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PENSANDO A RELAÇÃO TEORIA E PRÁTICA NA ... - CCE

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educadores, professores de uma língua estrangeira, não nos libertarmos desse pensamento<br />

de que a experiência vale tudo e de que a experiência é o que conta, eu acho que a gente<br />

morre. Se a experiência fosse tudo, se anos de profissão fossem tudo, eu estaria muito<br />

bem, mas eu sei que não. (SRT –5º encontro – 27/10/2004)<br />

Suzana discute, então, um problema que acreditamos que seja vivido por muitos<br />

docentes. Às vezes, é difícil conscientizar os profissionais da importância da formação<br />

continuada. Quanto mais tempo um professor exerce sua profissão, mais segurança ele<br />

tem para repetir suas ações, como uma receita que dá certo. Não pretendemos<br />

questionar a eficiência de uma prática que se baseia principalmente na experiência,<br />

porém, como temos discutido, há outros elementos que podem atuar no<br />

desenvolvimento do professor. Como professores, desejosos de promover um bom<br />

ensino, devemos estar abertos às novas possibilidades e descobri-las em nossos próprios<br />

estudos, pois assim teremos a certeza de que estamos em busca do melhor para nós e<br />

para nossos alunos.<br />

Retomando a questão apontada por Winkler (2001) sobre uma certa tendência<br />

de valorização de questões ligadas à prática, encontramos respaldo em Christov (1998),<br />

que nos mostra como este conflito entre teoria e prática está presente desde os anos<br />

escolares ou de formação inicial. Qualquer um de nós, esteja no papel de aluno ou de<br />

professor, deve se recordar da fala de um amigo ou mesmo própria que lembre algo<br />

como: “não queremos tanta teoria... precisamos é de prática” ou “os professores querem<br />

respostas prontas para seus problemas de sala de aula, não querem ficar estudando...”<br />

(Christov, 1998, p. 32). Tais falas nos revelam o conflito entre a teoria acadêmica a que<br />

os professores gostariam que seus alunos tivessem acesso e a busca por questões<br />

práticas que move muitos aprendizes.<br />

Para desenvolver suas idéias, a autora parte de dois comentários que serão<br />

retomados aqui para comentarmos sua pertinência no contexto deste trabalho. O<br />

primeiro comentário diz: “teoria e prática são diferentes, mas andam juntas: às vezes de<br />

forma desapercebida, às vezes de forma refletida” (Christov, 1998, p. 32). Apesar do<br />

tempo de estudo que os professores têm em seu processo de formação inicial, muitos, ao<br />

iniciarem sua prática, sentem um grande distanciamento entre o que viram na academia<br />

e a prática que vivenciam diariamente. Assim, desprovidos da reflexão que lhes poderia<br />

permitir estabelecer tal relação, os professores iniciam uma prática na qual não<br />

reconhecem a teoria acadêmica que tiveram acesso em seu período de formação.<br />

Vejamos como uma pergunta, presente em um dos textos lidos, desperta uma discussão<br />

semelhante entre as participantes do grupo de formação:<br />

[9] Julma: Na página 51, no meio do parágrafo, fala assim: “sometimes actions received<br />

intellectual discovery”, acharam? “I have occasionally been thanked by in-service<br />

teachers at the end of a talk because I have provided the intellectual justification for what<br />

they have been doing anyway”. Muitas vezes a gente já pode ter passado por uma situação<br />

dessas de estar em um seminário e alguém falar alguma coisa e ali você encontrar a base<br />

teórica para o que tem feito por um longo tempo. Isso foi o que aconteceu aqui. Eu queria<br />

que a gente pensasse sobre essa questão de ter uma prática e uma justificativa intelectual.<br />

Essa justificativa intelectual seria uma teoria, eu imagino. E a minha pergunta é, “do we<br />

have the intellectual justification for our actions?”. (SRT – 3º encontro – dia 28/09/2004)<br />

[10] Eduarda: Eu vou responder, eu não tenho. Eu tenho a minha própria teoria eu não sigo<br />

ninguém. Eu sigo aquilo que eu acho correto e que dá certo. [...] De ninguém, eu falo,<br />

porque eu não posso falar que é de fulano de tal. Eu pego todas as teorias, que eu sei, no<br />

meu estudo (risos); do meu graaande estudo e, de acordo com a realidade da minha sala<br />

de aula, eu aplico. Mas não vem de alguém específico. Mas aí você vai me falar assim,<br />

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