Aplicação de feromônios no manejo de pragas em fruteiras de clima ...

Aplicação de feromônios no manejo de pragas em fruteiras de clima temperado e
viticultura no sul do Brasil
Adalecio Kovaleski, Embrapa Uva e Vinho, adalecio@cnpuv.embrapa.br
Marcos Botton, Embrapa Uva e Vinho, marcos@cnpuv.embrapa.br
Miryan D. A. Coracini, Universidade Federal do Paraná, Curitiba-PR,
miryancoracini@quimica.ufpr.br
A fruticultura de clima temperado e a viticultura são fortemente impactadas pela ocorrência de
pragas nativas e introduzidas com destaque para lepidópteros-praga como Grapholita molesta
e Bonagota salubricola em rosáceas e a traça-dos-cachos Cryptoblabes gnidiella, em videira.
As exigências ambientais e dos consumidores estabeleceram mudanças significativas no manejo
integrado de pragas gerando a necessidade do monitoramento e da adoção das medidas de
controle apenas nos momentos críticos. O emprego de feromônios foi bem difundido em
macieira, setor empresarial e organizado e com foco na exportação. Nas frutas de caroço e na
viticultura o emprego de feromônios encontra-se em fase inicial de implantação. O setor da
maçã foi um dos pioneiros a adotar o monitoramento no programa de erradicação da Cydia
pomonella. Conhecendo a importância da tecnologia o próprio setor financiou, no início dos
anos 90, um projeto para a identificação e síntese do feromônio da B. salubricola o qual se
encontra em uso em mais de 90% da área. Essa tecnologia reduziu de 15% de dano no campo
para cerca de 2%. A aplicação de feromônios para o controle é mais recente, no entanto, mais
de 40% dos pomares de macieira são tratados anualmente com a técnica de confusão sexual
com destaque para G. molesta e mais recentemente B. cranaodes. No caso das frutas de
caroço, devido a predominância de pequenos produtores, o uso de feromônios para o manejo
de Grapholita molesta ainda necessita ser consolidado. Na videira, embora consolidada em
outros países, no Brasil ainda há a necessidade de convencer os produtores sobre as vantagens
da tecnologia para o monitoramento. A oferta comercial do feromônio sexual da
traça-dos-cachos será a partir da safra 2009/10 e pode ser um marco na cultura. São
reconhecidos os benefícios do uso desta tecnologia tanto para produtores como consumidores
em macieira, mas para o pessegueiro e a videira, vários avanços tecnológicos e na legislação
são necessários para que o uso destes compostos torne-se rotineira pelos produtores resultando
em ganhos sociais, ambientais e econômicos.
Palavras-chave: Lepidoptera, Tortricidae, monitoramento, confusão sexual

XI SIMPÓSIO DE CONTROLE BIOLÓGICO SICONBIOL 2009
DE 01 A 05 DE JUNHO DE 2009
SOCIEDADE ENTOMOLÓGICA DO BRASIL - SEB
UNIVERSIDADE DO VALE DO RIO DOS SINOS – UNISINOS
BIOCONTROL AGENTS (BCAS) OF PLANT ORIGIN :
A PROSPECT FOR SUSTAINABLE AGRICULTURE?
CATHERINE REGNAULT-ROGER
UMR UPPA CNRS 5254/ IPREM-EEM
Université de Pau et des Pays de l'Adour
IBEAS- BP 1155- 64013 Pau Cedex- France
tel: 33 5 59 40 74 79 , Fax : 33 5 59 40 74 94
courriel/e-mail : catherine.regnault-roger@univ-pau.fr
To diversify the plant protection products (PPP) and to develop friendly environmental compounds are
today one of the key of sustainable agriculture. Biocontrol agents (BCAs) are mostly considered
nowadays. Among them, the BCAs of plant origin are the result of the co-evolution of the species and
present several ecological properties.
The interest of these compounds lays on several approaches. These compounds are used in PPP
formulations for organic or conventional agricultures following the nature of the ingredients which
enter into the composition of the mixtures. But plant allelochemicals are also involved in plant
resistance. Natural plant defence might be stimulated by elicitation and also enhanced by Marker
Assisted Selection (MAS) of resistant varieties. GM plants code for new toxic molecules for pest
insects. But one point presently debating is to know if these products which are biosynthesized by this
technology must be classified into BCAs; and thus because they are not the result of the co-evolution
species. Following Environmental Protection Agency (EPA) of the United States of America, there are
considered to be biopesticides, but for European Union they are not, and the regulation applied to
them is specific.
Although GMO technology is developing significantly during the last years and GM fields increase, the
global commercialization of BCAs of plant origin is not so developed that it could be. These
compounds occupied a very small part of world PPP market. From this observation, several questions
must be asked. Are the BCAs of plant origin a credible alternative approach compared to chemical
pesticides? Which is the benefit/risk ratio of these compounds? How improve criteria for development
and commercialization? To explore some answers, several examples are considered. They are
examined to point out if they could be a true and strong approach for sustainable agriculture

Normas para registro no Brasil de produtos destinados ao controle biológico na
Autor: Cezar Augusto Pian
agricultura.
Instituição: MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
RESUMO: Regular, normatizar e fiscalizar são algumas das atribuições do Estado brasileiro.
Em se tratando de insumos para uso na agricultura, há que se garantir qualidade e inocuidade,
em especial quando são agrotóxicos. Para tal, a legislação brasileira estabeleceu a necessidade
de registro prévio nos órgão federais de agricultura, saúde e meio ambiente. Definiu ainda que
se enquadram como agrotóxicos, além dos químicos, os produtos ou agentes de processos
físicos ou biológicos destinados ao controle de pragas. A Lei de Agrotóxicos, de 1989,
estabeleceu os procedimentos de registro tendo como enfoque principal a regulação dos
produtos químicos, em função das prioridades e necessidades de então. Haja vista a
necessidade de adequação das normas de registro às especificidades dos demais produtos,
foram mais recentemente instituídas novas instruções, que contemplam agentes biológicos,
microbiológicos e produtos bioquímicos utilizados no controle de pragas agrícolas. Ainda está
em estudo a edição de normas específicas que contemplem o registro de produtos à base de
extratos vegetais e de ingredientes inorgânicos. Como a avaliação do registro de agrotóxicos é
realizado de forma tripartite, com participação dos órgãos de agricultura (MAPA), saúde
(ANVISA) e meio ambiente (IBAMA), para os produtos agrícolas cabe ao MAPA a avaliação
da eficiência e praticabilidade agronômica, com base em testes realizados em instituições de
ensino, pesquisa ou assistência técnica, públicas ou privadas, credenciadas para isto. A estes
testes somam-se as avaliações toxicológicas e do potencial de periculosidade ambiental,
realizados por ANVISA e IBAMA, respectivamente, para que o MAPA, estando os estudos e
documentos de acordo, conceda o registro do produto. Ainda que a edição de normas
específicas tenha por objetivo viabilizar o registro dos produtos biológicos, a demanda por
registro ainda é pequena em relação aos produtos químicos, o que representa um desafio a ser
enfrentado.
Palavras-chave: agrotóxicos, agricultura, produto biológico.
Apoio: MAPA / Coordenação Geral de Agrotóxicos e Afins.

Aspectos bioquímicos e moleculares da interação entre o agente de controle
biológico Trichoderma sp., e fitopatógenos.
Cirano José Ulhoa
Laboratório de Enzimologia, Universidade Federal de Goiás (ICB), 74001-970, Goiânia, GO,
Brazil. e-mail: ulhoa@icb.ufg.br
O gênero Trichoderma compreende um grupo de fungos filamentosos saprófitas de solo,
encontrados sobre matéria orgânica em decomposição e na rizosfera de algumas de plantas. Em
cultura podem ser facilmente reconhecidos pelas estruturas características de seus conídios e
hifas. Espécies do gênero Trichoderma têm sido usadas como agentes de controle biológico,
contra diferentes tipos de fungos tais como Sclerotium rolfsii, Rhizoctonia solani e Pythium
spp. O controle biológico destes fitopatógenos pode ocorrer através de vários mecanismos,
dentre os quais os mais relevantes são: competição por nutrientes, produção de antibióticos
voláteis e não voláteis e produção de enzimas hidrolíticas. O mecanismo pelo qual ocorre a
participação de enzimas é denominado de micoparasitismo. Existem evidências de que o
micoparasitismo ocorre através de eventos seqüenciais, que vão desde o reconhecimento até o
contato direto com o hospedeiro com a expressão de genes específicos. A especificidade do
ataque do antagonista ao hospedeiro é um fator crítico no processo de micoparasitismo e é
dado pelo reconhecimento hospedeiro-parasita e pela variabilidade das enzimas hidrolíticas
produzidas pelo antagonista, necessárias para a penetração e colonização da hifa hospedeira.
Neste trabalho pretendemos fazer uma revisão sobre os eventos bioquímicos e moleculares da
interação entre Trichoderma sp., e alguns fitopatógenos. Trabalhos de produção de enzimas,
proteômica e de análise de expressão in vivo de genes serão discutidos. Vários trabalhos nestas
áreas foram recentemente publicados e estão sendo utilizados como referências para
compreensão do mecanismos de micoparasitismo.
Apoio: CAPES/CNPq/FINEP/FUNAPE-UFG

CARACTERIZAÇÃO MOLECULAR E CITOTÓXICA DE CEPAS DE BACILLUS
THURINGIENSIS COM POTENCIAL ENTOMOCIDA.
Clara F. G. Cavados - Instituto Oswaldo Cruz - Fiocruz, Rio de Janeiro. Email:
ccavados@ioc.fiocruz.br
Desde o final da década de 70, as bactérias entomopatogênicas pertencentes ao Gênero
Bacillus, vêm sendo utilizadas para o controle biológico de pragas agrícolas e dípteros de
interesse em Saúde Pública. O principal foco de estudos das cepas de B. thuringiensis é a
síntese de inclusões paraesporais cristalinas entomotóxicas, o que acontece durante a
esporulação. Para auxiliar na caracterização das propriedades entomopatogênicas, existem
técnicas, ao nível molecular, que podem ajudar na identificação de novas proteínas do cristal
em novas linhagens de B. thuringiensis. São técnicas que colaboram na identificação dos genes
responsáveis pela toxicidade tanto ao nível de informação genotípica, DNA ou RNA
(composição de bases, padrões de restrição, hibridização, seqüenciamento e sondas),
informações fenotípicas baseadas em proteínas (padrão de proteínas totais ou eletroforese de
isoenzimas), quanto em informações baseadas em características expressas como morfologia,
bioquímica, fisiologia, sorologia e fagotipagem. Devido à grande similaridade entre estirpes de
B. thuringiensis e B. cereus, este último um importante contaminante de alimentos, existe hoje
a necessidade de realização, também, de testes de citotoxicidade para a verificação da
inocuidade de agentes que serão utilizados no ambiente.

CONTROLE BIOLOGICO NA CULTURA DA SOJA
SOSA-GOMEZ, Daniel Ricardo; CORREA-FERREIRA, Beatriz S.; MOSCARDI, Flávio;
BUENO, Adeney de FREITAS
Embrapa Soja, Entomologia, 86001-970, PR. E-mail: drsg@cnpso.embrapa.br
As mudanças ocorridas nos últimos sete anos, no complexo de pragas, as densidades crescentes
do percevejo marrom, desde a década de 1990 e a introdução da ferrugem asiática da soja têm
estimulado uma maior freqüência de aplicações, além de alterações nos ingredientes ativos
utilizados. Assim também, tem ocasionado o decréscimo na utilização produtos altamente
seletivos, como o baculovírus da lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis). Atualmente são
utilizadas misturas prontas de neonicotinóides e piretróides, fosforados com piretróides e
paradoxalmente fungicidas triazóis com neonicotinóides. O uso excessivo de agrotóxicos tem
propiciado também a seleção de genótipos resistentes, redução ou eliminação temporária de
inimigos naturais, resultando em ressurgência de pragas e falhas de controle. A reduzida
seletividade de alguns inseticidas, fungicidas e herbicidas pode ocasionar a mortalidade de
agentes de controle biológico chaves favorecendo o aumento de populações de artrópodes
pragas, como dos ácaros, Mononychellus planki, Tetranychus urticae e Tetranychus ludeni, da
lagarta-da-soja e da lagarta-falsa-medideira (Pseudoplusia includens) e/ou, como demonstrado
há muito anos, a ressurgência de populações do percevejo-verde-pequeno, Piezodorus guildinii
. Recentemente, tem sido constatado que as aplicações de fungicidas podem causar reduções
significativas nas populações de A. gemmatalis, portanto é provável que esses efeitos também
sejam deletérios para as populações de seus inimigos naturais. Estudos de laboratório
realizados na Embrapa Soja indicam os níveis de seletividade de fungicidas, herbicidas e
inseticidas à Trichogramma pretiosum e Trissolcus basalis, espécies de parasitóides de ovos
importantes do complexo de lepidópteros e percevejos praga, respectivamente. Da mesma
maneira, esse efeito tem sido determinado sobre outro inimigo natural chave de lagartas, o
fungo entomopatogênico Nomuraea rileyi, permitindo inferir quais seriam os agrotóxicos que
apresentam compatibilidade com inimigos naturais chaves e que poderiam ser considerados
como preferenciais para a recomendação de uso desses produtos ou para orientar seu uso no
momento oportuno, quando não existem outras alternativas viáveis.
Palavras chave: preservação, inimigos naturais, parasitóides, entomopatógenos
Apoio financeiro: Embrapa Soja, CNPq

Avaliações da ANVISA para registro de produtos destinados ao controle biológico na
agricultura
Autora: Daniela Macedo Jorge
Instituição: ANVISA
Resumo:
Fazendo-se um breve histórico das Normas específicas para registro de produtos biológicos
nota-se que existem algumas lacunas em que as normas não se aplicam a todos os tipos de
Produtos Biológicos destinados ao uso na agricultura. Apesar desta insuficiência das normas
específicas para produtos biológicos já existem uma gama desses produtos registrados e
enquadrados nas normas atuais. Considerando-se que existe uma tendência mundial ao
aumento do consumo desses produtos para atender a expansão de sistemas de produção
orgânica ou de Manejo Integrado de Pragas e visto que a utilização exacerbada de agrotóxicos
químicos convencionais vem acusando uma série de problemas à saúde humana e ambiental,
torna-se emergente a melhoria da regulação dos produtos biológicos. A ANVISA, em seu
papel de regulador sanitário, trabalha com adoção de critérios de avaliação toxicológica que
devem prever os possíveis riscos dos produtos biológicos causarem danos à saúde humana
provenientes de sua aplicação no campo. Diante disto, existe a necessidade de Revisão das
Normas tanto para atender um refinamento para a avaliação desses riscos como para
contemplar produtos ainda não definidos dentro das normas existentes tais como os insumos
para a agricultura orgânica, extratos vegetais. Nessa perspectiva existem atividades que a
ANVISA vem realizando para a melhoria da regulação, seja de modo geral, visando um
aumento da Participação Social na Regulação, ou de forma específica no tocante aos produtos
biológicos. Para incremento desta atividade é de suma importância que a os diversos setores da
sociedade envolvidos nesta temática se apropriem das ferramentas existentes para efetivar esta
participação nas atividades regulatórias de modo a contribuir para a qualificação da regulação
inclusive dos Produtos Biológicos.
Palavra chave: regulação, avaliação toxicológica, produto biológico
Apoio: Gerência Geral de Toxicologi/ANVISA

PLANTAS GENETICAMENTE MODIFICADAS: BENEFÍCIOS E RISCOS PARA O
CONTROLE BIOLÓGICO.
CAPALBO, Deise Maria Fontana
EMBRAPA MEIO AMBIENTE, Lab. Produtos Biológicos, Jaguariúna, 13820-000, SP.
E-mail: deise@cnpma.embrapa.br
A agricultura tem grande relevância para a economia brasileira. O setor gera um terço das
exportações e do PIB e emprega um quinto da mão-de-obra ativa. O melhoramento de plantas
e sua adaptação aos diferentes ambientes foram conduzidos no Brasil como nos demais países
de agricultura avançada: inicialmente baseados em tentativa e erro, depois pelo emprego de
técnicas avançadas de melhoramento (meados do século XX), e finalmente pela aplicação das
ferramentas de biologia molecular e engenharia genética nos últimos 30 anos. Esse histórico
demonstrou segurança dos produtos derivados, aplicação de adequadas práticas de manejo e
eventuais mitigações de riscos associados com as novas variedades. Com a expansão do
cenário agrícola pela chegada das plantas transgênicas (PGM), a percepção mundial indicou a
necessidade de regulamentação e uma detalhada análise da segurança de tais plantas. Nesse
mesmo cenário agrícola, o uso de agentes de controle biológico para manejo de pragas
(iniciado anteriormente à revolução verde e ao uso de pesticidas químicos) demonstrou ser
economicamente viável e efetivo (exemplos importantes no Brasil: Baculovirus anticarsia e
Bacillus thuringiensis), além de muito útil no Manejo Integrado de Pragas. Fica então a
questão: haverá alguma interferência das PGM sobre os agentes de controle biológico já em
uso? Terão as PGM algum efeito indesejável sobre a atividade ou função dos predadores,
parasitóides ou outros agentes benéficos? Para determinar essas possíveis interferências, há que
se utilizar raciocínio e questionamento adequado no desenho das análises de risco –
biossegurança. Nessa Mesa Redonda buscamos discutir como a biossegurança, se desenhada
desde os primeiros passos do desenvolvimento das PGM (Dr. Giancarlo Pasquali) e atenta à
analise dos diferentes segmentos do ambiente (acima do solo: Dr Nick Birch;e abaixo dele: Dr.
Itamar S Melo) pode contribuir para garantir que o controle biológico se perenize e venha a
ser, inclusive, utilizado na mitigação de efeitos das PGM sobre o ambiente. Pesquisa e
desenvolvimento, governos e organizações devem estar juntos nesses avanços, especialmente
porque as PGM e os agentes de controle biológico são armas poderosas na redução do uso de
produtos químicos no ambiente já bastante poluído e destruído.
Palavras-chave: plantas transgênicas; biossegurança; OGM; análise de risco
Apoio financeiro: Embrapa

CONTROLE BIOLÓGICO NA VITICULTURA E FRUTICULTURA DE CLIMA
TEMPERADO
NAVA, Dori Edson 1 , BOTTON, Marcos 2 , GARCIA, Mauro Silveira 3 , FERLA, Noeli Juarez 4 ,
1 Embrapa Clima Temperado Rodovia BR 392, km 78, Caixa Postal 403 - 96001-970, Pelotas, RS; 2
Embrapa Uva e Vinho, Rua Livramento, 515, Caixa Postal 130 - 95700-000, Bento Gonçalves,
RS; 3 Universidade Federal de Pelotas, Caixa Postal 354 - 96010-900, Pelotas, RS; 4 Centro
Universitário Univates. Rua Avelino Talini, 171, 95900000, Lajeado, RS. E-mail:
nava@cpact.embrapa.br
A utilização de agentes de controle biológico para o manejo de insetos e ácaros pragas da
fruticultura e da viticultura cultivada em regiões de clima temperado é fundamental para a
sustentabilidade desta cadeia do agronegócio brasileiro. Devido a demanda crescente dos
consumidores por alimentos livres de resíduos tóxicos, existe um grande potencial de cultivo
destas frutíferas em sistemas sustentáveis de produção como o integrado e o orgânico. Nestes
casos, o uso do controle biológico aplicado, aliado a preservação dos inimigos naturais nos
pomares, é considerado uma das principais estratégias para o manejo das pragas. Nesta
apresentação serão demonstradas as tecnologias relacionadas ao emprego de inimigos naturais
(parasitóides, predadores e patógenos) para o controle das principais pragas das frutíferas de
clima temperado (videira e frutas de caroço) além das pequenas frutas (amoreira-preta,
framboeseira, mirtileiro e morangueiro) de maior importância econômica. Serão relacionados
também os principais desafios da pesquisa em relação ao controle biológico das três principais
pragas que afetam as frutíferas de clima temperado e a viticultura na região Sul do Brasil com
destaque para Anastrepha fraterculus (Wiedemann, 1830) (Diptera: Tephritidae), Grapholita
molesta (Busck, 1916) (Lepidoptera: Tortricidae) e Eurhizococcus brasiliensis (Hempel, 1922)
(Hemiptera: Margarodidae). Casos de sucesso de controle biológico para a Pseudaulacaspis
pentagona (Torgioni-Tozzetti, 1885) (Homoptera: Diaspididae) em pessegueiro e de
Tetranychus urticae (Koch, 1836) (Acari: Tetranychidae) em morangueiro, serão abordados.
Apoio Financeiro: EMBRAPA, CNPQ, FAPERGS.

