V - Jornal de Leiria

JACINTO SILVA DURO
TALENTOS
André Sá Pessoa, formado
em design de joalharia
clássica e contemporânea,
colabora há 15 anos com
Christian Lacroix. Positivo,
obstinado e de convicções
fortes, inspira-se no ser
humano para criar as suas
peças página 5
EVASÕES
Hans Christian Andersen
deixou numerosos contos
escritos para crianças que o
tornaram num dos mais
conhecidos e famosos
escritores mundiais
página 10
A loucura dos slotcars
Comando na mão
e carrega no botão
EVENTOS
Se ama os desportos radicais,
não perde por nada
uma aventura e se adora
sentir a adrenalina em
alta, então não pode deixar
de passar por Pombal e
sentir o que é ser extremo!
Suplemento Xtreme event
| d | e | s | t | a | c | á | v | e | l |
JORNAL DE LEIRIA | EDIÇÃO 1091 | 9 DE JUNHO DE 2005

JORNAL DE LEIRIA | 9 DE JUNHO DE 2005 | V | I | V | E | R | 2 |
Abertura
FOTOS JACINTO SILVA DURO
Os gloriosos malucos
das máquinas roladoras
Brincar com carrinhos eléctricos pode parecer uma brincadeira para
crianças, mas para um grupo cada vez maior de aficionados, este tipo
de diversão é coisa bastante séria que envolve campeonatos
e bastante dinheiro
A expectativa entre os pilotos
aumenta. A luz vermelha
do semáforo teima em não deixar
espreitar a verde e a comichão
no dedo do acelerador é
mais que muita. A adrenalina
está ao máximo e o ritmo cardíaco
acelera. Finalmente, a
cor muda e os pneus derrapam
e guincham pela pista. Na primeira
curva, os carros tocam-
-se e derrapam de traseira, mas
mantêm-se no circuito, mercê
da perícia dos pilotos. Alguns
metros mais à frente já se começa
a adivinhar uma luta pela
liderança. Aceleradores a fundo
e os veículos voam pelo
traçado.
Os bólides têm apenas
alguns centímetros de tamanho,
correm numa calha
de metal ou plástico, têm
motor eléctrico e os pilotos
têm de ficar em pé num
pequeno pódio num dos lados
da pista, segurando uma espécie
de pistola que serve de acelerador
e travão, mas as emoções
são iguais às vividas nos
circuitos reais de rally, Formula
1 ou do DTM.
Chamam-se “slotcars” e
não são propriamente uma
novidade, mas são um
fenómeno que está a
ganhar cada vez mais
popularidade. Há décadas
que as crianças se
divertem acelerando em pistas
com carrinhos de brincar mas,
agora, são homens de barba
rija quem “brinca” com os
pequenos bólides.
DE DEDO NO GATILHO
Com o cair da noite e depois
do jantar, em vez de ficarem
sentados pelo café, os aficionados
desta modalidade saem
de casa e vão para a Leirislot,
em Boa Vista, Leiria, deixando
a mulher, os filhos, o cão e
até os jogos de futebol na televisão,
para fazer o “gosto ao
dedo”.
Quem pratica, “carrega no
gatilho” como escape das pressões
do dia-a-dia. O convívio
e a competição são outras das
mais-valias deste desporto que
exercita (e muito) o dedo indicador.
Escondido no automóvel
da família, longe do alcance
dos mais pequenos, está o
equipamento necessário: Uma
mala cheia de ferramentas,
óleos, comandos, cabos eléctricos,
lixa, peças sobressa-
lentes e dois ou três carros.
“É uma boa relação entre
preço e divertimento”, conta
José Oliveira, praticante desde
os dez anos. Em casa tem
cerca de 150 carros diferentes.
Depois de uma passagem pelos
“RC” - veículos à escala com
motor de explosão e controlados
por rádio -, preferiu as
“emoções fortes” dos “slotcars”,
em parte devido aos preços
inferiores desta modalidade.
“É um ‘desporto’ muito mais
acessível”, assegura. Alguém
que esteja interessado em praticar,
sem introduzir grandes
alterações nos carrinhos, gasta
entre 60 e 100 euros. O suficiente
para adquirir dois ou
três carros diferentes, para pistas
e provas diferentes.
A média de idades dos praticantes
anda perto dos 30 anos,
fazendo com que este não seja,
decididamente, um “desporto”
para os mais novos. Embora
estes se deixem cativar pelas
pequenas máquinas, costumam
perder rapidamente o interesse.
É o caso de Jonas Silva, 15

anos, que não descansou
enquanto não juntou o dinheiro
suficiente para adquirir “uma
bombaça”. Comprou o carro
mais potente que conseguiu e
depois de uns dias a vê-lo voar
para fora da pista sempre que
fazia uma curva, perdeu o interesse.
“Ainda corro de vez em
quando e aquilo é giro. Mas
chateia-me não conseguir controlar
o carro”, admite.
É pela mão dos pais que os
mais novos costumam ser iniciados
no círculo dos pilotos
de “slotcar”. Começam por usar
os veículos dos progenitores e
acabam por partilhar uma actividade
com que ambos se identificam.
Ivo Santos é o recordista da
pista da Leirislot. Começou a
interessar-se pelos pequenos
carros há cerca de um ano. Um
colega convidou-o a experimentar
e nunca mais deu descanso
ao dedo do gatilho. “Tinha
alguns carrinhos e uma pista
em casa, mas nunca tinha olhado
para eles a sério”. Com a
descoberta das pistas de slotcars,
que, no caso da Lerislot,
atingem os 40 metros de extensão,
tornou-se um vício comprar
e “artilhar” os pequenos
bólides. “Gosto de ter carros
rápidos, mas também gosto
deles pelo design”, confessa
Ivo Santos.
MOTORES MUSCULADOS
A potência dos motores dos
“bólides” calcula-se pelas rotações
que são capazes de atingir.
Estas variam entre as 12 e
as 40 mil, no caso dos carros
utilizados nas pistas em plástico
e as 70 mil, nos usados nas
pistas de madeira. O recorde é
batido pelas “chatas” - carros
totalmente em metal -onde o
limite são as 300 mil.
Para se ter uma ideia das
velocidades envolvidas, convém
dizer que um “slotcar”
impulsionado por um motor
de 20 mil rotações pode atingir
24 quilómetros por hora, já
uma “chata” chega perto dos
160 quilómetros/hora.
Há ainda quem, não satisfeito
com a prestação dos carros,
os “artilhe”, modificando
os motores, coisa que não é
vista com bons olhos pelos restantes
pilotos, ou quem chegue
a trocar o eixo frontal por
palhinhas de chupa-chupa para
reduzir o peso. Outros pilotos
ainda, colocam fios de prata,
ímanes de cobalto e todo o tipo
de materiais para conseguir
menos uns segundos no tempo
da pista. Razão pela qual,
junto aos circuitos há sempre
bancadas onde os praticantes
podem afinar os carros: lubrificam-se
cremalheiras e eixos,
trocam-se jantes de alumínio,
engrenagens, motores, chassis
e limpam-se pneus com lixa,
para melhorar a aderência ao
piso.
Mas para não existirem abusos,
um regulamento de participação
nas provas especifica
todas as modificações e limitações
em termos de mecânica.
Um carro que não esteja
conforme, é automaticamente
desclassificado. Não sem muita
discussão e troca de palavras
azedas.
O toque final na “bombaça”
é, normalmente, a decoração
do carro. Pintam-se com
as cores favoritas do piloto, ou
a imitar carros famosos.
