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Edmar Honorato de Sousa – Cobrador - Oktiva

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Banco Parnaíba. Naquela época a gente andava com dinheiro tranqüilo, não tinha<br />

nenhum problema. Eu ia <strong>de</strong> táxi todos os dias. Era como um office boy. Cheguei a<br />

fazer esse trabalho <strong>de</strong> ônibus também, mas logo falei com o dono da empresa,<br />

dizendo que era muito ruim andar <strong>de</strong> ônibus com aquela mala cheia <strong>de</strong> dinheiro e<br />

perguntando se ele me autorizava ir <strong>de</strong> táxi.<br />

Assim eu saía, <strong>de</strong>positava o dinheiro, percorria os bancos fazendo pagamentos,<br />

quitando duplicatas e quando chegava no último, eu voltava. O pessoal dos<br />

bancos já me conhecia, então eu <strong>de</strong>ixava os papéis lá: “- Eu quero pagar uma<br />

duplicata da Auto Viação Fortaleza”... O pessoal do banco já sabia. Aí eu não<br />

ficava esperando, porque tinha muita fila. Depois vinha só recolhendo as<br />

duplicatas. Era muito cansativo... quando terminava o expediente, eu ia direto para<br />

casa, jantava e vinha trabalhar <strong>de</strong> novo. A mulher ficava em casa, cuidando dos<br />

meninos.<br />

Teve um dia eu saí com o dinheiro <strong>de</strong>ntro da pasta 007. Cheguei no banco e<br />

coloquei no balcão o dinheiro todo espalhado. Eu não tinha medo <strong>de</strong> ladrão,<br />

porque naquela época tinha menos... Mesmo assim, chegou um rapaz e colocou a<br />

mão em um dos pacotes. Então eu disse: “- Eh, rapaz... Espere aí, <strong>de</strong>ixe aí!”. Aí<br />

ele disse para mim: “- Não dê sopa, senão eu levo. “<br />

Enfim, quando eu comecei a trabalhar na gerência, eu entrava às sete da manhã,<br />

ia para casa almoçar e entrava <strong>de</strong> novo à uma da tar<strong>de</strong>. Ficava na empresa até às<br />

três horas, porque eu tinha que levar o dinheiro para o banco e resolver alguma<br />

coisa no comércio. De lá, eu ia para casa, chegava mais ou menos às cinco e<br />

meia, tomava banho, jantava, - muitas vezes eu nem jantava, porque chegava em<br />

cima da hora e <strong>de</strong>ixava para jantar quando eu voltasse. Voltava para a empresa<br />

às sete horas da noite e saía às nove ou <strong>de</strong>z horas... Isso era sacrificado para a<br />

minha família.

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