Controle biológico na cultura da macieira no Brasil
Adalecio Kovaleski, Embrapa Uva e Vinho, adalecio@cnpuv.embrapa.br
A cultura da macieira no Brasil teve inicio na década de 70 atingindo 38.000 ha na safra 2008/9
com pomares localizados principalmente nos estados do RS, SC e PR. O ácaro
vermelho-europeu, Panonychus ulmi era considerado praga primária até a metade da década de
90 sendo realizadas de 4 a 6 aplicações de acaricidas por safra para o seu controle. A
implantação Produção Integrada de Maçãs (PIM) exigiu grandes mudanças nos procedimentos
com destaque para a retirada dos inseticidas Piretróides, limitação do número de aplicações
dos inseticidas mais agressivos, elevação dos níveis de controle, em especial, do
ácaro-vermelho que passou de 30-40% de folhas com presença da praga (na produção
convencional) para 70% de folhas infestadas na PIM. Isso favoreceu o estabelecimento efetivo
dos ácaros predadores nas áreas comerciais de toda a região produtora e o ácaro-vermelho
passou a ser uma praga secundária. Ressalta-se a predominância de Neoseilus californicus em
todas as regiões. Nos últimos anos, os pomicultores realizam aplicações parciais somente em
focos principalmente nas proximidades de estradas devido à poeira. Outro fator que favoreceu
esse equilíbrio foi a mudança no controle das plantas invasoras associadas aos pomares de
macieira sendo que em muitos casos, a aplicação de herbicidas é realizada apenas em parte das
filas enquanto as demais servem de abrigo aos inimigos naturais. É importante mencionar ainda
a introdução da técnica de confusão sexual (aplicação de feromônios) para o controle da
grafolita e da lagarta-enroladeira, reduzindo em mais de 40% o número de aplicações de
inseticidas e a aplicação de BT durante o período da florada e pós-colheita, favorecendo o
estabelecimento e aumento populacional de IN. Outras pragas importantes no passado foram
afetadas com o MIP entre elas a cochonilha Quadraspidiotus perniciosus que praticamente
desapareceu dos pomares de maçã e o pulgão-lanígero Eriosoma lanigerum, que é mantido em
equilíbrio pela presença do parasitóide Aphelinus mali.
Palavra-chave: macieira, controle biológico, produção integrada, ácaros predadores

Utilização de variedades Bt no sistema de produção do algodoeiro: Inimigos naturais e
implicações das estratégias de manejo da resistência de praga
Edison Sujii, Eliana Fontes, Debora de Paula & Carmen Pires
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, PaEB Final Av. W5 norte, Brasilia, DF,
70849.970, sujii@cenargen.embrapa.br
O controle de pragas no algodoeiro, quando atingem densidades inaceitáveis, é feito
principalmente através do uso de inseticidas. Atualmente as grandes regiões cotoniculturas do
centro-oeste realizam em média de 16 a 20 aplicações de inseticidas apenas para as principais
pragas e podem representar de 15 a 20% dos custos de produção. Nesse cenário, o uso do
algodoeiro Bt, pode representar uma ferramenta valiosa para o manejo de pragas, pois essas
variedades expressam toxinas com espectro de ação restrito causando mortalidade somente das
larvas das pragas-alvo e protegendo continuamente a planta ao longo do ciclo da cultura,
reduzindo o uso de inseticidas e os custos ambientais, econômicos e à saúde do agricultor
associados. A evolução de resistência às proteínas tóxicas das Variedades GM em pragas-alvo
é um risco potencial associado à obsolescência dessa tecnologia. Os programas de manejo
dessa resistência são baseado em aspectos intrínsecos das espécies, como níveis de
susceptibilidade à toxina, mudança nas freqüências gênicas que favorecem os indivíduos
resistentes e fluxo gênico baseado em estudos de dispersão e reprodução. No entanto existem
fatores extrínsecos relacionados a esse tema que devem ser considerados a médio e longo
prazo, pois podem influenciar fortemente esse processo. A comunidade altamente diversificada
de espécies associada ao algodoeiro proporciona uma rede complexa de interações das espécies
de pragas, tanto entre si como entre com seus inimigos naturais. Estas interações têm
conseqüências diretas na dinâmica da população das espécies e consequentemente nos níveis de
abundância de pragas alvo e não-alvo. Serão apresentadas na palestra os diferentes cenários
face ao impacto do uso de plantas transgênicas resistentes a insetos nas populações de pragas
alvo e não-alvo e suas conseqüências nas populações de pragas resistentes devido às possíveis
interações ecológicas.
Palavras-chave: biossegurança, organismo geneticamente modificado, controle biológico
conservativo, dinâmica populacional

IMPACTO DEL MANEJO DE INSECTICIDAS EN LA DINÁMICA DE PLAGAS Y ENEMIGOS NATURALE
CASTIGLIONI, Enrique
SOJA.
Dpto. Protección Vegetal, EEMAC, Facultad de Agronomía. Universidad de La República Oriental del Uruguay. Ruta 3 km
60.000, Paysandú, Uruguay. E-mail: bbcast@fagro.edu.uy
En Uruguay, la agricultura se expandió e intensificó al influjo de los precios internacionales favorables de los granos.
relaciones de precios entre los productos fitosanitarios y los granos contribuyeron al incremento del uso de insecticidas y a la
generalización de algunas prácticas preventivas, como la mezcla de insecticidas de amplio espectro con la aplicación de glifo
presiembra. Se creó un escenario de riesgo hacia la disminución de la eficiencia del control natural, anteriormente favorecido
sistema agrícola-pastoril diversificado. La adopción de tecnología y la economía de escala se constituyeron en las principales
de exclusión de los productores de menores recursos. Muchas nuevas empresas agrícolas tendieron a la “estandarización” de
prácticas de manejo para simplificar la gestión empresarial de grandes áreas agrícolas. En el manejo de plagas, esta estandari
condujo a que el monitoreo sanitario de los cultivos, en algunos casos, haya pasado a ser menos riguroso o se haya reemplaz
pulverizaciones de tipo más preventivo. Se tendió a la adición de insecticidas en el momento de las aplicaciones de otros pro
fitosanitarios, al empleo de insecticidas con mayor poder residual y a la mezcla de insecticidas. La investigación nacional se c
la implementación de estudios cuyos resultados contribuyeran a ajustar el manejo y revertir la espiral creciente del uso de
insecticidas. En esfuerzos integrados de centros de investigación (Facultad de Agronomía, Instituto Nacional de Investigació
Agropecuaria - INIA), sector privado (Empresas, Industria, Cooperativas) y agrupaciones en cadenas agroindustriales, se
implementaron estudios del impacto de alternativas insecticidas de diferente grado de selectividad en las poblaciones de con
biológicos. Estos trabajos, en resumen, han demostrado que el uso de insecticidas selectivos permitió el control eficiente de
la acción de los enemigos naturales, verificable en períodos de varias semanas.
Apoyo financiero: INIA y Mesa Tecnológica de Oleaginosas

Produção e formulação de Bacillus thuringiensis para o controle da lagarta do cartucho.
Fernando Hercos Valicente
PhD – Entomologia – Embrapa Milho e Sorgo, C.P. 151
Email: valicent@cnpms.embrapa.br
A lagarta do cartucho, Spodoptera frugiperda, é uma das principais pragas da cultura
do milho no Brasil. O ataque deste inseto pode reduzir a produção em até 52%, sendo o
controle feito essencialmente com inseticidas químicos. O Bacillus thuringiensis (Bt) pode ser
tornar uma alternativa viável e econômica para controle desta praga, evitando a contaminação
do meio ambiente, de aplicadores, leitos de rios e nascentes, além de preservar os inimigos
naturais. O Bt pode ser produzido em fermentação líquida, sólida e semi-sólida, além de ser
cultivado usando meios alternativos ou subprodutos de indústria e da agricultura. O Bt
necessita essencialmente de carbono, nitrogênio e de sais minerais para seu crescimento. Várias
fontes de carbono a preços reduzidos podem ser usadas tais como: glucose de milho, melaço de
cana, melaço de beterraba e amido de alguns cereais e, como fonte de nitrogênio podem ser
usadas as farinha de soja, extrato de soja, levedura e água de maceração de milho. Os sais
inorgânicos essenciais são cálcio, zinco, manganês e magnésio. Um fator determinante na
produção de biopesticidas a base de Bt é a oxigenação do meio durante o processo de
fermentação. Resultados de pesquisa tem mostrado que é viável a produção e formulação deste
biopesticida em processo artesanal usando arroz como substrato e enriquecido com fontes de
carbono, nitrogênio e sais minerais. Do mesmo modo que é viável a produção em larga escala
usando fermentação líquida.

PARASITÓIDES E PRODUTOS FITOSSANITÁRIOS SELETIVOS NO MANEJO
INTEGRADO DE PRAGAS
CARVALHO, Geraldo Andrade
Depto. de Entomologia da Universidade Federal de Lavras, C.P. 3037, CEP 37200-000,
Lavras-MG. E-mail: gacarval@ufla.br
No moderno controle de pragas, vêm sendo desenvolvidos sistemas de produção
integrada fundamentados em medidas que visem manter populações de pragas abaixo do nível
de dano econômico, por meio da conservação e incremento dos fatores de mortalidade natural,
principalmene de inimigos naturais, buscando uma agricultura sustentável. Entretanto, o
sucesso desses sistemas depende, muitas vezes, do uso racional de produtos fitossanitários,
devendo ser preferidos aqueles que sejam eficientes contra os organismos-alvo, sem no entanto,
causar toxicidade para as espécies benéficas presentes nos agroecossistemas. Dentre os
inimigos naturais mais utilizados nos diversos países para o controle de artrópodes-praga,
destacam-se os pertencentes à ordem Hymenoptera, que contém vários gêneros de espécies
benéficas, sendo que Trichogramma spp. vêm sendo as mais estudadas para fins de uso em
programas de Manejo Integrado de Pragas (MIP). Desta forma, estudos objetivando avaliar os
efeitos de pesticidas sobre parasitóides do gênero Trichogramma vêm sendo realizados em
várias partes do mundo visando a compatibilização dos métodos químico e biológico. No
Brasil, estudos de seletividade de pesticidas a esses parasitóides têm sido realizados
principalmente em nível de laboratório, visto que são mais rápidos, permitem repetibilidade de
resultados, geram informações reprodutíveis e com baixo custo. Exemplo visando a integração
de pesticidas utilizados na cultura do milho com Trichogramma atopovirilia Oatman & Platner,
em suas fases imaturas, demonstra que imidacloprido/ß-ciflutrina, novalurom e triflumurom são
inócuos; espinosade é levemente prejudicial, e que clorpirifós e clorfenapir são moderadamente
prejudiciais. Em testes com adultos, clorfenapir, espinosade, clorpirifós e
imidacloprido/ß-ciflutrina são moderadamente prejudiciais e novalurom é levemente prejudicial.
Em função da baixa toxicidade apresentada por novalurom e triflumurom a T. atopovirilia,
podem ser recomendados em programas de MIP visando à conservação dessa espécie de
inimigo natural. Os demais compostos necessitam ser avaliados em condições de campo.
Palavras - Chaves: Entomologia Agrícola, parasitóides, pesticidas, controle biológico.

Filogenia para inferir organismos potenciais no controle biológico
Gervásio Silva Carvalho – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
A sistemática (estudo da diversidade biológica e suas origens) foi a primeira das ciências a
explorar o mundo natural, com a preocupação humana de conhecer e dar nomes aos
organismos que os rodeiam. O interesse aumentou com a inclusão de dados da biologia
molecular, microscopia eletrônica e teorias para entendimento dos padrões de mudanças
evolucionárias. Muitos organismos importantes no sistema agrícola são compreendidos no
contexto da sua biodiversidade. A filogenia permite conhecer a história evolutiva e os padrões
de relacionamento entre as espécies. Cada vez mais os estudos filogenéticos buscam o
conhecimento da biodiversidade, objetivando incluir o maior número de espécies em suas
análises. Uma vez adquirido este conhecimento, o resultado permite inferir todo e qualquer
relacionamento advindo daquele saber, inclusive se espécies são ou não potencialmente
importantes para o controle biológico, objeto do simpósio. Exemplificando em termos de
número de espécies, está claro que a diversidade é muito maior do que se conhecia
previamente. Resulta que, um conhecimento taxonômico insuficiente, ocasionaria um atraso
nos programas de controle biológico, entre outros, pois uma identificação errada impossibilita a
avaliação e introdução de inimigos naturais adequados para o combate das pragas. Pelo
conhecimento da filogenia dos hospedeiros e dos parasitóides, com resposta positiva da
co-especiação, a qual proporciona o aumento da similaridade entre a associação, resulta na
identificação de potenciais organismos no controle biológico. Em tese, quando um inseto praga
incluído em um grupo monofilético cujas espécies irmãs tenham reconhecidos parasitóides, os
quais acompanharam a evolução do hospedeiro, são esses organismos passíveis de serem
usados como controladores biológicos.
Palavras-chave: sistema agrícola, filogenia, co-especiação, monofilético, hospedeiro,
parasitóide.

NEUROPTERA
Gilberto Soares Albuquerque
Laboratório de Entomologia e Fitopatologia, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro,
Campos dos Goytacazes, RJ
Quase todas as cerca de 6.000 espécies da ordem Neuroptera são agentes de controle natural
devido ao seu hábito alimentar. Diferentemente dos adultos, que podem ou não se alimentar de
presas, a grande maioria das larvas de neurópteros são predadoras de artrópodes de corpo
mole. Entretanto, as atenções para seu uso em programas de controle biológico ou integrado
de pragas agrícolas têm sido concentradas em apenas três das 17 famílias: Chrysopidae,
Hemerobiidae e Coniopterygidae. Enquanto a importância das duas últimas ainda está restrita a
observações de sua associação com artrópodes-pragas em diversas culturas, algumas espécies
de Chrysopidae já fazem parte do arsenal de predadores produzidos massalmente e
comercializados na Europa e América do Norte para controlar essas pragas. Uma das principais
limitações à ampliação de seu uso está no estágio atual da sistemática. Isso é especialmente
válido para as espécies da região Neotropical. Até a década de 1980, a identificação das
espécies de Chrysopidae encontradas em agroecossistemas do Brasil restringia-se quase que
somente a Chrysopa sp., reflexo do trabalho de L. Navás e N. Banks na primeira metade do
século XX (aliado à carência de especialistas dedicados à fauna neotropical). Esses autores
consideravam apenas caracteres morfológicos externos, pouco esclarecedores neste grupo,
para a identificação específica. Desde então, houve alguns avanços em termos de descrições de
espécies e relações evolutivas de alguns grupos. Como consequência, Chrysopa spp. foram
desmembradas principalmente nos gêneros Chrysoperla, Ceraeochrysa, Chrysopodes e
Plesiochrysa. Além disso, as primeiras chaves de identificação de espécies surgiram, embora
ainda bastante incompletas. Esses avanços foram atingidos graças à incorporação de caracteres
morfológicos não só da genitália interna, base atual para o reconhecimento de espécies, mas
também dos instares larvais, que permitem com que ao menos as espécies mais comuns possam
ser reconhecidas com alguma segurança. No entanto, a existência de espécies crípticas e de
muitas outras ainda desconhecidas requer muita cautela na identificação. Muito ainda resta a
ser feito para que o potencial das espécies de Chrysopidae (e de outros Neuroptera) seja
explorado na sua plenitude.
Palavras-chave: Chrysopidae, controle biológico, predadores, sistemática,

Apoio: CNPq, FAPERJ

DELALIBERA Jr., Italo
Controle de ácaros fitófagos com Neozygites spp
Departamento de Entomologia, Fitopatologia e Zoologia Agrícola, ESALQ-USP, Av. Pádua
Dias, CP 9, CEP 13418-900, Piracicaba, SP, Brasil.
Os fungos do gênero Neozygites (Zygomycetes: Entomophthorales) apresentam características
desejáveis para estabelecimento permanente em programas de controle biológico clássico.
Neozygites tanajoae proveniente do Brasil foi introduzido em Benin na África contra o ácaro
verde da mandioca, Mononychellus tanajoa, em 1998-1999, onde está estabelecido. Outro
projeto internacional em andamento objetiva estabelecer na África isolados brasileiros de N.
floridana contra o ácaro vermelho do tomateiro, Tetranychus evansi. Neozygites floridana já
foi relatado infectando naturalmente pelo menos 18 espécies pertencentes a oito gêneros de
ácaros tetraniquídeos.. Estudos sobre a especificidade de isolados deste fungo demonstraram
que, embora os isolados consigam completar o ciclo em mais de uma espécie de tetraniquídeos,
estes são geralmente virulentos somente à espécie em que foram coletados. Epizootias de N.
floridana têm sido relatadas em vários países e estudos em campo demonstraram que este
patógeno é um importante agente regulador das populações de ácaros, especialmente do ácaro
rajado, Tetranychus urticae. Devido à dificuldade de produção in vitro, N. floridana nunca foi
utilizado de forma inundativa. Duas possíveis estratégias de uso do fungo são: (1) o controle
microbiano por conservação através de estratégias que favoreçam a ação destes fungos já
presentes num determinado agroecossistema e (2) liberações inoculativas através da
pulverização de suspensão aquosa com uma quantidade de ácaros mumificados para o controle
de ácaros tetraniquídeos em casa de vegetação e campo. Apesar do grande potencial deste
grupo de patógenos, vários estudos ainda são necessários para viabilizar a sua utilização no
manejo de ácaros pragas, especialmente o desenvolvimento de métodos de produção in vivo e
in vitro em larga escala e estudos que objetivem um melhor conhecimento da dinâmica das
epizootias do patógeno.
Palavras-chaves: patógenos de ácaros, ácaro rajado, ácaro vermelho do tomateiro, ácaro
verde da mandioca, Neozygites tanajoae e Neozygites floridana
Apoio financeiro: CNPq, FAPESP, CAPES

CONTROLE MICROBIOLÓGICO DE FITOPATÓGENOS: UMA REFLEXÃO
MATSUMURA, Aida Terezinha Santos.
UFRGS, Laboratório de Microbiologia Fitopatológica, Departamento de Fitossanidade, Porto Alegre,
91540000, RS.
A busca cada vez maior por alternativas de controle de fitopatógenos tem proporcionado o estudo e a
utilização de diversas estratégias, principalmente, aquelas que apresentam baixo impacto ambiental
como o controle biológico. Diversos programas de pesquisa vêm adotando a utilização de
microrganismos antagosnistas no manejo de fitopatógenos, ou incrementando a atividade de
microrganismos benéficos à agricultura como o fungo Trichoderma sp. no manejo de doenças de
plantas. Os primeiros trabalhos envolvendo a introdução consciente de antagonista visando o controle
biológico de agentes causadores de doenças de plantas aconteceram no inicio do século XX. Atualmente
há grandes grupos de pesquisa trabalhando e milhares de trabalhos sobre controle biológico são
publicados, no entanto, a utilização específica de determinado agente no ambiente com sucesso desejado
ainda permanece limitado. Pois, apesar do freqüente uso de biocontroladores ainda existem sérias
limitações ao desenvolvimento e aplicações dos mesmos. Segundo a Associação Brasileira de Empresas
de Controle Biológico, vários são os fatores que dificultam o apogeu dos programas de controle
biológico como a forte cultura de agroquímicos, baixo nível de conhecimento sobre controle biológico,
pouca divulgação, baixa qualidade de alguns produtos, carências na legislação para os registros junto a
órgãos estaduais e federais, baixo nível técnico dos agricultores. Complementando, destacamos a falta
de formação de profissionais habilitados para atuação nesse segmento além dos resultados de diversos
estudos conduzidos em condições de laboratório nem sempre estarem correlacionados com a realidade
de campo. Portanto, é preciso ocorrer uma maior interação entre a pesquisa básica, a indústria e o
agricultor permitindo assim uma adequação e conseqüente aproveitamento do potencial tecnológico na
superação das reais necessidades da prática do controle biológico em condição de campo.
Apoio financeiro: ICB BIOAGRITEC, Ltda.

Izabela Matosinhos
XI SIMPÓSIO DE CONTROLE BIOLÓGICO
Mesa Redonda “Regras governamentais para o desenvolvimento de produtos para controle
biológico na agricultura”
Palestra 4. Avaliações do IBAMA para registro de produtos destinados ao controle biológico
na agricultura
RESUMO
Aspectos abordados na avaliação do Potencial de Periculosidade Ambiental realizada pelo
Ibama no registro de produtos destinados ao controle biológico na agricultura; particularidades
das normas específicas e principais pendências apresentadas pelos pleitos de registro
submetidos à análise.
Analista Ambiental - IBAMA
Coordenação Geral de Avaliação e Controle de Substâncias Químicas - CGASQ

XI Simpósio de controle Biológico
Mesa Redonda Vigilância em Saúde: vetores de importância em saúde pública
VIGILÂNCIA ENTOMOLÓGICA DAS DOENÇAS TRANSMITIDAS POR VETORES
NO RIO GRANDE NO SUL, BRASIL.
MSc. JÁDER DA CRUZ CARDOSO - Biólogo Sanitarista - jader-cardoso@saude.rs.gov.br
- Divisão de Vigilância Ambiental em Saúde - Centro Estadual de Vigilância em Saúde -
Secretaria de Estado da Saúde/RS.
- Doutorando em Saúde Pública - Faculdade de Saúde Pública - USP
A Vigilância Entomológica (VE) de insetos vetores utiliza ferramentas da epidemiologia e busca avaliar permanentemente
informações referentes aos vetores e suas interações com hospedeiros a fim de predizer risco de doenças e agravos para as
populações humanas. No Rio Grande do Sul, desde a década de 70 são desenvolvidas ações relacionadas à VE através do
Programa Nacional de Controle da Doença de Chagas (PNCDch) e Programa Estadual de Controle do Simulídeo. Nos anos
90, com os primeiros registros de Aedes aegypti e A. albopictus no Estado a VE da Dengue foi ampliada. Em 2000, com a
descentralização da saúde, ações de coordenação, supervisão e execução do Programa Nacional de Controle da Dengue e
PNCDch passaram a ser de competência estadual. A execução desses programas foi sendo repassada aos municípios,
através dos processos de pactuação das três esferas de governo. A partir de 2001, algumas doenças vetoriais passaram a
desafiar autoridades de saúde, com a detecção do vírus da febre amarela em primatas e mosquitos silvestres e casos
humanos de leishmaniose tegumentar americana e rickettsioses, resultando na implantação imediata da VE. Além disso, foi
iniciada a vigilância de vetores de malária e vírus do Nilo ocidental em áreas receptivas e/ou vulneráveis. Após anos de
intensa vigilância da doença de Chagas, em 2005, o Estado conquistou a certificação de território livre de transmissão de
Trypanosoma cruzi por Triatoma infestans. Na mesma época, a vigilância de simulídeos foi ampliada, priorizando ações de
mobilização social, educação e manejo ambiental. Em 2007, o Estado registrou sua primeira epidemia de dengue e, no final
de 2008, iniciaram as emergências em saúde pública de febre amarela silvestre e Leishmaniose Visceral. O novo perfil
epidemiológico do Estado sugere a necessidade de políticas de ampliação e fortalecimento da Vigilância Entomológica
visando evitar a incidência de doenças transmitidas por vetores.
2

