strong>do</strong>s mesmos. Enten<strong>de</strong>-se por vantagens to<strong>do</strong>s os atributos positivos <strong>do</strong> produto em<br />

relação aos concorrentes e que <strong>de</strong>correm da perfomance e mantêm a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s<br />

mesmos.<br />

A Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> priviligia a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> fabrico ten<strong>do</strong>, por isso,<br />

optimiza<strong>do</strong> as técnicas <strong>de</strong> confecção <strong>do</strong>s <strong>Pastéis</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> e constituí<strong>do</strong> um<br />

<strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> controlo <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>.<br />

Não obstante, a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produto é <strong>de</strong>terminada pela correspondência ou<br />

não às expectativas <strong>do</strong> consumi<strong>do</strong>r, pelo preço <strong>do</strong> produto e distinção face à<br />

concorrência (Lin<strong>do</strong>n, D., et al, 2011).<br />

3.8.1.2 A embalagem<br />

Por <strong>de</strong>finição, embalagem <strong>de</strong>signa o conjunto <strong>de</strong> elementos materiais que sem<br />

serem parte integrante <strong>do</strong> produto facilitam a sua protecção, permitem o seu<br />

transporte, armazenamento, i<strong>de</strong>ntificação e utilização por parte <strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res<br />

(Lin<strong>do</strong>n, D., et al, 2011).<br />

A Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> utiliza maioritariamente embalagens primárias,<br />

isto é, embalagens em que cada unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> consumo (cada Pastel <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>) está em<br />

contacto directo com esta.<br />

O <strong>de</strong>sign industrial teve em consi<strong>de</strong>ração aspectos ergonómicos (a forma<br />

circular <strong>do</strong> produto, e por isso a embalagem em prisma hexagonal), aspectos relativos<br />

à conservação <strong>do</strong> produto e facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> transporte (tamanho a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> ao<br />

manuseamento), e, por fim, aspectos estéticos (o material utiliza<strong>do</strong> ao absorver a<br />

gordura proveniente <strong>do</strong> produto não mancha, e, ainda, função <strong>de</strong> atracção e<br />

comunicação apelan<strong>do</strong> aos valores da marca).<br />

10


3.8.2 Política <strong>de</strong> Preço<br />

O preço é a única variável <strong>do</strong> marketing-mix, que para além <strong>de</strong> contribuir para a<br />

imagem da marca, produz receitas (as restantes implicam custos e <strong>de</strong>spesas) e<br />

permite a sustentabilida<strong>de</strong> da empresa (Lin<strong>do</strong>n, D., et al, 2011; Ferreira, B., et al,<br />

2011).<br />

3.8.2.1 Determinação <strong>do</strong> preço <strong>de</strong> venda ao público<br />

A Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, Lda estabelece o preço <strong>de</strong> venda ao público<br />

(PVP) ten<strong>do</strong> em consi<strong>de</strong>ração o preço <strong>de</strong> custo <strong>de</strong> produção mais uma dada margem.<br />

Actualmente, cada Pastel <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> tem um preço unitário <strong>de</strong> € 0,95, <strong>de</strong>sconhecen<strong>do</strong>-<br />

se o custo <strong>de</strong> produção e respectiva margem.<br />

Porém, o custo <strong>de</strong> produção está sujeito a inúmeras variáveis externas,<br />

nomeadamente, alterações no preço das matérias-primas, inflação e outros impostos.<br />

Por exemplo, no próximo ano <strong>de</strong> 2012, o aumento <strong>do</strong> Imposto <strong>de</strong> Valor Acrescenta<strong>do</strong><br />

(IVA) referente à restauração <strong>de</strong> 6 para 23% terá implicações directas com o PVP<br />

como adianta o Dr. Miguel Clarinha – “(...) Ainda não <strong>de</strong>cidimos exactamente para<br />

quanto iremos aumentar [o PVP], mas que teremos que fazer um aumento teremos,<br />

não po<strong>de</strong>remos suportar sozinhos este aumento <strong>do</strong> IVA, vamos ter que pensar nisso,<br />

será uma <strong>de</strong>cisão tomada para o ano [2012]’’ (Capítulo 5.3 Apêndice C - Entrevista ao<br />

Dr. Miguel Clarinha<br />

3.9. Política <strong>de</strong> Distribuição<br />

Enten<strong>de</strong>-se por distribuição como to<strong>do</strong> o conjunto <strong>de</strong> organizações e<br />

activida<strong>de</strong>s in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes envolvidas no processo <strong>de</strong> comercialização <strong>do</strong>s produtos<br />

tornan<strong>do</strong>-os acessíveis aos consumi<strong>do</strong>res (Ferreira, B., 2011). Na verda<strong>de</strong>, distribuir<br />

produtos é tê-los no local certo, em quantida<strong>de</strong>s suficientes, com as características<br />

pretendidas num da<strong>do</strong> momento (Lin<strong>do</strong>n, D., et al, 2011; Ferreira, B., et al, 2011).<br />

Neste senti<strong>do</strong>, a localização privilegiada, perto <strong>do</strong> rio Tejo, entre o Mosteiro <strong>do</strong>s<br />

Jerónimos e o Palácio <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, numa rua movimentada, turística e <strong>de</strong> fácil acesso<br />

garante, em parte, uma eficiente distribuição <strong>do</strong>s <strong>Pastéis</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> ten<strong>do</strong> em<br />

consi<strong>de</strong>ração os valores da Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, Lda.<br />

Do ponto <strong>de</strong> vista estratégico, a distribuição <strong>do</strong>s <strong>Pastéis</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, é exclusiva,<br />

uma vez que o estabelecimento da Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, Lda é o único ponto<br />

<strong>de</strong> venda. Trata-se <strong>de</strong> um circuito directo, isto é, <strong>do</strong> produtor para o consumi<strong>do</strong>r. Neste<br />

senti<strong>do</strong>, é possível um maior contacto e proximida<strong>de</strong> com o consumi<strong>do</strong>r e uma melhor<br />

compreensão <strong>do</strong> comportamento <strong>do</strong>s mesmos. Esta relação directa entre o fabrico e<br />

