PENSANDO A RELAÇÃO TEORIA E PRÁTICA NA ... - CCE
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Figura 1: Reflective practice model of professional education/development (Wallace, 1995, p. 49).<br />
[4] Eduarda: Esses dois pontos aqui divergem, não é, a teoria com a prática? (SRT – 3º<br />
encontro – 28/09/2004)<br />
[5] Suzana: Eu não compreendo que seja uma coisa separada da outra. Bom, na prática isso a<br />
gente separa, mas depois que você vai refletir, agora eu acho que isso não está (separado).<br />
Olha a setinha. A setinha está para lá e para cá, então isso significa que o received e o<br />
experiential (knowledge) estão um com o outro. (SRT – 3º encontro – 28/09/2004)<br />
Posteriormente, ainda no mesmo encontro, Eduarda, que havia questionado<br />
sobre a divergência entre teoria e prática, explicita sua opinião acerca da relação entre<br />
esses dois elementos. Ao fazer isso, a participante demonstra uma reelaboração de sua<br />
teoria inicial, após a intervenção de Suzana:<br />
[6] É como você falou. Eu acho que a teoria é feita, mas cabe a você aplicá-la de acordo com<br />
a realidade da sua sala. Porque, por exemplo, está na teoria que você deve ensinar o inglês<br />
de uma forma lúdica e tal. Mas você pega uma sala com trinta alunos, que não tem espaço<br />
para nada. Você vai ter que aplicar aquela teoria, mas de acordo com a realidade da sua<br />
sala. Agora você vai deixar de ensinar a língua de uma forma lúdica? Não. Você tem que<br />
buscar, você tem que refletir, você tem que vivenciar. (SRT – 3º encontro – 28/09/2004)<br />
Vemos então que, após compreender melhor a relação entre teoria e prática<br />
proposta por Wallace, Eduarda ainda acrescenta um participante que dará significado a<br />
essa ligação entre teoria e prática. Eduarda chama a atenção para o papel do professor,<br />
responsável por promover a ponte entre a teoria acadêmica e a realidade de sua prática<br />
diária. Apesar de a participante usar a palavra “aplicar”, ela está se referindo a uma<br />
ressignificação, já que o professor se encarregará de fazer as adaptações necessárias de<br />
acordo com o seu contexto. Neste momento, a teoria a que Eduarda se refere é a<br />
acadêmica.<br />
Buscando confirmar sua compreensão, Cláudia expressa seu ponto de vista:<br />
[7] [...] é como a Suzana falou da setinha. Vai e volta, não é? Tem que ter essa comunicação,<br />
então você observando a prática, pode modificar, você pode obter dados para um<br />
embasamento teórico, para uma tese que vá melhorar aquela prática. É assim que a gente<br />
pode se desenvolver. (SRT – 3º encontro – 28/09/2004)<br />
É interessante observar como Cláudia ressalta o fato de que o desenvolvimento do<br />
professor depende de um movimento de ida e vinda dos conhecimentos teóricos e práticos.<br />
Ela coloca o professor no centro desse movimento, já que ele deve observar e analisar sua<br />
prática para buscar, na teoria acadêmica, embasamento para enriquecê-la e desenvolver-se<br />
profissionalmente. Este processo acabará por promover também uma reconstrução das<br />
teorias pessoais deste professor.<br />
Como encontramos em Pimenta (2002), Cláudia demonstra ter reconhecido a<br />
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