CAMPEONATOS A SÉRIO
“Há campeonatos que duram
um dia inteiro ou até um mês.
Normalmente disputam-se aos
domingos”, conta José Oliveira.
Nas provas, usa-se a mesma
pontuação que na Fórmula
1. O vencedor ganha 20
pontos, o segundo classificado
dez, o terceiro oito e assim
por diante. O processo de escolha
de quem vai sair à frente,
a chamada “pole position” tam-
bém é feito a partir dos tempos
mais rápidos de pré-qualificação.
Um programa informático
e sensores colocados
na pista controlam os tempos
e sorteiam a “calha” onde o
piloto correrá a seguir.
O tipo de competições pode
revestir-se de várias formas:
Campeonato de Fórmula 1,
DTM, clássicos, Rally WRC,
camiões e “barchettas”, entre
outros. Há também provas
feitas à noite, apenas com as
luzes da pista e dos carrinhos
acesas, e ainda de resistência,
onde os pequenos bólides
não param de rodar durante
horas a fio. Para estas,
normalmente há três pilotos
que rodam no gatilho e na
bancada da mecânica.
COLECÇÃO
DE CARRINHOS
Dependendo da preparação
e da exclusividade dos
modelos, os “slotcars” podem
atingir preços astronómicos.
José Oliveira tem, na sua
colecção, modelos que lhe
custaram cerca de 15 euros
e que, neste momento, já
valem 150 euros. ”Há pessoas
que fazem colecção e
cujos carros atingem valores
proibitivos. Acontece o mesmo
que nos carros de colecção
reais”, assegura.
Para praticar, contudo não
é preciso gastar tanto dinheiro
ou sequer comprar equipamento.
Basta adquirir um
cartão recarregável para activar
o sistema de pistas e a
empresa de “slotcars” empresta
o carro e o comando.
Caso se prefira adquirir o
material, um carro custa cerca
de 30 euros e pode-se sempre
adquirir um modelo famoso,
à escala das marcas
Bugatti, Porsche, Jaguar, Pontiac,
réplicas de carros que
venceram o Rally de Portugal,
do DTM, camiões e mesmo
clássicos.
Jacinto Silva Duro
Prego a fundo
Bruno Pereira e Fernando Gaio resolveram abrir a Leirislot,
na Boa Vista, depois de visitarem uma pista de “slotcars”.
“É mais um hobby do que um negócio. Não dá para
enriquecer”, confidenciam. Neste momento, com 240
sócios e 320 modelos diferentes de carros disponíveis,
continuam a trabalhar nos empregos durante o dia, mas
à noite abrem as duas pistas da loja a dezenas de “viciados
no cheiro da borracha queimada”, que aceleram, devagarinho,
pelas duas pistas existentes. Uma com 40 metros
de extensão e outra, mais pequena, para raides, que simula
terra batida. Entre as várias ideias para o futuro, os responsáveis
da Leirislot pretendem construir mais duas ou
três pistas, uma delas simulando neve, e tornarem-se representantes
de mais marcas para Portugal. Ao contrário do
que seria de esperar num negócio, os sócios da Leirislot incentivam a concorrência e até ajudam outras
lojas a instalar-se, como está a acontecer em Pombal. “Com mais lojas, o número de praticantes aumenta
e o slot evolui”, explica Bruno Pereira.
p u t t a n e s c a
SALMOREJO . TÁBUA ESPANHOLA . TAPAS . LARANJAS C/ CEBOLA . BATATAS BRAVAS . TAPAS . POLVO AJILLO . CAMARÃO ALLA
BRACE . TAPAS . PIMENTOS PADRON . COSTELA IBERICA ADOBADA . TAPAS . PINCHO ANDALUZ . ARROZ DE MÍSCAROS . TAPAS .
RABO DE TORO . TAGLIATELLE DE LAGOSTA . TAPAS . POLVO A FEIRA . PRESUNTO IBÉRICO
R u a d a E s c o l a . P l a n a l t o . R e s e r v a s p e l o T e l . 2 4 4 8 5 6 1 8 0
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Entre
o Céu...
ISABEL
DAMASCENO
A pista de
tartan do
Estádio Municipal
de Leiria recolheu os
maiores elogios por parte de
atletas, treinadores e dirigentes
ao mais alto nível do
atletismo. Isabel Damasceno,
presidente da Câmara Municipal,
sente que a sua ‘batalha’
para manter a pista no
Magalhães Pessoa valeu a
pena, podendo gabar-se de
ter uma infra-estrutura das
melhores do País.
JOÃO NETO
A Câmara de
Porto de Mós
conseguiu
envolver
escuteiros e
alunos do
ensino secundário
do concelho
na construção de um
mural em azulejo sobre a
história do município. Pena
foi que os estudantes não
tenham tido uma participação
mais activa no trabalho
de pesquisa e de selecção dos
episódios retratados, de forma
a ficarem a conhecer
melhor o passado da sua
região.
JOSÉ ANTÓNIO SILVA
José António
Silva sustentou
que as
contas da
Câmara de
Leiria de
2002 e 2003
foram sujeitas
a uma “avaliação
independente”. Ora, o
técnico oficial de contas que
elaborou o documento chama-se
Leonel Pontes. Não
está em causa a capacidade
técnica de Leonel Pontes,
mas o facto de apoiar José
António Silva na luta fratricida
que opõe o líder da
Assembleia Municipal de Leiria
à presidente da Câmara.
Em política não basta ser
sério, é preciso parecer.
... e o
Inferno
| Pessoalíssimo|
Sessão extraordinária
Nunca tantas cadeiras vazias terão provocado tanto ruído
como os lugares vazios dos deputados do PSD na Assembleia
Extraordinária de Leiria, no passado dia 2, sessão que
não se realizou por falta de quorum. Quem não falou para
o vazio foi Luís Pinto, líder da bancada do PS, aqui rodeado
de jornalistas atraídos pelo vazio político em câmara
ardente.
‘Cameraman’ em acção!
Carlos Calado descobriu uma nova faceta da sua vida. Quando
a idade já não tolerar os saltos em comprimento, o atleta do
Bairro dos Anjos poderá dedicar-se à realização. Na ‘Milha Urbana’,
que decorreu em Leiria, Carlos
Calado foi um verdadeiro
‘cameraman’. Sentado
num automóvel descapotável,
com uma
câmara de vídeo
na mão, o recordista
nacional
não perdeu
uma pitada da
prova.
“Se se organizar
neste estádio um
encontro com os
melhores corredores do
Mundo vão-se fazer
grandes marcas nesta
pista
“ FRANCIS OBIKWELU,
MEDALHA DE PRATA NOS
JOGOS OLÍMPICOS,
REFERINDO-SE À PISTA DO
ESTÁDIO DE LEIRIA
| N a p o n t a d a l í n g u a |
“Não conheço os
factos pelos quais me
querem condenar, a não
ser a ala estalinista de
Damasceno a correr com
as pessoas que mais
fizeram por ela,
colocando-a no cargo
que ela hoje tem
“
LEONEL PONTES, EX-
-PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA
MUNICIPAL DE LEIRIA
35 graus = calor = ar condicionado
= fogo = apagão
Um pico de consumo de energia terá sido, segundo os responsáveis
da EDP, a causa provável do incêndio no posto de transformação
da Rua Comandante João Belo, em Leiria, que deixou
na segunda-feira algumas ruas envolventes sem energia até às três
da tarde. Pessoalíssimo investigou e chegou à conclusão que afinal
os 35 graus que se faziam sentir, obrigaram toda a vizinhança
a ligar as ventoinhas
e o ar
condicionado.