11


distribuição permite eliminar custos com a remuneração da distribuição por terceiros,<br />

já que não existem.<br />

Quan<strong>do</strong> questiona<strong>do</strong> sobre a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> expandir a distribuição a outros<br />

pontos <strong>de</strong> venda, o Dr. Miguel Clarinha, evi<strong>de</strong>ncia a forte e coerente política <strong>de</strong><br />

produto da empresa – ‘’(...) é muito importante para a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> produto a forma<br />

como o produto chega ao cliente, nós temos opta<strong>do</strong> por centralizar a venda apenas<br />

aqui. Se fizermos a distribuição <strong>do</strong> produto ele chegará ao cliente em condições não<br />

tão boas quanto aquelas que po<strong>de</strong>mos proporcionar’’ (Capítulo 5.3 Apêndice C -<br />

Entrevista ao Dr. Miguel Clarinha. Na verda<strong>de</strong>, a distribuição é uma variável díficil <strong>de</strong><br />

controlar, uma vez que o produtor per<strong>de</strong> o controlo sobre os produtos aquan<strong>do</strong> da<br />

transmissão jurídica ao primeiro intermediário, o que se po<strong>de</strong> traduzir numa perda <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong> no caso <strong>de</strong> produtos perecíveis como os <strong>Pastéis</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> (Lin<strong>do</strong>n, D., et al,<br />

2011).<br />

Para além <strong>de</strong> prestar um atendimento simpático e eficiente aos seus clientes<br />

no fornecimento <strong>do</strong>s <strong>Pastéis</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, a Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, Lda apresenta<br />

uma <strong>de</strong>coração tradicional baseada em azulejos azul e branco que remetem a<br />

diferentes momentos da história da zona <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, e, ainda, outros elementos<br />

etnográficos e tradicionais.<br />

3.10 Política <strong>de</strong> Comunicação<br />

‘’Não chega fazer um bom produto – há que o dar a conhecer e valorizá-lo’’<br />

em Mercator XXI, 2011.<br />

Por política <strong>de</strong> comunicação enten<strong>de</strong>-se to<strong>do</strong> o conjunto <strong>de</strong> sinais que a<br />

empresa emite <strong>de</strong> forma voluntária, a distribuição <strong>de</strong>stes via media (sejam eles<br />

publicida<strong>de</strong> , relações públicas , promoções <strong>de</strong> venda, marketing directo, etc) às linhas<br />

gerais <strong>do</strong> copy strategy (que contém as promessas, o tom e os valores a transmitir) e<br />

aos meios promocionais usa<strong>do</strong>s (amostras gratuitas, preços especiais, venda conjunta<br />

com outros produtos, etc) (Ferreira, B., et al, 2011).<br />

A Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, Lda apresenta-se como um caso particular, já<br />

que o seu sucesso baseia-se num só produto que é facilmente reconhecível pelos<br />

consumi<strong>do</strong>res em virtu<strong>de</strong> <strong>do</strong> eleva<strong>do</strong> valor histórico e tradicional <strong>do</strong> mesmo. Neste<br />

senti<strong>do</strong>, a empresa não necessita <strong>de</strong> investir em comunicação above the line <strong>de</strong> uma<br />

forma regular e intensiva. Aliás, o Dr. Miguel Clarinha acrescenta que os meios <strong>de</strong><br />

12


comunicação social são os primeiros a fazer essa mesma divulgação e sem qualquer<br />

custo para a empresa – ‘’(...) Volta e meia vamos fazen<strong>do</strong> comunicação nos meios<br />

tradicionais, na rádio , em imprensa escrita , ás vezes fazemo-lo em épocas festivas<br />

como o natal ou alturas em que queremos comunicar algo especial que se está a<br />

passar, mas realmente é raro fazê-lo. Agora na televisão nunca o fizémos. Os <strong>Pastéis</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Belém</strong> são um caso <strong>de</strong> certa forma único porque nós temos muita procura<br />

mediática, felizmente para nós recebemos muita imprensa nacional e estrangeira que<br />

por um motivo ou outro acaba sempre por falar <strong>do</strong>s pasteis <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> e vamos<br />

aparecen<strong>do</strong> na televisão nacional e internacional com to<strong>do</strong> o tipo <strong>de</strong> reportagem,<br />

portanto, a nossa imagem vai sen<strong>do</strong> passada nos principais meios <strong>de</strong> comunicação o<br />

que nos faz <strong>de</strong> certa forma sentir que não temos tanta necessida<strong>de</strong> em investir nos<br />

meios <strong>de</strong> comunicação como a televisão’’ (Capítulo 5.3 Apêndice C - Entrevista ao Dr.<br />

Miguel Clarinha.<br />

Logo, a Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, Lda prefere investir em meios below the<br />

line, reconhecen<strong>do</strong> a importância da internet, das re<strong>de</strong>s sociais e o networking que<br />

estas possibilitam, on<strong>de</strong> a comunicação entre consumi<strong>do</strong>res adquire uma importância<br />

extraordinária on<strong>de</strong> oss clientes apóstolos, que promovem positivamente a empresa e,<br />

sobretu<strong>do</strong>, os contestatários, têm a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> construir e <strong>de</strong>struir a reputação da<br />

marca (Lin<strong>do</strong>n, D., et al, 2011). Desta forma, Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, Lda é<br />

bastante activa e regular no Facebook, on<strong>de</strong> tem uma página com mais <strong>de</strong> 2000<br />

segui<strong>do</strong>res. As actualizações constantes sobre novida<strong>de</strong>s promovem um envolvimento<br />

com os consumi<strong>do</strong>res e <strong>de</strong>spertam a curisida<strong>de</strong> <strong>de</strong> potenciais. Com a utilização <strong>de</strong>sta<br />

plataforma é possível acima <strong>de</strong> tu<strong>do</strong> assegurar uma comunicação eficaz e<br />

personalizada com consumi<strong>do</strong>res, tanto nacionais como estrangeiros (que<br />

representam uma fatia importante <strong>do</strong>s consumi<strong>do</strong>res da Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>,<br />

Lda).<br />

Simultaneamente, apresenta um site próprio interactivo e dinâmico, que facilita<br />

a apresentação da empresa e <strong>do</strong> estabelecimento, bem como <strong>do</strong>s produtos vendi<strong>do</strong>s.<br />

No entanto, a Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, Lda <strong>de</strong>u priorida<strong>de</strong> a um <strong>de</strong>sign tradicional<br />

