o papel dos edulcorantes na indústria de laticínios - Revista Laticínios
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Matéria <strong>de</strong> capa<br />
A AplIcAção do AspArtAme em <strong>de</strong>rIvA<strong>dos</strong> do<br />
leIte<br />
Quando o açúcar é retirado <strong>de</strong> um alimento, aditivos <strong>de</strong>vem<br />
ser utiliza<strong>dos</strong> para preservar as proprieda<strong>de</strong>s que<br />
ele confere. Não só os <strong>edulcorantes</strong>, para proporcio<strong>na</strong>r<br />
o sabor doce, mas também agentes <strong>de</strong> corpo, para compensar<br />
a perda <strong>de</strong> volume e <strong>de</strong> viscosida<strong>de</strong> - dado que<br />
os <strong>edulcorantes</strong> em geral têm dulçor mais intenso que o<br />
açúcar e, portanto são utiliza<strong>dos</strong> em menor quantida<strong>de</strong>.<br />
Como agentes <strong>de</strong> corpo, em geral são utiliza<strong>dos</strong> os polióis<br />
e, para ajuste <strong>de</strong> viscosida<strong>de</strong>, as gomas. No caso das aplicações<br />
clássicas entre <strong>de</strong>riva<strong>dos</strong> <strong>de</strong> leite adoça<strong>dos</strong>, como<br />
iogurtes e leites fermenta<strong>dos</strong>, os aditivos usa<strong>dos</strong> <strong>na</strong> substituição<br />
do açúcar, além <strong>dos</strong> <strong>edulcorantes</strong>, têm como propósito<br />
ajustar a viscosida<strong>de</strong>, mais do que compensar volume,<br />
já que a parte uma vez ocupada pelo açúcar acaba<br />
sendo preenchida pelo próprio leite, aumentando o valor<br />
nutricio<strong>na</strong>l do produto, quando consi<strong>de</strong>rado como fonte<br />
<strong>de</strong> proteí<strong>na</strong>.<br />
A principal fi<strong>na</strong>lida<strong>de</strong> da adição <strong>dos</strong> agentes <strong>edulcorantes</strong><br />
é, além <strong>de</strong> proporcio<strong>na</strong>r o sabor doce, atenuar a aci<strong>de</strong>z do<br />
produto, promovendo a melhoria do sabor e diminuição<br />
das calorias.<br />
O sabor e aroma fi<strong>na</strong>l das bebidas lácteas <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>m muito<br />
do tipo e da qualida<strong>de</strong> <strong>dos</strong> ingredientes utiliza<strong>dos</strong> <strong>na</strong><br />
formulação do produto. Pesquisas recentes mostram que<br />
os fatores <strong>de</strong>termi<strong>na</strong>ntes para a aceitação e para a escolha<br />
<strong>de</strong>stes produtos estão no sabor e no seu aspecto nutritivo.<br />
O aspartame é obtido por síntese química a partir <strong>dos</strong><br />
aminoáci<strong>dos</strong> L-ácido aspártico e L-fenilalani<strong>na</strong>, sendo<br />
consi<strong>de</strong>rado um edulcorante artificial pelo processo <strong>de</strong> fabricação.<br />
Porém, sob a ótica nutricio<strong>na</strong>l, é um edulcorante<br />
metabolizável e , resulta da digestão <strong>de</strong>stes dois aminoáci<strong>dos</strong>,<br />
já conti<strong>dos</strong> em abundância no próprio leite. Sob<br />
esse aspecto, é uma opção <strong>de</strong> edulcorante quase óbvia<br />
para aplicação em produtos lácteos.<br />
Entretanto, por suas características <strong>de</strong> sabor, como um <strong>dos</strong><br />
<strong>edulcorantes</strong> <strong>de</strong> perfil mais próximo ao do açúcar, sem residuais<br />
in<strong>de</strong>sejáveis, como amargo ou metálico, tem sido<br />
largamente utilizado <strong>na</strong> <strong>indústria</strong> <strong>de</strong> <strong>laticínios</strong>. Em bebidas<br />
lácteas convencio<strong>na</strong>is, se utiliza 4,5% a 6% <strong>de</strong> sacarose<br />
para proporcio<strong>na</strong>r o dulçor <strong>de</strong>sejado. Já uma bebida<br />
láctea com 0,025% <strong>de</strong> aspartame proporcio<strong>na</strong> o mesmo<br />
dulçor, sem diferença <strong>de</strong> sabor perceptível e ainda com a<br />
gran<strong>de</strong> vantagem <strong>de</strong> reduzir 52% das suas calorias.<br />
Além disso, o aspartame é um edulcorante perfeitamente<br />
estável <strong>na</strong>s condições <strong>de</strong> aplicação principalmente <strong>de</strong><br />
lácteos refrigera<strong>dos</strong>, como o iogurte, cujo pH típico <strong>de</strong>stas<br />
aplicações está <strong>de</strong>ntro da faixa <strong>de</strong> estabilida<strong>de</strong> ótima<br />
do aspartame (vi<strong>de</strong> figura 1). A <strong>de</strong>gradação do aspartame<br />
aumenta à medida que o pH varia para fora <strong>de</strong>sta faixa<br />
– muito ácido, neutro ou básico – e em temperaturas<br />
crescentes (vi<strong>de</strong> figura 2). Nos lácteos refrigera<strong>dos</strong>, as condições<br />
<strong>de</strong> armaze<strong>na</strong>gem e distribuição do produto para<br />
venda e <strong>de</strong> conservação no lar, não geram preocupação<br />
quanto à <strong>de</strong>gradação do aspartame, principalmente se<br />
consi<strong>de</strong>rarmos sua valida<strong>de</strong> relativamente curta. Os processos<br />
clássicos <strong>de</strong> tratamento térmico <strong>na</strong> industrialização<br />
<strong>de</strong> alimentos (esterilização, pasteurização, UHT, etc. – vi<strong>de</strong><br />
fig. 3), em geral também não chegam a comprometer a<br />
formulação dado o curto tempo para uma <strong>de</strong>gradação<br />
significativa do aspartame.<br />
Efeito do pH (fig.1)<br />
Estabilida<strong>de</strong> X Calor (fig.2)<br />
Fonte: Ajinomoto Co. inc<br />
Fonte: Ajinomoto Co. inc