2
Palavras-chave: vigilância entomológica, vetores, Rio Grande do Sul

FATORES DE VIRULÊNCIA DE BACILLUS CEREUS PRESENTES EM CEPAS DE
BACILLUS THURINGIENSIS (Bt) E FREGUÊNCIA DE TOXINAS INDESEJÁVEIS EM Bt
Jeane Quintanilha Chaves.
UBIQUITÁRIOS
Instituto Oswaldo Cruz – FIOCRUZ, Laboratório de Fisiologia Bacteriana, Rio de Janeiro.
E-mail:jqchaves@ioc.fiocruz.br.
Embora o termo B. thuringiensis seja empregado para uma única espécie, ao considerar
os aspectos taxonômicos, esta bactéria pertence a um complexo de várias espécies (B.
anthracis, B. cereus, B. thuringiensis, B. mycoides, B. weihenstephanensis e B.
pseudomycoides). Tal complexo é conhecido como grupo do B. cereus, uma unidade dentro do
Grupo I das espécies de Bacillus. O B. thuringiensis e o B. cereus demonstram características
fenotípicas e bioquímicas comuns, exceto pelos plasmídeos que codificam as -endotoxinas
(proteínas Cry) de B. thuringiensis. Alguns B. cereus são conhecidos por causar sintoma
emético e diarréico em humanos, como também infecções somáticas (Hansen & Hendriksen,
2001). A patologia do B. cereus é baseada em um número de fatores de virulência que incluem
toxinas, enterotoxinas e enzimas hidrolíticas produzidas durante as fases vegetativa e
estacionária. Um número crescente de relatos demonstra a similaridade entre os fatores de
virulência de B. cereus e B. thuringiensis, porém existem poucos registros de B. thuringiensis
envolvidos em patologia humana (Glare & O’Callaghan, 2000). Tal fato se deve provavelmente
aos procedimentos clínicos os quais não discriminam B. cereus do B. thuringiensis. Linhagens
de B. thuringiensis foram isoladas de vários tipos de alimentos, os quais pertenciam aos
sorovares kurstaki ou neoleonensis (Damgaard et al., 1996). Estudos demonstraram que genes
da hemolisina BL e enterotoxina T estão presentes em cepas de B. thuringiensis, incluindo
algumas comercializadas. Além disso, imunoensaios mostraram que cepas de B. thuringiensis
produziram enterotoxinas diarréicas capazes de causar intoxicação alimentar. Esses dados
intensificaram o conhecimento de que linhagens de B. thuringiensis podem causar enfermidades
de origem alimentar em humanos, e isto se tornou particularmente relevante por motivo do uso
em quantidades de bioinseticidas à base de B. thuringiensis no controle de insetos vetores e
pragas agrícolas (Jensen et al., 2002). Logo, é importante avaliar a segurança de B.
thuringiensis como princípio de larvicida, e especialmente seu potencial em causar gastrenterite
diarréica.
Apoio Financeiro: IOC-FIOCRUZ

Microrganismos endofíticos e seu papel na conservação do ambiente
João Lúcio de Azevedo
ESALQ/USP
São chamados de microrganismos endofíticos aqueles que habitam durante um certo período
de tempo o interior de plantas, sem causar aparentes danos aos seus hospedeiros. Mais
recentemente Mendes e Azevedo (2007) definiram endófitos como sendo microrganismos
cultiváveis ou não em meio de cultura e que habitam o interior de tecidos e órgãos vegetais
sem causar danos aos seus hospedeiros, podendo ser divididos em dois grupos : I) que não
produzem estruturas externas visíveis e II) que produzem estruturas visíveis como os nódulos
das bactérias que fixam nitrogênio atmosférico e os fungos micorrízicos. Vários estudos já
mostraram que bactérias e fungos entomopatogênicos são encontrados no interior de plantas e
exemplos destes microrganismos incluem entre outros, fungos como Cladosporium, Beauveria,
Paecilomyces alem de bactérias principalmente espécies do gênero Bacillus. Desta forma, alem
de muitas outras vantagens, microrganismos endofíticos atuam na proteção de seus hospedeiros
contra pragas e moléstias. Diversos trabalhos, inclusive no Brasil e que serão apresentados,
mostraram que plantas submetidas ao uso intensivo de agroquímicos possuem modificações
em sua microbiota endofítica. Em geral o uso inadequado de produtos químicos reduz a
abundância e riqueza de endófitos e consequentemente também alteram a capacidade das
plantas em suportar o ataque de pragas e moléstias. Alguns microrganismos endofíticos como
fungos pertencentes ao gênero Beauveria foram isolados de milho e de outros hospedeiros. A
utilização de isolados de Beauveria no controle de insetos e de carrapatos mostrou que eles
tem alta eficiência no controle de pragas, competindo e até mesmo suplantando linhagens
normalmente empregadas no controle biológico de insetos , especialmente pragas do milho.
Alem de entomopatógenos, isolados de fungos e bactérias utilizados no controle de
microrganismos fitopatogênicos são frequentemente encontrados no interior de vegetais. Este é
o caso do gênero Trichoderma que tem papel ativo no controle de outros fungos
considerados patógenos de plantas. Desta maneira microrganismos endofíticos alem de
oferecerem uma contribuição para maior crescimento e vigor de seus hospedeiros pela
produção de hormônios vegetais, também constituem uma barreira contra pragas e moléstias. A
sua preservação, evitando desequilíbrios causados por alterações devidas ao uso desnecessário
de produtos químicos, contribuem para a conservação do ambiente.

Estado da arte do reconhecimento das espécies de predadores que atuam no
controle biológico: Hemíptera
Jocélia Grazia
A ordem Hemiptera é a maior e mais diversa entre os insetos hemimetábolos. São
conhecidas quase 90 mil espécies em todo mundo, assim distribuídas nas subordens: cerca de
16 mil espécies em Sternorrhyncha, 35 mil em Auchenorrhyncha e 38 mil em Heteroptera.
Coleorrhyncha, ausente no Brasil, contém cerca de 30 espécies. A ordem compreende cerca de
10% de todas as espécies de insetos conhecidas, com uma estimativa para mais de 110 mil
espécies. No Brasil ocorrem quase 800 espécies de Sternorrhyncha, cerca de 3 mil e quinhentas
de Auchenorrhyncha e cerca de 5 mil de Heteroptera, com uma estimativa para mais de 12 mil
espécies para toda a ordem. São predominantemente fitófagos, sendo que muitas espécies são
pragas atuais ou em potencial de plantas cultivadas. Espécies predadoras são encontradas
apenas na subordem Heteroptera. Sete infraordens compõem a subordem Heteroptera:
Enicocephalomorpha, Dipsocoromorpha, Gerromorpha, Nepomorpha, Leptopodomorpha,
Cimicomorpha e Pentatomomorpha. Percevejos predadores são encontrados nas infraordens
Gerromorpha, Nepomorpha, Cimicomorpha e Pentatomomorpha. Nas duas primeiras
encontram-se os heterópteros de hábitos aquáticos e portanto as presas são predominantemente
outros insetos e demais invertebrados aquáticos que podem constituir vetores de doenças para
o homem e animais domésticos. Porém nas infraordens Cimicomorpha e Pentatomomorpha é
que se encontram espécies predadoras, de hábitos terrestres, sendo que muitas delas vêm sendo
intensamente estudas pelo seu importante papel no controle biológico de pragas. Em
Cimicomorpha destacam-se as familias Anthocoridae, Miridae, Nabidae e Reduviidae. Em
Pentatomomorpha pprincipalmente as familias Geocoridae e Pentatomidae incluem espécies
predadoras. Anthocoridae contém de 500 a 600 espécies no mundo, sendo cerca de 100 no
Brasil; ninfas e adultos são predadores de ácaros, afídeos, psilídeos, tripes e ovos de
lepidópteros. Em Miridae, cerca de 1/3 das quase 10.000 espécies conhecidas podem
apresentar zoofagia reunindo uma ampla gama de presas tais como ovos, larvas e/ou ninfas de
outros artrópodos de acordo com a subfamilia envolvida (Bryocorinae, Deraeocorinae,
Isometopinae, Mirinae, Orthotylinae, Phylinae). Muitas espécies de mirídeos apresentam
especificidade predador/presa. A familia Nabidae compreende 380 espécies; sua atuação como
predadores se destaca em agroecosistemas, especialmente em culturas de algodão, alfafa e soja.
Reduviidae é a maior familia de predadores entre os heterópteros, reunido cerca de 6.300
espécies no mundo; são insetos vorazes daí serem conhecidos por “assassin bugs”. Por serem
polífagos talvez não sejam úteis como predadores de pragas específicas, mas por serem
insasiáveis eliminam um maior número de presas. A familia Geocoridae (anteriormente
subfamilia de Lygaeidae) compreende 14 gêneros e 127 espécies no gênero Geocoris, de
distribuição mundial, sendo predadores generalistas de ovos, larvas, ninfas e adultos. Em
Pentatomidae, a subfamilia Asopinae tem hábito exclusivamente predador reunido 297 espécies
em 69 gêneros no mundo. Cerca de 10% destas foram estudadas com mais detalhes mas apenas
umas poucas receberam atenção quanto ao potencial de redução de pragas. Atacam
principalmente larvas de Lepidoptera, Coleoptera e Hymenoptera. Ainda nesta MR
apresentaremos um diagnóstico da situação atual quanto ao conhecimento da diversidade das
familias/subfamilias de predadores no Brasil, apresentando uma estimativa do número de
espécies e destacando quais as perspectivas futuras quanto a necessidade de formação de
pessoal para ampliação e consolidação deste conhecimento.
Palavras chave: Anthocoridae, Miridae, Nabidae, Reduviidae, Geocoridae,
Pentatomidae, taxonomia.

CONTROLE BIOLÓGICO NO MANEJO INTEGRADO DE PRAGAS NA
CULTURA DO ARROZ
José Francisco da Silva Martins
Embrapa Clima Temperado, Caixa Postal 403, CEP 96.001-970, Pelotas, RS
Doenças, insetos e plantas daninhas se destacam entre as pragas mais prejudiciais à orizicultura
no Brasil. Informações sobre controle biológico dessas pragas, são predominantemente
inerentes a insetos, tendo vários parasitóides e predadores sido relacionados já no início da
década de 70. Desde então, além de parasitóides e predadores, entomopatógenos, nematóides,
pássaros e peixes, entre outros, têm sido citados como inimigos naturais. Em meados da década
de 80 iniciaram-se pesquisas sobre a eficácia de entomopatógenos como Beauveria bassiana e
Metarhizium anisopliae no controle do gorgulho-aquático (Oryzophagus oryzae) e do
percevejo-do-colmo (Tibraca limbativentris), contemplando efeitos de misturas com óleos
vegetais e doses reduzidas de inseticidas. Na última década estudaram-se, em arrozais
irrigados, possíveis predadores como as larvas de ditiscídeos e peixes (em rizipsicultura) que
devoram, respectivamente, larvas e adultos de O. oryzae. Nos dois últimos anos se destacam
trabalhos sobre: parasitóides (Telenomus podisi) de T. limbativentris; efeito de cepas de
Bacillus thuringiensis na lagarta-da-folha (Spodoptera frugiperda) e de fungos
entomopatogênicos em T. limbativentris e no percevejo-do-grão (Oebalus poecilus); efeito de
inseticidas sobre aranhas (Tetragnatha spp.), efetivas como predadoras. A avaliação do efeito
de inseticidas sobre aranhas é importante para a definição da seletividade a inimigos naturais.
Intensificaram-se estudos sobre fungos antagonistas (Trichoderma spp.) e bactérias (Bacillus
spp.; Pseudomonas spp.; Rhodococcus spp.; Stenotrophomonas spp.) como agentes de
controle de doenças que se propagam via solo (Rhizoctonia solani; Sclerotium rolfsii).
Informações sobre o controle biológico de plantas daninhas [como o de Sagitária (Sagittaria
montevidensis) pelo fungo Cylindrocarpon sp.] são escassas. Considerando que a maioria das
informações inerentes ao controle biológico das pragas do arroz foi obtida em condições
laboratoriais e restringe-se à ação biológica dos inimigos naturais sobre os hospedeiros,
evidencia-se a necessidade de intensificar estudos sobre o potencial para utilização agronômica
dos agentes de controle biológico, empreendendo um maior esforço em pesquisa aplicada.
Palavras-chave: Oryza sativa, doenças, insetos, plantas daninhas, inimigos naturais, potencial
de utilização.

Manejo da Resistência de Insetos (MRI): Implicações do Uso do Milho-Bt
e dos Principais Agentes de Controle Biológicos.
José Magid Waquil, Embrapa Milho e Sorgo, Sete Lagoas, MG. waquil@cnpms.embrapa.br
No Brasil, a evolução da cultura do milho nas últimas décadas foi marcante, saindo de uma condição
de lavoura, principalmente de subsistência, para uma atividade comercial de relevância econômica
no agronegócio. Os investimentos em tecnologia promoveram ganhos expressivos em produtividade.
Entretanto, alguns fatores continuam desafiando os produtores na obtenção do potencial produtivo do
milho nas lavouras extensivas. Enquanto se consegue mais de 16 toneladas de grãos por hectare nos
concursos de produtividade, a média nacional continua abaixo de 4 toneladas por hectare. Portanto, o
grande desafio para aumentar a produtividade média nacional está na melhoria do manejo cultural
das lavouras, sobretudo no fitossanitário, destacando-se o manejo integrado de insetos-praga.
Embora os métodos culturais e biológicos para o controle das principais espécies-praga na cultura do
milho sejam viáveis tecnicamente, pela extensão da área cultivada e pela diversidade geográfica,
temporal e pelo perfil dos produtores envolvidos com a produção, a adoção dessa tecnologia tem sido
limitada. Por outro lado, os níveis de controle conseguidos através da resistência natural (genes
obtidos dentro do mesmo “pool” gênico da espécie cultivada) não têm sido satisfatórios em muitas
lavouras comerciais.
Assim, para o controle das lagartas na cultura do milho a prática mais comum tem sido o uso de
inseticidas, gastando-se em média três aplicações por ciclo da cultura. Mesmo assim, não são raros
os relatos de insucesso no controle dessas pragas. Para o controle de insetos-praga sensíveis às
toxinas do Bacillus thuringiensis (Bt), como a lagarta-do-cartucho, a broca-da-cana-de-açúcar, a
lagarta-da-espiga e a lagarta-elasmo, o grande potencial está no uso do milho transgênico
expressando toxinas do Bacillus thuringiensis (Bt) nos seus tecidos. Essas toxinas dão proteção às
plantas de milho durante todo o ciclo da cultura. A proteção da planta varia de híbrido para híbrido e
sob condições de alta infestação a proteção dos atuais híbridos no mercado equivale a três
aplicações de inseticidas. Dependendo das condições e do híbrido, deve proteger a planta sem
nenhuma necessidade de aplicação de agrotóxico.
Em geral, a adoção da tecnologia Bt tem promovido redução de perdas da produtividade da ordem de
20% pelo melhor controle das lagartas que atacam o milho. Além da redução das perdas diretas
causadas pelos danos das lagartas na espiga, que podem atingir até 30%, está comprovada a
redução dos danos indiretos (abertura da espiga para entrada de microrganismos), com menor
incidência de micotoxinas nos grãos. Entre outras vantagens, podem ser citados os ganhos indiretos
pela redução da aplicação de defensivos, maior comodidade para o produtor e menor contaminação
do meio ambiente.
Uma das grandes preocupações do uso do milho Bt está na quebra da resistência das cultivares por
biótipos (raças) de insetos resistentes às toxinas do Bt. Esta é uma possibilidade real, pois, assim
como valorizamos a variabilidade genética no melhoramento das diferentes espécies cultivadas,
como as diferenças entre as cultivares de milho, ela também existe nas populações selvagens dos
insetos-praga. Portanto, com o sucesso da tecnologia Bt no controle das lagartas, haverá uma
tendência do uso intensivo dessa tecnologia em extensas áreas. O uso do milho Bt em áreas
extensivas promoverá um controle expressivo da população selvagem das espécies-alvo. Entretanto,
insetos resistentes às toxinas do Bt já presentes, mas em frequência muito baixa nas populações
selvagens presentes no agroecossistema, sobreviverão. Se houver cruzamentos entre esses raros
sobreviventes nas lavouras Bt, surgirá uma nova raça (biótipo) de insetos resistentes.
Antecipando a possibilidade de seleção de insetos resistentes, estudos vêm sendo conduzidos para
mitigar esse impacto e foram desenvolvidas estratégias para o manejo da resistência.
Evidentemente, todos os outros fatores de mortalidade das espécies-alvo, como os inimigos naturais,
desempenharão papel importante. Inerente à aplicação da tecnologia Bt, pelo menos três estratégias
são preconizadas para o manejo da resistência de insetos (MRI): a expressão de alta dose da
toxina na planta, pirâmides de genes e o plantio de áreas de refúgio. As duas primeiras estão
relacionadas aos produtores dos eventos transgênicos e a terceira à prática do agricultor.
O objetivo das áreas de refúgio é permitir a reprodução de insetos suscetíveis à toxina Bt para reduzir
a chance de cruzamentos entre dois resistentes desenvolvidos na área cultivada com milho Bt. Sendo

a população de insetos sobreviventes na área de refúgio maior do que a dos sobreviventes na área
cultivada com o milho Bt, aumenta a probabilidade dos cruzamentos entre os resistentes e os
suscetíveis oriundos da área de refúgio. Assim, esses cruzamentos permitirão a predominância de
insetos suscetíveis na população no agroecossistema.
Segundo as normas, o produtor, ao abrir o saco de sementes com milho Bt, está se comprometendo
a cumprir duas condicionantes para o uso da tecnologia: a regra de coexistência e a regra para o
manejo da resistência. Para garantir a não contaminação de lavouras de milho de vizinhos, a norma
de coexistência preconiza o isolamento da lavoura com milho Bt. Para garantir o isolamento, a
lavoura de milho Bt deve estar a uma distância de pelo menos 100 metros da lavoura vizinha ou de
20 metros, desde que seja usada uma faixa de isolamento (bordadura) de 10 fileiras de milho não Bt
de igual ciclo e porte do milho Bt utilizado. Para o manejo da resistência, é exigida uma área de 10%
de refúgio, cultivada com milho não Bt de iguais ciclo e porte, preferencialmente o seu híbrido
isogênico. Na área de refúgio, é permitido o controle das pragas-alvo, desde que não seja usado
bioinseticidas à base de Bt. A área de refúgio não pode estar a mais de 800 metros de distância da
área cultivada com o milho Bt.
Utilizando modelos sofisticados para se estimar a área de refúgio, uma das variáveis a ser
considerada é a sobrevivência das pragas-alvo no milho Bt. Assim, quanto maior a sobrevivência no
milho Bt, maior a demanda em área de refúgio. Portanto, todos os fatores de mortalidade no
agroecossistema poderão contribuir para o manejo da resistência, sobretudo o controle biológico.
Várias espécies de inimigos naturais (predadores, parasitóides e entomopatógenos) têm papel
fundamental na manutenção do equilíbrio biológico dos herbívoros no agroecossistema. Trabalhos
registrados na literatura têm demonstrado a baixa ou nula atividade das toxinas do Bt sobre vários
inimigos naturais, seja diretamente ou indiretamente através do consumo de presas e de hospedeiros.
Evidentemente, ao controlar eficientemente as pragas alvo, o milho Bt afetará a população de
inimigos naturais especialistas. Entretanto, levantamentos realizados na cultura do milho têm
demonstrado que os inimigos naturais mais abundantes na cultura do milho são Orius sp. e Doru
luteipes, predadores polífagos. Esses predadores são mais ativos contra lagartas pequenas, pois, as
lagartas de Spodoptera frugiperda e Helicoverpa zea se tornam muito agressivas nos últimos instares.
Assim, o milho Bt por retardar o desenvolvimento das lagartas pelo efeito de antibiose ou mesmo
não-preferência para alimentação, aumenta o tempo de exposição e o período de suscetibilidade
desses insetos aos predadores. Adicionalmente, a redução do uso de inseticidas no milho Bt
contribuirá para o estabelecimento dos inimigos naturais mais cedo e em maiores densidades. Este
fato, associado a uma menor densidade das pragas-alvo, aumentará a eficácia do controle biológico
natural. É possível que a redução na densidade populacional das espécies-alvo mude a relevância
das estratégias de sobrevivência dos predadores, beneficiando a capacidade de busca em detrimento
à capacidade de consumo. Portanto, o controle biológico será efetivo sobre os insetos sobreviventes
no milho Bt, contribuindo de maneira significativa para o MRI.
Finalmente, deve-se destacar que a tecnologia do milho Bt realmente vai revolucionar o controle de
lagartas na cultura do milho e, devido à sua eficácia, os produtores não podem subestimar o impacto
dessa potente tecnologia no meio ambiente. Portanto, ela deve ser acompanhada de um rigoroso
monitoramento e de estratégias para o manejo de possíveis raças (biótipos) de insetos resistentes à
toxina do Bt. Assim, a utilização das áreas de refúgio será uma prática essencial para a efetiva
utilização dessa tecnologia por um período de tempo maior. Além disso, o monitoramento é uma
estratégia fundamental para determinar a intensidade do dano em lavouras comerciais de milho Bt
para viabilizar a aplicação das demais estratégias do Manejo Integrado de Pragas. Obviamente, o
controle biológico não perderá importância nesse sistema, pelo contrário, sua contribuição será ainda
mais importante por atuar num elo sensível e de impacto a curto, médio e longo prazo no sistema de
produção.

