17.04.2013 Views

Arquivo PDF - Associação Brasileira da Batata (ABBA)

Arquivo PDF - Associação Brasileira da Batata (ABBA)

Arquivo PDF - Associação Brasileira da Batata (ABBA)

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

nutrição<br />

28<br />

Avaliação <strong>da</strong> nutrição nitrogena<strong>da</strong> e critérios<br />

de amostragem foliar para a cultura <strong>da</strong> batata<br />

Fabio Olivieri de Nobile 1 , Thais Botamede Spadoni 2 , Renato de<br />

Mello Prado 3<br />

1 Professor Pesquisador, Centro Universitário <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção<br />

Educacional de Barretos (UNIFEB) Av. Professor Roberto Frade<br />

Monte nº 389, CEP 14783-226, Barretos, SP, Brasil<br />

(fonobile@feb.br.)<br />

2 Aluno do Curso de Engenharia Agronômica do Centro Universitário<br />

<strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção Educacional de Barretos (UNIFEB). Bolsista<br />

PIBIC (thaisbotamede@hotmail.com)<br />

3 Departamento de Solos e Adubos <strong>da</strong> Facul<strong>da</strong>de de Ciências<br />

Agrárias e Veterinárias <strong>da</strong> Universi<strong>da</strong>de Estadual Paulista<br />

(FCAV/UNESP). Via de Acesso Prof. Paulo Donato Castellane,<br />

s/n, 14884-900, Jaboticabal, São Paulo, Brasil<br />

(mprado@fcav.unesp.br)<br />

P ara a batateira, a análise de solo desses elementos<br />

não serve como única orientação, haja vista<br />

inúmeros resultados contraditórios e de pouca<br />

relação com o nível de fertili<strong>da</strong>de de solo (FAVORE-<br />

TO, 2005), portanto, a análise foliar é uma técnica<br />

promissora para auxiliar na eficiência dos programas<br />

de adubação <strong>da</strong> cultura.<br />

A informação no tocante à diagnose foliar nesta<br />

fruteira é incipiente, o que é motivo de preocupação<br />

quando se objetiva melhoria no manejo e eficiência<br />

na prática <strong>da</strong> adubação. Assim, conhecer<br />

os aspectos nutricionais, para que estes não sejam<br />

fatores limitantes à produção é fun<strong>da</strong>mental para<br />

garantir a máxima expressão genética de plantas<br />

melhora<strong>da</strong>s (PRADO & NATALE, 2004).<br />

A análise química foliar parte <strong>da</strong> premissa de que<br />

o estado nutricional de uma planta é retratado pela<br />

concentração dos minerais essenciais presentes no<br />

tecido foliar. Esta ideia existe há mais de um século,<br />

mas tem sido explora<strong>da</strong> há apenas poucas déca<strong>da</strong>s<br />

(PRADO & NATALE, 2004).<br />

No Estado de São Paulo existe uma indicação geral<br />

para a amostragem de folhas em batateira, sugerindo-se<br />

amostrar a 3ª folha a partir do tufo apical<br />

aos 30 dias após o plantio de 30 plantas (RAIJ et<br />

al., 1997). Malavolta (1992) recomen<strong>da</strong> amostrar<br />

4ª folha com pecíolo a contar <strong>da</strong> ponta aos 45 dias<br />

após a emergência de 30 plantas. A Stoller do Brasil<br />

(2009) recomen<strong>da</strong> a amostragem <strong>da</strong> folha mais<br />