Daí vem o excesso
de consumo
e a respectiva
sobrecarga. Aqui
está a explicação
da explicação...
1+1=2
César Santos exige vitória
Francis Obikwelu não tem adversário à sua altura em Portugal.
Medalha de prata nos Jogos Olímpicos, o atleta sagrou-se
campeão nacional na pista de Leiria, no passado domingo. César
Santos, chefe de gabinete da presidente da Câmara Municipal,
conversou com Francis no final da prova. Pessoalíssimo desconfia
que o autarca terá exigido nova vitória na Taça da Europa.
Dadas as excelentes condições da pista de atletismo, outra coisa
não será de esperar...
“A maioria dos
presidentes de Junta que
são membros da
Assembleia Municipal
vão ser reconduzidos
como candidatos pelo
PSD. Se fossem à
reunião... se calhar já não
eram candidatos
“
BRANQUINHO CRESPO,
DEPUTADO MUNICIPAL DO PSD
“Somos
governados por uns
“vacões” que não se
dão conta do potencial
extraordinário da
população portuguesa
“
ANDRÉ SÁ PESSOA,
DESIGNER DE JOALHARIA

DR
Talentos
André Sá Pessoa
designer de joalharia
Formado em design de joalharia clássica
e contemporânea, Paris foi uma escolha
incontornável para este natural de Leiria,
que há 15 anos colabora com
Christian Lacroix. Positivo,
obstinado e de convicções
fortes, André Sá Pessoa
inspira-se no ser humano e
nas viagens que faz para
criar as suas peças.
Empresário por conta
própria, intitula-se cidadão
do mundo, mas
orgulhosamente português.
A sua ida para Paris teve
a ver com a falta de oportunidades
existentes em Portugal?
Não. A minha escolha de
trabalhar na moda foi pragmática.
Era esse o meu desejo
e não há muitas soluções.
Paris é uma escolha incontornável,
dado que é a capital
mundial da alta costura e
do pronto-a-vestir. Todos os
criadores de moda vêm a paris
apresentar as suas colecções.
Eu estou cá e esse facto abreme
portas, para, eventualmente
voltar a Portugal com
um estatuto mais privilegiado.
Quais as principais dificuldades
que encontrou em
todo o seu percurso até hoje?
Em paris, como em todo o
lado, é difícil ser empreendedor.
Mas eu sou positivo por
natureza, obstinado e a minha
máxima é: não há problemas
sem solução. Partindo deste
princípio, e como não suporto
a ideia de ter um superior
hierárquico, tive que montar
a minha empresa. Não foi fácil
mas não foi mais difícil se
tivesse escolhido Lisboa ou
Leiria para o mesmo efeito.
Quais as principais diferenças
que reconhece no
actual mundo da moda em
relação há quinze anos?
Fundamentalmente nenhu-
Quinze anos com Christian Lacroix
André Sá Pessoa tem 39 anos
e nasceu em Leiria. Cedo foi para
Lisboa onde se formou em artes
do fogo, na Escola de Artes Decorativas
António Arroio e em Joalharia
Clássica e Contemporânea
no Arco, Centro de Arte e Comunicação
Visual. Em 1990, depois
de concluir os estudos emigrou
para França, onde, há 15 anos
colabora com o designer Cristian
Lacroix, dono de uma das
mais famosas casas de alta costura
parisienses. Christian Dior,
Givenchy, Torrent e Hanae Mori
DECORAÇÃO DE UM SMART COM PEÇAS DE JOALHARIA foram outras das casas com quem
já colaborou. Na comédia “Divorce”,
realizada por James Ivory em 1997, a actriz Glenn Close usou criações da sua autoria em
parceria com dois designers búlgaros, Livia Stoiavana e Yassen Samouilav. Estes três criadores
têm actualmente um atelier no Palais Royal, em Paris, onde criam peças de joalharia extravagantes
para marcas como Christian Lacroix, Dior e Givenchy, entre outras. A primeira colecção
de alta costura denominada “Guerriére Urbane”, data de 2002. RR
DR
ma. Objectivamente, graças
aos media, os potenciais clientes
de moda estão mais informadas
e por conseguinte mais
exigentes.
O que o inspira nas suas
criações?
A minha inspiração vem
da beleza dos seres humanos
em geral, e de todas as viagens
que fiz à volta do mundo.
Não há nada mais inspirador
para mim que o encontro
com outras historias e outras
culturas. No fim de contas os
seres humanos nascem mais
ou menos iguais.
Consegue imaginar-se a
viver e a trabalhar em Portugal
neste momento?
A grande fantasia da minha
vida é imaginar que eventualmente
poderia voltar ao
meu País, de que tanto me
orgulho. Falta-me a maresia
e o nosso sol. Mas a vida é
assim, não se pode ter tudo,
e o que tenho já e bem mais
do que esperava.
E que imagem tem de Portugal
actualmente?
Sem ser falsamente modesto,
a imagem que me chega é
que somos governados por
um grupo de“vacões” que não
se dão conta do potencial
extraordinário da população
portuguesa. Fiquei triste de
ver a direita no governo e a
subserviência do imbecil que
preside a União Europeia, deixando
o nosso pais aos cães.
Sente-se emigrante ou vê
França como o seu País?
Eu sinto-me um cidadão do
mundo, profundamente português
e orgulhoso de o ser.
Tem saudades de Portugal?
As saudades são o meu
motor e estão omnipresentes.
Acordo e deito-me com o nosso
sol no coração e os meus
amigos no pensamento.
Tem alguma história curiosa
que queira partilhar?
Não creio que a minha vida
tenha algo de mais interessante
que o simples facto de
ser artista, num país rico de
arte e inspiração. Não obstante,
o melhor momento da
minha vida foi ter sido aceite
pela federação francesa da alta
costura, e isto só com três desfiles.
Fiquei orgulhoso, pois é
particularmente difícil entrar
na federação. Esta faz-se através
dos votos de casas como
a Dior, Lacroix ou Chanel, que
me respeitam e consideram o
meu trabalho de artista.
Que projectos e objectivos
tem para o futuro?
Tudo o que a vida me quiser
dar será bem vindo. Tenho
aversão a tudo o que é feio e
negativo. Sem projectar o futuro,
tudo o que vier a rede é
peixe, tendo sempre como critério
de exigência, a excelência
da minha formação artística.
