17.04.2013 Views

A PREGAÇÃO NA IDADE MÍDIA - Luiz Carlos Ramos

A PREGAÇÃO NA IDADE MÍDIA - Luiz Carlos Ramos

A PREGAÇÃO NA IDADE MÍDIA - Luiz Carlos Ramos

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

substantivo homilia, que passou a designar as exposições instrutivas (exortativas 24 ) que se<br />

fazia das escrituras no contexto litúrgico das primeiras comunidades cristãs.<br />

A homilética se constituiria, assim, em uma das formas da pregação cristã. Esta última<br />

entendida em sentido genérico abarcaria, na compreensão de Nelson Kirst,<br />

a evangelização, a fala missionária, o catecumenato em grupos na comunidade<br />

[...], os ofícios casuais [...], a poimênica, o ensino religioso<br />

nas escolas, artigos e comentários na imprensa escrita, programas cristãos<br />

no rádio e na TV. 25<br />

Embora o produto homilético receba, com freqüência, diferentes designações, tais co-<br />

mo pregação, prédica, parênese, homilia e sermão, em sentido restrito, tais expressões refe-<br />

rem-se àquela peça oratória, discursiva que se dá no contexto celebrativo da comunidade de<br />

fé. O caráter específico da homilética se dá, segundo Nelson Kirst, em virtude de sua vincu-<br />

lação litúrgica. 26<br />

Não obstante o conceito etimológico reporte-se ao grego dos primeiros séculos da era<br />

cristã, a práxis homilética em si, considerada como a pregação de mensagens religiosas no<br />

contexto da celebração litúrgica, é anterior ao Novo Testamento.<br />

À luz dos autores já mencionados, pode-se estabelecer o seguinte roteiro histórico da<br />

práxis homilética: os antecedentes da homilética cristã no período do Primeiro Testamento<br />

ou da Bíblia Hebraica 27 ; a homilética no período do cristianismo primitivo; durante os qua-<br />

tro primeiros séculos da era cristã; durante a Idade Média; no período da Reforma Protes-<br />

tante; a partir da Reforma Protestante; durante período dos movimentos evangelísticos e<br />

missionários; e a pregação recente e contemporânea. Por opção metodológica se omitirão<br />

períodos e movimentos que pouca relação teriam com o objeto desta pesquisa, tais como a<br />

pregação de alguns movimentos monásticos e nas igrejas orientais.<br />

24<br />

Cf. descrição da celebração eucarística feita por Justino Mártir, na primeira metade do séc. II, in GOMES, C.<br />

Folch. Antologia dos Santos Padres: páginas seletas dos antigos escritores eclesiásticos. São Paulo: Edições<br />

Paulinas, 1979, p. 65-67.<br />

25<br />

KIRST, Nelson. Rudimentos de homilética. 3 ed. São Leopoldo: Iepg; Sinodal, 1996. p. 17-18.<br />

26<br />

Id., ibid, p. 17-18.<br />

27<br />

A expressão “Primeiro Testamento” ou “Bíblia Hebraica” substituirá, ao longo desta tese, sempre que possível,<br />

a expressão “Antigo Testamento”, bem como a expressão “veterotestamentário”, por se entender que estas<br />

últimas carregam uma conotação pejorativa em relação aos escritos do cânon judaico. O autor desta tese<br />

encontrou a mesma postura em HOLBERT, John C. Preaching Old Testament: proclamation & narrative in<br />

the Hebrew Bible. Nashville: Abingdon Press, 1991. 128 p. Cf. nota 1 da introdução.<br />

26

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!