CONTROLE BIOLÓGICO DE INSETOS-PRAGA EM TRIGO
SALVADORI, J.R.; VOSS, M.; PEREIRA, P.R.V.S.
EMBRAPA TRIGO, Caixa Postal 451, 99001-970 Passo Fundo, RS
E-mail: jrsalva@cnpt.embrapa.br
Significativo contingente de predadores, parasitóides e entomopatógenos cumpre papel fundamental no controle
populacional de pragas-chave de trigo, evitando que afídeos, lagartas e corós ocorram, em níveis de controle, de forma
generalizada ou surtos anuais. No caso dos afídeos, um programa de controle biológico clássico, iniciado em 1978,
liderado pelo Embrapa Trigo, apresentou resultados altamente significativos e continua surtindo efeito até os dias de hoje.
Microimenópteros parasitóides introduzidos de diferentes regiões do mundo adaptaram-se e, desde então, multiplicam-se
naturalmente em condição de campo. O nível de parasitismo cresceu muito acima do esperado relegando os afídeos,
como causadores de danos diretos, a um plano relativamente secundário nas lavouras de trigo e reduzindo
substancialmente o uso de aficidas químicos para controle. As populações do complexo hospedeiro-parasitóide são
monitoradas e o programa se mantém sob o enfoque da conservação, que é praticada através do uso criterioso e seletivo
de inseticidas. Mais recentemente, com o advento do plantio direto, os corós rizófagos atingiram a condição de pragas,
embora a ação de micro-organismos entomopatogênicos constitua importante mecanismo de controle natural destas
larvas. Em nível de pesquisa, esforços estão sendo concentrados com vistas ao uso de nematóides entomopatogênicos
(NEPs), dos gêneros Steinernema e Heterorhabditis, que agem como vetores de bactéria entomopatogênica, visando
incorporar mais uma tática ao manejo integrado destas pragas associadas ao solo. NEPs foram eleitos como alvos de
investigação devido à grande capacidade de busca do hospedeiro e de dispersão no solo, à efetividade em baixas doses e
em curto espaço de tempo e à facilidade de multiplicação.
Palavras-chave: Parasitóides, controle microbiano, NEPs, afídeos, corós.
2

Os Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia em Semioquimicos e Controle Biorracional de
Insetos e suas implicações para o avanço das práticas do controle biológico no Brasil” -
Coordenador: Dr. Evaldo Vilela – Universidade Federal de Viçosa
Palestrante 1. (Título?) Dr. Evaldo Vilela – Universidade Federal de Viçosa
Palestrante 2. (Título?) Dr. José Maurício Simões Bento – ESALQ
Palestrante 3. (Título?) Maria de Fátima (?) - Química/UFScar
Palestrante 4.Emprego de semioquímicos no controle biológico de insetos em
agroecossistemas. Dr. Josué Sant’Ana – UFRGS
Emprego de semioquímicos no controle biológico de insetos em agroecossistemas
Dr. Josué Sant’ Ana
O sucesso do controle biológico de pragas agrícolas está diretamente relacionado a
métodos compatíveis de controle, dentre estes, o comportamental. Este método está
associado ao uso de semioquímicos, os quais são definidos como substâncias que uma vez
liberadas por um determinado organismo, provocam uma mudança fisiológica e/ou
comportamental em um outro organismo. As interações bitróficas entre inimigos naturais e
suas presas podem ser mediadas por semioquímicos os quais estão relacionados às
estratégias de encontro e sobrevivência de predadores e parasitóides. A orientação dos
inimigos naturais e a localização das suas fontes de alimento e/ou oviposição podem estar
diretamente associadas aos odores emitidos pela própria presa ou vinculadas às pistas
químicas liberadas em decorrência do odor associado à interação herbívoro-hospedeiro. As
substâncias que atuam na comunicação química dos inimigos naturais com seu meio
podem ser empregadas na manipulação destes organismos em ambientes agrícolas. Esta
técnica tem como fundamento a utilização de formulações atrativas a inimigos naturais em
áreas infestadas por herbívoros, facilitando o encontro com a presa e otimizando, desta
forma, o controle biológico de pragas. Apesar de serem poucos exemplos práticos
relacionados à utilização de semioquímicos de inimigos naturais em agroecossitemas, esta
é uma ferramenta promissora no manejo integrado de insetos de importância agrícola.

Juan J. García y María V. Micieli
Microsporidios parásitos de mosquitos en la Argentina
Centro de Estudios Parasitológicos y de Vectores – CEPAVE (FCNyM-UNLP-
CCT-CONICET- La Plata). La Plata, Argentina
Los microsporidios son parásitos intracelulares obligados actualmente incluidos dentro de los
hongos. Presentan ciclos biológicos variados que pueden ir desde simples con formación de un
tipo de espora infectiva por ingestión, hasta complejos con formación de múltiples tipos de
esporas responsables de la transmisión horizontal y vertical de la infección. Inclusive algunos
pueden requerir la participación obligada de un hospedador intermediario para completar el
ciclo. Parasitan una amplia gama de hospedadores, desde protozoos hasta el hombre, siendo
comunes en mosquitos. A partir de 1980 iniciamos en el Laboratorio de Insectos Vectores del
Cepave una intensa y amplia prospección de microsporidios en mosquitos de la Argentina.
Como resultado de la búsqueda se identificaron diez especies nuevas de microsporidios
pertenecientes a los géneros heterospóricos Amblyospora (8) y Parathelohania (2) y la especie
Hazardia milleri, mientras que otras cinco permanecen en estudio. El ciclo completo, incluida
la fase en el mosquito adulto, en la larva y en el hospedador intermediario ha sido dilucidado en
tres especies de Amblyospora y una de Parathelohania. Estudios epizootiológicos a campo
fueron conducidos en tres sistemas de microsporidios heterospóricos que se desarrollan en
ambientes muy diferentes: Amblyospora albifasciati parásita del mosquito de las inundaciones,
Ochlerotatus albifasciatus que vive en ambientes inundables que permanecen sin agua por
períodos prolongados y que tiene al copépodo ciclopoideo Mesocyclops annulatus como
hospedador intermediario. Amblyospora dolosi que parasita al mosquito Culex dolosus que
habita cuerpos de agua permanentes y cuyo hospedador intermediario es el copépodo
Metacyclops mendocinus. La tercera especie estudiada fue Amblyospora camposi parásita del
mosquito Culex renatoi cuyos estados inmaduros viven en ambientes fitotélmicos de bromelias
y el hospedador intermediario es Paracyclops fimbriatus fimbriatus. Los tres sistemas
presentaron una notable sincronización entre el microsporidio y sus hospedadores definitivos e
intermediarios y la alternancia de transmisión horizontal y vertical aseguró la persistencia del
microsporidio en la población hospedadora y en el ambiente.
Palavras-chave: mosquitos – microsporidios – entomopatógeno – Argentina

Apoio: Agradecemos la financiación parcial otorgada por: ANPCyT, CIC, CONICET y
Universidad Nacional de La Plata.
Juan J. García and María V. Micieli
Microsporidian parasites of mosquitoes in Argentina.
Centro de Estudios Parasitológicos y de Vectores – CEPAVE (FCNyM-UNLP-
CCT-CONICET- La Plata). La Plata, Argentina
The Microsporidia are a large group of eukaryotic microorganisms, single-celled, obligate
intracellular parasites and recently thought to be highly evolved fungi. Microsporidia exhibit a
very broad host range. They have been described as parasites in all classes of vertebrates,
including humans, and most invertebrate, but are particularly common to arthropods.
Microsporidia represent one of the largest and most diverse groups of parasitic organisms
associated with mosquito populations in nature. Over 150 species from 23 genera of
Microsporidia have been described from 14 genera of mosquitoes worldwide. Microsporidia in
mosquitoes can be divided into two categories based on their life cycles and host-parasite
relationships. Some species of microsporidia exhibit simple life cycles with one spore type
responsible for oral (horizontal) transmission. In contrast, polymorphic (heterosporous)
microsporidia in mosquitoes are characterized by complex life cycles involving multiple spore
types responsible for horizontal and vertical transmission and some involve an obligate
intermediate host. Since 1980 we are conducting a wide survey of Microsporidia on
mosquitoes from Argentina. As a result of the survey ten new species of Microsporidia of the
heterosporous genera Amblyospora (8) and Parathelohania (2) and Hazardia milleri were
identified. Five other microsporidia are under ultrastructural studies and their taxonomic
position is not complete yet. Life cycles of three species of Amblyospora and one of
Parathelohania have been dilucidated included the phases on the mosquito, larva and adult
female, and in the copepod intermediate host. Field epizootiological studies were conducted on
the following three heterosporic microsporidian systems which live in very different habitats:
1) Amblyospora albifasciati parasite of the floodwater mosquito, Ochlerotatus albifasciatus
and the intermediate host, the copepod Mesocyclops annulatus; 2) Amblyospora dolosi
pathogen of Culex dolosus and the copepod Metacyclops mendocinus in permanent water
ponds; and 3) Amblyospora camposi parasite in a bromeliad-inhabiting mosquito, Culex

enatoi, and the copepod intermediate host Paracyclops fimbriatus fimbriatus. The three
studied systems presented a conspicuous temporal-spatial synchronism among parasites and
definitive and intermediate hosts. Vertical and horizontal transmission are responsible for the
persistence and dispersion of the parasite in the host populations in nature.
Key words: mosquitoes–microsporidia–Amblyospora–Parathelohania-Argentina
Finantial support: We thank the following institution for partially support this work, ANPCyT,
CIC, CONICET and Universidad Nacional de La Plata.

O FUNGO Nomuraea rileyi E O CONTROLE BIOLÓGICO DE LEPIDÓPTEROS
PRAGA
Alexandre Specht
O fungo entomopatogênico Nomuraea rileyi (Farlow) Samson infecta preferencialmente
Lepidópteros em diversas culturas de importância econômica, em várias regiões do mundo
causando epizootias. Apesar de ser cosmopolita N. rileyi apresenta variabilidade genética
relativamente reduzida e é taxonomicamente muito próximo dos representantes do gênero
Metarhizium. Sua atividade contra espécies praga, especialmente representantes da família
Noctuidae como a lagarta-da-soja (Anticarsia gemmatalis Hübner), a falsa-medideira-da-soja (
Pseudoplusia includens [Walker]), lagarta-das-vagens (Spodoptera cosmioides [Walker]), etc.
determinou diversas pesquisas visando isolamento, caracterização, produção massal e seu
emprego no controle de insetos-praga. A partir de N. rileyi foram isolados metabólitos
(peptídeos) com atividade tóxica contra larvas de noctuídeos como A. gemmatalis Helicoverpa
zea (Boddie), Heliothis virescens (Fabricius) e o bombicídeo Bombyx mori Linnaeus. Os
peptídeos apresentam atividade antimicrobiana e suas proteínas tóxicas podem estar associadas
à inibição da atividade fagocítica e nodulação em Galleria mellonella (Linnaeus) (Lepidoptera:
Pyralidae). Apesar da potencialidade e especificidade deste entomopatógeno no controle de
pragas agrícolas, poucos grupos de pesquisa têm se dedicado a aprofundar estudos visando
uma caracterização mais completa e sua aplicabilidade em programas de controle biológico.
Entre os principais aspectos a serem estudados para a sua efetiva aplicação, destacam-se:
analisar a variabilidade do fungo por estudos moleculares; avaliar a especificidade contra
insetos não-alvo e a capacidade de infectar diversos insetos-praga de uma mesma cultura;
estudar aspectos relacionados à sobrevivência do fungo no ambiente, especialmente nas
entressafras; isolar, purificar, identificar e determinar a estrutura do(s) peptídeo(s) tóxico(s);
identificar e caracterizar as enzimas extracelulares envolvidas no processo de infecção; avaliar a
correlação entre atividade enzimática e patogenicidade; identificar genes envolvidos no
processo de infecção e patogenicidade.

POTÊNCIA, CONCENTRAÇÃO LETAL E PREPARAÇÕES -PADRÃO
ENTOMOCIDAS PARA Bacillus E GÊNEROS CORRELATOS
Leon Rabinovitch 1 , Edmar Justo de Oliveira 1 , Cláudia Maria Fontes de Oliveira; Maria Alice
Varjal de Melo Santos 2 .
Instituto Oswaldo Cruz 1 – FIOCRUZ, Laboratório de Fisiologia Bacteriana, Rio de
Janeiro. E-mail: leon@ioc.fiocruz.br.
Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães 2 , Departamento de Entomologia – FIOCRUZ, Recife.
E-mail: mavarjal@cpqam.fiocruz.br
Várias espécies de bactérias esporuladas aeróbias, aeróbias facultativas, Gram-positivas, são
hoje princípios ativos de inseticidas de origem microbiana, gerando produtos industrializados
de aplicação no controle de vetores de interesse para a saúde pública e de pragas agrícolas. A
industrialização desses inseticidas requer a padronização dos produtos em termos de atividade
biológica, fato que originou os conceitos de potência, concentração letal, entre outros, que
geram diferentes preparações de elaboração especial e padronizada, as quais auxiliam o
controle da qualidade de inseticidas bacterianos. A escassez dessas preparações padronizadas
no mercado é patente. Neste trabalho apresenta-se e discute-se a elaboração dessas
preparações.

“TAXONOMIA DE Bacillus E GÊNEROS CORRELATOS
ENTOMOPATOGÊNICOS”
Leon Rabinovitch, Edmar Justo de Oliveira, Jeane Quintanilha Chaves, Sônia Ermelinda Alves
da Silva.
Instituto Oswaldo Cruz – FIOCRUZ, Laboratório de Fisiologia Bacteriana, Rio de Janeiro.
E-mail: leon@ioc.fiocruz.br.
Bactérias esporuladas aeróbias, aeróbias facultativas, Gram-positivas vêm contribuindo com o
aparecimento de novos gêneros e espécies, por conseguinte influenciando na taxonomia dos
esporulados entomopatogênicos como conseqüência do sequenciamento da RNA-ribossomal
16S. Ao lado de Bacillus outros gêneros como Paenibacillus e Brevibacillus vêm oferecendo
espécies ativas contra diferentes ordens de insetos e outros animais como Coleoptera e
Gastropoda. Deste modo, é importante a correta identificação dessas bactérias entomotóxicas,
fato que não envolve somente o sequenciamento do rRNA. Uma revisão da situação da
taxonomia desse grupo de esporulados está em andamento e em fase de conclusão, pelo
Sub-Comitê da Taxonomia de Bacillus e Organismos Relacionados do Comitê Internacional de
Sistemática de Procariotos, que estabelece normas e critérios à base de padrões mínimos de
abordagens a serem seguidos, que conduzem um esporulado aeróbio ou facultativo
Gram-positivo ao nível de espécie. Esses padrões mínimos são resumidos a seguir e serão
discutidos: Caracteres microscópicos; caracteres culturais; caracteres fisiológicos; caracteres
bioquímicos; caracteres quimiotaxonômicos e estudos do ácido nucléico. Publicação do
referido Sub-Comitê deverá aparecer (Logan et al. 2009, “Proposed minimal standards for
describing new taxa of aerobic endospore-forming bacteria”).
Apoio Financeiro: IOC-FIOCRUZ e FAPERJ.

PROTEÍNAS CRY DE BACILLUS THURINGIENSIS NO CONTROLE DE
Fiúza, Lídia Mariana*
INSETOS-PRAGA DA CULTURA DO ARROZ.
*UNISINOS, PPG em Biologia, Microbiologia, São Leopoldo, 93001-970, RS e IRGA, Estação
Experimental do Arroz, Cachoeirinha, 94930-030, RS. E-mail: fiuza@unisinos.br
Análises toxicológicas das proteínas Cry1Aa, Cry1Ab e Cry1Ac, sintetizadas respectivamente
por B. thuringiensis dendrolimus HD37, B. thuringiensis thuringiensis 407 (pH 408) e B.
thuringiensis kurstaki HD73, foram efetuadas contra: lagartas de Chilo supressalis e
Spodoptera frugiperda; larvas de Oryzophagus oryzae; adultos de Oebalus poecilus e Tibraca
limbativentris. Nos ensaios com os lepidópteros, as avaliações in vitro foram realizadas através
da detecção de receptores membranares e histopatologia. Para os coleópteros e hemípteros, as
avaliadas in vivo foram efetuadas em bioensaios. Os resultados das análises in vitro de C.
suppressalis revelam a presença de receptores no intestino médio das lagartas às proteínas
Cry1Aa, Cry1Ab e Cry1Ac, sendo que os bioensaios confirmam a toxicidade in vivo dessas
delta-endotoxinas, com CL 50 de 1,69μg/cm 2 , 8,60μg/cm 2 , 2,24μg/cm 2 , respectivamente. Os
dados da análise histopatológica do intestino médio de S. frugiperda revelam que a proteína
Cry1Ab foi mais ativa contra a espécie-alvo, iniciando a desestruturação das microvilosidade
em 9 horas após a aplicação dos tratamentos (HAT) quando comparada a Cry1Ac que causa o
mesmo efeito in vitro em 12 HAT. Os ensaios de toxicidade das proteínas Cry1Ab e Cry1Ac à
lagarta-militar revelam CL 50 de 9,29 e 1,79g/cm 2 , respectivamente. As cepa Bt dendrolimus
HD37 e Bt kurstaki HD73, que sintetizam as proteínas Cry1Aa e Cry1Ac, foram patogênicas às
larvas de O. oryzae, sendo a mortalidade corrigida de 83% e 55%, respectivamente. Para os
percevejos, os dados revelam que Cry1Ab foi patogênica a ambas as espécies (T. limbativentris
e O. poecilus), com maior mortalidade corrigida (29%) no 7º DAT ao O. poecilus. Porém,
Cry1Ac foi patogênica somente a O. poecilus com 21% de mortalidade corrigida. Esses
resultados inferem o potencial dos genes que codificam essas proteínas Cry na engenharia
genética de Oryza sativa para a obtenção de plantas resistentes aos insetos-praga.
Palavras-chave: Toxinas, Lepidoptera, Coleoptera, Hemiptera, Orizicultura.
Apoio: CNPq, CAPES, IRGA e UNISINOS.

VIGILÂNCIA E CONTROLE DE SIMULÍDEOS NO RIO GRANDE DO SUL
Mardini, Lucia BLF
Centro Estadual de Vigilância em Saúde, SES/ RS
No Rio Grande do Sul, insetos da família Simuliidae (DIPTERA – NEMATOCERA) causam
agravos à saúde decorrente de suas picadas, em especial na área rural, motivo pelo qual são
alvo de controle com coordenação da Secretaria Estadual da Saúde. Na década de 1980 o
estado introduziu de forma pioneira no Brasil o controle biológico utilizando larvicidas a base
de Bacillus thuringiensis var. isralensis, implantando metodologia própria para medição de
vazão dos cursos de água, além de incentivar o manejo ambiental, o controle mecânico e
educação ambiental. Embora o controle biológico tenha se mostrado eficiente desde sua
implantação, a expansão geográfica do ataque deste inseto e o número crescente de municípios
necessitando realizar controle indicaram a necessidade de repensar as ações do Programa. A
construção da Vigilância Ambiental em Saúde (VAS), política do Sistema único de Saúde que
trabalha com vigilância e monitoramento dos fatores ambientais que possam ser determinantes
de agravos ou doenças às populações humanas, favoreceu o processo de reorganização. Nesta
linha de ação, o Programa Estadual em parceria com as Regionais de Saúde passou a
sensibilizar os municípios para a realização de avaliação epidemiológica do ataque e
monitoramento das condições ambientais envolvidas no desenvolvimento de criadouros de
simulídeos. Os primeiros resultados desta ação foi à inclusão em 2008 do Programa no elenco
de ações Prioritárias da Vigilância em Saúde no Estado, por meio da Pactuação na CIB
(Comissão Intergestora Bipartite composta pela SES/RS e o conjunto de SMS do estado) com
base nos dados epidemiológicos levantados pelos municípios. A partir de 2009 os municípios
que realizam controle de simulídeos passam a pactuar ações de vigilância nos programas
municipais de controle e a elaborar projeto que norteia o controle em seu território.
1. vigilância entomológica, Vigilância Ambiental, simulídeos, controle.

COLEOPTERA: PRINCIPAIS GRUPOS PREDADORES, COM ÊNFASE EM
COCCINELLIDAE, E PERSPECTIVAS NO CONTROLE BIOLÓGICO
Almeida, L.M., Corrêa, G.H., Leivas, F.W.T., Mise, K.M. & Moura, D. P.
Departamento de Zoologia. Universidade Federal do Paraná. Caixa Postal 19020. 81531-990.
Curitiba. Paraná. E-mail: lalmeida@bio.ufpr.br
Os Coleoptera predadores podem se alimentar de diferentes presas e em conjunto com
parasitas, parasitóides e patógenos constituem um importante instrumento no controle
biológico, atuando como fator de equilíbrio nos agro-ecossistemas. As principais espécies com
hábito predador, tanto no estágio larval como no adulto, pertencem a Coccinellidae,
Staphylinidae, Histeridae e Carabidae. Coccinellidae tem mais de 6.000 espécies descritas,
sendo a maior em número com potencial no controle biológico de pragas agrícolas, como
espécies fitófagas de Hemiptera. Dentre os Staphylinidae algumas espécies são predadoras,
sendo encontradas em excrementos, carcaças e lixo, locais de cópula e oviposição de Diptera
de importância médica. Histeridae são predadores principalmente de ovos e larvas,
particularmente de Diptera, Cyclorrapha. Carabidae possui espécies predadoras polífagas,
alimentando-se principalmente de outros artrópodos. No Brasil, e de maneira geral, pouco se
conhece da capacidade no controle biológico das espécies, mas, para que este trabalho seja
efetivo, é fundamental que se conheça o nome científico do organismo. Sem esse
procedimento, o conhecimento produzido não poderá ser divulgado nem se conseguirá
localizar a bibliografia que fundamente e sirva de subsídios para a discussão. A informação
precisa dessas espécies garante a distinção entre um predador eficiente, seu local de origem e
qual a melhor forma de manejo e de outro que não apresenta essa potencialidade. Também
muito pouco se conhece da história de vida dessas espécies, além disso, sabemos que o Brasil e
a região Neotropical têm uma fauna muito mais rica que toda a fauna Neártica e Paleártica.
Portanto, tendo em vista que foi descrita apenas uma pequena fração do que existe atualmente
temos ainda um longo caminho para a realização desta tarefa.
Palavras chave: Staphylinidae, Histeridae, Carabidae, taxonomia, biologia.

RESUMO - PALESTRA
CREDENCIAMENTO DE EMPRESAS PÚBLICAS E PRIVADAS PARA EMISSÃO DE LAUDOS OFICIAIS
Luciana Gusmão
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO.
SUPERINTENDENCIA FEDERAL NO RIO GRANDE DO SUL
SERVIÇO DE FISCALIZAÇÃO AGROPECUÁRIA - SEFAG
DE EFICIÊNCIA E PRATICABILIDADE AGRONÔMICA PARA FINS DE REGISTRO
Para desenvolver pesquisas e ensaios experimentais com agrotóxicos e afins, visando a elaboração e emissão de
laudos técnicos de eficiência e praticabilidade agronômica para fins de registro, o Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento estabeleceu procedimentos e regulamentou o credenciamento de estações experimentais de ensino, de
pesquisa e de assistência técnica.
A partir da publicação da Instrução Normativa nº 18, de 22 de maio de 2007, todas as estações experimentais e
instituições de pesquisa, públicas ou privadas, devem estar credenciadas, sendo que no caso de das instituições públicas
esse prazo está estendido até setembro de 2009.
Essa regulamentação surgiu da necessidade de assegurar que os agrotóxicos e afins ofertados no mercado
interno e externo, sejam efetivos no controle de pragas de plantas cultivadas, que atendam aos requisitos legais
para a proteção do meio ambiente e da saúde humana.
Com o objetivo de coibir falsificações ou adulterações de resultados experimentais ou de laudos técnicos
que caracterizem fraude ou afetem a credibilidade dos resultados dos ensaios experimentais, o MAPA tem
intensificado a fiscalização dessas empresas e adotará sistematicamente atividades de auditoria nas mesmas.
Salvaguardar a produção e a produtividade agropecuária pela garantia de níveis adequados de
conformidade e qualidade dos agrotóxicos colocados à disposição dos produtores é um dos objetivos da gestão
estratégica do MAPA.