(logótipo sob a forma <strong>de</strong> brasão, motivos, tipografia clássica e serifada), remeten<strong>do</strong> os<br />

consumi<strong>do</strong>res para os valores enuncia<strong>do</strong>s pela empresa e preservan<strong>do</strong> a respectiva<br />

i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>.<br />

Com o investimento nos novos meios <strong>de</strong> comunicação digital a empresa<br />

procura reforçar a sua presença no merca<strong>do</strong> aproveitan<strong>do</strong> o efeito viral e a mouth-to-<br />

mouth online. No entanto, sem prejuízo <strong>do</strong>s seus valores e com a manutenção das<br />

linhas copy strategy (Capitulo 3.3 Valores). Desta forma, apresenta inovação e<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> adaptação ao novo merca<strong>do</strong> online sob o mote <strong>de</strong> tradição actual.<br />

13


A Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, Lda associa-se também a acções <strong>de</strong><br />

responsabilida<strong>de</strong> civil e social, como forma <strong>de</strong> comunicação e promoção <strong>de</strong> produto. É<br />

frequente a presença <strong>de</strong> <strong>Pastéis</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> em eventos <strong>de</strong> carácter social e<br />

benficiência. Recentemente, apoiou a candidatura <strong>do</strong> Fa<strong>do</strong> a património cultural<br />

imaterial da humanida<strong>de</strong> pela UNESCO através da criação <strong>de</strong> embalagens específicas<br />

com elementos gráficos associa<strong>do</strong>s ao Fa<strong>do</strong>.<br />

14


4. Consi<strong>de</strong>rações Finais<br />

Ao estudarmos a Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, Lda e, particularmente, a acção<br />

<strong>do</strong> Dr. Miguel Clarinha como principal responsável, verificou-se a importância <strong>do</strong><br />

estabelecimento <strong>de</strong> uma estratégia <strong>de</strong> marketing para o funcionamento e sucesso <strong>de</strong><br />

uma empresa.<br />

Durante o estu<strong>do</strong> <strong>de</strong>paramo-nos com um caso bastante particular: A Antiga<br />

Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, Lda apresenta-se como uma empresa <strong>de</strong> gerência familiar,<br />

sen<strong>do</strong> que todas as <strong>de</strong>cisões são <strong>de</strong>cididas pela gerência na sua totalida<strong>de</strong>. No<br />

entanto, é ao Dr. Miguel Clarinha, a quem são atribuídas funções relativas à criação e<br />

<strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> estratégias e planeamento <strong>de</strong> marketing e comunicação, sem que<br />

haja, no entanto, um <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> marketing propriamente dito.<br />

A <strong>de</strong>cisão da gerência <strong>de</strong> estabelecer como objectivo a manutenção das<br />

vendas tem influência directa no plano estratégico <strong>de</strong> marketing da Antiga Confeitaria<br />

<strong>de</strong> <strong>Belém</strong>. Este plano estratégico pauta-se por um reforço <strong>do</strong>s valores <strong>de</strong> tradição e<br />

qualida<strong>de</strong> associa<strong>do</strong>s a marca e ao seu produto <strong>de</strong> referência, os Pasteis <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>.<br />

Este produto é a base <strong>do</strong> sucesso da empresa, e apresenta uma ligação afectiva forte<br />

com os consumi<strong>do</strong>res, dispensan<strong>do</strong> gran<strong>de</strong>s acções promocionais ou publicitárias. A<br />

Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>, por isso, não investir gran<strong>de</strong>mente em<br />

comunicação convencional, isto é, através <strong>do</strong>s meios above-the-line. Opta por<br />

direccionar as suas atenções para os novos media como a internet, procuran<strong>do</strong> cativar<br />

consumi<strong>do</strong>res através <strong>de</strong> um site dinâmico e da participação nas re<strong>de</strong>s sociais,<br />

procuran<strong>do</strong> aliar aos valores artesanais e tradicionais, um conceito <strong>de</strong> mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> e<br />

actualização. Não se prevêm alterações estruturais no interior da direcção a curto e<br />

médio prazo, ainda que se vivencie uma forte crise socioeconómica.<br />

As gran<strong>de</strong>s limitações <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> pren<strong>de</strong>-se com o facto <strong>de</strong> não existir um<br />

<strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> marketing <strong>de</strong>fini<strong>do</strong> estruturalmente e também por não ter si<strong>do</strong><br />

possível acompanhar a rotina diária <strong>do</strong> Dr. Miguel Clarinha.<br />

15


5. Apêndices<br />

5.1. Apêndice A – Carta <strong>de</strong> pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> autorização e <strong>de</strong> colaboração à<br />

Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, Lda,<br />

Assunto: Pedi<strong>do</strong> <strong>de</strong> autorização e <strong>de</strong> colaboração à Gerência da Antiga Confeitaria<br />

<strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, Lda., para a realização <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> “O <strong>Marketing</strong> <strong>do</strong>s <strong>Pastéis</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>”, no<br />

âmbito da Unida<strong>de</strong> Curricular Fundamentos <strong>de</strong> <strong>Marketing</strong> da Escola Superior <strong>de</strong><br />

Comunicação Social <strong>de</strong> Lisboa.<br />

Exmo. Senhor Director Miguel Clarinha,<br />

No âmbito <strong>de</strong> Unida<strong>de</strong> Curricular <strong>de</strong> Fundamentos <strong>de</strong> <strong>Marketing</strong>, <strong>do</strong> 1º ano, da<br />

Licenciatura em Publicida<strong>de</strong> e <strong>Marketing</strong> da Escola Superior <strong>de</strong> Comunicação Social<br />

<strong>de</strong> Lisboa, os discentes André Amaral, Carla Pires, Daniel Silva, Luís Me<strong>de</strong>iros e Mário<br />

Rui André vêm por este meio solicitar a colaboração da Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>,<br />

Lda. na realização <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> intitula<strong>do</strong> “O <strong>Marketing</strong> <strong>do</strong>s <strong>Pastéis</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>””.<br />

O presente estu<strong>do</strong> tem como objectivo principal observar a organização geral <strong>do</strong><br />

Departamento <strong>de</strong> <strong>Marketing</strong> da Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, Lda. (se é que é possível<br />

distingui-lo na estrutura da empresa). Como objectivos específicos preten<strong>de</strong>-se,<br />

essencialmente:<br />

• I<strong>de</strong>ntificar os elementos constituintes <strong>do</strong> <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> marketing;<br />