Ricardo Rodrigues
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JORNAL DE LEIRIA | 9 DE JUNHO DE 2005

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Agenda
Regional
●
|quinta| “Dia D” é o nome
09
da peça que o
Grupo de Teatro
do Sport Operário
Marinhense apresenta,
às 21:30
horas, no Parque Mártires
do Colonialismo, Marinha
Grande
Gala de finalistas (quinta
edição), do Colégio Luís
Pereira da Costa, Monte
Redondo, Leiria, às 20:30
horas, naquele estabelecimento
de ensino
Produtos regionais da
comunidade Portuguesa de
Saint-Maur-des-Fossés,
França, em exposição/venda,
no Jardim do Lis Galerias,
Leiria, até 12 de Junho
“Pijama para seis”
● peça de teatro de
|sexta| Marc Camolleti,
10
pela Companhia
Portuguesa de
Comédia, às 22
horas, no grande
auditório no Cine-
Teatro de Alcobaça
Círio “Encamizada” (loas de
Santo António) cortejo
nocturno que acompanha
dois rapazes vestidos de
anjos montados em burros
brancos, tradição que des-
DR
Largo do Papa, Em Leiria
Leiria Rock com The Gift
e Electric Lady Land
creve os milagres do Taumaturgo
(orago da capela
local), às 22 horas, em
Rebolaria, Batalha
Lançamento do primeiro
CD, “A Moura encantada”,
do Coro Infantil de Óbidos,
pelas 15:30 horas, na Praça
de Santa Maria, Óbidos
●
|sábado|
11
O Grupo
Bica Teatro
(teatro de
rua) apresenta
a
peça
”Clandestinos”,
às 16
horas, no Parque Mártires
do Colonialismo, Marinha
Grande
Os FingerTips actuam ao
vivo em Pedreira de Maceira,
Leiria, às 22:30 horas, a
favor de instituições e
colectividades daquela freguesia
Desfile de marchas populares,
a partir das 21:30
horas, em frente à Biblioteca
Municipal de Pombal
Arca de Noé em debate, às
21:30 horas, na colectividade
de Alcanadas,
Batalha, com a presença
dos oradores Moisés Espírito
Santo (sociólogo) e
António José Menezes (historiador)
Colectiva de pintura e
escultura, organizada pela
Circularte da Associação
Círculo Artur Bual, até 14
de Junho, no Edifício
Zúquete, Leiria
Abertura oficial da 3ª edição
do “Pedrógão fashion”,
às 21 horas, no jardim da
Devesa, Pedrógão Grande
“Leôncio e Lena”, com
encenação de Pedro Malacas
sobe ao palco do Teatro-Cine
de Pombal, às
21:30 horas, pelo Teatro
Amador de Pombal
Workshop de escultura e
pintura, a cargo dos artistas
J. Plácido e Mide Plácido,
das 17 às 19 horas, na
Biblioteca de Instrução
Popular de Vieira de Leiria,
onde está patente uma
exposição dos artistas
Espectáculo de folclore, às
20 horas, na Sociedade Instrução
e Recreio 1º de
Maio, Marinha Grande,
com a participação do Rancho
de Picassinos e grupos
de Piçarras (Vendas Novas),
Macedo de Cavaleiros
(Trás-os-Montes) e Aljustrel
(Alentejo)
●
|domingo|
12
Concerto de
bandas filarmónicas
do
distrito de
Leiria, às 16
horas, no
Teatro-Cine
de Pombal
Gala de música, moda e
dança a favor das vítimas
do tsunami asiático, às
15:30 horas, no Teatro
José Lúcio da Silva, Leiria,
numa organização da
Câmara Municipal e
várias empresas
Concerto de bebés (piano,
percussão e contrabaixo),
às 15:30 e 16:30 horas, no
Orfeão de Leiria
Exposição de fotografia de
André Brito até dia 15 de
Junho, no castelo de Porto
de Mós
Arraial em Lameira, Ortigosa,
Leiria, a partir das 15
horas, com animação, concerto
pela Filarmónica das
Chãs, folclore e, às 22
horas, actuação de Ana
Leão acompanhada pela
sua orquestra
●
|segunda|
13
“Colectiva
de afectos”
é o nome
da exposição
de pintura,
patente na
Casa da
Cultura de Figueiró dos
Vinhos, até 13 de Junho
“Leiria Rock” é o festival que se realiza amanhã,
pelas 22 horas, no Largo do Papa, em Leiria.
Inserido na programação de animação relativa
à Taça da Europa de Atletismo (que se disputará
no fim-de-semana seguinte no Estádio Dr. Magalhães
Pessoa), nesta iniciativa estarão presentes os
sobejamente conhecidos The Gift, em plena digressão
de apresentação do seu mais recente trabalho,
AM/FM e os leirienses Electric lady land, banda de
Leiria recentemente vencedora da primeira eliminatória
do “Portugal a tocar – novas bandas, novos
talentos”.
Concerto de carrilhão,
pelas 10 horas, pela Escola
de Carrilhão de Leiria, a
partir da Torre Sineira,
Leiria
Exposição de pintura de
Clementina Antunes, Bruno
Pedrosa e Humberto Lola
dos Reis, até 20 de Junho,
na Galeria de Arte Capitel,
Leiria
Pintura e escultura de José
Grazina/Fernando d´F.
Pereira e Therry Ferreira,
até 30 de Junho, na galeria
de arte M, Caldas da Rainha
●
|terça|
14
Exposição de
pintura
“1981/1999 -
18 anos, 14
obras”, de J.
M. Bustorff,
no Celeiro do
Marquês, Centro Cultural
de Pombal, até 30 de
Junho
“Tintin entre nós”, exposição
de banda desenhada de
Hergé e do seu grande
herói, na Galeria do Museu
Marquês de Pombal, Pombal,
até 8 de Julho
●
|quarta|
15
“Toma! - Zé
Povinho e
outras personagens”,teatro
de rua,
pelos alunos
de teatro da
EASD, às
10:30 horas, em Caldas da
Rainha

DR
Eventos
Tendo como objectivo principal
a sociabilização e o convívio,
Meeting Friends é um evento
que segundo Nélson Ascenção
pretende ser “uma festa dinâmica,
onde a atenção não esteja
exclusivamente virada para os
Dj`s ou músicos, mas sim para
as pessoas e para o convívio”.
Para este acontecimento, que terá
lugar num espaço ao ar livre em
Alcogulhe, Azoia, foram “convidados
vários responsáveis de
bares e discotecas da cidade”,
com vista a aproximar os locais
de animação nocturna de Leiria.
O responsável da Relógio,
empresa co-organizadora da iniciativa,
em parceria com o bar
Soho e o restaurante Malagueta
Afrodisíaca, explicou ao JOR-
NAL DE LEIRIA (parceiro oficial
do I Meeting Friends), que “o
Um original de Marc
Camolleti, interpretado
pela Companhia Portuguesa
da Comédia, passa
amanhã, pelas 22 horas
no grande auditório do
Cine-Teatro de Alcobaça.
Um casal convida um amigo
para passar um fimde-semana
numa casa de
campo. O dono da casa
Meeting Friends
Noite de amigos
em Alcogulhe
espaço desenhado pela natureza
convida à comunicação e à
descontracção”, ingredientes suficientes
para organizar esta festa.
Entre as 24 horas e as 7 horas
da manhã, do próximo dia 18 de
Junho, por lá passarão os Dj`s
Joel, Joshep G, Luís Carvalho,
Erik, Alex S, Djazzy e Victor L.
A acompanhar o Vídeo Jokey -
Homem Bala (que projectará imagens
em écrans de plasma montados
para o efeito no recinto),
e os músicos Mário Dias (saxofone),
Camané (percussão) e Nicinha
(voz).
Um balão de ar quente, cuspidores
de fogo, malbaristas e
pinturas faciais são outras das
atracções da iniciativa. Estão ainda
previstos ao longo da noite
apontamentos de moda da responsabilidade
da Lux Models. Os
bilhetes, que variam entre os 10
e os 15 euros, já estão à venda
nas discotecas Studio, Sushi,
Alibi e Lusitano e nos bares
Soho, Abadia, Opus, Opera Pri-
Teatro Miguel Franco, em Leiria
O Nariz apresenta:
“Viemos todos de outro lado”
Cine-Teatro de Alcobaça
“Pijama para seis”
DR
não sabe, mas o amigo é
amante da sua mulher. Ele convida-o para dar cobertura à sua própria amante
que também convidou. A amante do dono da casa tem o mesmo nome que a
empregada contratada para o fim-de-semana. O convidado acaba por confundir
a empregada com a amante do amigo. Daí para a frente.. Uma comédia com
Tó Zé Martinho, Cristina Homem de Mello, Luís Zagallo, Jorge Picoto, Beluxa
Meneses e Maria João Sobral.