Revista <strong>Batata</strong> Show - Ano 11 - n° 29 - abril de 2011<br />

recente com o desenvolvimento completo quando<br />

os tubérculos atingirem mais de 50% do desenvolvimento<br />

de 30 plantas.<br />

Assim, para ampliar a produção <strong>da</strong> batata, é importante<br />

atender a exigência nutricional <strong>da</strong> planta,<br />

especialmente em solos tropicais que apresentam<br />

baixa fertili<strong>da</strong>de do solo. Portanto, o uso adequado<br />

dos fertilizantes é importante, pois, além de<br />

influenciar na quali<strong>da</strong>de e custo de produção para<br />

mercado e indústria, também influenciam na quali<strong>da</strong>de<br />

(EMBRAPA, 1999). Neste cenário, a preocupação<br />

em conseguir aperfeiçoar o manejo <strong>da</strong> cultura<br />

com uso adequado dos fertilizantes visando à<br />

quali<strong>da</strong>de fitossanitária e reduzir os custos dessa<br />

produção, constitui busca constante dos pesquisadores.<br />

Até hoje, a utilização indiscrimina<strong>da</strong> de fertilizantes<br />

está presente nas áreas de cultivos de batata<br />

e, em consequência desse uso excessivo, ocorre o<br />

aumento do custo de produção, além <strong>da</strong> redução<br />

<strong>da</strong> quali<strong>da</strong>de dos tubérculos. Em geral, produtores<br />

de batata fazem uma única adubação no plantio ou<br />

fazem uma adubação de cobertura com N, junto<br />

com a operação de amontoa (20 a 30 dias após o<br />

plantio).<br />

Um dos nutrientes com custo alto tanto energético<br />

como financeiro seria o nitrogênio, além de<br />

ser o elemento mais exigido pela cultura <strong>da</strong> batata<br />

(MALAVOLTA, 2006).<br />

Assim, trabalhos indicam o efeito benéfico do<br />

nitrogênio na produção <strong>da</strong> batata (MALLMANN,<br />

2001; FAVORETTO, 2005; FONTES, 1999; NAVA, et<br />

al., 2007), entretanto, existem poucos estudos com<br />

nutrição mineral <strong>da</strong> cultura <strong>da</strong> batata, especialmente<br />

envolvendo estudos de critérios de amostragem<br />

de folhas, pois não foram encontrados trabalhos<br />

de pesquisa que possa sustentar a indicação<br />

<strong>da</strong> literatura que se infere coletar 3ª folha a partir<br />

do tufo apical aos 30 dias após o plantio (RAIJ et<br />

al. 1997) ou 4ª folha a partir <strong>da</strong> ponta 45 dias após<br />

a semeadura (MALAVOLTA, 1992). Esse fato pode<br />

comprometer o diagnóstico adequado do estado<br />

nutricional <strong>da</strong> cultura, afetar adequado manejo <strong>da</strong><br />

adubação e afetar a produtivi<strong>da</strong>de econômica <strong>da</strong><br />

cultura.<br />

Objetivou-se avaliar a nutrição nitrogena<strong>da</strong> na<br />

cultura <strong>da</strong> batata e determinar a folha e a época<br />

de amostragem foliar adequa<strong>da</strong> para avaliação do<br />

estado nutricional <strong>da</strong> cultura.<br />

Material e métodos<br />

O experimento foi conduzido em campo, no setor<br />

de horticultura do Centro Universitário <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção<br />

Educacional de Barretos, situa<strong>da</strong> no município<br />

de Barretos/SP, com coordena<strong>da</strong>s geográficas<br />

de latitude 20° 33' 26" Sul e a uma longitude 48°<br />

34' 04" Oeste, estando a uma altitude de 530 metros.<br />

O clima <strong>da</strong> região, segundo a classificação de<br />

Köppen, é Aw, ou seja, com inverno seco e moderado,<br />

e verão quente e chuvoso<br />

O solo <strong>da</strong> área, segundo Oliveira et al. (1999),<br />

corresponde ao (LV) Latossolo Vermelho distrófico.<br />

A caracterização química (macronutrientes e<br />

micronutrientes) e granulométrica do solo foi feita<br />

através <strong>da</strong> análise de amostras compostas coleta<strong>da</strong>s<br />

(Tabela 1). As análises foram realiza<strong>da</strong>s no La-<br />

Tabela 1. Dados <strong>da</strong> analise química do solo para cama<strong>da</strong> de 0-20 cm.<br />

pH M.O. P K Ca Mg H+Al SB CTC V<br />

CaCl 2<br />

0,01 M<br />

boratório de Química <strong>da</strong> Fun<strong>da</strong>ção Educacional de<br />