MESA REDONDA: REGRAS GOVERNAMENTAIS PARA O DESENVOLVIMENTO
DE PRODUTOS PARA CONTROLE BIOLÓGICO NA AGRICULTURA
Coordenador: Luciana Gusmão –SFA-RS/MAPA
Os produtos que compreendem os semioquímicos, inimigos naturais e agentes
microbiológicos utilizados para o controle de pragas agrícolas no Brasil estão regulamentados
pela Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989; pelo Decreto nº 4.074, de 4 de janeiro de 2002 e
normas complementares que vem sendo revisadas e atualizadas nos últimos anos.
Essa regulamentação surgiu da necessidade de garantir padrões mínimos de qualidade
de produção e comercialização desses produtos sempre levando em conta a segurança da
população e preservação do meio ambiente.
Nos últimos anos o governo, com o suporte da comunidade científica, vem buscando
criar mecanismos de registro mais simplificados de produtos considerados de baixa toxicidade e
periculosidade sem infringir os preceitos da legislação de agrotóxicos em vigor.
Com objetivo de disponibilizar para pesquisadores, produtores, usuários, estudantes e o
público em geral informações acerca dos requisitos necessários para obter o registro de uso de
produtos para controle biológico na agricultura, procurou-se reunir representantes do MAPA -
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; ANVISA – Agência Nacional de
Vigilância Sanitária e IBAMA – Instituto Brasileiro do meio Ambiente e dos Recursos Naturais
Renováveis que no momento trabalham com registro e fiscalização desses produtos para
discutir e aprimorar o referido tema.

Coleções como fontes para estudos taxonômicos e de biodiversidade.
Luciane Marinoni – Universidade Federal do Paraná –UFPR; lmarinoni@ufpr.br
As informações geradas a partir de trabalhos de campo, inventariamentos criteriosos e
sistemáticos, em que são estudados diversos grupos biológicos, têm como ponto central o
conhecimento das espécies e de suas relações, auxiliando na elucidação de processos naturais.
É fundamental para a compreensão destes processos que as espécies sejam conhecidas tanto
nos seus aspectos morfológicos quanto comportamentais e ecológicos. Para a ordenação destas
relações e para que se produzam conhecimentos que levem à síntese de um fenômeno geral é
que se reúnem as informações básicas em coleções biológicas (Marinoni et al. 2005;
http://www.cria.org.br/cgee/documentos/ColecoesEntomologicas.doc).
As coleções biológicas brasileiras vêm desempenhando um papel decisivo em pesquisa e
formação de recursos humanos desde o início da década de 60. Programas de pós-graduação,
hoje consolidados na área de taxonomia e sistemática, construíram coleções biológicas que
estão entre as melhores do mundo. Porém, nunca houve no Brasil uma conscientização tão
clara e forte do governo e de áreas não relacionadas à taxonomia quanto a atual sobre a
importância do incremento e da manutenção das mesmas. Vários fatores têm sido responsáveis
por isso. A crise da biodiversidade, o apelo mundial pelo seu conhecimento e a inserção do
Brasil nas políticas internacionais de meio-ambiente são sem dúvida os principais.
Com tal avanço e com o reconhecimento da importância das coleções biológicas para o
estudo e manutenção de nossa biodiversidade, hoje temos no Brasil um planejamento inédito
direcionado a investimentos em taxonomia e coleções. Porém, seu futuro está intimamente
ligado ao reconhecimento desta área e na capacidade dos taxonomistas em convencerem a
sociedade e os governantes de sua importância.
Palavras-chave: coleções biológicas, taxonomia.

NEMATÓIDES ENTOMOPATOGÊNICOS E PERSPECTIVAS DE USO NO BRASIL
LEITE, Luís Garrigós; TAVARES, Fernando Martins; CANESIN, Angela; SCHMIDT, Fabio
Silber; DELL'ACQUA, Raphaela
INSTITUTO BIOLÓGICO, CP 70, Campinas, SP, CEP 13001-970, E-mail:
lgleite@biologico.sp.gov.br
No Brasil, nematóides entomopatogênicos (NEPs) foram inicialmente avaliados como
bioinseticidas no ano de 1986, em um teste de campo com a espécie Steinernema carpocapsae
para o controle de Migdolus fryanus em lavoura de cana-de-açúcar. Esse estudo foi realizado
após ter sido constatado, em 1985, a ocorrência natural do nematóide S. glaseri atacando ovo
desse mesmo inseto. A partir de 1986 até o ano 2000, diversas outras pesquisas foram
realizadas com nematóides entomopatogênicos, estando focadas principalmente em testes de
ação patogênica em laboratório, sendo poucos os estudos sobre produção, formulação e
eficiência em campo. Em diversos outros paises, nesse mesmo período, pesquisas com NEPs
ressaltaram estudos de produção e formulação, o que permitiu o estabelecimento de várias
empresas voltadas para a produção comercial desses agentes. No Brasil, um maior interesse e
maior avanço nos estudos com NEPs começaram a ocorrer a partir do ano 2000 devido ao
aumento de problemas relacionados com pragas de solo no país e aos avanços alcançados em
outros países quanto as técnicas de produção e formulação. Diversas equipes de pesquisa
foram formadas priorizando inicialmente levantamentos da ocorrência natural e formação de
bancos de nematóides que possam dar suporte para o desenvolvimento de programas de
controle biológico com esses agentes. Atualmente, estudos mais aplicados vêm sendo
desenvolvidos por várias Universidades e Instituições de Pesquisa, sendo que o Instituto
Biológico vem priorizando aqueles voltados para a produção “in vitro” e testes de campo, com
o objetivo principal de desenvolver produtos a base de nematóides, além de detectar nichos de
mercado que possa viabilizar a produção comercial.
Apoio financeiro: FAPESP.

HAJEK, Ann E.
ECOLOGY OF FUNGAL PATHOGENS INFECTING ARTHROPODS
Department of Entomology, Cornell University, Ithaca, NY 14853-2601, USA. Email:
aeh4@cornell.edu
Pathogenic fungi can have important impacts on arthropod populations, both due to naturally
occurring epizootics and when applied for pest control. Understanding the ecology of these
pathogens is critically important for their use in control. Studies of disease ecology include both
the biotic and abiotic interactions with pathogens that impact disease prevalence. I will present
an overview of the epizootiology of fungal diseases, highlighting advances in research and
methodology toward studying the ecology of these diseases. Initial studies are generally
conducted in the laboratory where conditions can be controlled but subsequently, studies in
nature are necessary. Quantifying prevalence of fungal disease in host populations must be
system specific, both in relation to the fungus and the host. Broader host specificity of a
pathogen can lead to increases in pathogen populations, independent of the population of the
primary host. Both the total host and the pathogen populations must be quantified. In
particular, quantifying the pathogen in the environment can include detecting and counting
sporulating cadavers, airborne spores, spores on leaves and spores in the soil, as well as
quantifying infected hosts. Recent developments toward use of molecular techniques are
especially important to detect and confirm the fungal species detected in the environment.
Abiotic impacts important to fungi include moisture levels, temperature and sunlight. We have
much to learn about biotic interactions and their impact on entomopathogenic fungi. Studies
have shown that plant species can impact entomopathogenic fungi, both as a substrate for spore
deposition and as food for phytophagous arthropods. Studies have also investigated
co-infections between different pathogens or between parasitoids and fungal pathogens. Finally,
models can be useful for investigating overall patterns of disease prevalence, allowing
investigations of metapopulation dynamics and disease spread and identification of the
conditions associated with development of epizootics.
Palavras-chave: Disease ecology, epizootiology, entomopathogenic fungi
Apoio financeiro: ????

Manutenção de nematóides entopatogênicos por isolinhas e por criopreservação
Marcio Voss
Embrapa Trigo, Laboratório de Patologia de Insetos, Passo Fundo, RS, 99001-970.
marciov@cnpt.embrapa.br
Assim como diversos agentes de controle biológico, os nematóides entomopatogênicos
mantidos em laboratórios têm apresentado frequentes casos de perda de utilidade por
mudanças em características originais, como capacidade reprodutiva e virulência. Para
minimizar esses problemas, são alternativas o uso de criopreservação e de endogamia. A
endogamia aumenta a proteção contra alterações genéticas ao induzir alto grau de homozigose,
mas leva à necessidade de nova seleção das isolinhas obtidas. In vivo pode-se obter isolinhas
infectando diversos insetos com nematóide entomopatogênico, recolhendo um juvenil infectivo
(JI) de Heterorhabditis sp.ou um casal de Steinernema sp. de cada cadáver de inseto e
reinfectando outro inseto, por pelo menos dez passagens. In vitro, sete passagens são
suficientes para garantir cerca de 95% de homozigose. A criopreservação permite longa
duração de estoque matriz de JI. Consiste, básicamente, em incubação com crioprotetor,
retirada do excesso deste e resfriamento em nitrogênio líquido. O método de Popiel & Vasques
(1991), modificado por Curran et al. (1992), indica que a concentração final de glicerol na
mistura com JI atinja 17% e que a incubação dure 24 a 72 horas, a 23 ºC. Após remoção do
excesso de glicerol com a passagem de metanol 70%, através de papel filtro, resfria-se
previamente os JI a 0 ºC, em metanol 70% e se estoca em nitrogênio líquido. Para a
recuperação dos JI, o descongelamento, em solução salina, tem que ser imediato. Variações no
tempo de incubação e na concentração de glicerol podem ser necessárias para melhorar a
sobrevivência de determinados isolados de nematóides entomopatogênicos, como os de origem
tropical, sugerindo-se testes prévios com menores concentrações de glicerol e maior período
sob incubação.
Palavras-chave: Criopreservação, Heterorhabditis, Steinernema, isolinhas.

IDENTIFICAÇÃO DE NOVOS VÍRUS COM POTENCIAL PARA CONTROLE
BIOLÓGICO DE INSETOS-PRAGA NO BRASIL
CASTRO, Maria Elita Batista; RIBEIRO, Zilda Maria de Araújo; SHILER, William; SOUZA,
Marlinda Lobo
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia – Núcleo Temático de Controle Biológico,
70770-900, Brasília-DF. E-mail:elita@cenargen.embrapa.br
Vírus de várias famílias são conhecidos infectar insetos, porém quase exclusivamente aqueles
pertencentes à família Baculoviridae (gêneros: Nucleopolyhedrovirus - NPV e Granulovirus –
GV), têm sido usados como inseticidas no controle de pragas agrícolas e florestais. Além de
sua importância como bioinseticidas, os baculovirus também vêm sendo usados ativamente
como ferramentas biotecnológicas, proporcionando avanços significativos na pesquisa básica e
na produção de proteínas de importância na agricultura, medicina e indústria. A coleta,
identificação e caracterização de vírus são atividades essenciais que auxiliam na investigação de
novos potenciais inseticidas e na obtenção de maior conhecimento sobre sua evolução e
filogenia. Três vírus de ocorrência natural causando morte de seus hospedeiros foram
recentemente identificados e introduzidos na Coleção de Vírus Entomopatogênicos da
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia: (1) vírus Pseudaletia sp multiple NPV, isolado
de lagartas Pseudaletia sp (Lepidoptera:Noctuidae), uma praga muito comum em plantações
de trigo capaz de causar grandes prejuízos na cultura; (2) vírus Pseudoplusia includens single
NPV, isolado de lagartas Pseudoplusia includens (Walker, 1857) (Lepidoptera:Noctuidae),
conhecida como lagarta falsa-medideira ou lagarta-mede-palmo. Esta praga vem assumindo
uma maior importância nos estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná,
principalmente pelo aumento da população da praga e dos sérios danos que vem causando à
cultura da soja; (3) vírus Condylorrhiza vestigialis multiple NPV, recentemente descrito,
isolado de lagartas Condylorrhiza vestigialis (Lepidoptera:Crambidae), principal praga de uma
espécie florestal da família Salicaceae, gênero Populus, conhecida popularmente por Álamo ou
Choupo. Amostras desses vírus foram identificadas e analisadas quanto as suas características
morfológicas, bioquímicas e moleculares, utilizando-se principalmente técnicas de microscopia
ótica e eletrônica, análise eletroforética de proteínas virais (PAGE-SDS) e análise de DNA por
clivagem com enzimas de restrição. Testes preliminares de virulência mostram que estes vírus
possuem grande potencial para o controle de seus hospedeiros naturais.
Palavras-chave: Baculovirus, Identificação, Pseudaletia sp MNPV, Pseudoplusia includens

SNPV, Condylorrhiza vestigialis MNPV.

AVANÇOS NO DIAGNÓSTICO DE RESISTÊNCIA DE CULICÍDEOS AOS
BIOLARVICIDAS MICROBIANOS
Silva-Filha, M.H.N.L. 1 ; Chalegre K.D.M. 1 ; Amorim, L.B. 1 ; Romão T.P.A 1 ; C.M.F. Oliveira 1 ; de
Melo-Neto O.P. 2 ; Regis, L. 1
1 Departamentos de Entomologia e 2 Microbiologia, Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães-FIOCRUZ,
Recife-PE 50620-420. mhneves@cpqam.fiocruz.br
Os entomopatogénos Bacillus sphaericus (Bsp) e B. thuringiensis svar. israelensis (Bti) produzem
cristais contendo proteínas com ação larvicida para dípteros, sendo estas as moléculas inseticidas mais
seletivas, até hoje caracterizadas. O Bsp produz a protoxina binária (Bin) e o cristal do Bti possui as
protoxinas Cry4Aa, Cry4Ba, Cry11Aa e Cyt1Aa. Estas agem por ingestão, são processadas para a
forma de toxina e interagem com receptores específicos do epitélio intestinal, desencadeando sua ação
letal. O uso do Bsp em larga escala mostrou que pode haver seleção de resistência de populações de
Culex e a ausência do receptor da toxina Bin, a -glicosidase Cqm1, no epitélio intestinal das larvas é a
sua principal causa. Foram caracterizadas mutações do gene cqm1 associadas à resistência e estes
achados permitem o desenvolvimento de métodos de PCR para o diagnóstico de tais alelos. Outros
métodos úteis para o diagnóstico da resistência são ensaios de -glicosidases in gel que revelam a
expressão do receptor Cqm1, além de bioensaios de dose-diagnóstica a partir de larvas individuais. No
caso do Bti, não há registro de seleção de resistência, mesmo após o seu longo período de utilização em
campo. A ação complexa do Bti e a sinergia entre suas toxinas desfavorecem a seleção de resistência
ligada à alteração do receptor. A toxina Cyt1Aa tem um importante papel nesta sinergia, pois, ela pode
funcionar como receptor para as toxinas Cry, além dos receptores já existentes no epitélio do inseto.
Apesar desta vantagem, as populações expostas ao Bti devem ser avaliadas visto que, potencialmente,
outros mecanismos de resistência podem ser selecionados. O manejo da resistência depende do
monitoramento das populações, através de bioensaios e métodos moleculares, e a adoção de métodos
integrados de controle é fundamental para desfavorecer a seleção de resistência causada pelo uso
indiscriminado de larvicidas.
Apoio: FACEPE APQ 0060-2 02/07, PAPES V 403488/2008-7.
Palavras chave: Bti, B. sphaericus, Culex, Aedes, PCR, Cqm1.
Área temática: Bactérias Entomopatógenas

EXPLORAÇÃO DE CAIROMÔNIOS NO CONTROLE BIOLÓGICO.
Miguel Borges, Raúl A Laumann, Débora Pires Paula, Maria Carolina Blassioli Moraes.
Laboratório de Ecologia, Semioquímicos e Biossegurança, Núcleo de Controle Biológico,
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. PqEb Avda W5 Norte (Final), Brasília, DF.
CEP 70770-900.
e-mail: laumann@cenargen.embrapa.br, mcbmorae@cenargen.embrapa.br,
mborges@cenargen.embrapa.br.
O comportamento de busca de hospedeiros por parasitóides inclue vários passos sequenciais
como localização do habitat, localização do hospedeiro e seleção e adequabilidade do
hospedeiro que podem ser intermediados por sinais químicos voláteis (semioquímicos) e/ou
sinais físicos da planta e do hospedeiro. Nos últimos 20 anos o número de trabalhos sobre o
comportamento de parasitóides vem aumentando em número e complexidade visando entender
como estes insetos processam a informação recebida no contexto multitrófico em que eles se
encontram na natureza. Nesta revisão serão discutidos os principais trabalhos conduzidos com
parasitóides de ovos de percevejos envolvendo semioquímicos e comunicação vibracional e a
potencialidade do uso destes sinais no manejo destes insetos. Entre os sinais químicos que os
Scelionidae são capazes de distinguir encontram-se o feromônio sexual e os compostos
defensivos dos percevejos em ambos os casos esses compostos químicos agem como
cairomônio para os parasitóides. Assim, por exemplo, os parasitóides Telenomus podisi e
Trissolcus basalis mostram resposta diferencial e seletiva para componentes da glândula
defensiva de percevejos. A resposta destes parasitóides a estes compostos está diretamente
relacionada com a sua preferência de hospedeiros. Os sinais químicos deixados pelos rastros de
percevejos, e possivelmente relacionados aos seus hidrocarbonetos cuticulares e glândulas
epidermais, também estimulam o comportamento de busca de T. podisi.
Além dos sinais dos hospedeiros os Scelionidae também são capazes de reconhecer sinais da
plantas onde os hospedeiros se encontram. Na interação planta-herbívoro-parasitóide os
principais estudos estão concentrados em entender o mecanismos de busca do parasitóide por
plantas danificadas por herbivoria. Plantas danificadas por diferentes guildas (mastigadores,
sugadores) de herbívoros são mais atrativas aos respectivos parasitóides do que plantas não
atacadas. Essa atração se deve a produção em diferentes proporções de voláteis pela planta
quando comparado à planta não danificada, A determinação da atividade comportamental dos
diferentes voláteis sobre o comportamento dos parasitóides não é tão simples. Estudos sugerem
que toda a mistura é usada pelo parasitóide, e que as diferenças que são percebidas não são
devidas a um único ou poucos compostos, mas às quantidades relativas entre eles. Alguns

fitohormônios são capazes de mimetizar o efeito de herbivoria e também induzem mudanças na
liberação de voláteis pelas plantas atraindo os parasitóides, como a aplicação de cis-jasmone
em trigo e soja, agindo sobre os parasitóides de pulgões e nos parasitóides de ovos T. podisi,
respectivamente. Estudos recentes indicam que além da comunicação química, sinais de
natureza física também poderiam ser usados por parasitóides para localizar o seu hospedeiro.
Fêmeas de T. podisi mostraram orientação direcional para sinais vibratórios emitidos pelo
percevejo E. heros, durante seu comportamento reprodutivo. Estudos posteriores indicam que
este parasitóide teria a capacidade de discriminar estes sinais segundo a espécie e o sexo do
organismo emisor com preferência por sinais de fêmeas do seu hospedeiro preferencial (E.
heros). A possibilidade de utilização destes sinais para o manejo de Scelionidae visando o
aumento da eficiência destes inimigos naturais tem sido avaliada em experimentos de campo
mostrando que alguns deles podem aumentar o recrutamento de indivíduos e os indíces de
parasitismo em áreas tratadas. O uso destes sinais como ferramenta aliada ao controle biológico
será discutido.
Palavras chave: scelionidae, semioquímicos, som vibracional, percevejos
Financiamento: EMBRAPA, CNPq, FAP/DF

Controle biológico de insetos e serviços do ecossistema: um estudo de caso com aranhas
em arroz.
Mendonça, Milton de Souza, Jr.* & Rodrigues, Everton Nei Lopes # .
*Departamento de Ecologia, Instituto de Biociências, UFRGS.
# PPG-Biologia Animal, Instituto de Biociências, UFRGS.
Para atividades humanas que dependem do funcionamento natural dos ambientes para seu
sucesso, como a agricultura, podemos dizer que os ecossistemas prestam serviços. Dois tipos
de serviços do ecossistema estão associados ao controle biológico, os de regulação (controle
biológico de conservação) e os culturais, que incluem descobertas científicas pelo estudo da
Natureza. Ambos conjugam-se nos estudos ecológicos das comunidades neotropicais
associadas a agroecossistemas. Nosso impedimento taxonômico é imenso mas o impedimento
ecológico é maior: as espécies descritas são desconhecidas ecologicamente e portanto em seu
potencial para controle biológico. As aranhas compõem um grupo rico em espécies e de
elevada biomassa. Apesar de apresentar variadas estratégias de captura de presas, são
usualmente generalistas na sua dieta. O controle biológico de conservação, no entanto, aposta
em ações que propiciem a ocorrência de uma fauna de inimigos naturais: várias espécies
predadoras. Levantamentos de aranhas associadas a áreas de cultivo de arroz e de seu entorno
no RS revelam uma fauna rica (pelo menos 37 spp.) e abundante nesta cultura, mas muito
suscetível ao uso de inseticidas. A seletividade do ambiente arroz é visível: a)
taxonomicamente, com espécies preferindo este ambiente aos outros, como Alpaida veniliae
(Araneidae); b) funcionalmente, com ocorrência de mais aranhas caçadoras corredoras e tecelãs
orbiculares. As aranhas colonizam as áreas plantadas gradativamente a partir da semeadura, um
distúrbio que dizima a fauna presente, se mostrando boas dispersoras, desde que haja
áreas-fonte próximas. Duas fontes potenciais foram avaliadas: campo alterado com vegetação
espontânea e bordas de mata. A composição de espécies mostra que as aranhas presentes no
campo parecem invadir o arroz, não as da borda de mata. Assim, para as aranhas serem
controladoras de pragas em arroz precisamos manejar o entorno, mantendo mosaicos com
ambientes campestres que funcionem como origem para a fauna predadora invadir os cultivos.
- Palavras-chave: biodiversidade; comunidade biológica; controle biológico de conservação;
manejo da paisagem.
- Apoio: CNPq, CAPES, FEPAGRO.