• Determinar a organização estrutural e funcional <strong>do</strong> <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong><br />

marketing;<br />

• I<strong>de</strong>ntificar quais os objectivos actuais <strong>do</strong> mesmo;<br />

• Observar a rotina diária <strong>de</strong> cada um <strong>do</strong>s elementos constituintes;<br />

• Saber mais sobre os <strong>Pastéis</strong> <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> e a sua história,<br />

• Conhecer a sua confecção, mo<strong>do</strong> <strong>de</strong> venda e distribuição;<br />

• E, por fim, compreen<strong>de</strong>r a sua importância para a economia lisboeta e<br />

nacional.<br />

O estu<strong>do</strong> está sob orientação <strong>do</strong> Professor Manuel Batista, <strong>do</strong>cente da Escola<br />

Superior <strong>de</strong> Comunicação Social <strong>de</strong> Lisboa, e com duração máxima prevista <strong>de</strong> uma<br />

semana. Qualquer esclarecimento adicional ou contacto po<strong>de</strong> contactar, por telefone<br />

ou e-mail, com Mário Rui André (<strong>mruiandre</strong>@gmail.com; 915 716 641) ou, ainda, com<br />

Professor Manuel Batista, <strong>do</strong>cente responsável (mbatista@escs.ipl.pt).<br />

16


Aguardamos resposta o mais <strong>de</strong>pressa possível.<br />

Com os melhores cumprimentos,<br />

André Amaral, Carla Pires, Daniel Silva, Luís Me<strong>de</strong>iros e Mário Rui André<br />

5.2. Apêndice B - Guia da Entrevista<br />

1. Como se organiza functional e estruturalmente a Antiga Confeiteira <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>?<br />

Existe algum organograma da empresa?<br />

2. Que valores partilha e procura a direcção na gestão <strong>do</strong> negócio?<br />

3. Quantos funcionários tem a Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>?<br />

4. Que objectivos <strong>de</strong> vendas estabeleceram para 2011? Estão a ser cumpri<strong>do</strong>s?<br />

5. O volume <strong>de</strong> vendas sofreu alterações com actual crise socioeconómica, se<br />

sim em que medida?<br />

6. Em que medida, a seu ver, os pastéis <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> ajudam a construir uma<br />

imagem positiva <strong>de</strong> Portugal?<br />

7. Comercialmente como é feita a gestão no dia-a-dia?<br />

8. Ten<strong>do</strong> em consi<strong>de</strong>ração o vosso extenso volume <strong>de</strong> vendas diário alguma vez<br />

foi pon<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> a extensão <strong>do</strong> negócio? Internacionalmente, por exemplo?<br />

Também a criação <strong>de</strong> um <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> <strong>Marketing</strong>?<br />

9. No que diz a acções específicas <strong>de</strong> comunicação, é hábito <strong>de</strong>senvolvê-las<br />

frequente ou pontualmente?<br />

10. A estratégia <strong>de</strong> divulgação da marca está baseia-se em muito pela história já<br />

adquirida. No entanto, recentemente apostaram num packaging específico na<br />

promoção <strong>do</strong> Fa<strong>do</strong> a Património Mundial. Como surgem estas relações e<br />

parcerias? O ‘’passa palavra’’ continua a ser uma das vossas principais<br />

estratégias?<br />

17


5.3 Apêndice C – Entrevista ao Dr. Miguel Clarinha<br />

(Alunos): Como é a estrutura e organização da Antiga Confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, se calhar<br />

era aquela que para nós é essencial, que é perceber a questão <strong>do</strong> ser uma empresa<br />

familiar...<br />

(Dr. Miguel Clarinha): É uma empresa <strong>de</strong> gestão familiar, gerente principal, que é<br />

neste caso o meu pai, a minha prima e eu somos a parte <strong>de</strong> gerência da empresa, e<br />

portanto somos to<strong>do</strong>s da mesma família. Depois abaixo da gerência temos a direcção,<br />

a qualida<strong>de</strong>, a parte <strong>do</strong> economato, e a supervisão, <strong>de</strong>pois as secções em que se<br />

reparte o serviço da confeitaria, que diz respeito á fabricação ao serviço <strong>de</strong> mesa e<br />

balcão. Quanto ao <strong>de</strong>partamento <strong>de</strong> <strong>Marketing</strong>, não temos um propriamente. Nós na<br />

gerência, sobretu<strong>do</strong> eu, vamos fazen<strong>do</strong> tu<strong>do</strong> o que seja relaciona<strong>do</strong> com o marketing<br />

entre muitas outras tarefas, mas eu sou a pessoa que mais lida com o marketing,<br />

embora a minha prima e o meu pai li<strong>de</strong>m com muitas situações e participem nas<br />

discussões que estão relacionadas directamente com o marketing, portanto a<br />

organização estrutural da empresa é mais ou menos esta.<br />

(Alunos): Então, o seu pai tem mais uma função <strong>de</strong> administração, liga<strong>do</strong> á gestão<br />

financeira, então a sua prima e o seu pai , tem digamos uma função mais especifica<br />

<strong>de</strong>ntro da empresa, uma vez que o Dr. Miguel está mais liga<strong>do</strong> à área <strong>de</strong> comunicação<br />

embora as funções sejam cumulativas?<br />

(Dr. Miguel Clarinha): De facto, o gerente principal é o meu pai, ele tem<br />

responsabilida<strong>de</strong>s que nós não temos , nomeadamente a ultima <strong>de</strong>cisão é sempre<br />

<strong>de</strong>le , tu<strong>do</strong> o que seja relaciona<strong>do</strong> com assinaturas, com pagamentos, esse tipo <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>cisões passam pelo gerente principal , tanto a minha prima como eu vamos fazen<strong>do</strong><br />

<strong>de</strong> tu<strong>do</strong> um pouco, fazemos o papel da gerência pois há inúmeras coisas que se faz<br />

no que diz respeito a gerir uma empresa, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> recursos humanos até contabilida<strong>de</strong>,<br />

gerir um pouco <strong>de</strong> to<strong>do</strong>s os <strong>de</strong>partamentos, fazer o acompanhamento aqui no<br />

atendimento ao cliente, na parte <strong>de</strong> escritório, portanto, vamos acumulan<strong>do</strong> funções e<br />

vamos apoian<strong>do</strong>-nos uns aos outros <strong>de</strong> forma a cumprir os objectivos, agora eles tem<br />

participação também no marketing mas se calhar eu acabo por ter maior participação<br />

porque também foi algo que eu estu<strong>de</strong>i, com que o qual estou mais habitua<strong>do</strong> a lidar,<br />

mas ele participam mas eles também participam nestas tomadas <strong>de</strong> <strong>de</strong>cisões.<br />