DR
ma, Hype, Triplex, Yellow, GL
caffé e Cristo, entre outros
locais. Para esta festa são esperadas
cerca de 1500 pessoas,
concluiu o responsável.
Um espectáculo de referência de “O Nariz” –
Teatro de Grupo, sobe ao palco do Auditório Miguel
Franco, em Leiria, no próximo domingo, dia 12,
pelas 21:30 horas. “Viemos todos de outro lado”
tem como público alvo todos aqueles que se encontram
deslocados do seu País de origem, e que se
encontram a trabalhar em Portugal. A peça conta
a história de “dois irmãos imigrantes que chegam
ao País de acolhimento, deparando-se com dificuldades
comuns a todo aquele que decide partir
à procura de trabalho. Da observação atenta dos
comportamentos dos que chegam, nasce este espectáculo
onde se fala de máfias, empregos, casamentos,
saudades e esperanças”.
Instituto Superior D.
Dinis, Marinha Grande
Mostra de Design
até quarta-feira
Os alunos dos cursos de Design Industrial
e Design Gráfico do Instituto Supeior
D. Dinis (Isdom) expõem os seus projectos
até ao próximo dia 15, na 5ª Mostra de
Design. A exposição apresenta trabalhos
alusivos às várias disciplinas que constituem
os cursos, tais como a Geometria Descritiva,
Técnicas de Desenho e Design Gráfico.
A mostra pode ser vista de segunda a
sexta-feira, das 14:30 horas às 22:30 horas.
DR
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JORNAL DE LEIRIA | 9 DE JUNHO DE 2005

JORNAL DE LEIRIA | 9 DE JUNHO DE 2005 | V | I | V | E | R | 8 |
Eventos
Música em Leiria
Pedro Carneiro, Vilonseis
e Bleu d`Outremer
A entrar na terceira semana, o
Festival de Música em Leiria apresenta
no próximo sábado, pelas
21:30 horas, no claustro do Mosteiro
da Batalha, Pedro Carneiro.
Um dos mais dotados percussionistas
do panorama nacional evoca
com a sua marimba a música
de Bach e Schumann, através das
suas transcrições, sempre com
grande rigor pela original essência
da música. Nos dois dias seguintes,
11 e 12 de Junho, pelas 21:30
horas, primeiro no Cine-Teatro de
Porto de Mós e depois no Teatro
Miguel Franco, sobem ao palco
os “Violonseis”. Um grupo composto
por elementos da orquestra
Gulbenkian, que irá interpretar
obras de Mariano Moraes, Arvo
Part, Rogério Medeiros e Baden
FIABA na Batalha
Feira de artesanato
e gastronomia
DR
DR
Fitumis em Porto de Mós
InterAmericana de Puerto Rico venceu festival
TUNA VENCEDORA
Gastronomia e artesanato voltam a ser as principais atracções
da XV FIABA, Feira de Artesanato e Gastronomia da
Batalha, que decorrerá entre 16 e 19 de Junho, no Largo Cónego
Simões. O certame conta com a presença de 60 artesãos,
representando o mais genuíno artesanato produzido em Portugal.
A este alia-se a gastronomia típica do concelho da Batalha,
estando responsáveis pela confecção das iguarias, dezasseis
colectividades. A animação assume um papel importante
nesta iniciativa, apostando a organização num cartaz diversificado.
Para além dos grupos folclóricos e da música tradicional
do concelho, também as escolas estarão representadas.
Integrada na feira, decorrerá em paralelo o Festival Regional
do vinho da Alta Estremadura, numa organização conjunta
da Região de Turismo Leiria/Fátima e da autarquia, cujo objectivo
é promover os vinhos existentes na região.
DR
Decorreu no passado fim-de-semana
no castelo de Porto de Mós, o terceiro
Festival Internacional de Tunas
Mistas. Uma organização da Instituna,
Tuna Mista da Escola Superior de
Tecnologia e Gestão do Instituto Politécnico
de Leiria, que juntou na vila
de Porto de Mós, tunas oriundas de
Espanha, Porto Rico e Portugal. Dois
dias de animação, paródia e espírito
académico, que para além do festival
proporcionaram um animado convívio
entre jovens de diferentes culturas.
De Porto Rico veio a Tuna InterAmericana
da Universidade de Puerto
Powell, entre outros. Terça-feira,
pelas 21:30 horas, ao ar livre, no
Mercado de Santana, toca a Orquestra
de Sopros do Orfeão de Leiria.
O cinema inspira este concerto
centrado na música da alguns
sucessos do grande ecrã. A fechar
a semana de concertos, Bleu
d`Outremer, idealizado por Le
Concert Impromptou e Bruno
Bethoise, passa no dia 16 de
Junho no Teatro Miguel Franco.
Pintura, poesia e música são
pontos de contacto nas vidas
de Vieira da Silva e René Char.
Uma amizade entre a pintora e
a poeta deram origem a esta
criação multidisciplinar levada
à cena pelo quinteto de sopros
francês e pelo pianista Bruno
Bethoise.
Rico que arrecadou o primeiro prémio
( Grande Prémio Dom Fuas). No segundo
posto ficou a Vicentuna, da Faculdade
de Ciências de Lisboa e em terceiro
lugar a ESTAtuna, da Escola
Superior de Tecnologia de Abrantes.
Para além de outras distinções atribuídas
ao melhor solista, melhor pandeireta,
melhor estandarte e mais público,
foi ainda atribuído o Prémio
Irreverência à Tun`Uma, Tuna Mista
da Universidade da Madeira. A atribuição
deste galardão foi da responsabilidade
do vereador da cultura da
Câmara de Porto de Mós.
Batalha
Era uma vez... a Língua Portuguesa
Para assinalar o mês de Portugal, de Camões e
das Comunidades, “A vida da Língua Portuguesa”
é o nome da exposição patente na Galeria
Mouzinho de Albuquerque, na Batalha de 3 a 29
de Junho. Esta mostra aborda a evolução da nossa
língua, procurando reflectir sobre o seu lugar
no mundo contemporâneo, a sua multiplicidade
de formas e o seu papel na afirmação de identidades
no mundo lusófono. A universidade da fala
e das escritas, a expansão no mundo, a formação
dos crioulos ou as expressões contemporâneas
são alguns dos temas presentes, apresentados de
uma forma didáctica. Os centros de estudo de
Sociomuseologia e de Línguas e culturas, da Universidade
Lusófona de Humanidades e Tecnologias,
são os responsáveis pela parte científica e
museográfica desta exposição, pertença da Fundação
Mário Soares. Para ver de segunda a sexta-feira
das 14:30 horas às 17 horas, e aos sábados
e domingos, das 15 às 18 horas.

Agenda
Nacional
Festival de Sintra
Quarenta anos
de Música e Dança
Três dezenas de concertos e espectáculos
de dança assinalam o Festival
de Música e Dança de Sintra, que
este ano comemora o seu 40.º aniversário,
e que se realiza de amanhã
até 30 de Julho. Com um orçamento
global de 840 mil euros, o festival
conta nesta edição com espectáculos
nos Palácios de Queluz, da
Vila em Sintra e da Pena, nas quintas
da Piedade e Regaleira, nos jardins
de Seteais e também em Monserrate
e Penha Longa.