BIOATIVIDADE DA CERA DE LIMA-ÁCIDA SOBRE CUPIM-DE-MADEIRA-SECA
Neiva Monteiro de Barros
Nas áreas urbanas mundiais, estima-se que os gastos com tratamento, reparo e substituições de
peças atacadas por cupins alcancem, na atualidade, valores da ordem de U$ 5 a 10 bilhões
anuais. Além das espécies de cupins nativos do nosso país, outras espécies introduzidas
acabaram se tornando importantes pragas nas áreas urbanas, destacando-se a espécie
Cryptotermes brevis. Pesquisas têm sido desenvolvidas à procura de soluções menos agressivas
ao meio ambiente e os compostos derivados de plantas, há muito tempo, vêm sendo explorados
com sucesso como inseticidas e repelentes de insetos-praga. As perspectivas de aproveitamento
de resíduos agroindustriais aumentam à medida que, a partir deles, produtos de alto valor sejam
gerados, tais como as cascas de frutas cítricas, abundantemente produzidas na indústria de
sucos. Uma das aplicações em potencial desses resíduos pode ser a utilização como fonte de
carbono em bioprocessos para obtenção de produtos químicos, compostos de aromas e
metabólitos secundários biologicamente ativos. O Brasil se destaca como o segundo maior
produtor de frutos cítricos e o maior exportador de sucos cítricos, tendo a lima-ácida como um
de seus frutos de maior relevância comercial, sendo que o Estado do RS tem mostrado grande
potencial para o cultivo destes frutos. A lima ácida é um fruto de origem tropical, de
exploração econômica relativamente recente sendo o volume do material descartado pelas
indústrias na obtenção de suco em média 45% dos frutos. Este resíduo apresenta grande
potencial para ser usado como matéria-prima de excelente qualidade para a indústria.
Conhecendo o potencial de aproveitamento dos resíduos industriais de frutos cítricos e a falta
de trabalhos que caracterizem a sua composição química, o estudo destes resíduos como uma
alternativa à utilização de preservantes sintéticos na madeira é importante e de real interesse
econômico e ambiental.

GMO PLANTS: EXPERIENCES IN ASSESSING NON-TARGET IMPACTS, RISKS
AND BENEFITS OF INSECT-RESISTANTCE TRAITS IN THE
EUROPEAN UNION, KENYA, BRASIL and VIETNAM.
BIRCH, Andrew Nicholas Edmund.
SCRI, Programme : Plant Environment Interactions, Invergowrie, Dundee, Scotland, U.K.
DD2 5DA.
N.Birch@scri.ac.uk
I will give an overview of my research experiences over 15 years studying effects on insect
resistant (IR) GM crops on non-target organisms. These studies cover a range of scales
(laboratory, glasshouse, field, region) and crops (potato, maize, cotton), studied in the United
Kingdom (U.K.), European Union (France, Denmark, U.K.) and other countries including
Kenya, Brasil and Vietnam. My interest in how IR crops affect pests and their natural enemies
(biocontrol agents) began in a 1996 when we studied how potato expressing the snowdrop
lectin (GNA) gene affected aphids and an important ladybird predator, Adalia bipunctata. We
were one of the first research groups to demonstrate adverse effects of an IR GM plant on a
beneficial insect. Following on from this 3 year project we undertook a larger and broader
biosafety project launched by Global IOBC, together with international scientists from many
countries including Brasil. I led the Working Group which helped local scientists in Kenya,
Brasil and Vietnam to design key experiments for assessing the potential risks and benefits of
growing IR crops (Bt maize, Bt and VIP cotton) on non-target organisms including predators,
parasitoids, conservation and pollinators. From these Swiss Government funded workshops
and subsequent meetings we successfully published 3 GM biosafety books (CABI Press; series
title ‘Environmental risk assessment of Genetically Modified Organisms). These books are now
widely used around the world as a source of information and ideas on how to prioritise
environmental risk assessment of GM crops. In my most recent biosafety studies, funded by the
European Union, we assessed the environmental impacts of Bt maize on soil ecosystems. This
involved testing GM and conventional maize genotypes in the laboratory, glasshouse and field
sites in France and Denmark. This project was one of the first to investigate the predictability of
GM crop effects across scales of testing, to validate whether small scale tests were reliable end
points for predicting larger scale effects before commercial release. We also put the effects of
GM crops into ‘ecological context’ by comparing effects of Bt maize with effects due to

climate, soil type, tillage and pesticide applications. Much of my research has fed into
policy-related discussions within the U.K., E.U. and internationally (e.g. invited expert for the
EU in World Trade Organisation legal cases regarding EU’s GM crop release policy and testing
procedures). I will summarise different approaches I have experienced for GM risk assessment
and discuss options for the future.

Oliveiro Guerreiro Filho
Bacillus thuringiensis no controle de pragas da cultura do café
Instituto Agronômico de Campinas
De acordo com a primeira estimativa de produção nacional de café para a safra 2009, o Brasil
deverá colher entre 36,9 e 38,8 milhões de sacas de 60 quilos de café beneficiado em uma área
estimada em 2,35 milhões de hectares e formada por mais de 6,4 bilhões de covas. Os maiores
desafios relacionados à competitividade do café brasileiro se relacionam à agregação de valor
mediante aporte de qualidade ao produto e à eficiência na produção, conseqüência direta da
redução dos custos de produção, variáveis em função da região de cultivo. Estima-se em 12%
do custo total de produção a parcela média relativa à utilização de químicos no controle
agentes bióticos da cultura. Métodos alternativos e de menor impacto ambiental são pouco
comuns na cultura, entretanto muitos trabalhos relacionados à patogenicidade de Bacillus
thuringiensis vêm sendo desenvolvidos visando o controle das principais pragas, como
bicho-mineiro (Leucoptera coffeella) e broca-do-fruto (Hypothenemus hampei) e doenças,
como a ferrugem-alaranjada (Hemileia vastatrix) do cafeeiro. Genes de B. thuringiensis foram
também utilizados na transformação genética das espécies Coffea canephora e C. arabica com
a finalidade de lhes conferir resistência ao bicho-mineiro, a principal praga da cultura no Brasil.
Uma revisão sobre o tema é apresentada.
Palavras-chave: Coffea, controle biológico, cultivares geneticamente modificadas.

O SICONBIOL E A SOCIEDADE ENTOMOLÓGICA DO BRASIL: O QUE O
FUTURO NOS AGUARDA?
PANIZZI, Antônio Ricardo 1
1 Embrapa Soja, Caixa Postal 231, 86001-970 Londrina, PR. E-mail:
panizzi@cnpso.embrapa.br
O estudo dos inimigos naturais dos insetos (parasitóides, predadores e patógenos), chamado de
controle biológico, passou a ser considerado um componente importante da Entomologia em
países pioneiros a partir da década de 50. No Brasil, o controle biológico começou a ser
debatido com mais intensidade sómente nos anos 70. A partir daí, entretanto, o controle
biológico foi avançando rapidamente, o que culminou com a realização do I Simpósio de
Controle Biológico (I Siconbiol) no Rio de Janeiro em 1988. Esse simpósio, promovido
inicialmente pela Fiocruz, se repetiu ao longo dos anos e atualmente encontra-se na sua XI
edição, agora sob os auspícios da Sociedade Entomológica do Brasil (SEB). O Siconbiol, que
inclui profissionais ligados ao controle biológico de plantas invasoras e de fitopatógenos, e o
Congresso Brasileiro de Entomologia são os dois eventos mais importantes que congregam a
comunidade de entomologistas brasileiros. O controle biológico veio também a marcar
presença no meio acadêmico com a publicação dos textos Controle Microbiano de Insetos
(S.B. Alves, ed.) em 1986 e Controle Biológico no Brasil – Parasitóides e Predadores (J.R. P.
Parra et al., eds.) em 2002. Com o avanço da biologia moderna e o maior entendimento das
multifacetadas interações das cadeias tróficas, o papel dos inimigos naturais (controle
biológico) tende a se acentuar. Contribui para isso a crescente preocupação da sociedade com a
questão da sustentabilidade dos sistemas de produção e a qualidade dos alaimentos. O
Siconbiol, como evento máximo dos entomologistas envolvidos em controle biológico e a SEB,
como sua sociedade promotora, devem estar atentos às mudanças em curso e estarem
preparados para os desafios do futuro.
Palavras-chave: Controle biológico, SEB, Simpósio de Controle Biológico

CONTROLE BIOLÓGICO CONSERVATIVO DE ENTOMOPATÓGENOS E AÇÃO
DE AGROTÓXICOS SOBRE ESTES AGENTES.
NEVES, Pedro Manuel Janeiro 1
1 Bolsista Produtividade CNPq; UEL, Universidade Estadual de Londrina, PR. E-mail:
pmojneve@uel.br
As doenças causadas por vírus, fungos e bactérias são importantes agentes de controle natural
de populações de insetos. A conservação ou até mesmo o aumento da população destes
entomopatógenos dentro do agroecossistema é considerada a estratégia mais simples e
econômica de utilização destes microrganismos e pode ser realizada pela manipulação
ambiental (MA), com a utilização de práticas agrícolas que preservem e até reforcem a
atividade microbiana. Assim, existe a necessidade de inibir ou atenuar os agentes deletérios
destes microorganismos. A MA baseia-se em estudos ecológicos e epizootiológicos em que o
ponto crítico é a transferência do inóculo de um hospedeiro para o outro, ou seja, a
sobrevivência, mesmo em condições adversas do meio ambiente. Além disso, a MA deve
facilitar a ocorrência da doença através de práticas que aumentem o inóculo. Estes são os
principais focos da MA e são determinados por estudos de epizootiologia aplicada ao controle
microbiano. A manipulação do ambiente pode ser realizada com duas finalidades: aumento da
ocorrência natural de epizootias e aumento da eficiência dos patógenos aplicados. Práticas
culturais como diminuição do espaçamento, preparo do solo, sombreamento, arborização,
irrigação e consorciação podem aumentar a ocorrência de epizootias, principalmente pelo
aumento da umidade do ambiente ou do solo, pela diminuição da temperatura e da radiação
UV e pela criação de refúgios. Já para aumentar a eficiência dos patógenos aplicados, devem
ser tomadas medidas que preparem o ambiente agrícola para a aplicação, por meio de ações a
serem tomadas antes e após a aplicação e também durante as aplicações. Nesse caso, o objetivo
é colocar o patógeno, viável, no local onde está a praga. Nas ações antes e após a aplicação,
deve-se incluir o manejo fitossanitário, considerando a seletividade dos produtos aplicados no
controle das doenças, pragas e plantas daninhas. Essa seletividade poderá ser espacial e
temporal ou seletividade fisiológica. Nesses dois tipos de seletividade deve-se conhecer o efeito
dos produtos aplicados, independentemente de sua natureza (inseticidas, fungicidas ou
herbicidas, sintéticos ou naturais) sobre os entomopatógenos. Por último, o aumento da
eficiência do patógeno, durante a aplicação, pode ser conseguido através de práticas e
tecnologias como formulação, máquinas para aplicação, controle associado, entre outras.
Assim, no controle biológico conservativo são necessários estudos de seletividade dos produtos
fitossanitários, estudos de epizootiologia e de fitotecnia, que tenham como objetivo preservar e
incrementar a ocorrência dos agentes de controle.
Palavras chave: controle biológico; controle microbiano; conservação; seletividade.

CONTROLE BIOLÓGICO NA CULTURA DOS CITROS
Pedro Takao Yamamoto, Marcelo Pedreira de Miranda
Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus), Av. Dr. Adhemar Pereira de Barros, 201, CEP
14.807-040. Araraquara, SP. E-mail: ptyamamoto@fundecitrus.com.br
A cultura do citros, por ser perene, apresenta a desvantagem de permanecer por um longo
período em um mesmo local, sujeito ao ataque de pragas constantemente. Por outro lado,
existe a possibilidade de colonização e sempre disponibilidade de presa para os inimigos
naturais. São muitas as pragas, insetos e ácaros, que ocorrem em citros, assim como inimigos
naturais que as mantém em níveis baixos. Praticamente todas as pragas de citros apresentam
inimigos naturais, alguns fundamentais para a manutenção destas abaixo dos níveis de dano
econômico. Em termos de controle biológico clássico, o primeiro caso de sucesso mundial foi a
introdução em 1888, da cochonilha Rodolia cardinalis (Mulsant) e do parasitóide
Cryptochaetum iceryae (Wiliston) para controle da cochonilha Icerya purchasi Maskell, praga
séria dos pomares cítricos da Califórnia. Um dos exemplos clássicos para controle de pragas
dos citros no Brasil foi a introdução da vespa Ageniaspis citricola Logvinovskaya em 1998,
para controle do minador-das-folhas-dos-citros Phyllocnisitis citrella Stainton, praga que foi
constatada no Brasil em 1996. Esse é um exemplo de sucesso, após a introdução o parasitóide
foi criado massalmente e liberado em várias regiões citrícolas do Estado de São Paulo e do
Brasil, e hoje é responsável pela manutenção da praga em níveis baixos. Apesar dos citros ser
uma cultura que propicia programas de controle biológico, algumas peculiaridades, tais como:
1) ocorrência de vetores, psilídeo Diaphorina citri Kuwayama, cigarrinhas (12 espécies
vetoras) e ácaro da leprose Brevipalpus phoenicis (Geijskes) que exigem grande número de
aplicações de inseticidas e acaricidas para evitar a transmissão dos agentes causas; 2)
ocorrência de doenças fúngicas, que exigem controle rigoroso com fungicidas, que
conseqüentemente comprometem a sobrevivência de fungos entomopatogênicos, tornando
baixas as chances de sucesso do controle biológico nesta cultura.
Palavras-chave: Citrus sinensis, Controle biológico clássico, controle biológico natural, efeitos
colaterais, vetores.

Status dos isolados, proteínas e genes de Bacillus thuringiensis aplicados na agricultura -
Dr. Ricardo Polanczyk
Núcleo de Desenvolvimento em Manejo Fitossanitário de Pragas e Doenças (NUDEMAFI),
Centro de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Alegre,
29500-000, ES. ricardo@cca.ufes.br
Bioinseticidas à base de Bacillus thuringiensis (Bt) são responsáveis por 90% do mercado de
inseticidas microbianos. Após algumas tentativas comerciais iniciais, o Dipel (Bacillus
thuringiensis kurstaki), lançado na década de 1970, é um marco no controle biológico de
pragas agrícolas, sendo utilizado até hoje no controle de cerca de 170 lepidópteros-praga em
diversas culturas e países. A partir desta data, a busca por novas toxinas de Bt com atividade
inseticida foi intensificada e devido ao grande volume de novas informações foi proposta a
primeira classificação das toxinas Cry ( endotoxinas), baseando-se na especificidade inseticida
e na sequência de aminoácidos. Naquele primeiro momento, no ano de 1989, foram
identificadas 38 toxinas agrupadas em 14 classes. Em 2009, a última classificação, baseada
somente na sequência de aminoácidos, mostra a existência de 425 toxinas Cry distribuídas em
56 classes. O espectro de ação destas toxinas é muito amplo: mais de 1000 espécies de insetos
divididas em 10 ordens, além de ácaros e nematóides. Outro tipo de toxina produzida pelo Bt é
a Vip (vegetative insecticidal protein), descoberta há cerca de 10 anos. Esta toxina se destacou
por apresentar elevada ação inseticida contra algumas pragas, que na época, eram pouco
suscetíveis às toxinas Cry, como por exemplo, Spodoptera frugiperda. Atualmente, existem 65
toxinas Vip, divididas em três grupos. Apesar do número expressivo de toxinas Cry e Vip,
existe uma ampla gama destas com espectro de ação indefinido ou subestimado. O alto custo
de formulação, competição com os agrotóxicos convencionais, falta de apoio governamental e
desconhecimento / resistência por parte dos agricultores são os principais entraves para tornar
uma toxina promissora em um bioinseticida de sucesso comercial. Somente recentemente, uma
empresa brasileira iniciou a comercialização de um inseticida biológico à base de Bt. Cuba e
México, ao contrário, são exemplos de sucesso na utilização destes produtos no controle de
pragas agrícolas em várias culturas. Este uso bastante expressivo ocorre devido às vantagens
que estes bioinseticidas oferecem: não poluem o meio ambiente, são inofensivos para o
agricultor e consumidor, são seletivos em relação aos inimigos naturais, desfavorecem a
evolução da resistência em populações de insetos e ácaros.

HUMBER, Richard A.
WHAT'S THE DEAL WITH THE ENTOMOPHTHORALES
USDA-ARS Biological IPM Research Unit, RW Holley Center for Agriculture and Health,
Tower Road, Ithaca, NY 14753, USA. Email: richard.humber@ars.usda.gov
Extensive recent phylogenetic analyses of sequences from multiple genes for an extraordinarily
large and comprehensive sampling of all fungal groups have resulted in a new classification of
fungi. This new classification overturns many old and familiar concepts but also facilitates new
research on the biology and potential applications of these fungi. The chytrid fungi (with
posteriorly uniflagellate zoospores) are now divided among three phyla (Chytridiomycota,
Blastocladiomycota, and Neocallimastigomycota). The most basal groups among the
nonflagellate fungi now include the Microsporidia as well as the fungi formerly classified as
Zygomycota. The complete transformation of the new (but still only partially resolved)
classification for these zygomycete fungi raises some unusual phylogenetic questions
demanding many more detailed studies of these fungi. The new classification of these basal (or
ancestral) nonflagellate fungi is reviewed briefly in this presentation, with a major emphasis is
on the Entomophthorales, the order that contains the vast majority of zygomycete
entomopathogens and that (still!) raise some very perplexing questions and controversies. The
Entomophthorales, which may or may not be a monophyletic assemblage, certainly includes
some of the most ancestral of all nonflagellate fungi. Quite apart from their amazingly diverse
biological capacities, entomophthoralean fungi occupy a fundamentally important evolutionary
position at the interface where some chytrid (or, most realistically, some blastocladian)
watermold lost its flagellum and gave rise to the remainder of the zygomycetes, to the
arbuscular mycorrhizal fungi, and the ‘higher’ fungi in the phyla Ascomycota and
Basidiomycota.
Palavras-chave: Entomophthorales, Basidiobolus, taxonomy, entomopathogenic fungi

FATORES ABIÓTICOS E PROTEINAS VIRAIS SUPRESSORAS DA RNA
INTERFERÊNCIA
Dr. Rogério Margis
Centro de Biotecnologia – UFRGS
O silenciamento gênico postranscricional (PTGS) atualmente mais conhecido como RNA
interferência (RNAi) é um processo metabólico muito antigo, quanto sua origem, fazendo parte
das estratégias utilizadas pelos organismos eucariotos para a regulação da expressão gênica,
mas também utilizado como um mecanismo de defesa contra infecções virais, que em plantas
correspondem principalmente a vírus com genomas compostos por moléculas de RNA. Neste
contexto, constata-se a existência de um processo co-evolutivo entre o silenciamento gênico
naturalmente utilizado pelas plantas para fazer em face à infecção viral e à presença de
domínios ou proteínas com capacidade de interferir na degradação das moléculas de RNA e
conseqüentemente na RNA interferência. Vários grupos virais apresentam proteínas com
capacidade de interferir em diferentes etapas da RNAi, dentre estas proteínas podem ser
citadas: HCPro, P21, P19 e AL2 dentre outras. Apesar disto, o uso da RNAi tem se mostrado
eficaz para a produção de plantas transgênicas resistentes a infecções virais. Cuidados especiais
devem ser tomados para culturas que sejam infectadas por uma ampla gama de vírus, pois
sendo a RNAi um processo sequência específico, outros vírus podem vir a tornar uma planta
originalmente resistente à infecção, suscetível, desde que este outro vírus pré-infecte a planta.
Fatores bióticos, como a temperatura, também tem sido apontados como capazes de afetar a
eficiência da RNAi. Todos estes aspectos devem ser levados em consideração e testados em
campos experimentais para poder evidenciar a real eficiência de plantas RNAi na resistência à
infecções virais e mesmo a outras pragas e patógenos.
Palavras-chave: HCPro, P19, RNAi, Dicer, Argonauta
Apoio: CNPq

2
Processo infeccioso do Nucleopolyedrovirus: um estudo em Bombyx mori
Profª Drª Rose Meire Costa Brancalhão - Unioeste, CCBS, Laboratório de Biologia Celular. Rua Universitária, 2069.
Cascavel/Paraná. CEP 85.814-110. E-mail: rosecb@gmail.com
Bombyx mori é um inseto holometábola de suma importância para a agroindústria brasileira, o País se utiliza
economicamente do produto de secreção de suas glândulas-da-seda, o fio de seda. A cadeia produtiva da seda apresenta
um faturamento bruto anual da ordem de US$ 129 milhões, a maior parte na forma de divisas auferidas com exportações,
uma vez que 97% da produção de fios de seda é destinado a este mercado. O Paraná é o principal estado produtor,
explorando uma área de 34 mil hectares de amoreira, que abrange 214 municípios e 6.749 criadores; permitindo a
geração de mais de 35.000 empregos diretos na zona rural. A atividade engloba o cultivo da amoreira, a produção e o
preparo dos ovos, e a criação das lagartas de B. mori. Adicionalmente, o pó de fio de seda é hoje em dia empregado em
produtos cosméticos, alimentícios e similares. A criação de B. mori tem se desenvolvido sobretudo nas pequenas
propriedades rurais, onde predomina o trabalho familiar, representando uma alternativa importante para a melhoria da
renda destas propriedades e contribuindo de forma significativa para a diminuição do êxodo rural. Somando-se a estas
características, a atividade contribui para o desenvolvimento sustentável do país, em virtude de seu relevante aspecto
social e por apresentar baixo impacto ao meio ambiente, uma vez que não se pode utilizar agrotóxicos na propriedade.
Na produção do bicho-da-seda é de extrema importância a obtenção de híbridos resistentes a doenças causadas por
fungos, vírus, bactérias e protozoários, que podem acarretar a perda total da produção. B. mori é susceptível ao vírus da
poliedrose nuclear, gênero Nucleopolyhedrovirus, subgrupo múltiplo, família Baculoviridae, isolado no estado do
Paraná. Este vírus, BmMNPV, é poliorganotrófico e estudos in vivo de diferentes tecidos alvo, em conjunto com dados
da literatura, permitiram traçar o caminho infeccioso percorrido pelo vírus no corpo das lagartas de B. mori. Após a
penetração pela via oral, os poliedros do BmMNPV são dissolvidos no lúmen intestinal pela ação de enzimas e do pH
alcalino. Com a dissolução do poliedro há liberação dos vírions, que atravessam a matriz peritrófica e penetram nas
células colunares do epitélio do intestino médio. Os vírions atravessam o citoplasma e se dirigem diretamente para a
região basal da célula, de onde brotam, sendo liberados na hemolinfa e/ou traquéia. Os vírions são então distribuídos para
diversos tecidos ou células alvo, onde se multiplicam, como: gordura, tegumento, traquéia e glândula-da-seda. Após a
infecção de células alvo, vírions retornam ao epitélio intestinal e se multiplicam no núcleo das células colunares. Estas
células, quando infectadas, diferentemente do que ocorre em outros tecidos susceptíveis, são liberadas para o lúmen
intestinal. Este mecanismo pode possibilitar a regeneração do epitélio intestinal, e se relaciona a resistência do inseto
frente à infecção viral. Contudo, devido ao grande número de células infectadas e ao comprometimento de funções
metabólicas vitais, a morte do animal é inevitável. A citopatologia da infecção causada pelo BmMNPV não difere de
outros NPV: inicialmente o núcleo hipertrofia, com a formação do estroma virogênico, onde os vírions são produzidos;
segue-se a oclusão dos vírions em um cristal protéico, o poliedro; no final do ciclo infeccioso, tanto os vírions não
ocluídos quanto os poliedros são liberados para a hemolinfa devido à lise celular.
PALAVRAS-CHAVE: Bombyx mori, Nucleopolyhedrovirus, intestino, glândula-da-seda, traquéia, citopatologia,
histopatologia.