Barretos (UNIFEB), seguindo metodologia proposta<br />

por Raij et al. (2001).<br />

Com os resultados <strong>da</strong> análise química do solo, foi<br />

feita a aplicação de 3,6 t ha -1 calcário dolomítico<br />

(PRNT = 70 %), com o objetivo de elevar a saturação<br />

de bases a 60% e o teor de magnésio a um mínimo<br />

de 8 mmol c dm -3 (RAIJ et al., 1997). A calagem foi<br />

realiza<strong>da</strong> com antecedência do plantio de 90 dias.<br />

O solo foi preparado de forma convencional, com<br />

uma aração, uma subsolagem e duas gra<strong>da</strong>gens.<br />

A cultura estu<strong>da</strong><strong>da</strong> foi a batata (Solanum tuberosum<br />

L. subsp. tuberosum), cultivar Atlantic. O plan-<br />

Revista <strong>Batata</strong> Show - Ano 11 - n° 29 - abril de 2011<br />

tio foi realizado com tubérculos-sementes pequenos,<br />

de diâmetro menor que 28 mm.<br />

O espaçamento utilizado foi de 0,30 m entre plantas<br />

e 0,80 m entre linhas de plantio, resultando em<br />

uma população de 41.667 plantas ha -1 . A escolha<br />

do espaçamento deve-se ao fato do favorecimento<br />

à realização de amontoa com melhor quali<strong>da</strong>de, reduzindo,<br />

dessa forma, a possibili<strong>da</strong>de de per<strong>da</strong> de<br />

tubérculos por esverdeamento ou <strong>da</strong>nos causados<br />

por insetos (larva-alfinete e traça <strong>da</strong> batata) (ELMA<br />

CHIPS, 2000).<br />

Os tratamentos foram constituídos de 5 doses de<br />

nitrogênio, 4 épocas de coleta e 3 tipos de folhas,<br />

dispostos em um delineamento em blocos ao acaso,<br />

com 3 repetições, totalizando 144 uni<strong>da</strong>des experimentais.<br />

As doses de nitrogênio adotados foram de D 0 =<br />

0 kg N ha -1 ; D 1 = 30 kg N ha -1 ; D 2 =60 kg N ha -1 ; D 3 =<br />

90 kg N ha -1 ; D 4 = 120 kg N ha -1 , em cobertura antes<br />

<strong>da</strong> amontoa . Adotou-se como referência a dose de<br />

N igual 60 kg ha -1 , indica<strong>da</strong> por Raij et al. (1997). A<br />

fonte de nitrogênio utilizado foi a uréia (45 % de N),<br />

para fósforo foi utilizado o superfosfato simples (18<br />

% de P 2 O 5 ) e para potássio foi utilizado o cloreto de<br />

potássio (60 % de KCl).<br />

g dm -3 mg dm -3 -- -- mmoc dm -3 -- -- %<br />

4 12 3 0,19 1 0,40 48,58 6 56,2 3,3<br />

As coletas <strong>da</strong>s folhas foram realiza<strong>da</strong>s a ca<strong>da</strong> 15<br />

dias, aos 30, 45, 60 e 75 dias após a germinação<br />

(DAG) para um ciclo de 130 dias, em períodos préestabelecidos<br />

na parte <strong>da</strong> manhã, coletando-se a<br />

folha composta jovem (folha 1ª), recém-madura<br />

(folha 2ª) e a folha madura (folha 3ª), ou seja, a<br />

segun<strong>da</strong>, terceira e a quarta folha composta conta<strong>da</strong><br />

a partir do conjunto de folíolos terminais, de<br />

30 plantas por sub-parcela, separando-as e identificando-as.<br />

Ca<strong>da</strong> parcela foi constituí<strong>da</strong> de 5 linhas<br />

de plantio com 0,80m e 24 plantas por linha, espaça<strong>da</strong>s<br />

de 0,30m, totalizando parcelas com 23,04<br />

m 2 .<br />

29

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!