(Alunos): Portanto, os 3 estão elementos activos no que diz respeito à estratégia da<br />

comunicação e <strong>do</strong> marketing, na antiga confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>.<br />

Uma outra questão, que valores embora os valores económicos estejam implícitos em<br />

toda a politica e em tu<strong>do</strong>, que valores partilha e procura a direcção no que diz respeito<br />

18


á escolha <strong>do</strong>s seus funcionários, <strong>de</strong> uma forma geral quais são os valores e a missão<br />

da própria confeitaria.<br />

(Dr. Miguel Clarinha): Nos valores e missão, não está directamente relaciona<strong>do</strong> com a<br />

escolha <strong>de</strong> pessoal, nós na antiga confeitaria <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> tem como principal produto o<br />

Pastel <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, digamos que o nosso posicionamento aqui, a nossa estratégia<br />

principal passa por manter a qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste produt , manten<strong>do</strong> a receita original e os<br />

processos <strong>de</strong> produção artesanais , que resultam no Pastel <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> , a nossa<br />

principal preocupação é manter a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> da marca, manter a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> da casa e<br />

isso passa naturalmente por manter a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> <strong>do</strong> produto e a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> mesmo ,<br />

bem como a forma artesanal da sua produção , digamos que este é o principal valor.<br />

Para além disto há uma serie <strong>de</strong> preocupações como manter um bom serviço para os<br />

nossos clientes , manter um espaço agradável , manter uma politica <strong>de</strong> gestão em que<br />

consigamos manter esta imagem <strong>de</strong> produto tradicional , <strong>de</strong> casa tradicional , típica ,<br />

com história , com uma <strong>de</strong>coração que também nos transporta por momentos na<br />

história, que esteja associada a toda a zona <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> e toda a envolvência da história<br />

<strong>do</strong> produto e a história da casa em si, mas ao mesmo tempo acompanhar a evolução<br />

<strong>do</strong>s tempos e também ser capaz <strong>de</strong> dar uma resposta aos nossos clientes <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong>, ás vezes obriga-nos a mo<strong>de</strong>rnizar a nossa produção mas também o<br />

atendimento, portanto , aqui queremos manter uma i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> tradicional e artesanal<br />

mas obviamente que vamos ten<strong>do</strong> que mo<strong>de</strong>rnizar aqui e ali na medida em que as<br />

exigências o vão obrigan<strong>do</strong>.<br />

(Alunos): Neste caso o facto <strong>de</strong> querer, ter essa necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manter a tradição e a<br />

produção artesanal a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> histórica <strong>do</strong> próprio produto é uma das razões<br />

principais pela qual nunca apostaram numa produção mais alargada ou até uma<br />

internacionalização uma vez que são pasteis conheci<strong>do</strong>s em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong> não é<br />

verda<strong>de</strong>?<br />

(Dr. Miguel Clarinha): Sim... o Pastel <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> é um produto perecível , é produzi<strong>do</strong><br />

na altura e <strong>de</strong>ve ser consumi<strong>do</strong> na altura quente para que possa manter o máximo da<br />

sua qualida<strong>de</strong>. Nós os pasteis que ven<strong>de</strong>mos aqui, aliás o único local em que são<br />

vendi<strong>do</strong>s são aqui, são sempre feitos na hora, portanto , qualquer cliente que adquire<br />

aqui pasteis <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> sabe que eles foram feitos no máximo á uma hora, e isso<br />

também é muito importante para a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> produto, a forma como o produto<br />

chega ao cliente, nós temos opta<strong>do</strong> por centralizar a venda apenas aqui para<br />

centralizar e se fizermos a distribuição <strong>do</strong> produto ele vai chegar ao cliente em<br />

condições não tão boas quanto aquelas em que chega aqui na confeitaria, portanto,<br />

iria per<strong>de</strong>r-se muita qualida<strong>de</strong> no produto.<br />

19


Temos opta<strong>do</strong> por não fazer distribuição a nível nacional ou para outros pontos <strong>de</strong><br />

venda, em primeiro lugar para preservar a qualida<strong>de</strong> <strong>do</strong> produto em segun<strong>do</strong> lugar<br />

porque, para po<strong>de</strong>rmos alimentar outros pontos <strong>de</strong> venda, seriamos obriga<strong>do</strong>s a<br />

aumentar a nossa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção aqui para dar resposta a essa maior<br />

procura, nós muitas vezes aqui já temos a nossa capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> produção sobretu<strong>do</strong><br />

nas alturas <strong>do</strong> ano em que há maior movimento nos fim-<strong>de</strong>-semana ou feria<strong>do</strong>s,<br />

portanto, para que possamos equacionar outros pontos <strong>de</strong> venda quer sejam em<br />

Portugal ou no estrangeiro, precisamos primeiro <strong>de</strong> ter aqui uma estrutura que nos<br />

permita, produzir o suficiente para alimentar esses pontos <strong>de</strong> venda , e ao mesmo<br />

tempo precisamos <strong>de</strong> encontrar forma <strong>de</strong> fazer-mos o produto chegar ao cliente com a<br />

mesma qualida<strong>de</strong> que chega aqui.<br />

(Alunos): Mas em relação a abrir fábricas por exemplo noutros pontos, essa i<strong>de</strong>ia está<br />

posta fora <strong>de</strong> questão ?<br />

(Dr. Miguel Clarinha) Produzir os pasteis <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> não é uma tarefa fácil. Para já<br />

porque temos a questão da receita secreta que é logo aí um entrave, mas se mais <strong>do</strong><br />

que isso é a questão <strong>de</strong> isto ser um produto que é feito á mão, to<strong>do</strong>s eles um por um é<br />

uma produção artesanal, logo, por essa razão nós temos cerca <strong>de</strong> cinquenta pessoas<br />

a trabalhar só na questão <strong>do</strong> Pastel <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, para abrir uma nova fábrica ainda que<br />

muito provavelmente essa nova fábrica, ou esse novo ponto <strong>de</strong> venda não tivesse uma<br />

procura tão gran<strong>de</strong> como tem aqui a loja <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> ainda estaríamos a falar <strong>de</strong><br />

bastantes pessoas, equipamentos, um espaço gran<strong>de</strong>, para po<strong>de</strong>rmos fazer uma<br />

produção igual aquela que fazemos aqui.<br />

Para além disto há aqui a questão <strong>de</strong> nós não querermos também industrializar o<br />