A RIZOSFERA COMO FONTE DE ORGANISMOS PARA CONTROLE BIOLÓGICO
Rute Terezinha da Silva Ribeiro – Universidade de Caxias do Sul. rtsribei@ucs.br
A rizosfera é a camada do solo influenciada pelo metabolismo da raiz e, em comparação com o
solo livre de raiz, é um nicho rico em nutrientes para os microrganismos, como resultado da
exudação de compostos. As atividades antagonísticas de numerosas populações microbianas na
rizosfera, como os fungos, têm um importante papel, pois medeiam muitos processos
ecológicos e são responsáveis pelo crescimento e saúde da planta. Embora, nos últimos anos,
as ferramentas moleculares tenham sido usadas para melhor conhecer as comunidades fúngicas
associadas a rizosfera de diversas culturas, pouco é conhecido sobre a função e possível papel
destas comunidades associadas às raízes das plantas, especialmente o seu potencial antagonista.
No Rio Grande do Sul, a condição fitossanitária dos vinhedos é preocupante, pois as doenças
do lenho e das raízes são responsáveis por grandes perdas para os viticultores. O controle
químico é ineficiente e o sucesso no uso de porta-enxertos resistentes depende da pressão de
doença. No último ano, nós isolamos vários isolados de 17 gêneros de fungos com atividade
saprofítica na rizosfera de videiras sadias, com idade entre 10 e 80 anos. Todos foram avaliados
quanto a produção e liberação de sideróforos e contra Fusarium oxysporum herbemonte,
causador da Fusariose da videira. Os resultados variaram entre os isolados, destacando-se um
isolado de Trichoderma e outro de Fusarium, o que não foi surpresa pois Trichoderma é um
gênero encontrável na rizosfera de diversas plantas e, linhagens apatogênicas ou de baixa
patogenicidade de espécies patogênicas conhecidas, podem também atuar em biocontrole,
como já foi demonstrado para espécies apatogênicas de Fusarium. Os resultados alcançados
sinalizam para o desenvolvimento de alternativas de manejo.

Procariotos Esporulados Aeróbios, Gram-positivos, Utilizados no Controle Biológico
de Doenças Humanas Vetoradas: Passado e Presente
Sônia Ermelinda Alves da Silva – Laboratório de Fisiologia Bacteriana, Instituto
Oswaldo Cruz -FIOCRUZ, Rio de Janeiro, RJ. e-mail seas@ioc.fiocruz.br
Desde a descoberta de Ishiwata (1902), um grande número de estudos mostram que
procariotos esporulados aeróbios (aeróbios facultativos), Gram-positivos, albergam
espécies naturalmente entomopatogênicas, muitas das quais se tornaram princípios
ativos de inseticidas biológicos industrializados, aplicados na agricultura e no
controle de vetores de importância em saúde pública. Inicialmente as variedades
mais conhecidas tinham a sua atividade restrita a insetos da ordem Lepidoptera. O
grande impulso na utilização, dos princípios ativos dessas bactérias para o controle
de insetos, ocorreu após a descoberta de variedades entomopatogênicas para
larvas de culicídeos, principalmente dos gêneros Culex, Anopheles e Aedes. Aqui se
incluem bactérias de espécies pertencentes aos gêneros Bacillus (com destaque
para B. sphaericus e o B. thuringiensis israelensis), e Paenibacillus. Durante as
últimas décadas, essas bactérias têm sido alvo de intensa investigação sobre as
relações entre estrutura, mecanismo de ação, genética, resistência e das proteínas
de cristal. Como resultado, uma imagem coerente dessas relações tem surgido em
termos de novas tecnologias. Outros estudos têm incidido sobre o papel ecológico
do cristal (proteína entomopatogênica), de B. thuringiensis e seu desempenho na
agricultura e outros usos naturais. Com esses conhecimentos, outras ferramentas
biotecnológicas poderão surgir com mais resultados como, por exemplo, o uso de
novas bactérias recombinantes, formulações de valia para a saúde pública e para
agricultura, plantas transgênicas que expressem novas atividades pesticidas, a fim
de garantir que estes produtos sejam utilizados com melhor eficiência e benefício.

INOVAÇÕES NA CRIAÇÃO MASSAL E INOCULAÇÃO DO NEMATÓIDE
Deladenus (Beddingia) siricidicola NO CONTROLE DA VESPA-DA-MADEIRA
PENTEADO, SUSETE DO ROCIO CHIARELLO
IEDE, EDSON TADEU
BARBOSA, LEONARDO RODRIGUES
Embrapa Florestas – Laboratório de Entomologia. Estrada da Ribeira, km 111. Caixa Postal
319. CEP 83.411-000. Colombo, PR, BR. e-mail: susete@cnpf.embrapa.br
O nematóide, Deladenus siricidicola, introduzido no Brasil na década de 90, é produzido
massalmente no Laboratório de Entomologia da Embrapa Florestas e usado no controle de
Sirex noctilio, com eficiência média de 70%. Perdas de eficiência têm sido registradas, em
função de contínuas sub-culturas em laboratório. Para evitar isso, anualmente tem sido feito o
re-isolamento do campo, do nematóide e do seu fungo simbionte, Amylostereum areolatum.
Entretanto, o desenvolvimento inicial dos isolados é lento e a eficiência entre locais irregular, o
que impede sua imediata utilização na criação. A inoculação do nematóide nas árvores
atacadas, feita com uma solução de gelatina, que necessita de um preparo prévio, também deve
ser aprimorada, visto que, muitas vezes, não é possível prepará-la no local onde será utilizada.
Visando otimizar a produção massal e utilização deste importante agente de controle, estão
sendo desenvolvidas ações de pesquisas com diferentes meios de cultura e embalagens que
favoreçam o desenvolvimento do nematóide e do fungo em laboratório, provenientes de
diferentes locais do PR, SC e RS. Também está sendo feita a caracterização genética dos
isolados, utilizando marcadores microsatelites. Para a preservação da integridade genética dos
isolados, estão sendo testados diferentes métodos de conservação do fungo e do nematóide,
como a criopreservação. Para a substituição da gelatina, estão sendo testados diferentes
espessantes, que apresentem características compatíveis com o nematóide e que não necessitem
de preparo prévio e finalmente, serão determinados os benefícios econômicos gerados pela
adoção das tecnologias, comparativamente à situação anterior. As inovações a serem
implementadas no processo de produção e inoculação de D. siricidicola permitirão maior
controle das diferentes etapas do processo, resultando na melhoria da qualidade, redução dos
custos e eficiência do controle.
Apoio financeiro: Fundo Nacional de Controle à Vespa-da-Madeitra (FUNCEMA).

CONTROLE BIOLÓGICO DE PRAGAS EM FRUTEIRAS TROPICAIS
PARANHOS 1 , Beatriz Aguiar Jordão; ARAÚJO 2 , Elton Lúcio; FANCELLI 3 , Marilene;
NORONHA 4 , Aloyséia Cristina da Silva; SILVA 1 ; Leonardo Dantas; BARBOSA 5 , Flávia
Rabelo; COSTA 6 , Maria de Lourdes Zamboni; SANCHES 3 , Nilton Fritzons; WALDER 6 , Júlio
Marcos Melges.
1 -Embrapa Semi-Árido, BR 428, km 152, C.P. 23, 56.302-970, Petrolina-PE. E-mail:
bjordao@cpatsa.embrapa.br; 2 - Universidade Federal do Semi-Árido; 3 - Embrapa Mandioca e
Fruticultura; 4 - Embrapa Amazônia Oriental; 5 - Embrapa Arroz e Feijão; 6 - Centro de Energia
Nuclear na Agricultura-Universidade de São Paulo.
A colheita anual brasileira de frutas tropicais é de aproximadamente 38 milhões de toneladas, o
que coloca o país em terceiro lugar entre os maiores produtores mundiais. Entretanto, o
volume de frutas frescas exportado ainda é muito pequeno, menos de 2%. A fruticultura
brasileira emprega mais de 5 milhões de pessoas e ocupa uma área aproximada de 42 milhões
de hectares. As principais frutas tropicais produzidas no Brasil são abacaxi, banana, mamão,
manga e melão. Todas estas culturas são atacadas por pragas chave: o abacaxizeiro é atacado
pela broca do fruto (Strymon megarus); a bananeira pelo moleque da bananeira (Cosmopolites
sordidus); o mamoeiro pelo ácaro rajado (Tetranychus urticae); a mangueira pelas
moscas-das-frutas (Anastrepha spp. e Ceratitis capitata); e o meloeiro pela mosca-minadora (
Liriomyza spp.). Com foco em segurança alimentar e preservação do meio ambiente, os
fruticultores estão buscando novos métodos para o controle de pragas e dentre esses está o
biológico. Dessa forma, o parasitóide Diachasmimorpha longicaudata tem sido utilizado com
sucesso, em vários países, no controle de moscas-das-frutas. Além disso, recentemente foi
implementado na região do Vale do São Francisco um programa de controle de C. capitata
baseado na técnica do inseto estéril. O moleque da bananeira tem sido controlado com o fungo
Beauveria bassiana. Na região da Chapada do Apodi (RN e CE), onde se cultiva o meloeiro, o
braconídeo Opius sp. tem sido utilizado no incremento do controle da mosca-minadora. O
ácaro rajado pode ser controlado com o ácaro predador Neoseiulus idaeus, enquanto que o uso
da bactéria Bacillus thuringienses pode apresentar alta eficiência no controle da broca do fruto,
em plantações de abacaxi. Entretanto, os principais desafios em programas de controle
biológico aplicado são: tecnologias para produção massal, avaliação de impactos ambientais,
desenvolvimento de formulações e estabelecimento de níveis de controle e limiares de não
ação.

Palavras-chave: Neoseiulus idaeus, Bacillus thuringienses, Beauveria bassiana, Opius sp. e
Diachasmimorpha longicaudata.
Apoio financeiro: CNPq, BNB

DETECÇÃO DE GENES CRY1 EM ISOLADOS DE BT ORIUNDOS DO RS E
AVALIAÇÃO DE ATIVIDADE CONTRA A LAGARTA DA SOJA
BOBROWSKI, Vera Lucia
Universidade Federal de Pelotas, Instituto de Biologia, Departamento de Zoologia e Genética,
Pelotas, Caixa Postal 354, 96010-970, Pelotas, RS. E-mail: vera_bobrowski@hotmail.com
A lagarta de Anticarsia gemmatalis é a praga de maior impacto sobre as lavouras de
soja. Estas lagartas causam danos ao reduzir substancialmente a área fotossintetizante da planta
o que por conseqüência reduz a produção de grãos. O controle de insetos tem sido realizado
por meio de agroquímicos e, em muito menor escala, pelo emprego de inseticidas biológicos.
Bacillus thuringiensis é uma bactéria gram-positiva e entomopatogênica, aeróbica ou
facultativamente anaeróbica, naturalmente encontrada no solo. Durante a fase de esporulação,
as bactérias sintetizam proteínas que se acumulam na periferia dos esporos na forma de cristais.
Estes cristais são compostos por uma ou várias ICPs, alguns dos isolados de Bt contêm mais de
um gene de delta-endotoxina. O espectro de ação dos diferentes isolados depende da
combinação de delta-endotoxinas individuais presentes no cristal. A busca de linhagens de Bt
com alta atividade tóxica e diferentes especificidades é de extrema importância tanto para a
produção de novos biopesticidas como para a utilização destas linhagens como fonte de genes
para a obtenção de plantas geneticamente modificadas. A predição da atividade inseticida de
isolados de Bt ou para detecção de novos genes cry, tem sido realizada através de técnicas de
PCR, porém esta técnica não prediz a toxicidade do isolado sendo necessários bioensaios de
atividade tóxica para seleção dos isolados efetivos contra um inseto-alvo. Além destas técnicas
a análise de extrato protéico em gel SDS-PAGE e a microscopia eletrônica são técnicas
auxiliares na determinação de ICPs. Atualmente a busca por bioinseticidas eficientes se faz
extremamente importante, pois segundo relatos existem variações da sensibilidade aos
biopesticidas dentro de uma mesma população de insetos, sugerindo a formação de raças,
portanto se faz necessário uma continua avaliação de novas cepas de Bt, principalmente dentro
da própria região de produção.
Palavras chaves: Bacillus thuringiensis, lagarta da soja, PCR, microscopia eletrônica.
Apoio financeiro: FAPERGS, CNPq, CAPES.

Situação do controle biológico de doenças de plantas no Brasil: história, pesquisa,
comercialização e perspectivas. Biological control of plant diseases in Brazil: history,
research, commercialization and perspectives.
Wagner Bettiol* & Marcelo A. B. Morandi. Embrapa Meio Ambiente, CP 69, 13820-000
Jaguariúna, SP, Brasil. E-mail: bettiol@cnpma.embrapa.br. *Bolsista do CNPq.
A utilização de agentes de biocontrole (BCA) para o manejo de doenças de plantas é restrita no
Brasil. Entretanto, o uso de BCAs está aumentando consideravelmente, com diversos produtos
disponíveis no mercado brasileiro, destacando-se: Trichoderma para o controle de Rhizoctonia,
Fusarium, Pythium, Phytophthora, Sclerotinia e Sclerotium em feijão, algodão, soja, milho,
morango, ornamentais, hortaliças e espécies florestais; Trichoderma para tratamento de
substratos para produção de mudas e cultivo de flores, tabaco e hortaliças; Trichoderma
stromaticum para controle da vassoura-de-bruxa do cacaueiro; Clonostachys rosea para
controle de Botrytis no morangueiro e ornamentais; Bacillus subtilis para controle de
patógenos da parte aérea e estirpes fracas para premunização contra a tristeza dos citros.
Apesar da comercialização de diversos BCAs, os à base de Trichoderma são os mais
importantes. A comercialização de Trichoderma foi iniciada no Brasil em 1987, 37 anos após a
primeira publicação envolvendo seu uso para controle de doenças no Brasil (Forster, R.
Bragantia 10:139-148, 1950), para o controle de Phytophthora cactorum em macieira. A
primeira empresa especializada na sua comercialização iniciou as atividades em 1992.
Atualmente, as principais espécies comercializadas são: T. asperellum, T. harzianum, T.
stromaticum, T. viride. A principal forma de produção de Trichoderma é por fermentação
sólida em grãos de arroz e milheto. As pesquisas estão concentradas em Trichoderma,
Clonostachys e Bacillus. Além disso, estão em plena expansão estudos com rizobactérias e
organismos para a indução de resistência às doenças. Dentre as necessidades urgentes de
pesquisa pode-se destacar a formulação e a multiplicação dos bioagentes. Apesar do número de
produtos biocompatíveis disponibilizados no mercado brasileiro, a quantidade não é suficiente
para a demanda. Observa-se com frequência que os principais usuários de BCAs estão
integrando a técnica com o controle físico e outras práticas culturais para o controle de
doenças e pragas, pois o aumento do uso depende do conhecimento da estrutura e
funcionamento do agroecossistema. Esses agricultores buscam obter vantagens das interações
de ocorrência natural, com o objetivo de aumentar e sustentar as interações biológicas nas
quais a produção agrícola está baseada, pois apenas a substituição de agrotóxicos não é
suficiente para garantir uma agricultura limpa. Há necessidade de se redesenhar os sistemas de
produção para atingir a sua sustentabilidade, principalmente nesse momento que a humanidade
defronta com um novo desafio, que são as mudanças climáticas globais.

BIODIVERSIDADE DA BIOTA BACTERIANA EM LARVAS DE CULEX
QUINQUEFASCIATUS NO ESTADO DE SÃO PAULO.
Carlos J. P. C. Araújo-Coutinho 1 , Eder S. Pires 2 , Lygia E. V. Santos 2 , Andrea B. P. Viviani
3 , Thaissa C. Bernardino 1 e Clara F. G.Cavados 2
1- Lab. de Imunologia Viral – Instituto Butantan – coutinho@butantan.gov.br
2- Lab de Fisiologia Bacteriana – IOC/FIOCRUZ
3- Superintendência de Controle de Endemias
Na busca pelo isolamento de novos agente supressores de formas imaturas de dípteros urbanos,
foram coletadas, a cada 15 dias, no Rio Negrinho, no Parque Ecológico do Tiete no município
de São Paulo e em três córregos urbanos no município de Caraguatatuba, larvas de Culex
quinquefasciatus através de 10 conchadas/m. Foram coletadas 12.221 larvas sendo que desse
total, 441(3,6%) foram analisadas por apresentarem sintomatologia externa de infecção. As
larvas foram esterilizadas através de banhos de etanol 70%, tiossulfato de sódio 10% e
hipoclorito de sódio 5%, respectivamente. Em seguida, foi preparada uma solução homogênea
em água estéril utilizando-se vórtex. Dessa solução foi retirado 2 mL, submetendo-se a uma
termorresistência de 80 o C por 10 min. Em seguida, 100L foram plaqueados em meio BHI,
incubados por 24 h a 30ºC. Após incubação, foram feitas lâminas à fresco para observação em
microscopia de 1500X da morfologia celular. Após testes de identificação e caracterização
foram identificados Bacillus thuringiensis, B. sphaericus Bacillus amyloliquefaciens, Bacillus
subtilis, Bacillus pumilus, Bacillus licheniformis, Bacillus cereus,Brevibacillus brevis,
Bacillus megaterium, Bacillus mycoides, Bacillus badius, Bacillus globisporus e Bacillus
circulan , apresentando padrão enzoótico.
Apoio: FAPESP, FAPERJ, IOC/FIOCRUZ

Toxinas vegetais no controle biológico de insetos: uréases e peptídeos derivados
Célia R. Carlini,
Dept. Biofísica & Centro de Biotecnologia, Univ. Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre,
RS, Brazil. ccarlini@ufrgs.br
Ureases (EC 3.5.1.5), enzimas níquel-dependentes presentes em plantas, fungos e
bactérias, hidrolizam uréia à amônia e CO 2. Ureases apresentam alta homologia entre si,
sugestivo de estruturas e mecanismos de ação similares. Pouco se sabe sobre a função de
ureases nos vegetais. Nossos estudos mostram que ureases são proteínas multifuncionais, com
propriedades biológicas independentes da atividade enzimática. Ureases do feijão-de-porco (
Canavalia ensiformis) e da soja (Glycine max) induzem ativação plaquetária e ligam-se a
glicoconjugados, mesmo quando seus sítios ativos estão inativados. Ureases bacterianas e
vegetais apresentam atividade antifúngica contra fungos fitopatogênicos. Ureases vegetais, mas
não as microbianas, possuem atividade inseticida. O barbeiro Rhodnius prolixus e insetos
pragas, como o caruncho Callosobruchs maculatus e o percevejo manchador do algodão (
Dysdercus peruvianus) morrem com uma dieta contendo 0.1% urease. As ureases de C.
ensiformis são ativadas proteoliticamente por catepsinas acídicas no trato digestório dos
insetos susceptíveis, sendo inócuas para insetos com digestão baseada em tripsinas. Peptídeos
(10-15 kDa) entomotóxicos podem ser produzidos in vitro por digestão de ureases com
enzimas de insetos, e também por expressão heteróloga em E.coli. Modelagem molecular do
peptídeo inseticida sugeriu um domínio grampo beta, encontrado também em neurotoxinas
inseticidas de artrópodes, concordando com resultados que mostram o peptídeo recombinante
interagindo com membranas e afetando canais iônicos. Por outro lado, o peptídeo
recombinante não foi tóxico quando injetado ou administrado por via oral em camundongos e
ratos. Nossos dados sugerem que ureases participam dos mecanismos de defesa das plantas
contra insetos e pestes. O uso dessas proteínas e/ou de peptídeos derivados como praguicidas
ou como um transgene para construção de plantas resistentes à pragas são prováveis aplicações
desse conhecimento.
Palavras chave: urease, peptídeo inseticida, fungicida, proteína, proteólise, mecanismo de ação
Apoio: CNPq, CAPES, FAPERGS e Finep