O Grande auditório do Centro Cultural
Olga Cadaval, em Sintra, será
palco de todo o ciclo de bailado. A
programação da música começa no
dia 16 de Junho, no Palácio de Queluz,
com um concerto de Jean – Ives
junho
TERÇA, 31
QUARTA, 8
QUARTA, 1
QUARTA, 22
SÁBADO, 4
DR
E N T R A D A L I V R E
aberto até às 23.00 h
Av. Combatentes da Grande Guerra, 53 . 2400 - 123 LEIRIA . Tel. 244 822 225
[agenda]
Terça 31 de Maio, pelas 10h00 - Inauguração da
exposição de pintura “Capuxinho Vermelho” de Sandrine Vieira.
Patente até 29 de Junho.
Quarta 1, durante todo o dia - Actividades comemorativas do
Dia Mundial da Criança - o Capuchinho Vermelho visita a Arquivo -
exposição; workshops de ilustração; animação de história infantil e muitas
supresas.
Sábado 4, pelas 16h30 - Animação da História Infantil “A
Fada da Côr”, seguida modelação de balões e pinturas faciais.
Animadora: Liliana Gonçalves.
Quarta 8, pelas 21h30 - À conversa com... Frederico Lourenço,
a propósito da sua mais recente tradução “A Ilíada”.
Apresentação: Catarina Gaspar.
Quarta 22, pelas 21h30 - À conversa com... João Maria
André, a propósito do seu último livro “Diálogo Intercultural, Utopia e
Mestiçagens”. Apresentação: Ricardo Vieira.
Quinta 30, pelas 19h00 - Inauguração da exposição de pintura
“Mergulho” de Sílvia Patrício. Patente até 28 de Junho.
Até 5 de junho - A Livraria Arquivo vai estar presente na Feira do Livro
de Leiria - Praça Rodrigues Lobo (17h-23h)
apoio
Thibaudet, com obras de Claude
Debussy, Ferenc Liszt e Rihard Wagner.
O evento conta com as presenças
de Cristina Ortiz, pianista brasileira,
que se apresentará como solista
com a Orquestra Gulbenkian, e do
norueguês Leif Ove Andness. Presenças
confirmadas são ainda Neila
Maissa, Sequeira e Costa e o Quarteto
Tacet, constituído por alunos
finalistas de escolas de música portuguesas,
recentemente premiados.
O bailado abre com a companhia
Ballet du Grand Théâtre de Genéve
(Suiça), amanhã. Compagnie Linga,
Companhia Nacional de Danza (Espanha),
Scottish Dance Theatre, Dancern
Ester Carrasco e Aterballeto
marcarão também presença.
Casino da Figueira
“Jantar de idiotas”
A peça “Jantar de
Idiotas” com Miguel
Guilherme, João Lagarto,
António Feio e Helena
Isabel, entre outros,
estará no Casino da
Figueira amanhã e sábado,
pelas 22:30 horas.
Imagine-se um grande
editor de romances que
DR
tem o curioso hábito
de, não só publicar os melhores textos que há no
mercado, como também de conquistar as respectivas
autoras. Imagine-se, também, um modesto funcionário
público cujas principais ocupações são fazer
maquetas com fósforos e espalhar disparates à sua
volta, com a inocência própria dos grandes desastrados.
O destino junta-os devido ao passatempo do
primeiro e seus amigos, de semanalmente, se reunirem
num jantar em que cada um leva alguém excêntrico,
de estranhos hábitos e hobbies. Vence o que
apresentar o mais idiota! Uma comédia de costumes
onde as peripécias se sucedem a um ritmo de fazer
chorar a rir, com um humor inteligente.
| V | I | V | E | R | 9 |
JORNAL DE LEIRIA | 9 DE JUNHO DE 2005

JORNAL DE LEIRIA | 9 DE JUNHO DE 2005 | V | I | V | E | R | 10|
Evasões
A avó nunca tinha sido
tão bela e tão grande. Levantou
a rapariguinha com as
faces vermelhas e com um
sorriso na boca…enregelada.
Na última noite do velho
ano. A manhã do novo ano
ergueu-se sobre o pequeno
cadáver, sentado com o seu
punhado de fósforos quase
todos queimados. - Quis
aquecer-se! - disseram.
H. C. Andersen, A menina
dos fósforos
Depois de passar um parque
entra-se num estreito passeio
de saibro que dá acesso
ao recanto mais procurado do
porto de Copenhaga. De repente,
a pequena figura sentada
num rochedo, com a ondulação
quase batendo na cauda,
faz a sua aparição. Em volta
do longo e belo pescoço um
colar de frescas orquídeas recorda
a sua condição e a sua lembrança
na memória dos marinheiros,
descendentes dos
alegres personagens da taberna
que Richard Wagner criou
no "Holandês Voador".
A sereiazinha, que dela falamos,
ali permanece, o olhar
absorto perdido na imensidão
das águas do Mar do Norte,
como quem recorda a história
dramática de uma das mais
belas paixões que o homem
alguma vez conseguiu contar.
Espera, talvez, a visita das suas
irmãs, as filhas do Rei do Mar,
que com o seu canto de encantar
lhe venham adoçar a profunda
tristeza do seu olhar,
antes de se transformar eternamente
em espuma.
Esta história contou-a um
dinamarquês em 1837. Chamava-se
Hans Christian Andersen
e deixou numerosos contos
escritos para crianças que
o tornaram num dos mais
conhecidos e famosos escritores
mundiais. Neste ano comemora-se
o segundo centenário
do seu nascimento, com
numerosas realizações evocativas,
nomeadamente em Odense,
a sua cidade natal.
Hans era filho de uma família
humilde. O pai era sapateiro
e a mãe lavadeira. Naturalmente
que comeu o pão que
o diabo amassou. Quando nasceu,
a 2 de Abril de 1805, nin-
Andersen - o pai
da sereiazinha
guém ousaria pensar que aquele
rapaz estava destinado a
uma brilhante carreira nas
letras. O próprio, aliás, tinha
como sonho de infância tornar-se
artista, ambicionando
sucessivamente ser cantor, actor
e bailarino.
O destino, todavia, trocoulhe
as voltas e a escrita foi o
seu destino. Tornou-se autor
de contos para a infância e
para adultos, poeta, dramaturgo,
jornalista e romancista.
Escreveu mesmo um livro
onde narra a experiência de
uma sua visita a Portugal. E
em todas estas actividades
alcançou um sucesso notável.
O escritor tornou-se conhecido,
alcançando um enorme
reconhecimento ainda em vida,
tanto no seu país como em todo
o mundo. Ao morrer, em Copenhaga,
aos 70 anos de idade, a
sua centena e meia de contos
estava traduzida em mais de cem
línguas, o que dá a ideia aproximada
da sua popularidade em
todas as casas onde houvesse
alguém que soubesse ler, ilustrar
e também cantar.
OS CONTOS
A parte mais substancial e
conhecida da sua obra é constituída
por contos que sempre
recusou serem dirigidos apenas
para crianças. Ele dizia que
"os meus contos são tanto para
os adultos como para as crian-
ças", para mais à frente acrescentar
que "o ingénuo infantil
era apenas uma parte dos
meus contos".
Partindo da memória e da
tradição oral dinamarquesa,
Andersen recriou esse folclore
sem cair em tentações eruditas.
Recorre, antes, à fixação
das velhas histórias que
vêm de há muito, utilizando
um estilo a um tempo simples,
arejado e sóbrio, contudo capaz
de prender o ouvinte desde a
primeira à derradeira palavra,
como no belo exemplo que é
a pequena narração poética e
fantástica da "Menina dos fósforos".