Pastel <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, não queremos produzir em massa, criar um armazém em Portugal e<br />

criar pasteis <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> em massa porque isso seria industrializar o produto e isso seria<br />

per<strong>de</strong>r a tal i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> artesanal que falava á pouco.<br />

(Alunos): No que diz respeito á comunicação tem estratégias ? como por exemplo o<br />

vosso site, é mo<strong>de</strong>rno, embora tenha uma aparência tradicional, com uma imagem<br />

muito tradicional, mas chega a ser uma plataforma mo<strong>de</strong>rna. Nunca pon<strong>de</strong>raram ter<br />

um above the line, um anúncio na rádio ou televisão por exemplo, algo mais massivo?<br />

(Alunos): Ou mesmo se já foi feito algum anúncio?<br />

(Dr.Miguel Clarinha): Já foi feito, volta e meia vamos fazen<strong>do</strong> comunicação nos meios<br />

tradicionais, na rádio, em imprensa escrita, ás vezes fazemo-lo em épocas festivas<br />

como o natal ou alturas em que queremos comunicar algo especial que se está a<br />

passar , mas realmente é raro fazê-lo. Agora na televisão nunca o fizemos, os pasteis<br />

<strong>de</strong> <strong>Belém</strong> é um caso <strong>de</strong> certa forma único porque nós temos muita procura mediática,<br />

felizmente para nós recebemos muita imprensa nacional e estrangeira que por um<br />

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motivo ou outro acaba sempre por falar <strong>do</strong>s pasteis <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> e vamos aparecen<strong>do</strong> na<br />

televisão nacional e internacional com to<strong>do</strong> o tipo <strong>de</strong> reportagem , portanto , a nossa<br />

imagem vai sen<strong>do</strong> passada nos principais meios <strong>de</strong> comunicação o que nos faz <strong>de</strong><br />

certa forma sentir que não temos tanta necessida<strong>de</strong> em investir nos meios <strong>de</strong><br />

comunicação como a televisão, porque <strong>de</strong> facto temos essa procura, e vamos fazen<strong>do</strong><br />

uma comunicação diferente pela bellow the line, é essa a nossa principal corda <strong>de</strong><br />

comunicação, nós fazemos muitos apoios e patrocínios <strong>de</strong> eventos, acções <strong>de</strong> cariz<br />

social, no fun<strong>do</strong>, comunicamos <strong>de</strong> uma forma mais directa com os nossos clientes e<br />

fazemos a comunicação da marca <strong>de</strong> uma forma mais directa através <strong>de</strong>sses apoios ,<br />

na oferta <strong>de</strong> pasteis que não só estamos a contribuir para uma <strong>de</strong>terminada acção<br />

seja ela social ou <strong>de</strong> outra natureza , ao mesmo tempo estamos a contribuir também a<br />

oferecer o nosso produto e a promovê-lo junto das pessoas. Temos usa<strong>do</strong> essa<br />

estratégia tem-nos si<strong>do</strong> favorável mas temos também a vantagem <strong>de</strong> ter essa procura<br />

mediática que se calhar muitas outras instituições ou marcas não tem na mesma<br />

quantida<strong>de</strong> que nós temos, o que <strong>de</strong> facto, nós beneficiamos <strong>de</strong>ssa situação o que nos<br />

faz ter essa politica diferente <strong>de</strong> comunicação<br />

(Alunos): Recentemente, com a questão que fa<strong>do</strong> <strong>de</strong> património mundial , alteraram as<br />

vossas embalagens, neste caso pela agência FANQ!, foi uma proposta da empresa?<br />

Foi por concurso? Foi uma proposta que surgiu por parte da agência? Como surgiu<br />

essa acção pontual?<br />

(Dr. Miguel Clarinha): Não... não foi por concurso foi, agora que falamos <strong>de</strong><br />

embalagens, foi as aplicações, foi o tipo <strong>de</strong> material que nós usamos merchandising,<br />

as chávenas os guardanapeiros as chávenas, as caixas <strong>do</strong>s bolos e pasteis <strong>de</strong> <strong>Belém</strong><br />

fora aqui todas <strong>de</strong>senhadas internamente. Foi feito por mim, por um amigo meu que é<br />

<strong>de</strong>signer, foi feito algo <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro, um pouco familiar e a questão da acção <strong>do</strong> fa<strong>do</strong><br />

também foi parecida , <strong>de</strong> facto teve contributo da agência funk pois tenho pessoas que<br />

estudaram comigo que trabalham lá e <strong>de</strong> facto foi uma <strong>de</strong>cisão em conjunto e que eles<br />

fizeram a produção o <strong>de</strong>sign das embalagens utilizan<strong>do</strong> o <strong>de</strong>sign que nós já tínhamos<br />

feito anteriormente, o André Carrilho fez o <strong>de</strong>senho <strong>do</strong>s fadistas e achamos que era<br />

uma boa oportunida<strong>de</strong> para promover a candidatura <strong>do</strong> fa<strong>do</strong> mas também , uma nova<br />

imagem para as caixas <strong>do</strong>s pasteis é uma associação que faz senti<strong>do</strong> , o fa<strong>do</strong> e os<br />

pasteis <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> são ambos tradicionais, ambos surgiram na mesma altura no mesmo<br />

contexto histórico e pareceu-nos uma boa i<strong>de</strong>ia surgiu <strong>de</strong> facto nessa ligação pessoal.<br />

(Alunos): Neste caso por exemplo, quantos funcionários tem a antiga confeitaria <strong>de</strong><br />

