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Que América Latina se sincere - Acervo Paulo Freire

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RESUMO<br />

Esta te<strong>se</strong> <strong>se</strong> propõe a examinar os itinerários e as perspectivas das mobilizações políticas<br />

negras contemporâneas no Cone Sul, com ênfa<strong>se</strong> nas redes de ativistas que atuam em Porto<br />

Alegre (Brasil), Montevidéu (Uruguai) e Buenos Aires (Argentina), frente aos atuais<br />

desafios da implementação de políticas públicas com enfoque étnico-racial. A partir do<br />

aporte da perspectiva antropológica que orienta uma aproximação da “experiência de<br />

perto” dos sujeitos, detenho-me no protagonismo de ativistas em face aos desdobramentos<br />

de políticas públicas e ações reparatórias. O trabalho <strong>se</strong> in<strong>se</strong>re nas discussões sobre a<br />

questão multicultural e o multiculturalismo nas sociedades latino-americanas. Interrogo<br />

como sujeitos tidos e vistos como minoritários, que não foram contemplados no projeto de<br />

“igualdade” preconizado pelos ideais eurocêntricos de nação moderna instituído nos paí<strong>se</strong>s<br />

da região, vêm a interferir na esfera pública, ao passo que evidenciam noções e projetos de<br />

nação em disputa. O trabalho busca compreender os movimentos afro-latino-americanos<br />

através das formas com que ocupam a esfera pública e manejam noções e projetos de<br />

sociedade multicultural. Analiso as conexões entre o “nacional” e o transnacional a partir<br />

das políticas raciais e das militâncias negras, bem como da experiência com identificações<br />

étnicas afro-diaspóricas. Parto das configurações locais das militâncias negras<br />

contemporâneas que <strong>se</strong> expandem e modelam numa arena trans-local e diaspórica e <strong>se</strong><br />

projetam para o espaço da nação. Proponho-me delinear cartografias da militância negra<br />

nas três cidades contempladas nesta te<strong>se</strong> a partir de percorrer experiências múltiplas de<br />

engajamento na esfera pública. E por fim, examino: i) os modos como as redes de<br />

militância são mobilizadas na construção de demandas e ii) as disputas por políticas<br />

públicas em torno da saúde e da educação com perspectiva étnico-racial e de gênero,<br />

analisando as complexas e múltiplas relações entre atores sociais envolvidos no processo<br />

de tradução de resistências locais em problemas que irrompem as arenas públicas e<br />

disputam por sua legitimação perante agentes e instituições com condições para dis<strong>se</strong>minálos.<br />

Palavras chaves: movimentos negros – perspectiva afro-latino-americana – políticas<br />

públicas – ações afirmativas – reparações – Cone Sul<br />

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