O autor liberta as suas personagens,
concedendo-lhes
uma vida anímica autónoma,
mantendo, todavia, a presença
cerebral e lúcida dos espíritos
do norte europeu. Notável
pelo seu "non sense" é o
diálogo que o "Colarinho postiço"
trava com aquelas que
procura para um casamento
airoso. Inevitavelmente o "Colarinho"
termina os seus dias de
desvario e de ansiedade no
moinho onde os trapos velhos,
desgastados pelo tempo e reduzidos
à inutilidade, são esmagados
e triturados para se transformarem
no papel branco onde
a história se escreve.
As lições morais e pedagógicas
não deixam de estar presentes
na maioria destes con-
tos, muitas vezes aliadas a uma
ironia desconcertante. Em "O
Rei vai nu" a vaidade balofa
da personagem era alimentada
pelos bajuladores da corte
aldrabados por tecelões mentirosos
que vendiam um tecido,
de propriedades inestimáveis,
que se tornava invisível
quem com ele se vestisse e não
fosse bom no seu ofício ou,
então, estúpido. Vestido de
nada o rei foi na procissão
admirando todos a belíssima
vestimenta inexistente. A hipocrisia
de todos não lhes permitia
comentar a ridícula nudez
do rei. Só uma criança, na sua
inocência, gritou que ele ia nu.
Difícil se torna abarcar as
realidades dos homens e das
suas atitudes descritas por
Andersen. Duzentos anos depois
os seus livros não são nenhum
"patinho feio" deslocado na
literatura mundial. Os festejos
do seu segundo centenário e
as numerosas edições transmitem-lhe
uma autoridade
indesmentível. Na sua Dinamarca,
país que tão bem trata
os seus heróis e os seus
melhores filhos, o ano de 2005
corre sob a sua égide. Mas a
melhor homenagem que se
pode prestar a um escritor é
ler os seus livros. E reler Hans
Christian Andersen é, acima
de tudo, um grande prazer.
Orlando Cardoso
orlccardoso@clix.pt

Livros
“Memórias do meu jornal” é
o título do livro, que reúne alguns
dos artigos publicados por João
Matias no “Portomosense”, que
será apresentado no próximo
sábado, na Ecoteca de Porto de
Mós. A sessão está marcada para
as 21 horas e contará com a presença
de Nuno Vieira Matias,
antigo chefe de Estado Maior da
Armada e filho de João Matias
Obra apresentada sábado, em Porto de Mós
Livro recorda e
homenageia João Matias
(falecido em 1999).
Com esta obra, os responsáveis
pela Cincup, cooperativa
proprietária do jornal, pretendem
homenagear o fundador do
quinzenário, saldando “uma grande
dívida de gratidão”, explica
Júlio Vieira, da Comissão Administrativa
da Cincup. Segundo o
responsável, o livro, composto
por cerca de 260 páginas, visa
Escola Correia Mateus, em Leiria
Amélia do Vale
apresenta livro
O livro “Histórias de
Intervir – com licença posso
entrar”, da autoria da
professora Amélia do Vale,
foi apresentado ontem, dia
8, na Escola Básica 2,3 Dr.
Correia Mateus, em Leiria,
onde a docente lecciona.
A iniciativa, promovida
pelo Conselho
Executivo do Agrupamento
e pela Livraria Americana,
visa também homenagear
a professora, estando
marcada para as 16
horas. O livro integra a
colecção “Educação hoje”,
publicada pela Texto Editora.
ainda “perpetuar e divulgar muitos
dos artigos” escritos por João
Matias, evitando que se “percam
nos arquivos de jornais”.
Além dos textos, a publicação
contém algumas das rubricas
promovidas pelo fundador
do “Portomosense”, como a “Galeria
de notáveis”, onde o seu autor
relevou muitas personalidades
ilustres, naturais de Porto de Mós,
cujo percurso “é desconhecido
das gerações mais novas”, frisa
Júlio Vieira. Através do livro,
“será também divulgado o trabalho
feito por essas pessoas”,
acrescenta.
João Matias criou o “O portomosense”
em Janeiro de 1983,
tendo sido seu director até 1992
e colaborador até 1999, ano da
sua morte.
S U G E S T Õ E S
A Palavra Mágica
RUI ZINK
EDITORA: DOM QUIXOTE
“Destes treze contos,
dois são obviamenteautobiográficos,
seis
estrondosamente
paranóicos, um descaradamenteplagiado.
Dos outros
nem é bom falar." ,
lê-se na "Nota de
Autor". Segundo Filipe
d'Avillez, da revista "Os meus Livros",
Rui Zink apresenta neste livro "um estilo
de escrita apurado pela experiência, fruto
de uma imaginação vintage(...) Casos de
polícia, contos alarmistas euro-cépticos,
gritos de socorro do único homem imune
ao bicho da ewscrita; um episódio desconcertante
sobre a reacção das pessoas
face à autoridade e a violência... ao todo
são 13 os passeios pela estranha mente de
Rui Zink (...)"
Pessoas Como Nós
MARGARIDA REBELO PINTO
EDITORA: OFICINA DO LIVRO
Nem todos os homens
têm coração, mas há
mulheres que também
não. O que pode separar
duas irmãs? Como se perde
uma grande amizade?
Três mulheres entregues
à solidão contam a sua
história e acabam por
revelar os segredos mais
surpreendentes. Maria do Carmo não é o que
parece, Verónica descobre o impensável e
Julieta carrega a culpa de um violento e sórdido
trauma. Afinal, todas as pessoas são normais
até as conhecermos melhor. O novo
romance da Margarida Rebelo Pinto que promete
reconquistar alguns leitores entretanto
perdidos com o romance anterior, "I'm in love
with a pop star".
“Uma ideia, muitas viagens”
Alunos da Escola da Sismaria
lançam livro no castelo
“Vinte e um
meninos e
meninas, mais
a sua professora,
metem
mãos e imaginação
em marcha
e nascem
estas viagens
pequeninas,
como a formiga,
e grandes,
como o sopro
das histórias de
um embrião”. A escritora Cristina Nobre resume desta forma o livro
“Uma ideia, muitas viagens”, realizado por alunos da Escola Básica
do 1º Ciclo da Sismaria da Gândara. O prefácio é da própria
escritora e a festa de lançamento desta edição terá lugar no próximo
dia 17, sexta-feira, pelas 10 horas, no Castelo de Leiria.
A Bela Angevina
JOSÉ-AUGUSTO FRANÇA
EDITORA:EDITORIAL PRESENÇA
Entre os papéis deixados
por Eça de Queiroz,
há quatro retratos de uma
jovem desconhecida: foram
tirados num famoso fotógrafo
de Angers, cerca de
1880, período em que Eça
fez várias estadas no Hotel
du Cheval Blanc da cidade,
conforme cartas dali
datadas. Algumas destas cartas estão publicadas
e as fotografias também - em 1989, pela
Professora Beatriz Berrini. Várias tentativas
feitas na região para identificarem aquela
jovem de Angers, ou angevina, têm sido infrutíferas.
Eça poderia assim ter amado e sido
amado, porque não?... "A Bela Angevina", o
mais recente romance de José-Augusto França,
fala das carreiras de Eça de Queiroz, diplomática,
literária e amorosa, com documentação
conhecida (e alguma acrescentada).
Com o apoio da LIVRARIA ARQUIVO
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JORNAL DE LEIRIA | 9 DE JUNHO DE 2005

JORNAL DE LEIRIA | 9 DE JUNHO DE 2005 | V | I | V | E | R | 12|
LEIRIA TEATRO JOSÉ LÚCIO DA SILVA
A QUEDA - HITLER E O FIM DO TERCEIRO REICH
De Quinta a Quarta, às 21h30.