<strong>Belém</strong>?<br />

(Dr. Miguel Clarinha): cerca <strong>de</strong> cento e sessenta.<br />

21


(Alunos): É algo que não tinha noção pois nesta zona <strong>de</strong> atendimento ao público são<br />

mais ou menos quantos trabalha<strong>do</strong>res ?<br />

(Dr. Miguel Clarinha): Depen<strong>de</strong>, vão varian<strong>do</strong> consoante o dia da semana, ao fim <strong>de</strong><br />

semana estão sempre mais pessoas a trabalhar , se calhar nesta altura á menos , no<br />

mínimo sempre <strong>de</strong> cinco a sete pessoas no balcão mais <strong>de</strong>z ou <strong>do</strong>ze nas mesas ,<br />

<strong>de</strong>pois há todas as outras secções que o cliente não vê directamente como a<br />

produção a manutenção a copa, haven<strong>do</strong> mais secções como o armazém a gerência,<br />

o escritório, há muitas secções que o cliente não tem acesso e para alem da fábrica<br />

<strong>do</strong>s pasteis <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> , há também uma fábrica on<strong>de</strong> são feitos to<strong>do</strong>s os outros<br />

produtos que são vendi<strong>do</strong>s aqui, são realmente muitas pessoas que são precisas para<br />

fazer a máquina funcionar.<br />

(Alunos): Estava a falar ao boca<strong>do</strong> <strong>do</strong> material e <strong>de</strong> todas as <strong>de</strong>cisões haver com o<br />

merchandising seriam feitas internamente , a pergunta que eu lhe queria fazer era se o<br />

logótipo era o original <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1837 , se é o original ou se já houve alterações mesmo<br />

em relação ás embalagens , porque , apesar <strong>de</strong> ter havi<strong>do</strong> alterações no material ou<br />

na eficácia das embalagens elas tem aquela estrutura base?<br />

(Dr. Miguel Clarinha): Sim... o logo obviamente já sofreu muitas alterações, em 1837<br />

nem sequer havia o conceito <strong>de</strong> logótipo , as pessoas nem sequer ... por exemplo o<br />

brasão que já existia no logótipo era um brasão que já existia , era um brasão no inicio<br />

<strong>do</strong> século um brasão da refinação <strong>de</strong> açúcar , também cria<strong>do</strong> por associação aos<br />

Jerónimos , e é também um brasão aqui da zona <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> , tanto foi inspira<strong>do</strong> nestes<br />

três aspectos . As letras <strong>do</strong>s pasteis <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> foram criadas aqui por nós , isto é uma<br />

fonte que não existe , são letras que são <strong>de</strong>senhadas , e entretanto ao longo <strong>do</strong> tempo<br />

o logo foi sofren<strong>do</strong> alterações , quer a nível da sua tonalida<strong>de</strong> cromática , como<br />

também na forma como é <strong>de</strong>senha<strong>do</strong> , e <strong>do</strong> próprio enquadramento da letra<br />

<strong>de</strong>senhada no brasão , a mais recente alteração foi feita á cerca <strong>de</strong> quatro anos , que<br />

no fun<strong>do</strong> foi redigitaliza<strong>do</strong> e melhora<strong>do</strong> , e todas as aplicações foram elas também<br />

melhoradas , mas em relação á caixa <strong>do</strong>s pasteis essa tem evoluí<strong>do</strong> bastante , pois a<br />

pouco tempo saiu um artigo no público referente ás caixas <strong>do</strong>s pasteis <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> ,<br />

inicialmente , e até à trinta , quarenta anos atrás nem havia caixas , os pasteis eram<br />

embrulha<strong>do</strong>s em papel , as pessoas faziam um embrulho no balcão , <strong>de</strong>pois á cerca<br />

<strong>de</strong> vinte anos surgiu a i<strong>de</strong>ia da caixa <strong>de</strong> cartão , pois era mais prático e rápi<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

embalar , arranjou-se uma forma <strong>de</strong> optimizar uma forma <strong>de</strong> atendimento ao cliente e<br />

era uma caixa hexagonal , porque queríamos colocar meia dúzia <strong>de</strong> pasteis que era o<br />

mesmo que se colocava nos embrulhos e uma caixa hexagonal transportava seis ,<br />

<strong>do</strong>ze , já para não falar nas formas <strong>do</strong>s pasteis que sugere uma caixa <strong>de</strong> uma forma<br />

hexagonal , <strong>de</strong>pois foi evoluin<strong>do</strong> , não só a nível gráfico como também a nível <strong>do</strong><br />

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material , para conseguirmos assim melhorar questões como a gordura não<br />

transparecer no cartão para melhorar as características estaladiças <strong>do</strong> pastel , to<strong>do</strong>s<br />

esses aspectos foram ti<strong>do</strong>s em conta na elaboração das caixas e <strong>do</strong> seu<br />

melhoramento ao longo <strong>do</strong>s anos.<br />

(Alunos): Já agora rapidamente, falan<strong>do</strong> <strong>de</strong> alterações a nível cromático estaria erra<strong>do</strong><br />

ao dizer que o azul sempre esteve presente?<br />

(Dr. Miguel Clarinha): O azul sempre esteve presente agora as tonalida<strong>de</strong>s <strong>do</strong> azul é<br />

que foram alteran<strong>do</strong>, lembro-me por exemplo quan<strong>do</strong> entrei , havia várias aplicações<br />

ao logo e o logo aparecia <strong>de</strong> forma diferente em diferentes aplicações, a própria<br />

tonalida<strong>de</strong> a cor, parecia diferente, quan<strong>do</strong> eu digo que foi redigitaliza<strong>do</strong>, e que foi<br />

equilibra<strong>do</strong>, é que no fun<strong>do</strong> aplicamos uma série <strong>de</strong> elementos gráficos que se<br />

mantiveram iguais, no fun<strong>do</strong> criamos normas para logo e para as aplicações que<br />

viriam, e criamos essa base para po<strong>de</strong>rmos trabalhar.<br />

(Alunos): Outra questão , já sentiram a crise sócio económica que passamos e se teve<br />

implicações , se no próximo ano já contam com essas mesmas implicações ? E <strong>de</strong>vi<strong>do</strong><br />

ao sucesso internacional acha que a crise será um aspecto fortemente presente?<br />