DIVERSIDADE DE ENTOMOPHTHORALES NO BRASIL
SOSA-GOMEZ, Daniel Ricardo
Embrapa Soja, Entomologia, 86001-970, PR. E-mail: drsg@cnpso.embrapa.br
No Brasil tem sido relatadas mais de 24 prováveis espécies de fungos da ordem
Entomophthorales, sendo que entre elas, é possível a ocorrência de espécies ainda não descritas
ou não caracterizadas completamente. A ocorrência destes fungos tem sido relatada em
diversos sistemas agrícolas anuais tais como cevada, soja, trigo, hortaliças, e sistemas perenes
(erva mate, pastagens). A pesar de existirem diversos relatos de casos isolados, sua importância
como agentes de controle natural causando doenças generalizadas em populações de
artrópodes pragas é indiscutível. No Brasil, as epizootias de entomophthorales tem sido
observadas em lagartas de noctuídeos (Pseudoplusia includens, Pseudaletia sequax), psilídeos
(Gyropsylla spegazziniana), pulgões (Metopolophium dihodum, Sitobion avenae,
Rophalosiphum padi), cigarrinhas (Empoasca kraemeri, Mahanarva fimbriolata, Deois schach
), coleópteros (Lagria villosa), ortópteros (Baeacris punctulatus) e ácaros da família
Tetranychidae (Tetranychus urticae, Mononychellus planki entre outros). As espécies
encontradas até o presente causando ou não epizootias são: Conidiobolus coronatus,
Conidiobolus sp., Batkoa apiculata, Entomophaga aulicae, E. cf. grylli, E. domestica, E.
tipulae, Entomophaga sp., Entomophthora muscae, Erynia dipterigena, E. myrmecophaga,
Erynia sp., Furia americana, F. crustosa, Furia sp. (provavelmente uma espécie nova),
Pandora neoaphidis, P. gammae, Pandora sp., Zoophthora radicans, Zoophthora sp.,
Neozygites tanajoae, N. fumosa, Neozygites sp., e outras espécies não identificadas. Os
estudos de epizootiologia quantitativos têm sido realizados em poucas culturas e a falta de
descrição dos patógenos não permite inferir em muitos casos quais espécies ou gêneros foram
estudados. Apesar de sua importância, a falta de taxonomistas nesse grupo, a possível
ocorrência de complexos de espécies, a pouca diferenciação morfológica entre as mesmas e
carência de estudos moleculares faz deste grupo um dos menos conhecidos no País.
Apoio financeiro: Embrapa Soja, CNPq

CONTROLE BIOLÓGICO DE INSETOS POR CONSERVAÇÃO: SUA CONTRIBUIÇÃO PARA A
AGUIAR-MENEZES, Elen de Lima
SUSTENTABILIDADE DA AGRICULTURA ORGÂNICA
Embrapa Agrobiologia, Laboratório de Controle Biológico e UFRRJ, PPG em Fitossanidade e Biotecnologia Aplicada,
Rodovia BR 465, km 7, 23890-000, Seropédica, RJ. E-mail: menezes@cnpab.embrapa.br
Nos últimos anos, especialmente após a ECO-92, a humanidade tem-se mostrado preocupada com os problemas de
conservação do meio ambiente provocados por várias atividades humanas, incluindo a agropecuária. Isso tem resultado
na busca de tecnologias para a implantação de sistemas agropecuários sustentáveis, como a agricultura orgânica. Todavia,
esse novo paradigma deve fundamentar-se nos princípios da agroecologia, apoiando-se em práticas que promovam a
agrobiodiversidade e os processos biológicos naturais, baseando-se no baixo uso de insumos externos. Infere-se daí que o
controle biológico é uma tecnologia essencial para o manejo de pragas, visto constituir-se num processo natural de
regulação da população das pragas por seus inimigos naturais. Basicamente, existem três estratégias de controle
biológico, e dentre elas, o controle biológico por conservação (ou conservativo) tem grandes chances de contribuir para a
sustentabilidade da agricultura. Essa estratégia envolve o manejo do agroecossistema através de práticas que visem o
aumento da abundância e da diversidade dos inimigos naturais autóctones e de sua preservação, por fornecer condições
de sobrevivência e reprodução a esses agentes de controle biológico, aumentando sua efetividade. Dentre essas práticas,
destaca-se a incorporação nos agroecossistemas de espécies vegetais que proporcionem recursos vitais (pólen, néctar,
presa ou hospedeiros alternativos, microclima adequado, abrigo, sítios de oviposição etc.), para os inimigos naturais em
seus estágios não carnívoro ou frente a presas de qualidade inferior ou na escassez de presas preferidas. A maioria desses
estudos tem sido conduzido nos EUA, Europa e Austrália, todavia, em função da riquíssima flora brasileira, com certeza
temos a nossa disposição uma diversidade de espécies botânicas para serem investigadas. Como os efeitos da
diversificação vegetal não podem ser generalizados, torna-se necessário a geração de conhecimento para consolidar o
manejo de pragas através do controle biológico por conservação nos agroecossistemas brasileiros, uma linha de pesquisa
que vem sendo perseguida pela Embrapa Agrobiologia.
Palavras-chave: manejo ambiental, manejo ecológico de pragas, biodiversidade funcional, agroecologia.

Panorama Regulatório pertinente à comercialização
de Produtos Biológicos no Brasil
Francys M. F. Vilella
Maria Luiza M. P. Castro
Elza A. B. Brito da Cunha
Registro de Produto, Registro de Patente e Certificação muitas vezes são colocadas
como sinônimos, em alguns contextos do controle biológico. Entretanto, são instrumentos
legais diferentes e tem propositos distintos.
O Registro de um Produto é a forma legal de sua comercialização no país, seja por
intermédio de formulação/fabricação dos seus componentes e/ou de importação dos mesmos. O
objetivo do registro, entre outras coisas, é garantir a segurança da população e do meio
ambiente, além de garantir padrões de qualidade e eficiência dos mesmos. O primeiro passo é o
correto enquadramento do produto de acordo com o uso, finalidade a que se destina, podendo
ser enquadrados na Lei de Agrotóxicos e Afins, na Lei dos Fertilizantes/Inoculantes ou ate
mesmo na Lei dos Domissanitários/Saneantes. Além disso, é necessário a observância das
regras de adequação da atividade da empresa em relação ao Licenciamento Ambiental e demais
regulamentações que circundam o registro.
O Depóstio de uma Patente tem como propósito a proteção da propriedade intelectual e
possibilita o retorno do investimento feito no desenvolvimento do produto, pois o titular da
Patente tem o direito de impedir terceiros de produzir, colocar à venda, usar, importar produto
objeto da patente ou processo ou produto obtido diretamente por processo patenteado.
A Certificação de um produto é um ato de avaliação da conformidade credenciado e
tem por objetivo garantir que uma produção ou um processo claramente identificados foi
metodicamente avaliado e está em conformidade com as normas de produção orgânica
vigentes, ou seja, esta intimamente ligado à rastreabilidade dos processos de producao
orgânica.
Os produtos brasileiros para o controle de pragas e doenças tanto com finalidade de
uso em ambientes urbanos quanto agrícolas possuem regulamentações e diretrizes específicas e
bem estabelecidas. Apesar dos custos envolvidos com taxas de submissão, contratação de
testes e tempo para a obtenção do Registro, os benefícios passam pela garantia ao mercado de
um produto competitivo, com rastreabilidade e garantia de qualidade ao consumidor final,
conferindo sustentabilidade ao setor, juntamente com a garantia doss direitos de propriedade
intelectual, por meio de patentes de invenção, é um dos eixos sobre o qual se apoia a política
de Inovação do Agronegócio no Brasil.
Palavras-chave: Legislação, Comercialização, Produtos Baixa Toxicidade

“USO DE RESÍDUOS AGROINDUSTRIAIS NA PRODUÇÃO DE Bacillus
thuringiensis subsp. israelensis VISANDO O CONTROLE BIOLÓGICO DE
MOSQUITOS (Diptera : Nematocera)
Gislayne T. Vilas-Bôas 1 , Elisangela A. Angelo 2 , José Lopes 3 , Raúl J. H. Castro-Gómez 2
1 Universidade Estadual de Londrina, Depto. Biologia Geral, Londrina/PR.
2 Universidade Estadual de Londrina, Depto. Biologia Animal e Vegetal, Londrina/PR.
3 Universidade Estadual de Londrina Depto. Ciência e Tecnologia de Alimentos, Londrina/PR.
E-mail: gvboas@uel.br
Produtos à base de Bacillus thuringiensis vêm sendo empregados no controle biológico de
insetos há cerca de 40 anos, sendo que a partir de 1977, com o isolamento da primeira
linhagem da subspécie israelensis, foram implantados em muitos países, diversos programas de
controle de várias espécies de insetos da Ordem Diptera. No entanto, apesar do amplo uso de
produtos à base de B. thuringiensis no controle biológico, há poucos dados consistentes
quanto a sua produção em meio de cultura, visto que muitas informações são segredos
industriais. Desta forma, visando viabilizar a produção de uma linhagem de B. thuringiensis
subsp. israelensis, o presente trabalho teve por objetivo a otimização de um meio de cultura,
empregando resíduos agroindustriais, utilizando a metodologia de superfície de resposta. Como
fontes de nitrogênio orgânico foram empregadas farinhas de soja e de crisálida, peptona
bacteriológica e uréia agroindustrial. Sulfato de amônia foi empregado como fonte de
nitrogênio inorgânico e, como fonte de carbono, sacarose, glicose e fécula de mandioca.
O principal parâmetro analisado foi a toxicidade da cultura frente a larvas de Aedes aegypti,
além do percentual de esporulação e o número total de Unidades Formadoras de Colônia. O
meio otimizado resultou em uma CL 50 de 0,703 ppm (v/v), sendo a farinha de crisálida e a
glicose as fontes mais adequadas de nitrogênio orgânico e carbono, respectivamente. O
aumento de escala, bem como o controle de pH e oxigenação são as fases seguintes a serem
otimizadas. Os resultados finais poderão proporcionar o desenvolvimento de uma tecnologia
local de produção de B. thuringiensis subsp. israelensis.
Apoio Financeiro: CAPES, CNPq

Controle Biológico de Doenças na Agricultura Orgânica: Princípios e Práticas. Biological
control of plant diseases in organic systems: principles and practices.
Marcelo A. B. Morandi & Wagner Bettiol*. Embrapa Meio Ambiente, CP 69, 13820-000
Jaguariúna, SP, Brasil. E-mail: mmorandi@cnpma.embrapa.br. *Bolsista do CNPq.
A necessidade de se produzir mais alimentos e fibras levou à intensificação da agricultura e a
desequilíbrios nos agroecossistemas pelo emprego de monocultivos de variedades melhoradas
para produtividade, com consequente perda da rusticidade, maior suscetibilidade a estresses
nutricionais e hídricos e menor resistência a pragas e doenças, além da utilização de insumos
externos de alto custo energético e a subordinação dos aspectos ecológicos à eficiência
econômica. A insustentabilidade de agroecossistemas pode decorrer da utilização de soluções
paliativas para problemas estruturais e de soluções universais para problemas específicos locais.
Os sistemas orgânicos adotam práticas para a otimização do uso dos recursos naturais e
socioeconômicos disponíveis, tendo por objetivo a sustentabilidade. Assim, tem-se a visão de
“convivência” com o problema, tentando minimizá-lo com diversificação, rotação de culturas e
outras estratégias. Apenas em casos específicos são adotadas medidas reducionistas, como o
uso de caldas, extratos vegetais e agentes de controle biológico, menos agressivas ao ambiente,
ao agricultor e ao consumidor. A agricultura orgânica busca obter vantagem das interações de
ocorrência natural, com ênfase no manejo das relações biológicas, como aquelas entre praga e
predadores, e em processos naturais, como a fixação biológica do nitrogênio. O objetivo é
aumentar e sustentar as interações biológicas nas quais a produção agrícola está baseada, ao
invés de reduzi-las e simplificá-las. Numa visão mais pragmática, o manejo de doenças na
agricultura orgânica deve ser entendido como a integração de medidas aplicadas
preventivamente. Assim, enfatiza-se o emprego de táticas e métodos, sejam culturais,
mecânicos, físicos, legislativos, biológicos e de resistência genética, com vistas à prevenção e à
redução da intensidade das doenças. Esse conjunto de medida varia de acordo com o
patossistema e de local para local. A compreensão da natureza somente é possível num enfoque
holístico, observando-se ciclos, trabalhando-se com sistemas e respeitando-se as inter-relações
e proporções, pois todos os fatores são interdependentes.
Palavras-chave: biocontrole, agricultura orgânica, métodos alternativos, interações biológicas,
sustentabilidade.

Etapas no desenvolvimento de feromônios para aplicação na agricultura
Miryan D. A. Coracini
Universidade Federal do Paraná, Depto Química, Centro Politécnico, Cx.p. 19081, CEP
81531-990, Curitiba-PR. e-mail: miryancoracini@quimica.ufpr.br
A maneira como os insetos decifram odores liberados por outros insetos ou plantas é um tópico
de extrema importância no estudo do processo de reconhecimento de parceiros sexuais, seleção
de plantas hospedeiras e no processo de especiação. Este conhecimento é essencial também
para o desenvolvimento de técnicas de controle de insetos baseadas no uso de semioquímicos e
para o delineamento de novas variedades de plantas mais resistentes. Com a finalidade de
reduzir o emprego de inseticidas na agricultura têm sido desenvolvidos novos métodos e
práticas de controle de insetos, como, por exemplo, a utilização de feromônios sexuais
sintéticos. Os feromônios sexuais são usados por indivíduos da mesma espécie para facilitar o
acasalamento. Feromônios são espécie-específicos e atóxicos, não afetando outros animais
benéficos, como aves e artrópodes predadores ou parasitóides. Há limitações ao uso exclusivo
de feromônios para o controle de insetos, mas estes podem ser utilizados em programas de
controle integrado, onde vários métodos podem ser aplicados conjuntamente. Para cada
espécie de inseto é necessário realizar a extração e identificação do feromônio sexual. Após a
identificação, testes comportamentais em laboratório indicarão quais os compostos feromonais
que possuem potencial para serem utilizados no monitoramento e/ou controle do inseto-praga.
A próxima etapa será a realização de testes de campo para verificar a eficiência do feromônio
sexual sintético. Com a obtenção de uma mistura feromonal eficiente, pode-se então partir para
o registro e comercialização do produto.
. Substâncias químicas envolvidas na comunicação entre organismos são denominadas
semioquímicos. Feromônios são semioquímicos utilizados para comunicação entre indivíduos
da mesma espécie, enquanto aleloquímicos são utilizados para comunicação entre indivíduos
de espécies diferentes. Com a finalidade de reduzir o emprego de inseticidas na agricultura, têm
sido desenvolvidos novos métodos e práticas de controle de insetos, como, por exemplo, a

utilização de feromônios sexuais sintéticos. Os feromônios sexuais são usados por indivíduos
da mesma espécie para facilitar o acasalamento. Feromônios são espécie-específicos e atóxicos,
não afetando outros animais benéficos, como aves e artrópodes predadores ou parasitóides.

PROGRESSO NO ESTUDO DE BACULOVIRUS NA PESQUISA AGRÍCOLA,
FARMACÊUTICA E BIOMOLECULAR
RIBEIRO, Bergmann Morais
UnB, Departamento de Biologia Celular, Laboratório de Microscopia Eletrônica e Virologia,
Brasília, 70910-900, DF. E-mail: bergmann@unb.br.
Baculovirus são vírus de insetos altamente específicos, encontrados infectando artrópodes,
principalmente insetos das ordens Lepidóptera, Díptera e Himenóptera. O potencial dos
baculovirus como agentes de controle biológico de pragas agrícolas e florestais é largamente
reconhecido há vários anos e alguns vírus já são utilizados ao redor do mundo para este fim.
No Brasil, o uso do baculovírus Anticarsia gemmatalis multiple nucleopolyhedrovirus
(AgMNPV) para o controle da lagarta da soja, Anticarsia gemmatalis representa o maior e
mais bem sucedido programa mundial de controle biológico utilizando um vírus. Com o
desenvolvimento da biologia molecular, a manipulação genética dos organismos biológicos,
incluindo os vírus, se tornou uma realidade. Hoje, além de agentes de controle biológico, os
baculovírus são vetores para produção de proteínas, em células de insetos, de interesse na
agricultura, indústria farmacêutica e para pesquisa científica. Na pesquisa agrícola, baculovírus
podem ser manipulados para aumentarem sua gama de hospedeiros, virulência e produção de
proteínas para diagnóstico de doenças de plantas. Na indústria farmacêutica, os baculovírus são
usados para o desenvolvimento de kits de diagnóstico de diferentes doenças e vacinas para
doenças humanas e de animais. Além disso, baculovírus já foram testados como vetores de
terapia gênica em células humanas em cultura. Na pesquisa biomolecular, os baculovírus
servem como vetores para a expressão de milhares de proteínas para estudos bioquímicos e
funcionais e como modelo para estudo da interação entre vírus e célula hospedeira.
Apoio financeiro: CNPq e FAPDF.

Situação atual das pesquisas sobre feromônios de insetos na América do Sul
Paulo H. G. Zarbin
Universidade Federal do Paraná, Depto Química, Centro Politécnico, Cx.p. 19081, CEP
81531-990, Curitiba-PR. e-mail: pzarbin@quimica.ufpr.br
As pesquisas com feromônios de insetos tem uma longa e rica história, construída,
primariamente, pelos estudos conduzidos no hemisfério Norte. Não é surpresa que estes
estudos tenham apontado, em grande parte, para espécies relevantes dessas regiões do mundo,
na maioria pragas agrícola e florestais. As investigações com feromônios nos países da América
do Sul vieram somente algumas décadas atrás, apesar da sua forte dependência agrícola e,
consequentemente, no manejo de pragas. Nos últimos 20 anos, uma combinação de fatores
econômicos, ambientais e técnicos tem caminhado juntos para gerar um pequeno, mas
crescente, número de ecologistas químicos trabalhando na química e biologia dos feromônios
na América do Sul. Nesta apresentação, serão demonstrados os resultados desta tendência.
Foram revisados os estudos feitos com feromônios nos quais os cientistas da América do Sul
tem participado em parceria com cientistas estrangeiros, majoritariamente grupos de química,
como também os estudos realizados dentro da região. O principal objetivo são as pesquisas que
envolvem a caracterização dos feromônios de espécies nativas, as quais compreendem as
ordens mais importantes como Lepidoptera, Coleoptera, Heteroptera e Hymenoptera. É
também apresentado uma meta-análise, incluindo a distribuição geográfica, a tendência dos
trabalhos de colaboração ou independente, e a evolução nos últimos 20 anos dos artigos
publicados na área. Finalmente, é enfatizada a importância do esforço coordenado para
promover o avanço deste campo na América Latina, através do respaldo e colaboração
internacional dentro da região. Esta meta deverá ser alcançada através de uma organização
acadêmica regional, incumbida da realização contínua de encontros científicos.

ASPECTOS RELACIONADOS AO DESENVOLVIMENTO E REGISTRO DE
LOPES, Rogério B.
PRODUTOS A BASE DE FUNGOS ENTOMOPATOGÊNICOS
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, Pq. Estação Biológica - Av. W5 Norte (final),
C.P. 02372 - Brasília, DF - Brasil - 70770-900. rblopes@cenargen.embrapa.br
A pesquisa com fungos entomopatogênicos produziu uma base científica sólida nas últimas
décadas, permitindo a transferência da informação gerada nos centros de pesquisa para o
agricultor na forma de um processo de controle de pragas. A despeito desse conhecimento já
acumulado, somente nos últimos anos o uso de produtos microbianos a base de fungos se
difundiu no Brasil. Nesse curto período, as empresas que surgiram no mercado vem se
desenvolvendo, com algumas melhorias nos sistemas de produção, nas suas formulações e
recomendações de uso do produto no campo. Ainda predomina no país um sistema artesanal de
produção, porém, de baixo custo e com boa eficiência. As formulações são também bastante
simples e, na maioria dos casos, o microrganismo é usado com o próprio substrato de cultivo.
Isso implica em menor estabilidade do produto final no armazenamento, que deve ser feito em
condições de baixa temperatura e utilizado rapidamente no campo. Adaptações nos sistemas de
produção e o desenvolvimento de formulações são mais recentes, dando condições para uma
evolução maior do segmento. Contudo, o uso de fungos para o controle de pragas ainda pode
crescer muito. O mercado nacional também sofreu modificações. O consumidor ficou mais
atento ao uso indiscriminado de agrotóxicos, refletindo nas ações do agricultor que passou a
ver no produto biológico uma alternativa. Cresce, por exemplo, a agricultura orgânica,
dependente desse insumo, apesar da maior parte da comercialização dos produtos microbianos
no país ser voltada à agricultura convencional. São novos tempos, onde as tecnologias
empregadas no campo devem considerar aspectos relacionados ao meio ambiente e à segurança
alimentar. O controle biológico é uma tecnologia moderna que divide espaço com leis antigas,
configuradas em épocas em que pouco ou nada se conhecia sobre essa estratégia, e que não
foram consideradas separadamente na legislação nacional. Espera-se que, assim como a
pesquisa, os produtos gerados e o mercado, toda a legislação ligada ao registro de agentes
microbianos de controle de pragas seja aperfeiçoada, considerando as peculiaridades dessa
classe de produtos. Um grande passo já foi dado com a publicação de normas específicas para
avaliação de produtos microbianos na forma de uma Instrução Normativa, em 2006. Normas
que caracterizam e avaliam os produtos a base de fungos entomopatogênicos dentro da
legislação vigente para agrotóxicos e afins. Muitos aspectos podem ainda ser revistos, contudo,

é imprescindível para a evolução do controle microbiano que existam normas claras e a
necessidade do registro dos produtos, e que todas as empresas do setor sigam essas normas.
Palavras-chave- controle microbiano, biopesticidas, legislação

Modelagem Ecológica aplicada ao Controle Biológico
Autor: Wesley A. C. Godoy
Instituição: ESALQ-USP
Uma retrospectiva dos principais modelos utilizados para investigar a dinâmica predador-presa
ou hospedeiro-parasitóide será apresentada, como base para a implementação de estudos de
modelagem ecológica aplicada ao controle de pragas. Aplicações realizadas em grupos
taxonômicos de insetos usados como modelo de estudo serão também discutidas. A temática
da explanação será focada em bases ecológicas essenciais para a prática da modelagem em
sistemas tróficos, com ênfase na combinação entre experimentação e teoria ecológica.
Palavras-chave: modelagem matemática, teoria ecológica aplicada
Apoio: CNPq