De Oliver Hirschbiegel. Com Bruno Ganz e Alexandra Maria
Lara.
LEIRIA CINEMAS CASTELLO LOPES
UMA BOA COMPANHIA
Sexta e Sábado, às 13h45, 16h30, 19h00, 21h45 e 24h15
Quinta e Domingo a Quarta, às 13h45, 16h30, 19h00 e 21h45
SALA 2
CIDADE DO PECADO
Sexta e Sábado, às 13h30, 16h15, 18h45, 21h30 e 24h00
Quinta e Domingo a Quarta, às 13h30, 16h15, 18h45 e 21h30
BATALHA AUDITÓRIO MUNICIPAL
STAR WARS: EPISÓDIO III - A VINGANÇA DOS SITH
Quinta a Segunda, às 21h30. Domingo, às 15h30 e 21h30.
MARINHA GRANDE TEATRO STEPHENS
O CHUPETA
Sexta a Domingo, às 21h30
MONTE REAL CINE TEATRO
ASSALTO À 13ª ESQUADRA
Sexta a Domingo, às 21h30
QUINTA, 16
RTP1
07.00
10.00
13.00
14.15
17.45
18.25
20.00
21.15
00.15
03.00
03.52
DOIS
07.00
13.30
15.00
18.00
18.30
19.30
20.15
20.20
22.00
22.30
23.30
01.00
SIC
06.45
13.00
14.00
15.00
18.30
20.00
21.45
22.15
23.15
01.15
02.15
TVI
07.30
10.00
14.00
16.45
18.00
20.00
22.15
23.00
00.15
01.00
03.15
04.30
Bom Dia Portugal
Praça da Alegria
Jornal da Tarde
A Lenda Graça
SMS - Ser Mais Sabedor
Jornal Verde
Telejornal
Contra-Informação
RTP Cinema:
“Um Mês de Domingos”
Providence
Televendas
Repórter RTP - África
Quiosque
Clube dos jornalistas
A Fé dos Homens
Causas Comuns
Zig Zag
Diário de Sofia
Quiosque
Jornal 2
Sem Rasto
Conselho de Estado
Universidades
Iôiô
Primeiro Jornal
Rex, O Cão Polícia
Às Duas Por Três
New Wave
Jornal da Noite
Super Malucos do Riso
América
Como uma onda
Êxtase
Sessão Especial:
“O Feiticeiro do Congo”
Diário da Manhã
Você na TV
Notícias da Quinta
Quem quer Ganha
Morangos com Açúcar
Jornal Nacional
Quinta das Celebridades
Mistura Fina
Notícias da Quinta
Cartaz das Artes
TVI Negócios
The Divison
| Em cartaz |
SEXTA, 17
RTP1
07.00
10.00
13.00
14.10
17.00
20.00
21.10
23.30
01.45
04.00
DOIS
07.00
13.45
17.00
18.00
19.15
22.00
22.30
23.30
00.45
SIC
06.45
10.15
13.00
14.00
20.00
22.15
23.15
00.15
02.45
03.15
04.15
TVI
07.00
13.00
14.00
18.00
20.00
21.15
22.30
01.30
05.15
Bom Dia Portugal
Praça da Alegria
Jornal da Tarde
Portugal no Coração
Cerimónias Oficiais do 10 de Junho
Telejornal
Voz
RTP Cinema:
“Victor/Victoria”
Sessão da Meia-Noite:
“Frei Luís de Sousa”
Só Visto!
Repórter RTP - África
Hora Discovery
“Na Pista da Lula Gigante”
A Fé dos Homens
À Procura do Eden
Ponto Verde
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Quarta, às 21h30
AUDITÓRIO MUNICIPAL DA BATALHA
STAR WARS: EPISÓDIO III - A VINGANÇA
DOS SITH
De George Lucas. Com Ewan McGregor, Natalie Portman e Hayden Christensen.
Os primeiros 2 bilhetes grátis para sessões de sexta e domingo*,
com a apresentação do Jornal de Leiria na bilheteira
*só sessão das 15h30
POMBALCINE
UMA CANÇÃO DE AMOR
Quinta a Sábado e Segunda e Quarta, às 16h00 e 21h30.
Domingo, às 15h00, 17h30 e 21h30.
VIEIRA DE LEIRIA CINE-TEATRO ACTOR ÁLVARO
HITCH
Sexta e Domingo, às 21h30.
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| A ver vamos |
A QUEDA - HITLER E O FIM DO TERCEIRO REICH
"A queda" aborda os últimos dez dias de Hitler. Não é o primeiro
filme a ser feito que se debruça sobre esta temática, mas é com toda
a certeza o mais brilhante, tanto do ponto de vista do argumento,
como das representações. Tem, inevitavelmente, remissões para um
outro filme alemão, "Das Boot - o Submarino", filmado no ambiente
claustrofóbico de um submarino, que se reflecte aqui na atmosfera
diminuta e constrangida do bunker. A nossa janela para este mundo
é Traudl Junge (Alexandra Maria Lara), escolhida em1942 como
secretária pessoal de Hitler e que o acompanhou mesmo até ao fim,
tendo fugido do bunker com um contingente de civis e soldados, vindo
só a falecer em 2002 na sua Alemanha natal. Junge aparece mesmo
no fim do filme a dar um testemunho pungente, mas quanto a
mim altamente duvidoso, acerca da sua total ignorância do que se
passava. Por outro lado, o facto de estar tão perto das árvores poderia
impedi-la de ver a floresta.
Bruno Ganz no papel de Hitler tem um desempenho magistral.
Aparentemente o actor estudou vídeos, gravações áudio dos discursos
e parece que estudou igualmente umas gravações feitas secretamente
do "Führer" a falar num ambiente informal, que revelam algumas
das suas falhas dialectais e defeitos da sua classe social e educação.
Em relação à escolha de actores há pouco a dizer, são todos extraordinários
e chegam mesmo a ser muito parecidos com os "originais",
com especial ênfase para Speer (Heino Ferch) e especialmente Goebbels
(Ulrich Matthes) apesar de este ser de muito baixa estatura.
Uma das críticas feitas a este filme é que "humaniza" demasiado
Hitler. Na minha opinião ainda bem que isso acontece. Faz-nos ver
que "bem" e "mal" não são conceitos abstractos e neste caso são sim
o produto de um único homem com um espírito distorcido e demente
que se tornou um dos símbolos da maldade universal, remetendo
outros ditadores para uma classe de amadores. Há algumas cenas especialmente
pungentes, nomeadamente quando Hitler nos diz que não
se pode deixar sentir compaixão pelo povo, porque o escolheram para
fazer uma coisa e se agora não conseguiam cumprir a sua parte do
acordo mereciam morrer e, mais no fim do filme, uma das cenas mais
cruéis e duras de sempre do cinema. Magda Goebbels entra no quarto
dos seus cinco filhos, que dormiam devido a um soporífero que
esta lhes havia ministrado, e mata-os um a um com um rigor mecânico
que havia de ser espelhado na organização gélida e desumana
que regeu os muitos campos de extermínio.
É perturbador, complicado, directo, cru,
frio e sobretudo muito, mas muito real.
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SÁBADO: 17h30, 21h30 e 00h00.
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Classificação: 4
4 - A não perder
3 - A ver
2 - Vale o dinheiro
1 - Proceda com cautela
0 - Não, por favor, mais não
Nuno Bon de Sousa
SÁBADO, 18 DOMINGO, 19 SEGUNDA, 20 TERÇA, 21
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