(Dr.Miguel Clarinha): É obvio que vamos sentir e os portugueses não estão bem<br />

economicamente, felizmente este ano conseguimos manter o volume <strong>de</strong> vendas , o<br />

que já é muito bom comparativamente ao ano anterior, e a nossa expectativa para o<br />

ano que vem é conseguir manter, não temos aqui gran<strong>de</strong>s expectativas <strong>de</strong><br />

crescimento, porque isso seria um pouco utópico, e manter o volume <strong>de</strong> vendas seria<br />

já para nós como “crescimento”, seria como uma vitória , porque o contexto já é<br />

complica<strong>do</strong> e o ano que vem será ainda mais complica<strong>do</strong> sobretu<strong>do</strong> pelo aumento <strong>do</strong><br />

iva que agora aí virá, que se irá fazer sentir, sobretu<strong>do</strong> na nossa clientela nacional,<br />

tem-se senti<strong>do</strong>, pois ao invés <strong>de</strong> levarem uma dúzia levam meia , se calhar ao invés<br />

<strong>de</strong> virem cá três vezes por semana vem uma. Em relação ao turismo felizmente não se<br />

tem senti<strong>do</strong> tanto , pois o turismo continua a ser das poucas coisas que continua a<br />

crescer em Portugal e nós estan<strong>do</strong> aqui nesta posição geograficamente muito bem<br />

privilegiada recebemos muito o turismo, portanto , o turismo é uma percentagem<br />

importante <strong>de</strong>ste negocio e esperemos que em 2012 se possa manter essa afluência<br />

<strong>de</strong> turismo não só para o nosso sucesso, como também para o próprio país que<br />

<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> cada vez mais <strong>do</strong> turismo.<br />

(Alunos): E neste caso quanto á politica <strong>de</strong> preços , certamente com a subida <strong>do</strong> iva,<br />

haverá uma adaptação <strong>do</strong> próprio preço , nomeadamente <strong>do</strong>s pasteis, contam fazer<br />

esse ajuste?<br />

(Dr. Miguel Clarinha): Com certeza terá que ser feito , nós ainda não <strong>de</strong>cidimos<br />

exactamente para quanto iremos aumentar, mas que teremos que fazer um aumento<br />

23


teremos, não po<strong>de</strong>remos suportar sozinhos este aumento <strong>do</strong> IVA, vamos ter que<br />

pensar nisso será uma <strong>de</strong>cisão tomada para o ano.<br />

(Alunos): Podia só falar um boca<strong>do</strong> <strong>do</strong> Facebook e das re<strong>de</strong>s sociais , verefiquei que<br />

tem uma gran<strong>de</strong> activida<strong>de</strong> no Facebook, e comunicam muito com os consumi<strong>do</strong>res!<br />

(Alunos): É o Miguel que faz essa actualização ?<br />

(Dr. Miguel Clarinha): Tanto eu como a minha prima vamos fazen<strong>do</strong> essa actualização,<br />

por acaso no Facebook acaba por ser mais ela, existem duas páginas principais <strong>do</strong><br />

Facebook sobre os pasteis <strong>de</strong> <strong>Belém</strong>, temos uma que foi criada por nós recentemente<br />

, á coisa <strong>de</strong> um ano , pouco mais que isso, talvez até menos , só que existe uma outra<br />

página <strong>de</strong> pasteis <strong>de</strong> <strong>Belém</strong> que foi criada por um senhor português e um italiano com<br />

quem nós falamos diariamente e até estamos a pon<strong>de</strong>rar adquirir ou não a página ,<br />

porque vamos falan<strong>do</strong> com eles , temos a nossa interacção que é <strong>de</strong>senvolvida nessa<br />

página também mas não é controlada por nós. Essa página já tem meio milhão <strong>de</strong><br />

fãns , uma divulgação que a nossa não permite , portanto , vamos fazen<strong>do</strong> uns<br />

comunica<strong>do</strong>s na nossa página oficial , mas estamos a pon<strong>de</strong>rar adquirir a outra para<br />

po<strong>de</strong>r atingir um maior número <strong>de</strong> pessoas .<br />

(Alunos): Sim, principalmente por ser o Facebook pois já tem muitos segui<strong>do</strong>res<br />

internacionais a fazer perguntas e tu<strong>do</strong>...<br />

(Alunos): É por aí o caminho da questão da mo<strong>de</strong>rnização manten<strong>do</strong> a i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong> da<br />

empresa e <strong>do</strong>s valores passa por aí a nível <strong>de</strong> outras plataformas, plataformas como<br />

twitter... só tem Facebook?<br />

(Dr. Miguel Clarinha): Claro que temos que consi<strong>de</strong>rar essas plataformas , para além<br />

<strong>de</strong> não ter custos associa<strong>do</strong>s atinge um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> pessoas , mas sabemos<br />

que essas plataformas tem um tempo <strong>de</strong> vida que é sempre incerto , embora o<br />

Facebook seja um caso á parte na história <strong>de</strong>stas plataformas , nunca se sabe quan<strong>do</strong><br />

aparece outra plataforma mais evoluída e que <strong>de</strong> um momento para o outro, e o<br />

Facebook <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> ser um veiculo <strong>de</strong> comunicação tão útil , mas sabemos que neste<br />

momento o Facebook tem uma comunicação excelente , e nós utilizamo-lo e enquanto<br />

aí estiver nós iremos certamente utiliza-lo , bem como outros veículos <strong>de</strong> comunicação<br />

e formas <strong>de</strong> comunicação.<br />

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6. Bibliografia<br />

Amaral, G. Departamento <strong>de</strong> <strong>Marketing</strong>: Aplicação <strong>do</strong> <strong>Marketing</strong> na Estrutura <strong>de</strong> uma<br />

empresa. Universida<strong>de</strong> Cândi<strong>do</strong> Men<strong>de</strong>s, Rio <strong>de</strong> Janeiro, 2001.<br />

Ferreira, B., et al., Fundamentos <strong>de</strong> <strong>Marketing</strong>. Edições Sílabo. 1ª Edição, Lisboa,<br />

2011. ISBN: 978-972-618-619-9.<br />

Lin<strong>do</strong>n, D., et al,. Mercator XXI: Teoria e Prática <strong>do</strong> <strong>Marketing</strong>. Publicações D. Quixote.<br />

14ª Edição. Alfragi<strong>de</strong>, 2011. ISBN: 978-972-20-2744-1.<br />

Nunes, J., et al,. Plano <strong>de</strong> <strong>Marketing</strong>: Estratégia em Acção. Publicações D. Quixote. 1ª<br />

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Urbanivicius, S. Importance of <strong>Marketing</strong> Functions in a Company. Vilniaus<br />

Universitetas, Vilnius, 2007.<br />

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